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Festas e Rodeios

Enquetes: Vote nos melhores filmes, séries e músicas de 2021

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Produções que se destacaram no ano têm todos os estilos. Escolha sua preferida. 2021 teve muitos filmes, séries e músicas que estouraram.
Até o James Blunt latiu ao som “Coração cachorro”, o Brasil dançou muito ao som de “Batom de cereja” e o mundo se rendeu à novata Olivia Rodrigo.
No streaming e no cinema, duas produções chegaram entrando para o time de recordistas. A coreana “Round 6” se tornou a série mais vista da história da Netflix e o filme “Homem-Aranha: Sem volta para casa” conseguiu a segunda melhor estreia de todos os tempos nos Estados Unidos.
Mas estes não foram os únicos destaques. O g1 listou dez filmes, dez séries e dez músicas que mais bombaram no ano. E, agora, cabe a você votar na sua preferida e escolher a melhor de cada categoria.
Vote nas enquetes abaixo:
Qual o melhor filme de 2021?
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Qual a melhor série de 2021?
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Qual a melhor música de 2021?
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Festas e Rodeios

De Tyler the Creator a Ayra Starr, como sons africanos inspiram hits atuais do mainstream

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Entenda como ‘Noid’, do cantor Tyler the Creator, é reflexo de onda de canções que bombam com ritmos africanos. É com riffs distorcidos de guitarra, batidas em foco e suspiros ofegantes que Tyler the Creator inicia “Noid”, o hit paranoico de “Chromakopia”, seu álbum lançado no fim de outubro. Vibrante, a canção traz um rap alucinógeno com traços de zamrock, o rock zambiano surgido na década de 1970.
Com versos que expõem um Tyler inseguro diante da fama, “Noid” sampleia “Nizaka Panga Ngozi”, música da banda Ngozi Family. “Quando vier à minha casa, mantenha o respeito (paranoico) / porque eu não quero fofocas, fofocas/ fofocas trazem problemas”, canta o vozeirão agudo de Paul Ngozi no trecho do sample — falado em chewa, um dos idiomas da Zâmbia.

Compartilhando semelhanças com o hard rock, blues, soul e funk estadunidense, o zamrock é um subgênero de rock que mescla ritmos africanos com ares libertários de psicodelia. A partir de rasgos de guitarra elétrica e kalindula (instrumento que lembra o baixo), o estilo surgiu no embalo decolonial da Zâmbia recém-independente. Nos anos 1980, caiu em crise devido à epidemia de Aids. E agora, ressurge nas paradas de maior sucesso mundial.
Além de “Noid”, o zamrock está presente em “Sirens”, de Travis Scott, outro rapper que gosta bastante de trabalhar com rock e psicodelia. A música, que também virou hit quando lançada (2023), faz sample de “Nsunka Lwendo”, da banda zambiana Amanaz.
Assim como Tyler e Travis, outros artistas do mainstream têm se inspirado em sons africanos e, com eles, emplacado hits globais. É uma onda que vem crescendo desde 2022, quando veio o megassucesso “Calm Down”, parceria entre o rapper nigeriano Rema e a popstar americana Selena Gomez.

