Connect with us

Festas e Rodeios

Madonna criou receita de show usada por Beyoncé e Taylor Swift, com banda camuflada e teatralidade

Published

on

Cantora que se apresentará na Praia de Copacabana (RJ) é precursora de estilo de mega espetáculo; entenda a origem dessa e de outras estéticas que marcaram a história da música. Montagem com as cantoras (da esq. à dir.) Taylor Swift, Madonna e Beyoncé
Stephanie Rodrigues/g1/Kevin Mazur/WireImage/Timothy McGurr/AP
Cantora que neste sábado (4) se apresentará no Rio de Janeiro, Madonna foi a primeira artista a fazer um show com os mesmos ingredientes dos musicais da Broadway, o teatro mais famoso do mundo.
Na turnê mundial “Blond Ambition” (1990), ela testou (e aprovou) uma receita que reúne blocos temáticos, efeitos visuais, encenação teatral, coreografia arrojada, troca de figurino, cenário ambicioso e banda camuflada.
Desde então, o formato se cristalizou nas indústrias da música e do show business, virando a principal referência de mega espetáculo — replicada hoje por nomes como Beyoncé, Taylor Swift e Blackpink. Assista ao vídeo abaixo.
Madonna criou receita de show usada por Beyoncé e Taylor Swift
Digno de Broadway
Ao contrário do que rolava nos shows de rock da época — em que a banda era o centro das atenções —, os instrumentistas de “Blond Ambition” ficavam no canto do palco, quase escondidos.
O formato é semelhante ao dos teatros da Broadway, que têm uma área reservada à orquestra, separando os músicos dos atores, que ocupam todas as extensões do palco.
Além de performances dramáticas, Madonna teatralizou o show com um roteiro. Dividida em cinco atos (e três interlúdios), a apresentação trazia uma narrativa com início, conflito, clímax e fim.
Madonna em show da turne ‘Blond Ambition’, em 1990
Sean Kardon/AP
Em entrevista à revista “People” em 1990, o coreógrafo da turnê, Vincent Paterson, disse que Madonna tentou, a partir de “Blond Ambition”, reinventar o conceito de show.
“Em vez de apenas apresentar músicas, queríamos combinar moda, Broadway, rock e arte performática.”
A ideia deu certo. Não apenas porque arrecadou mais de US$ 60 milhões, mas também porque foi fisgada pelo público.
“O show é produzido como se as raízes [de Madonna] estivessem na Broadway, não na MTV”, escreveu na época Richard Harrington, crítico musical do jornal The Washington Post.
“Os holofotes estão sempre claramente voltados para a estrela, embora às vezes envolvam seus nove dançarinos de apoio. Os cenários e sons são espetaculares e a coreografia é tão importante quanto a música.”
Madonna durante a abertura da The Celebration Tour na The O2 Arena, em Londres, em 14 de outubro de 2023
Kevin Mazur/WireImage for Live Nation via Reuters
A ambição da loira
Ambiciosa, Madonna pegou carona no modelo dos shows grandiosos que já estavam pipocando e acrescentou sua fórmula teatral a ele. É justamente isso que diferencia “Blond Ambition” das apresentações que Michael Jackson vinha fazendo desde os anos de 1980.
Os shows do rei do pop — reinado que, aliás, ele divide com Madonna —, esbanjavam acrobacias e danças impressionantes. Não à toa, eternizaram passos como o moonwalk.
Ainda nos anos 1980, houve o auge da carreira de Prince, músico que também inovou na maneira de fazer shows pomposos, seja pelos seus looks exuberantes transformados em conceito musical, ou pela persona multifuncional que ele assumia no palco.
“Michael e Prince contribuíram para esse padrão de show. Eles tinham uma bagagem da cultura do rock, banda, virtuose, canto, instrumento. Cultura que Madonna também tem, só que adicionada a outras coisas. Ela coloca teatralidade”, explica em entrevista ao g1 Mariana Lins, especialista em música pop.
Cartaz fictício de ‘Blond Ambition’
Arte g1/ Ana Moscatelli/ Barbara Miranda
A era da pulseirinha
“Hoje, a gente tem recursos audiovisuais cada vez mais sofisticados e pulverizados. Mas, sinto que estamos chovendo no molhado, do ponto de vista da transformação”, afirma Mariana.
