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Festas e Rodeios

Livro expõe lutas de Alcione, Beth Carvalho, Clara Nunes, Dona Ivone Lara e Elza Soares no patriarcado

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Narrativa de Leonardo Bruno em ‘Canto de rainhas’ enfatiza batalhas pessoais e profissionais das artistas contra o machismo e o racismo da sociedade brasileira. Capa do livro ‘Canto de rainhas – O poder das mulheres que escreveram a história do samba’, de Leonardo Bruno
Divulgação / Editora Agir
Resenha de livro
Título: Canto de rainhas – O poder das mulheres que escreveram a história do samba
Autor: Leonardo Bruno
Edição: Agir
Cotação: * * * *
♪ Um dos maiores conhecedores da história do samba e do Carnaval carioca, o jornalista e roteirista Leonardo Bruno alinha no livro Canto de rainhas – O poder das mulheres que escreveram a história do samba perfis biográficos de cinco cantoras associadas ao samba.
O traço de originalidade da narrativa reside no enfoque do autor. Bruno mostra como Alcione, Beth Carvalho (5 de maio de 1946 – 30 de abril de 2019), Clara Nunes (12 de agosto de 1942 – 2 de abril de 1983), Dona Ivone Lara (13 de abril de 1922 – 16 de abril de 2018) e Elza Soares tiveram que driblar o império masculino da sociedade – modelo patriarcal reproduzido no território do samba – em muitos momentos das respectivas trajetórias pessoais e profissionais para se fazerem ouvir na vida e na música. Esse recorte valoriza o livro, uma vez que já existem biografias de Clara, Dona Ivone e Elza na bibliografia musical nacional.
A luta de Ivone Lara para se impor como compositora nas quadras e terreiros a partir da década de 1940 já é notória e talvez seja o símbolo maior da batalha feminina enfrentada cotidianamente por essas cinco bravas mulheres em sociedade machista e racista.
Aliás, o título do livro, alude ao nome do samba Canto de rainha, composto por Arlindo Cruz e Sombrinha para saudar Ivone Lara e gravado originalmente por Beth Carvalho no álbum Coração feliz (1984).
Aberto com conversa imaginária entre as cinco protagonistas do livro, papo escrito a partir de trechos de entrevistas das artistas, o livro Canto de rainhas segue com texto que historia brevemente os legados de mulheres que as precederam na música brasileira – com ênfase na invisibilidade dada ao papel da baiana Hilária Batista de Almeida (1854 – 1924) como criadora do samba que brotou na cidade do Rio de Janeiro (RJ) nos anos 1910 – e com sucinto ensaio sobre os pontos em comuns nas trajetórias guerreiras dessas cantoras que formam o ABCDE da narrativa.
Somente então Leonardo Bruno começa a perfilar separadamente cada uma das cinco cantoras protagonistas do livro, cujo capítulo final, Novas rainhas, aborda cantoras que ganharam visibilidade na roda a partir dos anos 2000, casos de Fabiana Cozza e de Teresa Cristina.
Alcione, Beth Carvalho, Clara Nunes, Dona Ivone Lara e Elza Soares formam o ‘ABCDE’ do samba
Divulgação / Montagem G1
Importante por inexistir biografia de Alcione Dias Nazareth, o perfil da Marrom revela que a cantora maranhense poderia ter saído de cena em 1970, antes de alcançar o sucesso, se tivesse aceitado o convite para integrar grupo que iria fazer shows pelo nordeste do Brasil.
Como estava comprometida com apresentação no programa de calouros A grande chance, comandado pelo apresentador Flávio Cavalcanti (1923 – 1986) na TV Tupi, Alcione teve que recusar o convite para se apresentar pelo nordeste com o grupo, sem saber que a viagem provavelmente lhe seria fatal. É que, numa das etapas da viagem, o avião que saíra do Recife (PE) – e que pegara o grupo na escala em São Luís (MA) – caiu nas proximidades de Belém (PA), matando quase todos os passageiros.
Como escapou da morte (“Foi coisa do destino mesmo. Acabei ganhando a minha grande chance”, avaliou Alcione em entrevista publicada em 1979), a Marrom acabou vencendo a luta pelo reconhecimento profissional após anos de atuação como cantora da noite carioca.
A vitória aconteceu porque, como reitera Leonardo Bruno, Alcione teve que aceitar ser apresentada como “A voz do samba” em 1975 por determinação de Roberto Menescal, então diretor da gravadora Philips.