Nem tudo é afrobeats
“Calm Down” é um afrobeats, música que mistura vários gêneros — desde populares, como R&B e dancehall, até vertentes mais nichadas como highlife, fuji e afrobeat.
Aqui vale frisar que afrobeat e afrobeats são coisas diferentes. A palavra sem o “s” é um gênero surgido nos anos 1960, com uma pegada que lembra jazz e música iourbá. É tocado em orquestras, e teve Fela Kuti como pioneiro. Já o termo com “s” veio bem depois, nos anos 2000, para se referir de forma genérica ao pop africano.
Atualmente, quem está bombando nas paradas é o estilo com “s”: o afrobeats. Em 2023, ele foi tocado por 223 milhões de horas só no Spotify. A plataforma também notou um aumento de músicas desse tipo em seu acervo: desde 2017, houve um aumento de 550%.
A cantora nigeriana Ayra Starr
Divulgação
Uma das vozes mais famosas do estilo é a da Ayra Starr, que canta os hits “Santa”, “Bloody Samaritan” e “Rush”. Nas letras, a nigeriana costuma misturar inglês, iorubá e naijá. Neste ano, ela foi uma das indicadas ao primeiro troféu Grammy de música africana (cuja vencedora foi Tyla).
“Se você me der uma batida de funk [americana], encontrarei um afrobeats nela e te darei um afropunk”, afirmou Ayra à revista americana “Elle” em maio. “Tenho muito orgulho de ser uma artista afrobeats.”
Mas nem todo mundo sente isso. Mesmo sendo popularmente conhecido como um cantor da safra afrobeats, o nigeriano Burna Boy não gosta dessa associação. Em 2018, ele chegou a dizer que prefere termos como “afrofusion” e “afropop”, e deu a entender que falar “afrobeats” seria um desrespeito aos músicos do afrobeat (o gênero escrito no singular). Cinco anos depois, ele ainda afirmou que “90% daquilo que é chamado de afrobeats” são músicas “sem substância”. O fato é que o termo virou recorrente no vocabulário da produção pop.
No Brasil, quem tem curtido o afrobeats é Ludmilla. Ela levou o som para “Socadona” e “Whine” —essa em parceria com o nigeriano Asake. Além da cantora, o EP “AfroHits” (cujo lançamento é dia 20 deste mês) também promete surfar no estilo trazendo um gostinho nacional.
O cantor Burna Boy
Divulgação
“É um disco completamente baseado em um ritmo que tem contagiado a Europa. Mas ele é voltado ao mercado brasileiro, então mistura essas essências do afrobeats com funk e trap”, diz ao g1 Jefferson Junior, sócio da produtora Mousik. Entre os artistas do disco, estão as funkeiras Rebecca e Bibi Babydoll. “O cenário pop precisava de renovação.”
Ele também diz que o boom do afrobeats tem influenciado gêneros tipicamente afrobrasileiros como funk, trap e samba. “Qualquer beat feito com inspiração na música africana é um afrobeats.”
É justamente desse caráter genérico do conceito que surgem algumas discussões. Tivemos um exemplo em setembro, quando a sul-africana Tyla levou o troféu VMA de Melhor Afrobeats. Ao recebê-lo, ela deu uma alfinetada na premiação.
“Sei que existe uma tendência de enquadrar todos os artistas africanos sob o rótulo de ‘afrobeats’. Mas ainda que o afrobeats tenha dominado acelerado as coisas e aberto tantas portas para nós, a música africana é muito diversa”, disse a cantora.
Tyla se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
Diáspora musical
Dona do hit “Water” e vencedora do primeiro Grammy de música africana, Tyla canta amapiano. Esse é outro gênero da África que vem crescendo no mainstream.
O amapiano é um gênero sul-africano surgido nos anos 2010, com influências do kwaito, house music e soul. Seus arranjos costumam trazer piano, baixo, sintetizadores e, sobretudo, o chamado tambor de fenda. As músicas têm uma atmosfera brisada, são dançantes e sexy.
Além de explorar o zamrock, Travis Scott também trabalhou com o amapiano recentemente. No remix de “Water”, ele canta ao lado de Tyla, adicionando um trecho de rap melódico no hit sedutor.
Travis Scott se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Com 855 milhões de streams no Spotify em 2024, o gênero também aparece em “Tshwala Bam”, feat entre TitoM, S.N.E, Yuppe e Burna Boy. É também um estilo que vem inspirando a brasileira Larissa Luz e conduziu seu show no festival Afropunk, que aconteceu neste fim de semana em Salvador.
“O amapiano está com bastante destaque global”, diz o produtor Rafael Tudesco, da Warner Music. “Teve um aumento de hits pop inspirados em gêneros africanos, sim. Muito disso é por conta da cultura que esses ritmos têm. O modo de se vestir, danças, gírias…”
Com a crescente influência do TikTok na indústria musical, a dança passou a ser um elemento importante para a receita do hit mainstream. Daí, coreografias africanas que viralizam na rede acabam ajudando a impulsionar alguns gêneros do continente.
“A globalização, a popularização da internet, o acesso às redes… Isso fez as pessoas terem acesso a cenas locais de diversos cantos do mundo. E a música pop bebe muito de cenas locais, sempre está em busca do novo som”, acrescenta Rafael.
Tyler the Creator em ‘Noid’, seu oitavo disco
Divulgação
Quando falamos em mercado musical, não há dúvidas de que a África foi (e ainda é) preterida para investimentos, acordos e parcerias. Rafel afirma, no entanto, que o mercado fonográfico africano tem vivido uma expansão. Ele lembra, por exemplo, que a própria Warner lançou neste ano um escritório voltado aos países francófonos do continente.
O setor de streaming também deve crescer na região. Uma pesquisa da Statista mostra que o streaming musical na África deve crescer em R$ 513 milhões até 2027.
“As gravadoras precisam investir mais no continente africano para que cada vez mais a gente tenha artistas e selos da região. É preciso fazer mais isso em vez de simplesmente injetar [a estética de gêneros locais] no mainstream [do Ocidente] tentando fabricar algo que não é real”, diz Rafael.

