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Festas e Rodeios

‘Back to Black’ transforma a história de Amy Winehouse em melodrama superficial e sem graça; g1 já viu

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Filme dirigido por cineasta de ‘Cinquenta tons de cinza’ se concentra mais nos escândalos da cantora e menos em sua carreira musical. Marisa Abela tem atuação irregular como a protagonista “Black to black”, filme que estreia nesta quinta-feira (16) e mostra a meteórica carreira de Amy Winehouse (encerrada após sua morte em julho de 2011), tinha todos os elementos para ser uma cinebiografia memorável:
A história de uma artista icônica;
Relações conturbadas com seus familiares;
Momentos de ascensão e queda;
Trilha sonora de canções impecável;
Uma atriz que se dedica a ficar bem semelhante à biografada.
Mesmo com tudo isso, o longa não consegue sair da superficialidade e deixa a sensação de que deixou passar a chance de mostrar para o grande público os motivos que fizeram a cantora ser diferente das outras e ser marcante até hoje.
Assista ao trailer do filme “Back to Black”
O filme mostra como Amy (Marisa Abela, que foi uma das Barbies do filme de Greta Gerwig) começou a se destacar com suas performances em clubes de jazz em Londres, sempre apoiada pelo pai, Mitchell “Mitch” Winehouse (Eddie Marsan, de “Velozes e Furiosos: Hobbs e Shaw”) e a mãe, Cynthia (Lesley Manville, de “Trama Fantasma”). Com o seu sucesso, não demora muito para que produtores musicais queiram fazer com que Amy se torne uma grande estrela mundial da música.
Só que a vida de Amy muda quando ela conhece Blake Fielder-Civil (Jack O’Connell, de “Jogo do Dinheiro”) e se apaixona perdidamente por ele. A relação conturbada entre os dois, com direito a declarações inflamadas de amor e brigas violentas, inspira a cantora a compor algumas de suas canções mais famosas, que fazem parte do consagrado álbum que dá título ao filme.
Por causa do romance com Blake, Amy começa a beber cada vez mais, se envolve com drogas pesadas e entra numa espiral autodestrutiva. Ao mesmo tempo, ela se torna cada vez mais famosa mundialmente e vê sua privacidade desaparecer com a constante perseguição dos paparazzi, o que não melhora em nada a sua situação.
Amy Winehouse (Marisa Abela) e Blake Fielder-Civil (Jack O’Connell) numa cena de ‘Back to Black’
Divulgação
Entre tapas, beijos e muitas drogas
A diretora Sam Taylor-Johnson (de “Cinquenta tons de cinza”) e o roteirista Matt Greenhalgh (de “O garoto de Liverpool”, também dirigido por Johnson) preferiram destacar mais as questões relacionadas à personalidade controversa de Amy e sua relação polêmica com Blake, ao invés de destacar mais o processo criativo da cantora e como surgiram seus sucessos (com exceção da música-título, por estar mais ligada ao casal).
O produtor musical Mark Ronson, responsável direto pela criação do álbum que catapultou Amy para o estrelato, é citado em apenas uma cena e não aparece em nenhum momento do longa. A decisão, além de ser um erro, priva o público de ver como foi criado um dos discos mais marcantes do pop mundial.
Só que a cineasta nunca se aprofunda nos motivos que levaram Amy e Blake a degradação física e mental. Johnson mostra os dois com bebidas e drogas de forma muito fria em várias sequências, que alternam com outras em que o casal briga, sem criatividade e incapaz causar maior comoção.
Amy Winehouse (Marisa Abela) é amparada por Blake (Jack O’Connell) numa cena de ‘Back to Black’
Divulgação
Um exemplo disso é que a diretora mostra a protagonista, quando embriagada, cruzando um túnel com as pernas bambas, umas duas ou três vezes. Prova de que a diretora não tinha muita ideia de fazer algo diferente e até mais original.
