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‘Não tento me encaixar no mainstream’, diz Bruce Dickinson, dividido entre Iron Maiden e carreira solo

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Cantor está em turnê pelo Brasil com show do álbum solo ‘The Mandrake Project’. Ele fala ao g1 sobre esse trabalho e seu tratamento contra um câncer de língua. Bruce Dickinson faz show de disco solo, ‘The Mandrake Project’
John McMurtri/Divulgação
“Sem a escuridão, você não aprecia a luz”, diz Bruce Dickinson em entrevista ao g1. “Se tudo for feliz, onde está o drama?”
As sentenças podem até parecer batidas, mas Dickinson, um dos medalhões do heavy metal, tem motivos para citá-las.
Conhecido por realizar muitas atividades, que vão de esgrimista a piloto de avião, ele recebeu o diagnóstico de câncer de língua há quase dez anos, o que, segundo ele, foi brutal.
Passado o tratamento e curado, Dickinson está com seu novo álbum, “The Mandrake Project”, o sétimo da carreira paralela ao Iron Maiden, lançado em março.
Bruce Dickinson retora ao país com show solo
Divulgação
“The Mandrake Project” aparece 19 anos depois de seu último disco solo, “Tyranny of the souls” e começou a ser produzido há mais de dez anos.
“Atrasei porque tive câncer. Isso foi uma boa desculpa”, diz o cantor. “Aí, tivemos as coisas do Maiden e depois a covid.”
Os fatores que o levaram ao atraso do projeto também o ajudaram a elaborar melhor seu conceito.
Com ares mais sombrios, porém, como ele reforça, sem soar depressivo, o trabalho não chega a ser um álbum-conceito, desses em que as faixas estão ligadas umas às outras e devem ser ouvidas na sequência, formato que tem retornado aos poucos no mercado musical. Mas há, sim, a complexidade já conhecida no trabalho dele e de Iron Maiden: uma narrativa, músicas longas, eu-lírico, etc.
O trabalho acompanha ainda um quadrinho, elaborado por Dickinson, que deve ser dividido em doze episódios lançados ao longo de três anos.
“Eu não tento me encaixar em nada mainstream”, diz sobre a ideia do álbum. “Não é o que faço e não é o que eu acho que o público que gosta do meu trabalho ia gostar que eu fizesse.”
O vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, no palco em Ribeirão Preto, SP, em 2022
Érico Andrade/g1
É com este trabalho que ele passa pelo país com sete shows. Ele já se esteve em Curitiba, Porto Alegre e ainda se apresenta em Brasília (neste sábado, 27), Belo Horizonte (domingo, 28), Rio de Janeiro (30 de abril), Ribeirão Preto (2 de maio) e São Paulo (4 de maio).
Confira a entrevista completa abaixo:
g1- O senhor lançou o álbum “The Mandrake Project” 19 anos após “Tyranny Souls”, seu último trabalho. Por que levou todo esse tempo?
Bruce Dickinson – Bem, nós [ele e o produtor Roy Z] começamos este álbum há cerca de 10 anos. Eu falei, ‘talvez devêssemos fazer um álbum’. Então, eu atrasei porque tive câncer. Isso foi uma boa desculpa. Aí, tivemos as coisas do [Iron] Maiden e depois tivemos a covid por três anos.
Estamos aqui agora. Mas durante esse período, obviamente, eu tive a oportunidade de desenvolver algumas das canções um pouco mais, escrever novas canções e, em especial, desenvolver a ideia do quadrinho: de um simples quadrinho, o que seria dez anos atrás, para um projeto de três anos.
Bruce Dickson divulga novo álbum, ‘The Mandrake Project’
Divulgação
Então, durante o processo de produção do álbum, meio que cresceu um pouco. O quadrinho ficou mais independente e me deixou muito feliz porque eu não tinha o roteiro do álbum para seguir. Em vez disso, você segue o roteiro do quadrinho.
g1- Como o câncer e a covid influenciaram este trabalho? Mudou composições ou teve novas ideias para as canções?
Bruce Dickinson – Inicialmente, todo esse negócio do câncer, era superar o tratamento e me livrar do tumor. O tratamento foi muito brutal. Eu tive 33 sessões de radioterapia e nove semanas de quimioterapia ao mesmo tempo. Foi realmente muito duro para mim, mas ainda mais duro para o câncer, então, isso é bom.