Colocar pulseirinha pisca-pisca no pulso da plateia sincronizada às batidas do show — Coldplay que o diga — é inovador em termos tecnológicos, mas não chega a propor um novo conceito de mega espetáculo, segundo a especialista.
Ela diz haver uma estagnação do “padrão Madonna”, que é reproduzido principalmente por artistas pop, o que, inclusive, tem a ver com a raiz do gênero.
Madonna e Maluna no Billboard Music Award 2019
Chris Pizzello/Invision/AP
“A música pop tem identificação muito grande com teatralidade, fabulação, fantasia e, naturalmente, com o ‘padrão Madonna'”, diz ela. “Desde a disco music, há um apelo cênico que vai além da virtuose musical. É o DNA do pop.”
A proposta do mega espetáculo plantada por Madonna também é vista — seja na íntegra ou parcialmente — em outros gêneros.
O rapper Kanye West, por exemplo, lançou “Donda” num show hiper teatral, em 2021.
Até mesmo bandas de rock passaram a explorar elementos do formato após o marco de “Blond Ambition”, diz Mariana, citando U2, grupo que em 2009 fez uma turnê com palco de 360º graus.
A especialista ressalta, porém, que o conceito de mega espetáculo cristalizado por Prince, Michael e, sobretudo, Madonna também é fruto de outros processos históricos.
“Não se trata de inventar a roda, mas sim de ir inovando as rodas.”
Os primeiros shows em estádios
A paternidade dos mega shows também é dividida por John, Paul, George e Ringo. E o empresário Brian Epstein.
Antes, os Beatles tocavam para 3 mil fãs no máximo, mas resolveram se arriscar. A partir de 1965, o quarteto passou a tocar em estádios e arenas com público entre 15 mil e 60 mil pessoas, na Europa e nos Estados Unidos.
O show mais famoso dessa fase foi no Shea Stadium, em Nova York. Cerca de 56 mil fãs foram ao estádio de beisebol no dia 15 de agosto de 1965. A banda passa a maior parte do tempo rindo e com cara de quem não está entendendo nada.
Cartaz fictício de show dos Beatles no Shea Stadium
Arte g1/ Ana Moscatelli/ Barbara Miranda
“Foi a primeira vez que um desses estádios foi usado para um show de rock. A Vox fez amplificadores de 100 Watts… a gente foi de 30 para 100 watts, mas mesmo assim não foi o suficiente”, explicou George Harrison, citando a empresa de equipamentos musicais.
Segundo o guitarrista, o som era amplificado só por caixas de som próximas do palco. Por isso, quem não estava perto teve dificuldade de ouvir algo além dos berros dos fãs.
“Eu nunca pensei que as pessoas tivessem vindo para ouvir o show. Elas queriam nos ver. O volume dos gritos ficava por cima de tudo”, resumiu Ringo Starr, resignado. O baterista contou que a banda mal conseguia se escutar.
Residência: vários shows no mesmo lugar
Antes dos mega shows beatlemaníacos, artistas ganhavam dinheiro com residências. A ideia era fazer várias apresentações seguidas no mesmo teatro.
Entre março e julho de 1961, os Beatles fizeram 92 (!) shows no The Top Ten Club, em Hamburgo, na Alemanha. Cinco anos antes, Elvis Presley ficou duas semanas cantando no New Frontier, em Las Vegas. O pioneiro do formato, no entanto, foi Liberace. O pianista americano emendou sequências de apresentações na cidade a partir de 1944.
Cerca de 100 anos antes, outro pianista ganhou a alcunha de primeiro popstar da história: o húngaro Franz Liszt (1811-1886). Ele tocava sem ler partituras, improvisava e foi responsável pela popularização dos recitais de piano.
Cartaz fictício de show de Franz Liszt
Arte g1/ Ana Moscatelli/ Barbara Miranda
Revolucionário da música clássica, ele se apresentava acompanhado de orquestras em teatros europeus.
Mas a idolatria foi além da música: era comum fãs lutarem por luvas, mechas de cabelo e lenços do músico.
Fãs também tinham o costume de gritarem e chorarem em suas performances. Toda a euforia foi resumida pelo termo “Lisztomania” e essa incrível história inspirou a banda francesa Phoenix na criação de seu maior hit, em 2009.