Criada sob a rígida disciplina familiar, Alcione teve o benefício do incentivo do pai músico, João Carlos Dias Nazareth, para se educar musicalmente. Cantora e instrumentista, hábil no toque do trompete, Alcione jamais se dissociou do samba, mas, aos poucos, provou que a potente voz de contralto poderia ser posta a serviço de todo tipo de música brasileira, inclusive das canções despudoramente românticas tão ao gosto da intérprete.
Alcione, Beth Carvalho, Clara Nunes, Ivone Lara e Elza Soares são as rainhas do livro de Leonardo Bruno
Divulgação / Montagem G1
Já Beth Carvalho sempre fez questão de ser entronizada como uma rainha do samba desde que abraçou o gênero no alvorecer da década de 1970. Das cinco cantoras perfiladas por Leonardo Bruno, a carioca Elizabeth Santos Leal de Carvalho é a que nasceu e cresceu em condições sociais mais favoráveis.
Criada na abastada zona sul do Rio de Janeiro (RJ), Beth abriu alas quando viu luz no fim do Túnel Rebouças – ponte entre as zonas sul e norte da cidade partida – e deu voz ao samba da geração surgida nos fundos dos quintais dos subúrbios cariocas.
Álbum histórico por ter renovado o samba, De pé no chão (1978) norteou a discografia de Beth Carvalho, cantora que soube se impor e se fazer respeitar em quadras também dominadas pelo poder patriarcal. Como lembra Leonardo Bruno, Beth era a única mulher entre 18 homens em foto do encarte do álbum De pé no chão.
No texto sobre Clara Francisca Gonçalves, o autor mostra que a mineira precisou ser guerreira para driblar as regras do patriarcado – ainda mais rígidas para mulheres nascidas e criadas em cidades do interior do Brasil – na vida e no meio musical. Tanto que Clara teve que ir para a imprensa negar o rumor de que tinha caso com o apresentador de TV José Abelardo Barbosa de Medeiros (1917 – 1988), o Chacrinha, somente por aparecer bastante nos programas do Velho Guerreiro.
Ainda assim, como mostra Leonardo Bruno, o suposto acaso ainda reverbera, a ponto de ter sido apresentado como fato em recente filme de ficção sobre Chacrinha.
Alcione, Beth Carvalho, Clara Nunes, Dona Ivone Lara e Elza Soares são perfiladas no livro
Divulgação / Montagem G1
No caso de Yvonne da Silva Lara, a batalha principal foi travada dentro do círculo familiar. Tanto que a sambista somente passou a se dedicar ao ofício de cantora depois da morte do marido, Oscar Costa, em 1975, após 28 anos de casamento formalizado em 1947.
Antes, Ivone teve que driblar o preconceito de pais e tios para se impor como compositora, mesmo tendo nascido em família de bambas imperiais. Das cinco rainhas do livro, Ivone Lara é a única também identificada como (grande) compositora, criadora de melodias delicadas letradas com versos poéticos por parceiros homens.
A carioca Elza Gomes da Conceição também compõe eventualmente, mas a produção autoral foi abafada pelo poder da voz rouca, amplificada ao longo dos anos 1960 pelo intuitivo dom jazzístico, pela sagacidade e pelo suingue que a credenciou a cair no sambalanço, gênero dominante na discografia de Elza naquele década.
A partir dos anos 2000, Elza alargou o eixo estético da obra fonográfica, até então enquadrada dentro do samba por pressões mercadológicas – salvo uma ou outra tentativa, como a feita no álbum Somos todos iguais, de 1985.
Dura na queda, Elza encarou as adversidade sociais de quem se cria no morro, se engalfinhou com o machismo e combateu o racismo, se tornado a voz de pessoa vitoriosa. Aos 91 anos (idade que o autor diplomaticamente prefere não bancar no perfil da cantora), Elza Soares é entidade que personifica o poder feminino exaltado por Leonardo Bruno ao longo de 416 páginas.
O livro Canto de rainhas, cabe ressaltar, se escora no recorte que conecta as trajetórias de cinco vozes que se fizeram ouvir no patriarcado nacional, sem se deixarem abater pelo machismo. Vozes já eternas que denunciaram o soluçar de dor que ainda ecoa no canto do Brasil.
Alcione, Beth Carvalho, Clara Nunes, Dona Ivone Lara e Elza Soares ‘conversam’ no capítulo inicial do livro
Divulgação / Montagem G1