Levei dez meses para me recuperar e tudo o que eu queria depois era sair para cantar. Obviamente, a gente teve o Maiden colocando tudo de volta nos eixos e retomando.
Iron Maiden se apresenta no primeiro dia do Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues/g1
Já são meio que dez anos desde o diagnóstico. Durante esse tempo, eu pensei muito sobre vida e morte e o que isso significa e tem muito disso no “Mandrake”.
Mas eu não acho esse álbum… Ele é sombrio, mas, para mim, não é depressivo, porque eu meio que gosto da coisa sombria, porque sem a escuridão, você não aprecia a luz.
g1 – Esse é mesmo um álbum sombrio…
Bruce Dickinson – Sim, sim. Por que se tudo é feliz, onde está o drama?
g1 – Qual era a ideia de fazer o quadrinho?
Bruce Dickinson – Para mim, quadrinho e rock e, estendendo, videogames, estão todos no mesmo mundo. Então, eu queria experimentar a ideia de fazer um quadrinho com uma história, não apenas como uma imagem em desenho, o que pode parecer legal.
Bruce Dickinson lança ‘The Mandrake Project’
Reprodução/Instagram
Fizemos com o Maiden com o “The Final Frontier” (2010). A diferença neste agora é que este quadrinho tem uma história, uma narrativa. A gente fez com o Maiden, mas a história não tinha ficado muito clara e isso me frustrou. Eu queria fazer a história por isso. Agora temos doze episódios e eu acho que um dos aspectos interessantes é ser sombrio. Bem mais sombrio que o álbum.
g1 – É possível que esse quadrinho se transforme em uma série para o streaming? Você gostaria que fosse?
Bruce Dickinson – Sobre isso, vai depender inteiramente de quanto dinheiro alguém vai querer colocar. E isso não é comigo. Claro que gostaria, quem não gostaria? Só estou dizendo, eu gostaria, mas não existem garantias. Eu gostaria que todas as minhas canções virassem filmes, mas isso não vai acontecer… provavelmente.
Bruce Dickinson sai em turnê com ‘The Mandrake Project’
Reprodução/Instagram
g1 – O senhor já fez de tudo: é rockstar, piloto de avião, esgrimista, produtor de cerveja… O senhor se sente artisticamente realizado?
Bruce Dickinson – O que eu quero fazer que eu ainda não conquistei é… começar os ensaios daqui dois dias. Eu não fiz isso. Em termos mais simples, é aquilo que está na minha frente neste momento. Eu tenho pessoas que têm listas de coisas para eu fazer, o que está tudo bem para mim. Mas até de fato, eu fazer, não é real.
A única coisa real é o que está na minha frente agora. No meu caso, é você. Não há nada no mundo agora. Quando terminarmos, é a outra pessoa que vai ser real, e depois sou eu fazendo o café. Eu acho que só tento viver a vida assim, no agora.
g1 – O “Mandrake Project” não é um álbum conceito, mas é um álbum complexo – tem narrativa, eu-lírico, faixas mais longas. É difícil, mas temos visto trabalhos assim com outros artistas. Em um cenário em que a música é efêmera, temos as redes sociais para viralizar…O senhor acredita que tem espaço para projetos como o seu?
Bruce Dickinson – Bem, eu não tento me encaixar em nada mainstream. Isso não é real. Não há razão para eu querer ser um artista de mainstream. Não é o que faço e não é o que eu acho que o público que gosta do meu trabalho ia gostar que eu fizesse.
Bruce Dickson, do Iron Maiden, lança música do novo álbum solo em SP e fala sobre os novos rumos da carreira
Obviamente, tem espaço para isso, porque o álbum foi superbem no chart na Alemanha, número um na Suécia, número um ou dois na Europa. Acho que estou fazendo alguma coisa que as pessoas precisam, e eu acho que é algo, talvez, raro para o momento.
As pessoas estão voltando a fazer isso novamente, mas fazer um álbum como esse não é muito comum, e eu acho que a razão para isso é que as pessoas estão realmente interessadas. Porque é diferente do jeito que as bandas, mesmo as de rock, fazem.
Elas tendem a escrever um monte de músicas, muitas vezes umas parecidas com as outras, e eu acho que este é um formato que a gente precisa fazer. Mas neste álbum, é um monte de música que soam diferentes umas das outras, isso é muito o jeito de fazer dos anos de 1970.
Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, participa de duelo de esgrima em Curitiba
g1 – Aliás, por que a gente não tem mais bandas de metal icônicas como tínhamos nesses anos? Por exemplo, Iron Maiden, AC/DC, Black Sabbath…
Bruce Dickinson – Essa pergunta não tem uma resposta simples. É uma combinação de fatores de moda na mídia até o jeito que se faz turnê, que mudou a disponibilidade de shows para as bandas tocarem e construírem uma base de fãs ao vivo.
O fato de os preços dos ingressos estarem enlouquecidamente mais caros, as pessoas não saem tanto para ver novas bandas e seguirem elas. Tem tantas alternativas em vez de sair e ver uma banda… Você pode assistir YouTube, pode jogar um videogame imersivo, ter a experiência no equipamento de VR, são muitas distrações.
As bandas mais velhas, dinossauros, como a gente, o Metallica…
Iron Maiden durante show no palco Mundo do Rock in Rio 2019
Marcelo Brandt/G1
g1 – Eu diria icônicas e não dinossauros…
Bruce Dickinson – Dinossauros, quem não ia gostar de ser um T-Rex? Mas assim, a gente tem nosso estilo e isso não muda muito e eu acho que nossos fãs gostam assim. Claro que com a carreira solo, uma das vantagens de ser um artista solo, é que eu posso pisar fora da caixa. A identidade atinge o mesmo público, mas de uma forma emocional diferente.
Voltando para a questão inicial, não temos tantas bandas grandes e eu acho que é por causa do cenário atual. São muitos desafios diferentes e pessoas competindo por atenção e é muito difícil de crescer. Por exemplo, o público na América do Norte está ficando bem velho e o número de jovens está diminuindo, tem menos gente por aí.
Iron Maiden se apresenta no Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues/g1
As grandes bandas como o Maiden e Metallica, que passaram pelos anos de 1980, quando existia um número grande de pessoas com 25 anos por aí, era o fim do baby boom. Mas, agora, por alguma razão, as pessoas não estão tendo mais bebês.
g1 – O senhor está vindo ao Brasil este ano por duas vezes, com seu show solo e o show com Iron Maiden. E nenhuma delas é para o Rock in Rio. Por quê?
Bruce Dickinson – A gente tocou lá algumas vezes. Então, vamos dar um descanso este ano. Nós precisamos de um tempo para descer para Austrália, Nova Zelândia, Japão. Nós não passamos por lá já tem algum tempo. Vamos deixar outra banda ser headliner no Rock in Rio. Talvez na próxima edição.
Bruce Dickinson em Brasília
Data: 27 de abril
Local: Opera Hall (Endereço: SHTN Trecho 2 – Asa Norte)
Horário: 22h (abertura dos portões às 19h)
Ingressos:
Pista premium: R$ 800 (inteira) e R$ 400 (meia-entrada)
Pista: R$ 600 (inteira) e R$ 300 (meia-entrada)
Bruce Dickinson em Belo Horizonte
Data: 28 de abril
Local: Arena Hall (Endereço: Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230)
Horário: 20h (abertura dos portões às 18h)
Ingressos:
Pista: R$ 800 (inteira) e R$ 400 (meia-entrada)
Arquibancada: R$ 600 (inteira) e R$ 300 (meia-entrada)
Bruce Dickinson no Rio de Janeiro
Data: 30 de abril
Local: Qualistage (Endereço: Avenida Ayrton Senna, 3000 – Barra da Tijuca)
Horário: 22h (abertura dos portões às 19h)
Ingressos:
Camarote: R$ 900 (inteira) e R$ 450 (meia-entrada)
Pista Premium: R$ 800 (inteira) e R$ 400 (meia-entrada)
Pista: R$ 600 (inteira) e R$ 300 (meia-entrada)
Poltrona: R$ 500 (inteira) e R$ 250 (meia-entrada)
Bruce Dickinson em Ribeirão Preto
Data: 2 de maio
Local: Quinta Linda (Endereço: Rodovia SP 330, KM303)
Horário: 21h (abertura dos portões às 18h)
Ingressos:
Pista Premium: R$ 800 (inteira) e R$ 400 (meia-entrada)
Pista: R$ 600 (inteira) e R$ 300 (meia-entrada)
Bruce Dickinson em São Paulo
Data: 2 de maio
Local: Vibra São Paulo (Endereço: Avenida Nações Unidas, 17.955 – Vila Almeida)
Horário: 22h (abertura dos portões às 19h)
Ingressos:
Camarote: R$ 1.200 (inteira) e R$ 600 (meia-entrada)