Eventos na ‘era do rock’
Para a revista “Billboard”, a era do rock começou em 1955, com “(We’re Gonna) Rock Around the Clock”, do Bill Haley & His Comets. O rock se consolidou como a trilha da juventude, dez anos após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Três anos antes, em 1952, o estilo já mostrava força. Em março, o radialista Alan Freed realizou o “Moondog” Coronation Ball, evento batizado com o apelido dele.
Cartaz do festival americano Moondog Coronation Ball, de 1952, evento pioneiro do estilo
Reprodução
Para especialistas, foi o primeiro festival de rock da história. O amadorismo, no entanto, dominava: mais de 20 mil pessoas compareceram à Cleveland Arena, no estado americano de Ohio, para ver atrações como o grupo The Dominoes. A falsificação de ingressos e a distribuição de entradas por patrocinadores quase terminou em tragédia.
Nada disso se compara ao show que os Rolling Stones fizeram em Altmont, nos Estados Unidos, em 1969, mesmo ano do festival Woodstock. O evento organizado pela banda tinha os motoqueiros do Hell’s Angels como seguranças. Uma pessoa foi assassinada, muitos ficaram feridos e o episódio fez com que a estrutura de mega shows fosse repensada.
A criação da juventude
No livro “A Criação da Juventude” (2008), o jornalista inglês Jon Savage foi atrás da pré-história da cultura jovem, entre 1875 e 1945.
Em setembro de 1944, a revista “Seventeen” chegou ao mercado norte-americano com uma mistura de “moda e beleza jovem, filmes e música, ideias e pessoas”. Pela primeira vez, uma publicação tratava adolescentes como quase adultos. Esse período foi vital para a formação dos primeiros fã-clubes, formados por jovens que ouviam música.
A primeira edição tinha uma coluna com fofocas de estrelas de Hollywood, críticas culturais e um teste “como será seu primeiro encontro?”. O maior destaque era um ensaio fotográfico de Frank Sinatra.
Frank Sinatra durante apresentação no Royal Albert Hall, em Londres, em 1992
REUTERS/Dylan Martinez/Arquivo
O cantor e ator americano foi mais um a aumentar sua popularidade (e conta bancária) por meio de residências em Las Vegas. Por volta de 35 anos depois, ele foi protagonista de mais um momento importante da história dos megashows.
No dia 26 de janeiro de 1980, Sinatra cantou para 175 mil pessoas no Maracanã. Aquele foi o primeiro grande show produzido por um então jovem empresário, um tal de Roberto Medina.
Show de agora
No livro “Como funciona a música”, David Byrne propõe uma reflexão interessante.
O ex-líder da banda Talking Heads diz que antes as pessoas ouviam música gravada em busca da experiência de ver apresentações musicais ao vivo.
Na era dos mega eventos contemporâneos, o raciocínio se inverteu: fãs veem shows em busca da experiência que tem ouvindo música nas plataformas de streaming. Quantas vezes você não ouviu alguém reclamando que a versão ao vivo não era igual à original?
A margem para improvisos e performances mais orgânicas diminuiu. Tudo é limitado pela estrutura de iluminação, pelas interações com cenário ou pelo receio de entregar uma apresentação aquém da gravada em estúdio.
Madonna durante a abertura da The Celebration Tour na The O2 Arena, em Londres, em 14 de outubro de 2023
Kevin Mazur/WireImage for Live Nation via Reuters
Cada vez mais, é comum assistirmos a shows com bases pré-gravadas (seja de som instrumental, eletrônico, ou vocal), o que é diferente de playback, recurso de voz 100% dublada.
A própria Madonna, que durante décadas se apresentou com banda camuflada, não levará nenhum instrumentista para seu show de sábado, na Praia de Copacabana (RJ).
Assim como fez no restante da turnê “Celebration”, ela cantará sobre bases pré-gravadas. A rainha do pop subirá ao palco apenas com seu numeroso (e afinado) balé.
Madonna: 40 anos no topo do pop