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‘Quem não gostou, paciência’, diz Chitãozinho sobre estreia do sertanejo no Rock in Rio

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Chitãozinho & Xororó, Ana Castela e Simone Mendes cantaram na 1ª vez do estilo musical no festival neste sábado (21). Luan Santana se apresentaria, mas cancelou após atraso na programação. Chitãozinho, Xororó e Ana Castela falam sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio
O sertanejo fez, enfim, sua estreia no Rock in Rio. Chitãozinho & Xororó, Ana Castela e Simone Mendes subiram ao Palco Mundo na primeira vez do estilo no festival neste sábado (21).
“Vai mudar tudo. Esse festival é conhecido no mundo inteiro, e nós sempre sonhamos um dia subir neste palco”, diz Chitãozinho sobre a importância da entrada do sertanejo no festival, em coletiva de imprensa. “Foi uma grande conquista para nós”.
Durante muitas edições, parte do público pedia a inclusão do estilo no line-up do festival. Porém, outra parte torceu o nariz quando foram anunciados.
“Aos que gostaram a gente agradece. Os que não gostaram, paciência para eles”, diz Chitãozinho.
Para Ana Castela, “Evidências” é uma das músicas com poder para fazer a plateia mudar de ideia. “Eu tenho certeza de que quem não gostou conhece a música ‘Evidências'”, diz a cantora.
Luan Santana se apresentaria, mas cancelou após atraso na programação. Ele tinha um show marcado na mesma noite, São José (SC).
Chitãozinho e Xororó cantam o hino ‘Evidências’ no Palco Mundo do Rock in Rio

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Sem Luan Santana, sertanejos fazem estreia gloriosa, mostrando que têm demanda no Rock in Rio

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‘Evidências’ teve maior coro da edição até agora. Luan cancelou participação por causa de atraso na programação; Simone Mendes e Ana Castela cantaram hits. Chitãozinho E Xororó cantam “Fio de cabelo” no Rock in Rio
Entre os shows que já aconteceram no Rock in Rio 2024, poucos tiveram tanto engajamento do público quanto um bloco de apresentações dedicada ao sertanejo neste sábado (21), penúltimo dia do evento. Contra a resistência de parte dos frequentadores — especialmente de uma parcela roqueira mais conservadora –, o estilo fez sua estreia no festival, após 40 anos de espera.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Foi uma estreia gloriosa. A organização acertou ao escolher Chitãozinho e Xororó para conduzir o roteiro de performances e guiar a plateia. Para os fãs de sertanejo, a dupla desperta idolatria do nível de rockstars.
Chitãozinho e Xororó cantam o hino ‘Evidências’ no Palco Mundo do Rock in Rio
“Evidências”, música da dupla que se tornou quase um hino nacional, foi deixada para o final do show. Naturalmente, teve o maior coro da edição até agora. Milhares de pulseirinhas coloridas na plateia — ao estilo show do Coldplay — ajudaram a criar uma cena inesquecível para quem estava lá.
O restante das músicas do repertório dos dois também foi recebido com empolgação. Em “Alô”, milhares de celulares com lanternas ligadas iluminaram a plateia. “Galopeira” teve o público envolvido em um desafio para segurar pelo maior tempo possível a nota do refrão.
“Quando nós começamos a cantar música caipira, era quase impossível tocar na rádio. Não tínhamos espaço na mídia, nossa música só era tocada na madrugada ou ao entardecer”, lembrou Xororó.
Simone Mendes canta “Erro gostoso” no Rock in Rio
“Até que um dia chegou às nossas mãos essa música, que mudou nossas vidas”. Era “Fio de Cabelo”, incluída no álbum “Somos Apaixonados”, que em 1982 tornou Chitãozinho e Xororó conhecidos nacionalmente.
Desfalque
A ideia de incluir o sertanejo no Rock in Rio começou a tomar forma durante a edição de 2022. Roberto Medina, idealizador do festival, passou a sinalizar em entrevistas o desejo de incluir nomes do sertanejo no line-up de 2024, citando nominalmente o cantor Luan Santana. Ele é conhecido pela megaprodução de seus shows.
A dupla Chitãozinho e Xororó se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
Em entrevista ao g1 em setembro de 2022, o próprio Luan disse que seria “uma honra” se apresentar no evento. Mas ele não apareceu no palco.
Com um compromisso marcado em Florianópolis na mesma noite, Luan cancelou de última hora a participação no show e citou como motivo um atraso na programação deste sábado. O bloco sertanejo começou cerca de uma hora e meia depois do horário inicialmente previsto.
Outros convidados seguraram bem o show. Simone Mendes foi convidada para um bonito dueto com Chitãozinho e Xororó em “Página de Amigos”. A cantora, ex-dupla da irmã Simaria, também apresentou seu hit “Erro Gostoso”, umas das músicas mais tocadas do Brasil em 2023 — deu para sentir pelo tamanho do coro.
Ana Castela se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
Ana Castela entrou para apresentar “Sinônimos”, que tem versão gravada em parceria com a dupla, e a sua “Nosso Quadro”. Muitas menininhas emocionadas com seus chapéus de boiadeira apareceram no telão — a cantora é popular entre as crianças.
“Foi aqui que a Katy Perry pisou”, perguntou Ana, no mesmo palco onde a cantora americana se apresentou nesta sexta-feira (20).
Tanto Ana quanto Simone saíram correndo depois de suas participações, avisando que tinham compromissos em outros lugares do Brasil — uma na Bahia, outra em Minas Gerais. Luan não foi citado, mas ficou a impressão de que havia um recado a ser dado.
Junior se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
O clima no show só esfriou na segunda metade, quando Chitãozinho e Xororó chamaram o rapper Cabal para cantar “Vida Marvada”, música lançada em parceria em 2006, pouco conhecida. Foi uma aposta ousada, que não deu certo.
Uma participação de Junior, filho de Xororó, também não engrenou. Com o pai e o tio, ele apresentou “Nascemos pra Cantar”. O irmão de Sandy ainda mostrou “Fome”, de seu recém-lançado álbum “Solo”. Problemas no microfone atrapalharam — além do atraso, o sábado de Rock in Rio ficou marcado por uma série de problemas técnicos no Palco Mundo.
Mas logo veio o final apoteótico com “Evidências”, a evidência definitiva de que o sertanejo tem demanda no Rock in Rio. Se para alguns foi um erro a inclusão do estilo, quem estava lá pode dizer com convicção que foi um erro muito gostoso.