Pista: R$ 800 (inteira) e R$ 400 (meia-entrada)
Plateia superior: R$ 600 (inteira) e R$ 300 (meia-entrada)
Visão parcial: R$ 400 (inteira) e R$ 200 (meia-entrada)

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Longas caminhadas, busca por sombra, filas para banheiro: g1 mostra que o público se diverte, mas também ‘rala’ no Rock in Rio

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Cidade do Rock tem 385 m² e sete palcos, onde acontecem atrações simultâneas. O espaço foi preparado para receber 700 mil pessoas, mas só tinha um estande vegano. Quanta experiência cabe dentro dos sete dias do Rock in Rio? Durante a cobertura do festival, o g1 acompanhou os fãs em êxtase com os artistas, mas também viu que nem tudo são flores: tem que andar muito de um palco para o outro, pegar sol na cabeça, fila para banheiro… Ou seja, o público se diverte, mas também tem que ter disposição (veja no vídeo acima).
O festival tem um palco principal e um palco secundário, que já são bem conhecidos do público. Mas, há também outros cinco palcos que fazem as atrações acontecerem, muitas vezes, de forma simultânea.
No Global Village, por exemplo, as apresentações étnicas acontecem quase que ininterruptamente. Nesse contexto, é preciso muita disposição para caminhar ou se locomover dentro dos 385 m² da Cidade do Rock.
Um grande espaço, com pouca cobertura. Tirando os lounges e as cabines dos banheiros, o público não tinha muitas opções de lugares com um teto sobre as cabeças, ficando à mercê do clima.
Na primeira semana, um solzinho insistente fez a galera abusar do protetor solar, óculos escuros e bonés. Na segunda semana, uma ventania chegou trazendo chuva e uma mudança no visual: as capas de chuva e manga comprida dominaram. No domingo, o sol reapareceu com muito calor.
Entre um show e outro dos palcos principais, o público revezava o local de descanso. Ora as cangas eram estendidas no gramado próximo ao Mundo; ora próximo ao Sunset. O dormitório a céu aberto, no entanto, foi desfeito, no final da tarde de sábado (21) por conta da chuva.
Banheiros bem cuidados, mas com filas
Os banheiros estavam sempre limpos, arrumados e abastecidos com papel e sabonetes. Cada unidade possuía dezenas de cabines. Mas, para um grande evento, capaz de receber 700 mil pessoas, não é de se espantar que, vez ou outra, as filas davam voltas pelas grades divisórias. Principalmente próximo ao término de algum show.
Outras filas chamativas eram as dos brindes. De algumas marcas, as pessoas chegaram a esperar quase duas horas para participar das atividades.
E não parou por aí. Pois a busca pelos mimos foi tão intensa, que chegou a ter planilha criada pelo público para elencar os melhores presentes dentre cosméticos, comidas, acessórios e roupas.
Comidas e brinquedos
Fila para roda gigante no Rock in Rio neste domingo
Raoni Alves/g1
As opções de comidas no Rock in Rio foram muitas. Mas estande vegano só teve um. Diferente dos hamburgueres, que em cada ponto de alimentação, havia várias opções de marcas diferentes.
Os brinquedos do Rock in Rio sempre foram uma atração à parte, né? Mas, para conseguir se aventurar no parque do rock, era preciso ser rápido.
Os portões do festival abriram, todos os dias, por volta das 14h. Mas, às 14h30 o agendamento para alguns já havia sido encerrado.

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Rock in Rio 2024: Os melhores e os piores shows… Os destaques e as decepções do festival

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Leia as críticas do g1, veja os rankings baseados nestas análises e assista aos principais momentos dos shows mais marcantes do festival (para o bem e para o mal). Mariah Carey canta ‘I want to know what love is’
A edição de 2024 do Rock in Rio, que terminou neste domingo (22), não teve o clássico Dia do Metal, mas viu surgir novos dias temáticos.