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Voz de Erasmo Carlos percorre a saga política do filme ‘Ainda estou aqui’ com balada existencialista lançada em 1971

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Erasmo Carlos (1941 – 2022) na capa do álbum ‘Carlos, Erasmo…’, disco de 1971 que traz a balada ‘É preciso dar um jeito, meu amigo’
João Castrioto / Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Blockbuster instantâneo do cinema brasileiro, o filme Ainda estou aqui tem arrastado multidões para as salas de cinema desde a entrada em circuito nacional na quinta-feira, 7 de novembro.
Os milhares de espectadores do filme do cineasta Walter Salles estão se deparando no filme com gravação emblemática de Erasmo Carlos (1941 – 2022), destaque da trilha sonora calcada na música brasileira dos anos 1970, década em se inicia a saga política de Eunice Paiva (1929 – 2018), mulher do deputado Rubens Paiva (1929 – 1971), assassinado por militares em janeiro de 1971.
A gravação em questão é a da música É preciso dar um jeito, meu amigo, balada existencialista composta por Erasmo com Roberto Carlos e apresentada pelo Tremendão no sétimo e definidor álbum do artista, Carlos, Erasmo…, lançado no segundo semestre de 1971, ano em que está situado o início do filme Ainda estou aqui.
Com o tempo, o álbum Carlos, Erasmo… se tornou o mais cultuado da discografia de Erasmo, e uma das faixas que mais geram o culto é justamente É preciso dar um jeito, meu amigo. O toque da guitarra de Lanny Gordin (1951–2023) se impõe entre as cordas orquestradas para a gravação da faixa É preciso dar um jeito, meu amigo.
Por evocar com sobriedade o clima sombrio do Brasil em 1971, sem qualquer traço de sentimentalismo, essa gravação de Erasmo Carlos se afina com o tom igualmente econômico e preciso da direção de Walter Salles.
Com versos melancólicos que captam a angústia gerada pelos horrores da ditadura, a música É preciso dar um jeito, meu amigo já fez parte das trilhas sonoras da novela Amor de mãe (Globo, 2019) e da quarta temporada da série Outer banks (Netflix, 2024) antes de realçar o sentido da história contada pelo diretor Walter Salles no filme Ainda estou aqui com base no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva.