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Rock in Rio 2024: Os melhores e os piores shows… Os destaques e as decepções do festival

Published

on

By

Leia as críticas do g1, veja os rankings baseados nestas análises e assista aos principais momentos dos shows mais marcantes do festival (para o bem e para o mal). Mariah Carey canta ‘I want to know what love is’
A edição de 2024 do Rock in Rio, que terminou neste domingo (22), não teve o clássico Dia do Metal, mas viu surgir novos dias temáticos.
O Dia Delas, só com mulheres na programação, foi o melhor do festival, com shows surpreendentes e algumas das melhores performances deste ano. O Dia Brasil, por outro lado, teve mais baixos do que altos, com problemas técnicos, ausências de atrações e atrasos.
A equipe do g1 que esteve na Cidade do Rock e cobriu o festival escreveu críticas sobre todos os shows dos palcos Mundo e Sunset.
Abaixo, leia os rankings dos melhores e dos piores shows do Rock in Rio 2024. Esta lista não leva em conta apenas a relevância e o talento de cada artista. A reação da plateia, a escolha do setlist, a execução das músicas e a parte técnica também foram consideradas.
ENQUETE: Não concorda? Vote no seu show favorito
Os 10 melhores shows do Rock in Rio 2024
10º – Planet Hemp e Pitty
Planet Hemp canta ‘Legalize já’ no Palco Sunset
O Planet Hemp foi da maconha à floresta queimada em show que corrigiu um erro histórico do Rock in Rio. Ainda aceso, a banda entregou finalmente o show que os fãs esperaram por 23 anos no festival. “Vários filhos da p… mandando tacar fogo no Brasil inteiro. Vai se f…, e não quem está tacando fogo, mas quem está mandando tacar. Só barão do agronegócio, só falso pastor gigante”, disse BNegão a uma multidão inflamada por discursos e músicas contundentes. Chamada só nos minutos finais da apresentação, a presença de Pitty foi tímida. Leia mais sobre o show de Planet Hemp e Pitty no Rock in Rio 2024.
9º – Charlie Puth
Charlie Puth canta ‘See You Again’ no Rock in Rio
Charlie Puth esteve de volta ao Rock in Rio depois de sua estreia na edição de 2019. De lá para cá, ele engordou o setlist com mais hits de pop certinho, em sua maioria, dançantes. E ainda teve uma promoção: foi do Palco Sunset para um horário nobre no Palco Mundo. Com mais experiência, Puth garantiu bons momentos com público, em uma espécie de “esquenta” para Ed Sheeran. No fim, porém, Charlie acabou entregando mais do que o headliner. Leia mais sobre o show de Charlie Puth no Rock in Rio.
8º – OneRepublic
OneRepublic canta ‘Counting Stars’ no Rock in Rio
O assovio de “I ain’t worried”, do OneRepublic, foi o sinal para todo mundo levantar os celulares. E gritos emocionados ecoaram pelo Rock in Rio 2024 neste sábado (14). Ryan Tedder, que lidera o grupo, mostrou que é um showman. A ideia dele é fazer um karaokê no festival. E não foi nada difícil. Eles selecionaram um roteiro certeiro para engajar coros e mãos para cima formando ondas. E celulares também. Leia mais sobre o show do OneRepublic no Rock in Rio 2024.
7º – Deep Purple
Deep Purple toca ‘Smoke on the Water’ no Rock in Rio 2024
Se o tema do Rock in Rio esse ano é a celebração de 40 anos de existência, no dia do rock, era impossível ficar sem um representante de peso do rock clássico. A banda convocada para ocupar o espaço foi o Deep Purple. O cultuado grupo inglês mostrou que resistiu às mudanças de formação. Em “Smoke on the water”, ficou bonito quando eles jogaram para a galera cantar o refrão. Leia mais sobre o show do Deep Purple no Rock in Rio 2024.
6º – Matuê com Wiu e Teto
Matuê: ‘Já que a gente não pode acender no palco…’ ao início da música ‘Quer Voar’