O Dia Delas, só com mulheres na programação, foi o melhor do festival, com shows surpreendentes e algumas das melhores performances deste ano. O Dia Brasil, por outro lado, teve mais baixos do que altos, com problemas técnicos, ausências de atrações e atrasos.
A equipe do g1 que esteve na Cidade do Rock e cobriu o festival escreveu críticas sobre todos os shows dos palcos Mundo e Sunset.
Abaixo, leia os rankings dos melhores e dos piores shows do Rock in Rio 2024. Esta lista não leva em conta apenas a relevância e o talento de cada artista. A reação da plateia, a escolha do setlist, a execução das músicas e a parte técnica também foram consideradas.
ENQUETE: Não concorda? Vote no seu show favorito
Os 10 melhores shows do Rock in Rio 2024
10º – Planet Hemp e Pitty
Planet Hemp canta ‘Legalize já’ no Palco Sunset
O Planet Hemp foi da maconha à floresta queimada em show que corrigiu um erro histórico do Rock in Rio. Ainda aceso, a banda entregou finalmente o show que os fãs esperaram por 23 anos no festival. “Vários filhos da p… mandando tacar fogo no Brasil inteiro. Vai se f…, e não quem está tacando fogo, mas quem está mandando tacar. Só barão do agronegócio, só falso pastor gigante”, disse BNegão a uma multidão inflamada por discursos e músicas contundentes. Chamada só nos minutos finais da apresentação, a presença de Pitty foi tímida. Leia mais sobre o show de Planet Hemp e Pitty no Rock in Rio 2024.
9º – Charlie Puth
Charlie Puth canta ‘See You Again’ no Rock in Rio
Charlie Puth esteve de volta ao Rock in Rio depois de sua estreia na edição de 2019. De lá para cá, ele engordou o setlist com mais hits de pop certinho, em sua maioria, dançantes. E ainda teve uma promoção: foi do Palco Sunset para um horário nobre no Palco Mundo. Com mais experiência, Puth garantiu bons momentos com público, em uma espécie de “esquenta” para Ed Sheeran. No fim, porém, Charlie acabou entregando mais do que o headliner. Leia mais sobre o show de Charlie Puth no Rock in Rio.
8º – OneRepublic
OneRepublic canta ‘Counting Stars’ no Rock in Rio
O assovio de “I ain’t worried”, do OneRepublic, foi o sinal para todo mundo levantar os celulares. E gritos emocionados ecoaram pelo Rock in Rio 2024 neste sábado (14). Ryan Tedder, que lidera o grupo, mostrou que é um showman. A ideia dele é fazer um karaokê no festival. E não foi nada difícil. Eles selecionaram um roteiro certeiro para engajar coros e mãos para cima formando ondas. E celulares também. Leia mais sobre o show do OneRepublic no Rock in Rio 2024.
7º – Deep Purple
Deep Purple toca ‘Smoke on the Water’ no Rock in Rio 2024
Se o tema do Rock in Rio esse ano é a celebração de 40 anos de existência, no dia do rock, era impossível ficar sem um representante de peso do rock clássico. A banda convocada para ocupar o espaço foi o Deep Purple. O cultuado grupo inglês mostrou que resistiu às mudanças de formação. Em “Smoke on the water”, ficou bonito quando eles jogaram para a galera cantar o refrão. Leia mais sobre o show do Deep Purple no Rock in Rio 2024.
6º – Matuê com Wiu e Teto
Matuê: ‘Já que a gente não pode acender no palco…’ ao início da música ‘Quer Voar’
Se há um astro do rap com apelo jovem no Brasil, o nome dele é Matuê. Em sua estreia no Palco Mundo, o artista cearense de 30 anos rimou sobre sexo e maconha para uma multidão formada principalmente por garotos adolescentes. “Já que a gente não pode acender no palco…”, brincou antes de emendar: “Passa o Bic, põe no ar…”. Maior sucesso do artista, “Quer Voar” serviu para colocar fogo na plateia. Matuê é quase um sinônimo da versão brasileira do trap — uma vertente mais arrastada do rap, que tem feito sucesso nas paradas musicais. Leia mais sobre o show de Matuê no Rock in Rio 2024.