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Fernanda Torres: ‘Às vezes você sonha que seus filhos te ponham no colo, mas não dá certo. O papel da mãe é segurar’

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Atriz conta os desafios de viver a esposa de Rubens Paiva no filme que chegou aos cinemas de todo o país. Fernanda Torres estrela novo filme de Walter Salles, que deve concorrer ao Oscar.
KC Armstrong/Getty Images via BBC
Uma família com cinco crianças e um cachorro. Uma casa igualmente grande, barulhenta e de frente para o mar. Um entra e sai de amigos, que se espalham por uma espaçosa mesa de jantar. Há muita música, dança e risadas.
O diretor Walter Salles constrói o castelo perfeito para derrubá-lo em seguida em Ainda estou aqui, filme que estreou na última quinta-feira (7) em todo o Brasil e representará o país na disputa pelas indicações ao Oscar.
A partir de uma tragédia real — o desparecimento do deputado Rubens Paiva pela ditadura militar, em 1971— o filme fala também sobre a impermanência da vida.
“E a vida é incrível, porque às vezes esses momentos de terrível dificuldade acabam formando seu caráter. E é o que eu acho que aconteceu com a Eunice”, diz a atriz Fernanda Torres à BBC News Brasil em uma entrevista por telefone, de Los Angeles.
No longa, Fernanda Torres vive Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, que vê sua vida virar do avesso após o desaparecimento do marido.
O filme ainda conta com uma pequena participação de sua mãe, a atriz Fernanda Montenegro. Mas Fernanda Torres conta que, a princípio, essa participação era muito maior.
Era para a mãe viver Eunice nos últimos anos de sua vida, quando ela foi acometida pelas dificuldades advindas do Alzheimer.
“Mas mamãe disse que não faria, porque era um erro tirar uma atriz e colocar outra”, conta Fernanda Torres. “Por isso, eu fiz meio que no susto. Mas acho que dei conta.”
Mas no fim, as cenas que mostravam a vida de Eunice com a doença acabaram cortadas.
“Tinha uma cena fortíssima que é com a [atriz] Marjorie Estiano [que interpreta uma das filhas do casal, Eliana] levando a Eunice na cadeira de rodas para o Doi-CODI.”
Além de cuidar dos filhos sozinha e lutar para que a morte do marido fosse reconhecida, Eunice Paiva foi estudar direito e tornou-se a maior especialista em direito indígena no país naquela época.
O livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que dá origem ao filme, descreve muito o drama daquela mulher independente que acaba acometida pela doença.
“O grande medo da Eunice era ficar dependente. Por isso, chega uma hora em que ela pede para ser interditada”, conta Fernanda.
“Isso é algo que toda família acaba lidando, se você tiver a sorte de viver muito. E só se aprende vivendo, você não consegue predizer, não é uma coisa do dia para a noite. É sutil.”
Com os cortes, Fernanda Montenegro acaba aparecendo na pele de Eunice, na cena final. Por isso, o filme também é o reencontro de Walter Salles com a atriz, quase 30 anos após as filmagens de Central do Brasil.
Aclamado pela crítica, o longa levou o Brasil ao tapete vermelho do Oscar, consagrando Fernanda Montenegro como a primeira mulher latino-americana a disputar uma estatueta por melhor atriz.
Mas ela acabou perdendo para Gwyneth Paltrow, de Shakespeare Apaixonado.
Selton Mello e Fernanda Torres protagonizam filme dirigido por Walter Salles.
Vittorio Zunino Celotto/Getty Images via BBC
Agora, Ainda estou aqui pode levar novamente o Brasil a disputar uma inédita estatueta.
Premiado pelo roteiro no Festival de Veneza, o longa foi escolhido para representar o Brasil nas indicações para a disputa do Oscar, que serão conhecidas no dia 17 de janeiro de 2025.
A expectativa com a cerimônia, que ocorre no dia 2 de março, é alta. Mas para Fernanda, o mais importante é levar os brasileiros de volta às salas de cinema. “Eu adoraria que fosse um filme que trouxesse o público de volta para o cinema no Brasil”, diz.
