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Festas e Rodeios

Boca Livre tenta ‘furar bolhas’ no disco autoral ‘Rasgamundo’ sem deixar de seguir a mesma bela toada de sempre

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Grupo canta parcerias inéditas com Erasmo Carlos, Zeca Baleiro e Marcio Borges em álbum que chega aos céus com ‘Prayer’, tema de Maurício Maestro. Capa do álbum ‘Rasgamundo’, do grupo Boca Livre
Leo Aversa com arte de Batman Zavareze
Resenha de álbum
Título: Rasgamundo
Artista: Boca Livre
Edição: MP,B Discos / Som Livre
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Basta ouvir a música-título do 16º álbum do Boca Livre – Rasgamundo, em rotação a partir de sexta-feira, 17 de maio – para perceber que o quarteto carioca segue a mesma bela toada trilhada desde 1978, mas sem cair na repetição e tampouco sem aparentar cansaço.
As vozes orquestradas com o habitual requinte por Maurício Maestro imprimem o D.N.A. do Boca Livre e, aliadas ao instrumental do disco, ecoam levezas que podem evocar tanto montanhas mineiras quanto as águas de Cabo Verde, trazidas inclusive pela adesão de cantora desse país africano, Nancy Vieira, na gravação da música Rasgamundo, cuja melodia de Zé Renato foi letrada por Lourenço Baeta com inspiração no rasga, dança afro-portuguesa do século XIX.
Ou seja, é o Boca Livre de sempre se abrindo para outros sons e parcerias. E Rasgamundo – álbum orquestrado por Marcus Preto com o produtor musical Zé Nogueira (1955 – 2024), morto repentinamente em 26 de abril – está repleto de parcerias dos integrantes do grupo com nomes de outras gerações musicais em conexões articuladas por Preto.
A parceria de Zé Renato e Nando Reis, por exemplo, gerou Rio Grande (2023), uma das mais belas músicas dos 46 anos do Boca Livre. Lançada em outubro como single, um mês após o anúncio oficial da volta do quarteto à cena, Rio Grande foi o motor que acionou em David Tygel (voz e viola caipira), Lourenço Baeta (voz, flauta e ukelele), Mauricio Maestro (voz e baixo) e Zé Renato (voz e violão) a vontade de entrar em estúdio para gravar álbum de músicas inéditas, o que efetivamente aconteceu no início deste ano de 2024.
E, sim, são as oito músicas inéditas que valorizam o álbum Rasgamundo, já que as duas releituras soam corretas sem sobressaírem no conjunto da obra.
Sucesso da banda Los Hermanos, O vento (Rodrigo Amarante, 2005) sopra sem toda a fluência da canção. Da mesma forma, fica difícil identificar na abordagem de Mesmo se você não vê (2022) toda a beleza solar da balada apresentada pelo autor Tim Bernardes no segundo álbum solo do artista paulistano, Mil coisas invisíveis (2022). As músicas de Tim parecem moldadas para ele próprio (exceto quando o compositor se transportou para o universo de Maria Bethânia, para quem compôs o bolero Prudência em 2021).
Feita a ressalva, cabe louvar a habilidade de Zé Renato como melodista, escancarada em Rio Grande e reiterada em O canto em nós, segunda parceria de Zé com Zeca Baleiro (a primeira, A estrela vai estar lá, ainda permanece inédita). Na letra de O canto em nós, Baleiro celebra o poder do canto. Já a melodia de Sentimentos nus foi criada por Zé Renato a partir de letrada encontrada no acervo de Erasmo Carlos (1941 – 2022) e escrita para Fernanda, viúva do Tremendão.
Única música inédita do repertório do álbum Rasgamundo sem a assinatura de um integrante do grupo, Toda felicidade mostra o compositor Guilherme Arantes entranhado no universo autoral do Boca Livre.
Já Povo do sol (David Tygel e Marcio Borges) ilumina canção ambientalista que parte em defesa da natureza cultivada pelos povos originários, celebrados nessa música que poderia estar em disco de Milton Nascimento, mas que figura no álbum Rasgamundo com as sofisticadas harmonizações vocais do Boca Livre.
De clima meio mouro com violão de toque andaluz, como caracteriza o compositor Lourenço Baeta no faixa-a-faixa do disco, Dois oceanos completa o repertório do álbum Rasgamundo ao lado de Prayer, música de Maurício Maestro gravada pelo autor para ainda inédito disco feito para o selo inglês Far Out Recordings com a percussão do divino Naná Vasconcelos (1944 – 2016).
Tema sem letra, mas com vocalizes celestiais que sugerem um canto litúrgico, Prayer eleva às alturas este álbum em que o Boca Livre tenta “furar algumas bolhas” na trilha da música vocal/instrumental, como ressalta David Tygel no texto enviado à imprensa para promover Rasgamundo.
Seja como for, é quando o quarteto gravita dentro da própria bolha encantada, com ou sem novos parceiros, como em Rio Grande e em Prayer, que o canto do Boca Livre mais chega aos céus.