5º – Travis Scott
Travis Scott incendeia palco mundo no Rock in Rio
Travis Scott fechou o primeiro dia de Rock in Rio, uma sexta-feira dominada pelo trap, sub estilo do rap que vai muito bem nas paradas, e chamou três fãs ao Palco Mundo. Mesmo começando com 40 minutos de atraso, o show foi o auge de uma noite de batidas graves, vozes distorcidas e letras sobre os vários prazeres da vida. Ao som de beats psicodélicos e pesados, Travis versa sobre o caos e provoca o caos. Poucos rappers em atividade têm esse poder de fazer um monte de gente se esgoelar, pular o mais alto que pode ou se jogar em rodas com tanta intensidade. Leia mais sobre o show de Travis Scott no Rock in Rio 2024.
4º – Pra Sempre Sertanejo
Chitãozinho e Xororó cantam o hino ‘Evidências’ no Palco Mundo do Rock in Rio
Poucos shows desta edição tiveram tanto engajamento do público quanto um bloco de apresentações dedicada ao sertanejo. Contra a resistência de parte dos frequentadores (especialmente de uma parcela roqueira mais conservadora), o estilo fez sua estreia no festival, após 40 anos de espera. A organização acertou ao escolher Chitãozinho e Xororó para conduzir o show com participações de Simone Mendes, Ana Castela, o rapper Cabal e Junior, filho de Xororó. Luan cancelou sua participação por causa de atraso na programação. Leia mais sobre o show Para Sempre Sertanejo no Rock in Rio.
3º – Cyndi Lauper
Cyndi Lauper canta em coro o sucesso ”Girls Just Want to Have Fun” no Rock in Rio
Cyndi Lauper é um ícone da música pop, do feminismo e da moda, mas já teve que lidar com críticas de que não manda bem ao vivo. Nesta sexta-feira (20) de Rock in Rio, a cantora nova iorquina de 71 anos oscilou um pouco, principalmente no começo. Mesmo assim, entregou um grande show. Tudo foi dando certo ao longo da noite. E há de se levar em conta que ela canta bem e não usa recursos dos quais outras cantoras abusam. Quase tudo o que se ouve vem do gogó dela e de seus vocalistas de apoio. Leia mais sobre o show de Cyndi Lauper no Rock in Rio.
2º – Ivete Sangalo
Ivete Sangalo voa sob plateia do Palco Mundo no Rock in Rio
Ivete Sangalo mostrou por que, há 30 anos, é a maior diva pop do Brasil. Em um show com surpresas, ela voou sobre a plateia presa a cordas e beijou a cantora Liniker ao apresentar uma música inédita. A cada show, no entanto, Ivete maceta a rejeição com a experiência e a energia de quem está acostumada a orquestrar uma multidão de cima de um trio elétrico por horas a fio. “Macetando”, hit absoluto do carnaval de 2024, teve milhares de pessoas na plateia reproduzindo a coreografia viral. Leia mais sobre o show de Ivete Sangalo no Rock in Rio.
1º – Mariah Carey
Mariah Carey canta ‘We belong together’
Mariah Carey entregou o que seus fãs queriam: dois looks que vão ser comentados durante toda semana e uma sequência de hits super bem cantados que a fizeram vender mais de 150 milhões de discos. A cantora americana faz o maior show da história do Palco Sunset em retrospectiva da carreira sem playback e com seus agudinhos característicos. Com uma plateia tão entregue e emocionada, não existe motivo para perpetuar o clichê roqueiro de que o Rock in Rio é um festival para quem não gosta de música. Talvez ele seja um festival para quem gosta de música que VOCÊ não gosta. Leia mais sobre o show de Mariah Carey no Rock in Rio.
Os 5 piores shows do Rock in Rio 2024
5º pior – 21 Savage
21 Savage anima público do Rock in Rio com o hit “Rockstar”
O rapper 21 Savage fez a sua estreia em solo brasileiro com uma apresentação de menos de uma hora. Seu DJ, Marc B, foi o responsável por convocar o público para frente do palco em uma performance de 15 minutos. Com pouca interação e sem tantos hits próprios, o clima de sua primeira vez no Brasil foi mais de contemplação do que de empolgação. Faltaram as tradicionais rodinhas, coros gritados e celulares para cima comuns em shows de trap. Leia mais sobre o show de 21 Savage no Rock in Rio.