Se há um astro do rap com apelo jovem no Brasil, o nome dele é Matuê. Em sua estreia no Palco Mundo, o artista cearense de 30 anos rimou sobre sexo e maconha para uma multidão formada principalmente por garotos adolescentes. “Já que a gente não pode acender no palco…”, brincou antes de emendar: “Passa o Bic, põe no ar…”. Maior sucesso do artista, “Quer Voar” serviu para colocar fogo na plateia. Matuê é quase um sinônimo da versão brasileira do trap — uma vertente mais arrastada do rap, que tem feito sucesso nas paradas musicais. Leia mais sobre o show de Matuê no Rock in Rio 2024.
5º – Travis Scott
Travis Scott incendeia palco mundo no Rock in Rio
Travis Scott fechou o primeiro dia de Rock in Rio, uma sexta-feira dominada pelo trap, sub estilo do rap que vai muito bem nas paradas, e chamou três fãs ao Palco Mundo. Mesmo começando com 40 minutos de atraso, o show foi o auge de uma noite de batidas graves, vozes distorcidas e letras sobre os vários prazeres da vida. Ao som de beats psicodélicos e pesados, Travis versa sobre o caos e provoca o caos. Poucos rappers em atividade têm esse poder de fazer um monte de gente se esgoelar, pular o mais alto que pode ou se jogar em rodas com tanta intensidade. Leia mais sobre o show de Travis Scott no Rock in Rio 2024.
4º – Pra Sempre Sertanejo
Chitãozinho e Xororó cantam o hino ‘Evidências’ no Palco Mundo do Rock in Rio
Poucos shows desta edição tiveram tanto engajamento do público quanto um bloco de apresentações dedicada ao sertanejo. Contra a resistência de parte dos frequentadores (especialmente de uma parcela roqueira mais conservadora), o estilo fez sua estreia no festival, após 40 anos de espera. A organização acertou ao escolher Chitãozinho e Xororó para conduzir o show com participações de Simone Mendes, Ana Castela, o rapper Cabal e Junior, filho de Xororó. Luan cancelou sua participação por causa de atraso na programação. Leia mais sobre o show Para Sempre Sertanejo no Rock in Rio.
3º – Cyndi Lauper
Cyndi Lauper canta em coro o sucesso ”Girls Just Want to Have Fun” no Rock in Rio
Cyndi Lauper é um ícone da música pop, do feminismo e da moda, mas já teve que lidar com críticas de que não manda bem ao vivo. Nesta sexta-feira (20) de Rock in Rio, a cantora nova iorquina de 71 anos oscilou um pouco, principalmente no começo. Mesmo assim, entregou um grande show. Tudo foi dando certo ao longo da noite. E há de se levar em conta que ela canta bem e não usa recursos dos quais outras cantoras abusam. Quase tudo o que se ouve vem do gogó dela e de seus vocalistas de apoio. Leia mais sobre o show de Cyndi Lauper no Rock in Rio.
2º – Ivete Sangalo
Ivete Sangalo voa sob plateia do Palco Mundo no Rock in Rio
Ivete Sangalo mostrou por que, há 30 anos, é a maior diva pop do Brasil. Em um show com surpresas, ela voou sobre a plateia presa a cordas e beijou a cantora Liniker ao apresentar uma música inédita. A cada show, no entanto, Ivete maceta a rejeição com a experiência e a energia de quem está acostumada a orquestrar uma multidão de cima de um trio elétrico por horas a fio. “Macetando”, hit absoluto do carnaval de 2024, teve milhares de pessoas na plateia reproduzindo a coreografia viral. Leia mais sobre o show de Ivete Sangalo no Rock in Rio.
1º – Mariah Carey
Mariah Carey canta ‘We belong together’
Mariah Carey entregou o que seus fãs queriam: dois looks que vão ser comentados durante toda semana e uma sequência de hits super bem cantados que a fizeram vender mais de 150 milhões de discos. A cantora americana faz o maior show da história do Palco Sunset em retrospectiva da carreira sem playback e com seus agudinhos característicos. Com uma plateia tão entregue e emocionada, não existe motivo para perpetuar o clichê roqueiro de que o Rock in Rio é um festival para quem não gosta de música. Talvez ele seja um festival para quem gosta de música que VOCÊ não gosta. Leia mais sobre o show de Mariah Carey no Rock in Rio.