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Festas e Rodeios

Rock in Rio tem domingo de nostalgia com Mariah Carey e pop romântico com Shawn Mendes; veja como será o último dia

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Entre os artistas nacionais, os destaques são os shows de Luísa Sonza, Ney Matogrosso, Olodumbaiana e uma homenagem a Alcione; veja VÍDEO. Rock in Rio 2024: o melhor do dia 22
O Rock in Rio 2024 chega ao final neste domingo (22), com uma programação repleta de nostalgia e pop romântico.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
A principal atração da noite é o canadense Shawn Mendes, dono do hit melódico “Treat you Better”. Com uma leva de músicas de novas, o artista pode trazer um setlist cheio de surpresas.
Shawn Mendes canta em show em São Paulo
Fábio Tito/G1
Rock in Rio 2024: tire suas dúvidas sobre ingresso no celular, itens proibidos, serviços e transporte
Outra atração bem aguardada pelo público, Mariah Carey se apresentará no Palco Sunset. Seu show deve ser dividido em atos e ter muito figurino repleto de elegância e sensualidade. Tudo isso ao som de hits nostálgicos dos anos 2000.
Quem também provocará nostalgia e reviver essa época são os cantores Ne-Yo e Akon, que se apresentarão no Palco Mundo com vários hits radiofônicos.
Entre os artistas nacionais, os destaques são os shows de Luísa Sonza, Ney Matogrosso, Olodumbaiana e uma homenagem a Alcione (feita pela Orquestra Sinfônica Brasileira, Diogo Nogueira, Mart’nália, Majur, Péricles, Maria Rita e a própria Alcione).
Alcione anuncia show em Sorocaba (SP) em outubro
Divulgação
40 anos de festival
A edição que comemora os 40 anos do Rock in Rio acontece na Cidade do Rock, zona oeste do Rio de Janeiro. No primeiro fim de semana, subiram ao palco Travis Scott, Imagine Dragons, Evanescence e Avenged Sevenfold. Katy Perry, Karol G, Mariah Carey, Akon, Shawn Mendes estão entre as atrações que ainda vão se apresentar.
Qual o line-up do Rock in Rio?
22 de setembro (domingo)
Palco Mundo
16h40 – Luísa Sonza
19h – Ne-Yo
21h20 – Akon
0h – Shawn Mendes
Palco Sunset
15h30 – Homenagem a Alcione com Orquestra Sinfônica Brasileira, Diogo Nogueira, Mart’nália, Majur, Péricles, Maria Rita e Alcione
17h50 – Olodumbaiana
20h10 – Ney Matogrosso
22h45 – Mariah Carey
Palco New Dance Order
22h – Dubdogz
23h30 – Jetlag
1h – Bhaskar
2h30 – Kaskade
Palco Espaço Favela
16h – Luiz Otávio
19h – Livinho
21h – Belo
Palco Global Village
15h30 – Lia de Itamaracá
17h30 – Almério e Martins
19h15 – Angélique Kidjo
Palco Supernova
15h – LZ da França
17h – Gabriel Froede
18h30 – Zaynara
20h30 – DJ Topo

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