4º pior – Akon
Akon tenta se jogar no público dentro de bola inflável, mas equipamento esvazia
Akon parecia estar mais interessado em oferecer uma experiência festiva do que um show voltado à sua própria carreira. A segunda metade da apresentação soou como uma balada sem identidade, com hits desconexos. O cantor cometeu uma gafe ao falar “São Paulo”. Imediatamente, os fãs levantaram um coro dizendo: “Rio de Janeiro”. Mas isso não pareceu constrangê-lo. O músico ficou mesmo com vergonha quando apareceu dentro de uma bolha inflável que estourou após poucos segundos de uso. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido, após se arremessar para a plateia de dentro da bolha. Muitas gafes para um show só. Leia mais sobre o show de Akon no Rock in Rio.
3º pior – Luísa Sonza
Luisa Sonza canta ‘Folhetim’ e emenda em ‘Chico’
Para fisgar o público em sua estreia no Palco Mundo, Luísa Sonza privilegiou seu repertório mais dançante, com coreografias virais reproduzidas por uma multidão. Na correria para incluir a maior quantidade de sucessos, ela cortou músicas já curtas originalmente. Deu a sensação de estar vendo o TikTok. A voz teve mais espaço num bloco de canções mais intimistas, no meio do show. Luísa evoluiu vocalmente. Mas, na ânsia para deixar isso bem claro, ela exagera na gritaria em músicas como “Penhasco”. Leia mais sobre o show de Luísa Sonza no Rock in Rio.
2º pior – Will Smith
Will Smith agita o público no Rock in Rio com o hit “Gettin’ Jiggy With It”
Escalado de última hora para cantar no festival e alavancar as vendas desta quinta-feira, Will Smith fez uma performance de 25 minutos no Palco Sunset. É maldade dizer que o papel de rapper em recomeço de carreira seja um dos piores já interpretados por ele. Mas não deixa de ter certo sentido. Acompanhado de dez dançarinas, Smith começou pocket show rimando em português, em uma parte da música “Bad Boys”. Mas, na maior parte do tempo, o som estourado e mal equalizado impedia a maioria de ouvir o que ele estava cantando. Leia mais sobre o show de Will Smith no Rock in Rio.
1º pior – Journey
Veteranos do Journey cantam ‘Don’t Stop Believin’ no Palco Mundo
O show do Journey instaurou um clima de vergonha alheia. Com exceção de “Don’t Stop Believin'” e “Anyway You Want it”, quase nada animou o público. Para piorar, o som não foi dos melhores. Começou bem baixo — a ponto de o vocalista Arnel Pineda ficar perguntando para o público se dava para ouvir os instrumentos direito. Além disso, seu gogó parecia o de alguém que trabalha com qualquer função que não seja cantar. Um vocal simultaneamente desafinado, estridente e afobado. Sem dúvidas, não será fácil tirar de Arnel o título de pior vocalista desta edição do festival. Leia mais sobre o show do Journey no Rock in Rio 2024.

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Shawn Mendes mostra que cresceu em retomada da carreira com músicas do novo álbum no Rock in Rio

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Cantor encerrou a edição de 40 anos do festival, na noite deste domingo (22). Ele vai lançar o seu quinto trabalho de inéditas em outubro. Leia a crítica do g1. Shawn Mendes canta “Heart of Gold”
O show de Shawn Mendes que encerrou esta edição do Rock in Rio neste domingo (22) foi um reencontro seu com seus fãs depois de dois anos de pausa na carreira. Ele mostrou que cresceu, se entregou e está pronto para uma nova empreitada.
Mendes não fazia um show de fato desde 2022, quando interrompeu a turnê “Wonder” para cuidar da saúde mental.
Agora, de volta ao jogo, ele anunciou seu quinto álbum de inéditas, “Shawn”, previsto para outubro. Ele chegou a mostrar as novas músicas em duas apresentações, em Londres e Nova York.
Sem uma turnê anunciada, era difícil prever o que poderia rolar no show por aqui. Mendes optou por trazer um pouco do roteiro da turnê de “Wonder” e agradar os fãs brasileiros dando uma palhinha do novo trabalho, uma não, quatro, entre elas, “Heart of gold”, que ainda não foi lançada.