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Luísa Sonza grita muito, mas canta pouco em show de hits virais no Rock in Rio; leia crítica

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Em estreia no Palco Mundo, cantora privilegiou repertório dançante, mas ficou sem fôlego em medleys acelerados. Em músicas intimistas, ânsia para mostrar evolução vocal atrapalhou. Luisa Sonza canta ‘Folhetim’ e emenda em ‘Chico’
Para fisgar o público em sua estreia no Palco Mundo do Rock in Rio, a cantora gaúcha Luísa Sonza privilegiou seu repertório mais dançante, com coreografias virais reproduzidas por uma multidão neste domingo (22), último dia do festival.
O festival está sendo transmitido no Globoplay e no Multishow.
Foi um show bem diferente do apresentado em sua última participação num festival do mesmo grupo do Rock in Rio: o The Town, em São Paulo, em setembro de 2023. Naquela ocasião, Luísa havia acabado de lançar “Escândalo Íntimo”, álbum em que propõe expor faces mais profundas de sua personalidade. Com um repertório mais próximo da MPB, ela substitui letras sobre sexo e graves de funk por melodias carregadas e reflexões sobre amor, angústia e decepção. Para inaugurar a nova fase, preferiu uma performance mais recatada.
Luísa Sonza canta no Rock in Rio
Stephanie Rodrigues/g1
Já no Rock in Rio, ela retomou hits sensuais que a transformaram em uma das artistas femininas mais ouvidas do país. Luísa ficou conhecida, além das fofocas com seu nome, por hits com letras apimentadas e coreografias insinuantes que, talvez por serem tão difíceis de reproduzir, viraram sensação nas redes.
Ela dedicou o início e a parte final da apresentação a esse repertório. Em “Dona Aranha”, desceu com o bumbum empinado e a mão no chão para mostrar como a dona aranha sobe pelas paredes do quarto. Um passo parecido apareceu para imitar outra espécie em “Anaconda”. No palco, a cantora é acompanhada por um ótimo balé.
Também entraram “Campo de Morango”, “Toma”, “Modo Turbo”, “Cachorrinhas”, “Sentadona”, “Braba” e “Sou Musa do Verão”, gravada em parceria com o DJ americano Marshmello. Na correria para incluir a maior quantidade possível de sucessos, Luísa cortou músicas que já são curtas originalmente. Deu a sensação de estar vendo o TikTok.
Luísa Sonza se apresenta no Rock in Rio 2024.
Stephanie Rodrigues/g1
Também ficou sem fôlego ao precisar coordenar os passos de dança do medley acelerado. Por causa disso, cantou pouco as faixas mais agitadas, deixando a função para o público, que correspondeu.
A voz teve mais espaço num bloco de canções mais intimistas, no meio do show. Luísa evoluiu vocalmente ao longo da carreira. Mas, na ânsia para deixar isso bem claro para todo mundo, ela exagera na gritaria em músicas como “Penhasco” e “Penhasco2” — também apresentadas em versões reduzidas.
Ela também pesou a mão ao mostrar um trecho à capela de “Folhetim”, música de Chico Buarque, antes de emendar sua “Chico”, hit romântico do fim do ano passado, indicado ao Grammy Latino de Melhor Canção em Língua Portuguesa em 2024. “Essa música vai ganhar um Grammy”, torceu a cantora.
Em 2023, Luísa fez “Chico” em homenagem ao então namorado, o influenciador Chico Veiga, mas o romance terminou com um relato de traição no programa “Mais Você” (TV Globo). Desde então, ela apresenta o refrão substituindo o nome dele por um trecho do clássico de Chico Buarque: “Se acaso me quiseres, sou dessas mulheres…”.
Sem tanta ornamentação vocal, Luísa foi muito melhor na performance de “Principalmente me Sinto Arrasada”, música do “Escândalo Íntimo” que tem mudanças bruscas de melodia, com todas funcionando bem ao vivo. Em cena, ela interpreta a letra da música atuando com expressões histéricas — e dá uma piscadinha para a câmera que filma as imagens do telão, quebrando a quarta parede, como dizem na linguagem teatral.
Também criou um momento bonito em “Melhor Sozinha”, que tem versão gravada com Marília Mendonça (1995-2021). “Essa é uma das músicas mais importantes da minha carreira porque me permitiu ter uma música com uma das melhores cantoras que já pisaram nesse mundo”, disse.
No fim, Luísa homenageou outra referência, ao cantar “Lança Menina”, que sampleia “Lança Perfume”, de Rita Lee. No telão, apareceu um vídeo viral da artista, criticando alguém por ser “toda boazinha, toda do bem, tão galera”.