O roteiro e a montagem também não ajudam a tirar a sensação de superficialidade que o filme transmite, já que pula de uma situação para outra, de forma episódica e sem maiores conexões. Em alguns momentos, fica difícil de entender o que acontece na história, já que certos fatos são simplesmente omitidos do público. Basta ver a cena em que Blake é procurado pela polícia após passar uma noite com Amy, o que gera mais um prato cheio para os fotógrafos que ficam de plantão na porta da casa da cantora.
Suavizar pra que?
“Back to black” comete o mesmo erro que algumas cinebiografias recentes, como “Bohemian Rhapsody”, especialmente para quem conhece alguma coisa da vida de Amy Winehouse. Assim como no filme sobre Freddy Mercury e o Queen, o longa suaviza situações e personagens que fizeram parte da trajetória da protagonista.
Amy (Marisa Abela) e Mitch Winehouse (Eddie Marsan) numa cena de ‘Back to Black’
Divulgação
Um dos melhores exemplos disso está na caracterização de Mitch Winehouse. Na vida real, ele foi bastante criticado por ter feito a filha se apresentar em diversos shows, mesmo sem estar em boas condições por causa de seus vícios. Já no filme, ele é mostrado como um homem bondoso, paciente e que nunca explora a cantora. Quem conhece alguma coisa sobre a história de Amy certamente vai se sentir ultrajado por ver o pai da intérprete retratado dessa maneira tão leve e fora da realidade.
Outro problema está na falha em mostrar mais claramente a escalada que Amy Winehouse fez para se tornar um ícone da música. Numa cena, ela aparece cantando em bares e na seguinte já está nos Estados Unidos dando entrevistas e chamando a atenção de todos.
Não há uma transição que deixe a mudança mais clara, não há algum momento em que o espectador sinta que ela atingiu a popularidade. Apenas uma cena em que uma pequena fã pede um autógrafo a ela, quando já está no início de sua queda. É muito pouco para que seja perceptível a ascensão da cantora.
Marisa Abela interpreta Amy Winehouse na cinebiografia ‘Back to Black’
Divulgação
Pelo menos, os números musicais compensam os problemas que o filme apresenta. Embora não sejam inovadores, eles cumprem o objetivo de mostrar como Amy Winehouse era sensacional quando estava num palco, mesmo nos momentos mais difíceis de sua vida. Um dos méritos da atuação de Marisa Abela está no fato de que ela mesma interpretou vários dos hits de Winehouse com uma voz bem parecida com a da vocalista. E escutar canções como “Rehab”, “Love is a Losing game”, “Tears dry on their own”, entre outras no cinema é uma ótima experiência.
Só que, mesmo com sua qualidade vocal, a atriz não acerta sempre em sua performance dramática. Em algumas cenas, ela está um festival de caras e bocas, nunca parecendo natural, especialmente na primeira parte do filme. Já quando o longa passa a tratar a fase mais decadente de Amy, ela consegue achar o tom certo e desfaz a sensação de que ela não está muito diferente da biografada.
Eddie Marsan se sai bem ao interpretar a versão bondosa e compreensiva do Mitch Winehouse e é um dos destaques positivos do elenco. É só uma pena que não corresponda a realidade. Lesley Manville também se sobressai no filme, mas aparece pouco. Pelo menos é responsável por uma das cenas mais emotivas da produção.
Já Jack O’Connell está apenas funcional como Blake, mesmo mostrando uma boa interação com Marisa Abela. Não chama a atenção, mas também não é um dos pontos baixos do filme. Aliás, nenhum ator tem alguma atuação ruim a ponto de se destacar negativamente.
“Back to black” não é a cinebiografia que Amy Winehouse merecia ter. Mas pode ser até que agrade aos fãs da cantora que gostariam de vê-la de volta, mesmo que apenas na telona. Desde que ela partiu, ainda não surgiu ninguém que chegasse ao seu nível e deve demorar a aparecer. O filme deixa isso claro, mesmo com tantos erros no percurso.