Os 5 piores shows do Rock in Rio 2024
5º pior – 21 Savage
21 Savage anima público do Rock in Rio com o hit “Rockstar”
O rapper 21 Savage fez a sua estreia em solo brasileiro com uma apresentação de menos de uma hora. Seu DJ, Marc B, foi o responsável por convocar o público para frente do palco em uma performance de 15 minutos. Com pouca interação e sem tantos hits próprios, o clima de sua primeira vez no Brasil foi mais de contemplação do que de empolgação. Faltaram as tradicionais rodinhas, coros gritados e celulares para cima comuns em shows de trap. Leia mais sobre o show de 21 Savage no Rock in Rio.
4º pior – Akon
Akon tenta se jogar no público dentro de bola inflável, mas equipamento esvazia
Akon parecia estar mais interessado em oferecer uma experiência festiva do que um show voltado à sua própria carreira. A segunda metade da apresentação soou como uma balada sem identidade, com hits desconexos. O cantor cometeu uma gafe ao falar “São Paulo”. Imediatamente, os fãs levantaram um coro dizendo: “Rio de Janeiro”. Mas isso não pareceu constrangê-lo. O músico ficou mesmo com vergonha quando apareceu dentro de uma bolha inflável que estourou após poucos segundos de uso. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido, após se arremessar para a plateia de dentro da bolha. Muitas gafes para um show só. Leia mais sobre o show de Akon no Rock in Rio.
3º pior – Luísa Sonza
Luisa Sonza canta ‘Folhetim’ e emenda em ‘Chico’
Para fisgar o público em sua estreia no Palco Mundo, Luísa Sonza privilegiou seu repertório mais dançante, com coreografias virais reproduzidas por uma multidão. Na correria para incluir a maior quantidade de sucessos, ela cortou músicas já curtas originalmente. Deu a sensação de estar vendo o TikTok. A voz teve mais espaço num bloco de canções mais intimistas, no meio do show. Luísa evoluiu vocalmente. Mas, na ânsia para deixar isso bem claro, ela exagera na gritaria em músicas como “Penhasco”. Leia mais sobre o show de Luísa Sonza no Rock in Rio.
2º pior – Will Smith
Will Smith agita o público no Rock in Rio com o hit “Gettin’ Jiggy With It”
Escalado de última hora para cantar no festival e alavancar as vendas desta quinta-feira, Will Smith fez uma performance de 25 minutos no Palco Sunset. É maldade dizer que o papel de rapper em recomeço de carreira seja um dos piores já interpretados por ele. Mas não deixa de ter certo sentido. Acompanhado de dez dançarinas, Smith começou pocket show rimando em português, em uma parte da música “Bad Boys”. Mas, na maior parte do tempo, o som estourado e mal equalizado impedia a maioria de ouvir o que ele estava cantando. Leia mais sobre o show de Will Smith no Rock in Rio.
1º pior – Journey
Veteranos do Journey cantam ‘Don’t Stop Believin’ no Palco Mundo
O show do Journey instaurou um clima de vergonha alheia. Com exceção de “Don’t Stop Believin'” e “Anyway You Want it”, quase nada animou o público. Para piorar, o som não foi dos melhores. Começou bem baixo — a ponto de o vocalista Arnel Pineda ficar perguntando para o público se dava para ouvir os instrumentos direito. Além disso, seu gogó parecia o de alguém que trabalha com qualquer função que não seja cantar. Um vocal simultaneamente desafinado, estridente e afobado. Sem dúvidas, não será fácil tirar de Arnel o título de pior vocalista desta edição do festival. Leia mais sobre o show do Journey no Rock in Rio 2024.