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Rock in Rio: Fãs jovens aprovam presença de pop e sertanejo no festival

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Edição de 2024 teve a maior presença de nomes pop da história do evento. Fãs pedem que a tendência se mantenha nas próximas edições. Irmãs Ana Júlia e Ana Clara, 18 e 20 anos, na primeira
Henrique Coelho/g1 Rio
Prestes a curtir mais um dia de Rock in Rio, fãs no último dia de evento aprovaram a edição com mais artistas pop da história do evento, e pedem que a tendência se mantenha nas próximas edições.
As irmãs Ana Clara, de 20, e Ana Júlia, de 18, vieram de Pará de Minas, em Minas Gerais, para curtir o show de Shawn Mendes.
“Eu não escuto tanto rock, então acho que fica melhor para voltar em um futuro próximo”, disse Ana Clara.
A irmã Ana Júlia, apaixonada pelo artista, já tinha tentado ver um show do cantor em 2019. “Eu fiquei muito ansiosa. Eu vinha para o show de 2019, em São Paulo, mas acabaram os ingressos”, contou.
Há quem venha pensando mais em curtir os eventos, depois de ver shows de rock em outras edições.
“É uma tendência a virar mais comercial. Em outros eventos, eu vim pelo Red Hot Chilli Peppers e Offspring, hoje eu venho mais pelo evento”, disse Gabriel Oliveira, 27 anos.
Manuelle da Silva, de 28 anos é fã de Luísa Sonza e Shawn Mendes e quer mais música pop nas próximas edições, mas sugeriu que o Rock in Rio aposte no sertanejo:
“Me agrada bastante. Mas ontem eu vi o show do Chitãozinho e Xororó e gostei muito. Poderiam investir inclusive mais [no sertanejo]. Gosto muito da Ana Castela”, disse a jovem.
Manuelle, de 28 anos, aprova sertanejo no festival.
Henrique Coelho/g1 Rio

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ANTES E DEPOIS: elenco principal de Castelo Rá-Tim-Bum se reencontra 20 anos depois

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Clássico programa infantil dos anos 90 completou 30 anos de lançamento em 2024. Elenco do ‘Castelo Rá-tim-bum’ faz reencontro histórico durante evento de cultura geek
Reprodução/Instagram
Um momento nostálgico para os nascidos nos anos 90: os protagonistas de ‘Castelo Rá-tim-bum’ Luciano Amaral, Fredy Allan e Cassio Scapin e Cinthya Raquel se reencontraram neste sábado (21), em um registro histórico compartilhado nas redes sociais.
No clássico infantil, eles deram vida a Nino, Pedro, Zequinha e Biba, respectivamente.
Cassio Scapin, intérprete de Nino, celebrou o encontro em publicação em suas redes sociais, marcando o fim de um hiato de duas décadas:
“Hoje encontro maravilhoso quatro pessoas que se adoram e não conseguiram em 20 anos estarem no mesmo tempo e espaço juntos!”, diz o texto.
Já a atriz Cinthya Rachel compartilhou uma foto dos atores na qual eles aparecem refazendo a clássica foto de divulgação da série (veja abaixo).
Elenco reproduziu imagem clássica do Castelo Rá-Tim-Bum
Initial plugin text
“Zeca, Nino, Pedro, Biba! Quem leu cantando levanta a mão! Fazia mais de 20 anos que nós quatro não nos encontrávamos ao mesmo tempo. E cá estamos deixando o seu coração quentinho”, diz o texto em seu Instagram.
As fotos foram tiradas durante o Santos Festival Geek, evento de cultura nerd realizado neste fim de semana em Santos (SP). Os atores tiveram um bate-papo e sessão de fotos com fãs.
O programa infantil completou 30 anos de lançamento em 2024. Ele foi ao ar pela primeira vez no dia 9 de maio de 1994 pela TV Cultura.

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