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Festas e Rodeios

Luísa Sonza grita muito, mas canta pouco em show de hits virais no Rock in Rio; leia crítica

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Em estreia no Palco Mundo, cantora privilegiou repertório dançante, mas ficou sem fôlego em medleys acelerados. Em músicas intimistas, ânsia para mostrar evolução vocal atrapalhou. Luisa Sonza canta ‘Folhetim’ e emenda em ‘Chico’
Para fisgar o público em sua estreia no Palco Mundo do Rock in Rio, a cantora gaúcha Luísa Sonza privilegiou seu repertório mais dançante, com coreografias virais reproduzidas por uma multidão neste domingo (22), último dia do festival.
O festival está sendo transmitido no Globoplay e no Multishow.
Foi um show bem diferente do apresentado em sua última participação num festival do mesmo grupo do Rock in Rio: o The Town, em São Paulo, em setembro de 2023. Naquela ocasião, Luísa havia acabado de lançar “Escândalo Íntimo”, álbum em que propõe expor faces mais profundas de sua personalidade. Com um repertório mais próximo da MPB, ela substitui letras sobre sexo e graves de funk por melodias carregadas e reflexões sobre amor, angústia e decepção. Para inaugurar a nova fase, preferiu uma performance mais recatada.
Luísa Sonza canta no Rock in Rio
Stephanie Rodrigues/g1
Já no Rock in Rio, ela retomou hits sensuais que a transformaram em uma das artistas femininas mais ouvidas do país. Luísa ficou conhecida, além das fofocas com seu nome, por hits com letras apimentadas e coreografias insinuantes que, talvez por serem tão difíceis de reproduzir, viraram sensação nas redes.
Ela dedicou o início e a parte final da apresentação a esse repertório. Em “Dona Aranha”, desceu com o bumbum empinado e a mão no chão para mostrar como a dona aranha sobe pelas paredes do quarto. Um passo parecido apareceu para imitar outra espécie em “Anaconda”. No palco, a cantora é acompanhada por um ótimo balé.
Também entraram “Campo de Morango”, “Toma”, “Modo Turbo”, “Cachorrinhas”, “Sentadona”, “Braba” e “Sou Musa do Verão”, gravada em parceria com o DJ americano Marshmello. Na correria para incluir a maior quantidade possível de sucessos, Luísa cortou músicas que já são curtas originalmente. Deu a sensação de estar vendo o TikTok.
Luísa Sonza se apresenta no Rock in Rio 2024.
Stephanie Rodrigues/g1
Também ficou sem fôlego ao precisar coordenar os passos de dança do medley acelerado. Por causa disso, cantou pouco as faixas mais agitadas, deixando a função para o público, que correspondeu.
A voz teve mais espaço num bloco de canções mais intimistas, no meio do show. Luísa evoluiu vocalmente ao longo da carreira. Mas, na ânsia para deixar isso bem claro para todo mundo, ela exagera na gritaria em músicas como “Penhasco” e “Penhasco2” — também apresentadas em versões reduzidas.
Ela também pesou a mão ao mostrar um trecho à capela de “Folhetim”, música de Chico Buarque, antes de emendar sua “Chico”, hit romântico do fim do ano passado, indicado ao Grammy Latino de Melhor Canção em Língua Portuguesa em 2024. “Essa música vai ganhar um Grammy”, torceu a cantora.
Em 2023, Luísa fez “Chico” em homenagem ao então namorado, o influenciador Chico Veiga, mas o romance terminou com um relato de traição no programa “Mais Você” (TV Globo). Desde então, ela apresenta o refrão substituindo o nome dele por um trecho do clássico de Chico Buarque: “Se acaso me quiseres, sou dessas mulheres…”.
Sem tanta ornamentação vocal, Luísa foi muito melhor na performance de “Principalmente me Sinto Arrasada”, música do “Escândalo Íntimo” que tem mudanças bruscas de melodia, com todas funcionando bem ao vivo. Em cena, ela interpreta a letra da música atuando com expressões histéricas — e dá uma piscadinha para a câmera que filma as imagens do telão, quebrando a quarta parede, como dizem na linguagem teatral.
Também criou um momento bonito em “Melhor Sozinha”, que tem versão gravada com Marília Mendonça (1995-2021). “Essa é uma das músicas mais importantes da minha carreira porque me permitiu ter uma música com uma das melhores cantoras que já pisaram nesse mundo”, disse.
No fim, Luísa homenageou outra referência, ao cantar “Lança Menina”, que sampleia “Lança Perfume”, de Rita Lee. No telão, apareceu um vídeo viral da artista, criticando alguém por ser “toda boazinha, toda do bem, tão galera”.