Público vibra e canta junto com Shawn Mendes o hit “Señorita”
O roteiro começou já com um dos seus sucessos, “There’s nothing holdin’ me back”, do álbum “Illuminate”, fogos de artifício e muitos, muitos coros, e muitos pulinhos também.
Uma decepção para quem estava lá no fundo: o telão não funcionou até a metade da música e ficou impossível ver o rapaz.
“Eu te amo”, soltou de cara em português.
Ele seguiu com “Wonder” e “Treat you better” continua levantando os fãs mais apaixonados.
“Faz muito tempo que eu não estava em um palco assim. Isso é lindo”, disse. “Muito obrigado, Rio”
Nessa pegada mais de balada, o cantor mandou “Monster”, sua parceria com Justin Bieber.
Ele tem presença, se joga na performance e segura a onda apenas com a banda, que fica afastada ao fundo.
Lá nos idos de 2017, Mendes, então com 19 anos, fez a sua estreia no Rock in Rio, já no Palco Mundo. Era o caçula entre as atrações e estava encarando a maior plateia da sua carreira até então.
O moço provou que tinha competência, numa pegada soul pop à la John Mayer, sem falcatruas. Mas também mostrou que ainda precisava amadurecer, especialmente, nos vocais.
Agora, já com o status de estrela do pop, ele foi alçado a headliner do Palco Mundo, para encerrar o festival.
Ficava difícil acompanhar o espetáculo que Mariah Carey fez minutos antes de Sunset. Mas ele conseguiu engajar, mostrou que amadureceu e ainda exibiu mais habilidade vocal.
Mendes faz brincadeiras, conversa, conta sobre seus últimos anos, tira a camisa, pergunta como a plateia está e solta “te amos” em português.
Do repertório, “Señorita”, que divide com Camila Cabello, é um hit que rodou o mundo e a recepção aqui não poderia ser diferente.
Os coros na levada mais sexy dominaram todo o espaço do Rock in Rio. Ele retribui com o sorriso orgulhoso ver a multidão cantar junto.
“Stitches” é outra que causa reação bonitinha da plateia, do tipo cantarem de olhos fechados.
“Eu lembro quando eu vim para cá pela primeira vez, em 2017. E genuinamente, meu coração se abriu. Alguma coisa aconteceu que meu coração abriu”, disse para a plateia.
“Nos últimos dias, fiquei pensando no país e nas pessoas daqui, a verdade é que apesar de o Brasil sofrer, tem as pessoas mais iliminadas. A gente vem e vocês dançam, cantam, amama. Vocês têm muito a ensinar ao mundo”, falou antes de lembrar um trecho de “Mas que nada”.
Antes de “It’ll be olkay”, ele contou sobre sua pausa na carreira. Disse, entre outras coisas, que não sabia se voltaria a pisar novamente em um palco.
“Passei tempos com a minha família e meus amigos e percebi que não estou sozinho no mundo”, disse. “E de volta no palco, eu não precisava fazer muita coisa, porque eu tenho 200 mil brasileiros comigo. Vocês fazem ficar divertido.”
O momento deu o gancho para o bloco das músicas novas, parte de “Shawn”. O álbum é mais pessoal, de seus questionamentos sobre a vida e até um olhar para a simplicidade das coisas.
“Isn’t that enough” foi a primeira delas, seguida por “Nobody knows”, ambas de pegada mais country e que já foram lançadas como singles.
Ele contou também sobre a perda de um de seus melhores amigos, anos atrás, por overdose, e do difícil processo de aceitar a morte.
“Pensei nele nesses últimos anos e decidi que escreveria uma carta”, contou, antes de apresentar “Heart of gold”, que ainda inédita. A música foi emendada com trecho de “Pumped up kicks”, do Foster the people.
“Está calor?”, pergunta para a plateia. Ele ainda arranca alguns decibeis a mais dos fãs quando é convencido de tirar a regata branca.
Sem camisa, Mendes conseguiu fazer quem estava sentado levantar e gritar com toda força — ele aproveitou a turma pulando para mandar a animadinha “Why why why”, também da nova safra.
O cantor retorna para a reta final do show, com a música “If I can’t have you”, o cover de “Message in a bottle”, do The Police, “Mercy” e encerra com o hit “In my blood”.
Shawn Mendes está mesmo afim de voltar aos palcos. A expectativa agora é que ele volte ano que vem para o Lollapalooza, com um show novinho em folha.

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