Continue Reading

Festas e Rodeios

Shawn Mendes mostra que cresceu em retomada da carreira com músicas do novo álbum no Rock in Rio

Published

on

By

Cantor encerrou a edição de 40 anos do festival, na noite deste domingo (22). Ele vai lançar o seu quinto trabalho de inéditas em outubro. Leia a crítica do g1. Shawn Mendes canta “Heart of Gold”
O show de Shawn Mendes que encerrou esta edição do Rock in Rio neste domingo (22) foi um reencontro seu com seus fãs depois de dois anos de pausa na carreira. Ele mostrou que cresceu, se entregou e está pronto para uma nova empreitada.
Mendes não fazia um show de fato desde 2022, quando interrompeu a turnê “Wonder” para cuidar da saúde mental.
Agora, de volta ao jogo, ele anunciou seu quinto álbum de inéditas, “Shawn”, previsto para outubro. Ele chegou a mostrar as novas músicas em duas apresentações, em Londres e Nova York.
Sem uma turnê anunciada, era difícil prever o que poderia rolar no show por aqui. Mendes optou por trazer um pouco do roteiro da turnê de “Wonder” e agradar os fãs brasileiros dando uma palhinha do novo trabalho, uma não, quatro, entre elas, “Heart of gold”, que ainda não foi lançada.
Público vibra e canta junto com Shawn Mendes o hit “Señorita”
O roteiro começou já com um dos seus sucessos, “There’s nothing holdin’ me back”, do álbum “Illuminate”, fogos de artifício e muitos, muitos coros, e muitos pulinhos também.
Uma decepção para quem estava lá no fundo: o telão não funcionou até a metade da música e ficou impossível ver o rapaz.
“Eu te amo”, soltou de cara em português.
Ele seguiu com “Wonder” e “Treat you better” continua levantando os fãs mais apaixonados.
“Faz muito tempo que eu não estava em um palco assim. Isso é lindo”, disse. “Muito obrigado, Rio”
Nessa pegada mais de balada, o cantor mandou “Monster”, sua parceria com Justin Bieber.
Ele tem presença, se joga na performance e segura a onda apenas com a banda, que fica afastada ao fundo.
Lá nos idos de 2017, Mendes, então com 19 anos, fez a sua estreia no Rock in Rio, já no Palco Mundo. Era o caçula entre as atrações e estava encarando a maior plateia da sua carreira até então.
O moço provou que tinha competência, numa pegada soul pop à la John Mayer, sem falcatruas. Mas também mostrou que ainda precisava amadurecer, especialmente, nos vocais.
Agora, já com o status de estrela do pop, ele foi alçado a headliner do Palco Mundo, para encerrar o festival.
Ficava difícil acompanhar o espetáculo que Mariah Carey fez minutos antes de Sunset. Mas ele conseguiu engajar, mostrou que amadureceu e ainda exibiu mais habilidade vocal.
Mendes faz brincadeiras, conversa, conta sobre seus últimos anos, tira a camisa, pergunta como a plateia está e solta “te amos” em português.
Do repertório, “Señorita”, que divide com Camila Cabello, é um hit que rodou o mundo e a recepção aqui não poderia ser diferente.
Os coros na levada mais sexy dominaram todo o espaço do Rock in Rio. Ele retribui com o sorriso orgulhoso ver a multidão cantar junto.
“Stitches” é outra que causa reação bonitinha da plateia, do tipo cantarem de olhos fechados.
“Eu lembro quando eu vim para cá pela primeira vez, em 2017. E genuinamente, meu coração se abriu. Alguma coisa aconteceu que meu coração abriu”, disse para a plateia.
“Nos últimos dias, fiquei pensando no país e nas pessoas daqui, a verdade é que apesar de o Brasil sofrer, tem as pessoas mais iliminadas. A gente vem e vocês dançam, cantam, amama. Vocês têm muito a ensinar ao mundo”, falou antes de lembrar um trecho de “Mas que nada”.
Antes de “It’ll be olkay”, ele contou sobre sua pausa na carreira. Disse, entre outras coisas, que não sabia se voltaria a pisar novamente em um palco.
“Passei tempos com a minha família e meus amigos e percebi que não estou sozinho no mundo”, disse. “E de volta no palco, eu não precisava fazer muita coisa, porque eu tenho 200 mil brasileiros comigo. Vocês fazem ficar divertido.”
O momento deu o gancho para o bloco das músicas novas, parte de “Shawn”. O álbum é mais pessoal, de seus questionamentos sobre a vida e até um olhar para a simplicidade das coisas.
“Isn’t that enough” foi a primeira delas, seguida por “Nobody knows”, ambas de pegada mais country e que já foram lançadas como singles.
Ele contou também sobre a perda de um de seus melhores amigos, anos atrás, por overdose, e do difícil processo de aceitar a morte.
“Pensei nele nesses últimos anos e decidi que escreveria uma carta”, contou, antes de apresentar “Heart of gold”, que ainda inédita. A música foi emendada com trecho de “Pumped up kicks”, do Foster the people.
“Está calor?”, pergunta para a plateia. Ele ainda arranca alguns decibeis a mais dos fãs quando é convencido de tirar a regata branca.
Sem camisa, Mendes conseguiu fazer quem estava sentado levantar e gritar com toda força — ele aproveitou a turma pulando para mandar a animadinha “Why why why”, também da nova safra.
O cantor retorna para a reta final do show, com a música “If I can’t have you”, o cover de “Message in a bottle”, do The Police, “Mercy” e encerra com o hit “In my blood”.
Shawn Mendes está mesmo afim de voltar aos palcos. A expectativa agora é que ele volte ano que vem para o Lollapalooza, com um show novinho em folha.