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Rock in Rio: Fãs jovens aprovam presença de pop e sertanejo no festival

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Edição de 2024 teve a maior presença de nomes pop da história do evento. Fãs pedem que a tendência se mantenha nas próximas edições. Irmãs Ana Júlia e Ana Clara, 18 e 20 anos, na primeira
Henrique Coelho/g1 Rio
Prestes a curtir mais um dia de Rock in Rio, fãs no último dia de evento aprovaram a edição com mais artistas pop da história do evento, e pedem que a tendência se mantenha nas próximas edições.
As irmãs Ana Clara, de 20, e Ana Júlia, de 18, vieram de Pará de Minas, em Minas Gerais, para curtir o show de Shawn Mendes.
“Eu não escuto tanto rock, então acho que fica melhor para voltar em um futuro próximo”, disse Ana Clara.
A irmã Ana Júlia, apaixonada pelo artista, já tinha tentado ver um show do cantor em 2019. “Eu fiquei muito ansiosa. Eu vinha para o show de 2019, em São Paulo, mas acabaram os ingressos”, contou.
Há quem venha pensando mais em curtir os eventos, depois de ver shows de rock em outras edições.
“É uma tendência a virar mais comercial. Em outros eventos, eu vim pelo Red Hot Chilli Peppers e Offspring, hoje eu venho mais pelo evento”, disse Gabriel Oliveira, 27 anos.
Manuelle da Silva, de 28 anos é fã de Luísa Sonza e Shawn Mendes e quer mais música pop nas próximas edições, mas sugeriu que o Rock in Rio aposte no sertanejo:
“Me agrada bastante. Mas ontem eu vi o show do Chitãozinho e Xororó e gostei muito. Poderiam investir inclusive mais [no sertanejo]. Gosto muito da Ana Castela”, disse a jovem.
Manuelle, de 28 anos, aprova sertanejo no festival.
Henrique Coelho/g1 Rio

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ANTES E DEPOIS: elenco principal de Castelo Rá-Tim-Bum se reencontra 20 anos depois

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Clássico programa infantil dos anos 90 completou 30 anos de lançamento em 2024. Elenco do ‘Castelo Rá-tim-bum’ faz reencontro histórico durante evento de cultura geek
Reprodução/Instagram
Um momento nostálgico para os nascidos nos anos 90: os protagonistas de ‘Castelo Rá-tim-bum’ Luciano Amaral, Fredy Allan e Cassio Scapin e Cinthya Raquel se reencontraram neste sábado (21), em um registro histórico compartilhado nas redes sociais.
No clássico infantil, eles deram vida a Nino, Pedro, Zequinha e Biba, respectivamente.
Cassio Scapin, intérprete de Nino, celebrou o encontro em publicação em suas redes sociais, marcando o fim de um hiato de duas décadas:
“Hoje encontro maravilhoso quatro pessoas que se adoram e não conseguiram em 20 anos estarem no mesmo tempo e espaço juntos!”, diz o texto.
Já a atriz Cinthya Rachel compartilhou uma foto dos atores na qual eles aparecem refazendo a clássica foto de divulgação da série (veja abaixo).
Elenco reproduziu imagem clássica do Castelo Rá-Tim-Bum
Initial plugin text
“Zeca, Nino, Pedro, Biba! Quem leu cantando levanta a mão! Fazia mais de 20 anos que nós quatro não nos encontrávamos ao mesmo tempo. E cá estamos deixando o seu coração quentinho”, diz o texto em seu Instagram.
As fotos foram tiradas durante o Santos Festival Geek, evento de cultura nerd realizado neste fim de semana em Santos (SP). Os atores tiveram um bate-papo e sessão de fotos com fãs.
O programa infantil completou 30 anos de lançamento em 2024. Ele foi ao ar pela primeira vez no dia 9 de maio de 1994 pela TV Cultura.

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