“Na pandemia, todo mundo comprou uma TV imensa, então, para algo te tirar de casa e fazer você ir até o cinema, tem que ser algo que desperte curiosidade, uma certa urgência de ver.”
Segundo ela, Ainda estou aqui é um filme “sobre o Brasil e para o Brasil”.
“Você pode ser de esquerda, de direita, de centro, não importa, eu tenho certeza que vai te tocar em um lugar diferente, eu vi isso em todos os países por onde o filme passou.”
Em campanha pelos festivais e para que o filme chegue a disputar o Oscar, Fernanda passará o resto do mês de novembro em Los Angeles.
“Nos últimos cinco meses, eu devo ter passado cinco dias no Brasil”, conta.
“Ainda bem que meus filhos já estão grandes, porque senão não sei como seria.”
Assim como Eunice Paiva, que teve cinco filhos, a maternidade está muito presente na vida de Fernanda.
Ela teve dois filhos com o diretor Andrucha Waddington, que já tinha outros dois meninos quando eles se conheceram.
“Esse lado mãe da Eunice, eu tenho também”, diz.
“E Eunice lembra muito mamãe, por ter essa inteligência da mulher dos anos 70, que, de certa forma, eu acho que herdei também.”
No filme, Eunice acaba criando sozinha os cinco filhos, que ainda eram crianças quando o pai foi levado.
Em uma das cenas, ela é forçada a dizer que “mamãe não está triste” e enxugar as lágrimas quando é perguntada por uma das filhas por que ela estava triste.
“A mãe, de certa maneira, tem que dar uma segurada mesmo”, diz, para depois ponderar.
“Às vezes você sonha que seus filhos te ponham no colo, mas quando você tenta, acaba não dando muito certo (risos). Toda mãe já teve isso: você tenta chorar para que seu filho tenha pena de você, mas, geralmente, eles não têm, e eu acho que esse é o papel da mãe mesmo, estar ali para segurar.”
Essa muralha na qual Eunice se transforma é marcada o tempo todo no filme.
Em uma das cenas, ela ordena que os filhos sorriam em um retrato para a revista Manchete, enquanto o marido está desaparecido, depois que o repórter pede uma feição “triste”.
“Não adianta sentar na calçada e chorar, porque os deuses não terão pena de você”, resume Fernanda, sobre a energia vital de Eunice Paiva.
Caso de Rubens Paiva está parado no Supremo
A morte de Rubens Paiva foi reconhecida somente 40 anos depois dele ter sido assassinado pelos militares.
No entanto, até hoje os culpados pelo crime não foram responsabilizados.
Foi por meio de um trabalho de investigação realizado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que apontou os suspeitos de terem participado do assassinato do deputado.
Com base no relatório da CNV, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou, em 2014, cinco ex-integrantes do sistema de repressão da ditadura militar pelo assassinato e ocultação do cadáver do deputado: José Antonio Nogueira Belham, Rubens Paim Sampaio, Jurandyr Ochsendorf e Souza, Jacy Ochsendorf e Souza e Raymundo Ronaldo Campos.
As acusações incluíam homicídio doloso, ocultação de cadáver, associação criminosa armada e fraude processual.
A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia, que foi posteriormente confirmada pelo Tribunal Regional da 2ª Região.
Mas a defesa dos réus pediu um habeas corpus, negado pelo Tribunal Regional Federal. O caso chegou então ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, por meio do ministro Teori Zavascki, concedeu uma liminar em 2014, paralisando o processo.
O ministro Alexandre de Moraes herdou os processos pendentes de Zavascki após a sua morte em 2017 em decorrência de um acidente de avião. Após seis anos sem movimentação, no mês passado Moraes pediu que a Procuradoria Geral da República se manifeste sobre o caso.
Dos cinco militares acusados pelo crime, três já morreram.
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