Continue Reading

Festas e Rodeios

Último dia do Rock in Rio tem Mariah divando, Shawn Mendes maduro e micos de Akon e Sonza

Published

on

By

Domingo (22) de festival teve ainda Ney Matogrosso, Ne-Yo, Tributo a Alcione e Olodumbaiana. Mariah Carey canta ‘I want to know what love is’
O último dia de Rock in Rio levou um público em busca de nostalgia neste domingo (22) de festival. Mariah Carey, Akon, Ney Matogrosso, Alcione e Ne-Yo entregaram hits consagrados pelas rádios FM.
A despedida desta edição do evento, que comemora os 40 anos de sua criação, teve ainda artistas mais jovens que tiveram desempenhos bem diferentes.
Luísa Sonza fez um show exagerado e emulando o TikTok. Shawn Mendes apresentou uma nova fase mais madura e voltada mais para a força das canções do que para sua imagem de galã.
Veja abaixo vídeos e as críticas do g1 para todos os shows do Palco Mundo e Palco Sunset.
Shawn Mendes
Público vibra e canta junto com Shawn Mendes o hit “Señorita”
O show de Shawn Mendes que encerrou esta edição do Rock in Rio foi um reencontro seu com seus fãs depois de dois anos de pausa na carreira. Ele mostrou que cresceu, se entregou e está pronto para uma nova empreitada. Mendes não fazia um show de fato desde 2022, quando interrompeu a turnê “Wonder” para cuidar da saúde mental. Mendes optou por trazer um pouco do roteiro da turnê de “Wonder” e agradar os fãs brasileiros dando uma palhinha do novo trabalho, uma não, quatro, entre elas, “Heart of gold”, que ainda não foi lançada.
Mariah Carey
Mariah Carey canta ‘I want to know what love is’
Mariah Carey entregou o que seus fãs queriam: dois looks que vão ser comentados durante toda semana e uma sequência de hits super bem cantados que a fizeram vender mais de 150 milhões de discos. A cantora americana faz o maior show da história do Palco Sunset em retrospectiva da carreira sem playback e com seus agudinhos característicos. Com uma plateia tão entregue e emocionada, não existe motivo para perpetuar o clichê roqueiro de que o Rock in Rio é um festival para quem não gosta de música. Talvez ele seja um festival para quem gosta de música que VOCÊ não gosta. Leia mais sobre o show de Mariah Carey no Rock in Rio.
Akon
Akon tenta se jogar no público dentro de bola inflável, mas equipamento esvazia
Akon parecia estar mais interessado em oferecer uma experiência festiva do que um show voltado à sua própria carreira. A segunda metade da apresentação soou como uma balada sem identidade, com hits desconexos. O cantor cometeu uma gafe ao falar “São Paulo”. Imediatamente, os fãs levantaram um coro dizendo: “Rio de Janeiro”. Mas isso não pareceu constrangê-lo. O músico ficou mesmo com vergonha quando apareceu dentro de uma bolha inflável que estourou após poucos segundos de uso. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido, após se arremessar para a plateia de dentro da bolha. Muitas gafes para um show só. Leia mais sobre o show de Akon no Rock in Rio.
Tributo a Alcione
Alcione e Péricles cantam ‘Me vira a cabeça’
Alcione foi reverenciada no Palco Sunset em uma homenagem que ela própria conduziu. Ela mostrou o porquê é considerada a voz do samba e cantou hits de seu repertório romântico ao lado de Diogo Nogueira, Maria Rita, Mart’Nália, Péricles e Majur. Para quem havia ido ao festival no dia anterior, a sensação era de um déjà vu: Maria, Diogo e Alcione estiveram no mesmo palco e horário no Dia Brasil. Todos cantaram bem e foram carismáticos, mas foi Péricles quem mais agitou o público. Leia mais sobre o show em homenagem a Alcione no Rock in Rio.
Luísa Sonza
Luisa Sonza canta ‘Folhetim’ e emenda em ‘Chico’
Para fisgar o público em sua estreia no Palco Mundo, Luísa Sonza privilegiou seu repertório mais dançante, com coreografias virais reproduzidas por uma multidão. Na correria para incluir a maior quantidade de sucessos, ela cortou músicas já curtas originalmente. Deu a sensação de estar vendo o TikTok. A voz teve mais espaço num bloco de canções mais intimistas, no meio do show. Luísa evoluiu vocalmente. Mas, na ânsia para deixar isso bem claro, ela exagera na gritaria em músicas como “Penhasco”. Leia mais sobre o show de Luísa Sonza no Rock in Rio.
Ne-Yo
MC Daniel faz participação em show de Ne-Yo no Rock in Rio com ‘Vamo de pagodin’
O cantor americano Ne-Yo, um dos maiores astros do R&B dos anos 2000, mostrou sua fórmula infalível de show com hits nostálgicos de rádio FM. Com setlist bem parecido com o do festival paulistano The Town, no ano passado, única grande novidade foi uma aparição relâmpago do funkeiro paulista MC Daniel. Ele entrou para cantar a sua “Vamo de pagodin”, hit viral no Brasil, com uma camiseta que pedia “Parem as queimadas”. Leia mais sobre o show de NeYo no Rock in Rio.
Ney Matogrosso
Ney Matogrosso encerra show no Rock in Rio com “Pro dia nascer feliz”
Ney Matogrosso trouxe o já conhecido show “Bloco na rua”, com clássicos da música brasileira. “Eu quero é botar meu bloco na rua”, sua releitura de Sérgio Sampaio, abriu uma apresentação com plateia quase sempre dispersa. Sem dúvidas, Ney continua em boa forma. O gogó não falha e as músicas saem perfeitas. Ele é meticuloso até na hora de mexer o corpo, mas poucas conseguiram cativar a plateia. “Sangue latino” foi uma dessas, com uma versão enérgica. Leia mais sobre o show de Ney Matogrosso no Rock in Rio.
Olodumbaiana
Olodumbaiana agita público do Rock in Rio com o hit “Lucro”
Duas potências da música baiana juntas só poderiam resultar no que se viu na abertura do palco Sunset do Rock in Rio: um show solar, com percussão contagiante e mãos para cima com o público cantando junto. O show parou para interações melódicas entre os guitarristas no palco, além de partes instrumentais que realçam o repertório do Olodum. A apresentação mostrou ainda que o Baiana System já pode alçar voos maiores no palco Mundo, a julgar pela recepção calorosa do público do Sunset. Leia mais sobre o show do Olodumbaiana no Rock in Rio.

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.