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Festas e Rodeios

Como Ravel Andrade viveu ‘agonia’ e ‘formigamento’ para gravar cenas chocantes de série do Globoplay

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‘O Jogo que Mudou a História’ mostra como o crime organizado surgiu no Rio. Em entrevista ao g1, ator relembra cenas de violência: ‘Fui protegido para não ter nenhum tipo de trauma’. Como Ravel Andrade se preparou para cena chocante de série do Globoplay
Para contar a história do crime organizado no Rio de Janeiro, “O Jogo que Mudou a História” mescla cenas corriqueiras do dia a dia nas comunidades com sequências que revelam ambientes de violência extrema. Ravel Andrade, um dos protagonistas da trama, aparece em alguns dos momentos mais chocantes (assista ao vídeo acima).
Na nova série do Globoplay, ele interpreta Egídio, um jovem de classe média, sem histórico no crime, preso depois de atropelar a filha de um general durante a ditadura militar. No presídio de Ilha Grande, região no sul do estado para onde foram levados adversários de governos autoritários brasileiros, o personagem vive os horrores de um sistema carcerário precário e brutal.
Ravel se aprofundou em histórias de jovens presos em cadeias muito violentas para criar a identidade de Egídio. Nos ensaios, fez exercícios para experimentar as sensações de agonia e angústia vividas por seu personagem, já desde o primeiro episódio.
“Eu fui muito protegido para não ter nenhum tipo de trauma psicológico, para não me afetar com aquilo. Quando a gente assiste à cena, tem muita veracidade porque tem muito trabalho anterior”, diz, em entrevista ao g1.
Outro elemento que ajudou na construção do papel foi o próprio repertório de vida do ator. Ou, mais exatamente, a falta de repertório sobre a realidade mostrada na série — estranha para ele, assim como para o seu personagem.
Nascido em Porto Alegre, Ravel, que é irmão do também ator Júlio Andrade, viveu a maior parte da vida numa cidade do interior da Serra Gaúcha. “É uma realidade completamente oposta porque é uma cidade muito pacata, onde as crianças caminham na rua. Não tem problema de tráfico, tem pouquíssima violência.”
Para filmar os episódios, ele entrou pela primeira vez em um presídio, cenário que só conhecia por fotos e vídeos. “Essa novidade foi muito importante para mostrar o Egídio entrando num presídio, também pela primeira vez.”
Na entrevista abaixo, Ravel Andrade relembra a experiência intensa de fazer “O Jogo que Mudou a História”. Também reflete sobre a relação entre criminalidade e estado, conta o que aprendeu durante as gravações e fala da conexão com o irmão, que faz uma participação na série.
Ravel Andrade em cena de ‘O Jogo que Mudou a História’
César Diógenes/TV Globo
g1 – Como foi a pesquisa para esse personagem?
Ravel Andrade – Eu foquei minha pesquisa nos jovens presos. O meu personagem é um rapaz de classe média, vivendo numa época de ditadura. E ele não é um criminoso. É um sujeito que estuda, trabalha e é super comportado, vive na linha. Ele vai preso em Ilha Grande, por atropelar uma garota, que acaba morrendo. Ela é filha de um general, e esse general meio que se vinga colocando ele lá. Então, fui atrás desses jovens presos, que nunca haviam tido a experiência do crime e que foram para presídios já muito violentos.
Fiz uma pesquisa grande com documentários e bebi muito do livro “Estação Carandiru”, do Drauzio Varella. Quando fui para os ensaios e a preparação, eu já tinha absorvido muita coisa do sistema carcerário.
g1 – E como foram esses ensaios?
Ravel Andrade – Na sala de ensaio, encontramos Fátima Domingues, que é uma preparadora [de elenco] maravilhosa e tem um trabalho muito físico. Ela misturou, ali na sala, ex-agentes penais, ex-policiais, pessoas que foram presas, cumpriram pena e foram reinseridas na sociedade, além de atores e não atores. E, assim, fomos simulando as cenas.
“Para uma cena de estupro do primeiro episódio, fizemos um exercício em que todos eles me cercavam e eu sentia ali a agonia, a angústia dessa agressão. Eu me lembro que eu ia para o chão e vinha um de cada vez em cima de mim.”
Claro que tudo isso foi feito com um respeito e uma consciência muito grandes, porque a Fátima tem um limite que nos protege. Fizemos a preparação física de todas as cenas e, ao mesmo tempo, fomos criando uma intimidade uns com os outros.
Me lembro do exercício de uma outra cena, em que estavam um ex-agente penal e um egresso, que já tinham se encontrado na cadeia. Houve essa troca de experiências com pessoas que viveram coisas reais e, quando chegamos para filmar, já estávamos muito preparados.
g1 – A cena de estupro que você citou é muito violenta, assim como outros momentos do seu personagem. Como isso te afetou durante as gravações?
Ravel Andrade – É tudo muito físico e muito técnico, o mais importante é a preparação. Na hora da cena, a gente ensaia muito. O Heitor Dhalia [diretor da série], que é muito sensível, conversou comigo e explicou como o personagem fica atônito e sem reação naquele momento.
Eu fui muito protegido para não ter nenhum tipo de trauma psicológico, para não me afetar com aquilo. Quando a gente assiste à cena, tem muita veracidade porque tem muito trabalho anterior. Mas ali, na hora, não tem violência.
“O que acontece no nosso corpo é um trabalho de respiração, oxigenação. Para mim, pelo menos, em sequências assim, há um formigamento, uma energia pós-cena. Você precisa parar, sentar e tentar voltar àquele estado neutro do corpo.”
Mas trauma de ter pesadelo, de depois ficar pensando naquilo, acontece muito pouco. Eu já tive isso no início da minha carreira. Quando era mais jovem, eu era mais visceral, queria sentir tudo. E tinha lembranças, pensamentos e pesadelos. Para esse trabalho, amadureci nesse sentido.
Ravel Andrade e Claudia Mauro em cena de ‘O Jogo que Mudou a História’
César Diógenes/TV Globo
g1 – As gravações aconteceram em presídios reais. Como foi essa experiência?
Ravel Andrade – Houve gravações em Bangu [atual Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio], um presídio que ainda funciona, mas o meu personagem não tem cenas lá. Eu filmei tudo no Frei Caneca, um presídio desativado, que fica no Centro do Rio de Janeiro.
Era um presídio enorme, que tinha uma ala feminina, uma masculina, uma para policiais que eram presos e outra para pessoas com doenças mentais. Então, imagina… quando esse presídio funcionava, ele englobava todas essas pessoas, todos esses gêneros.
Quando gravamos, ele estava desativado. Mas ainda estava lá: as celas todas iguais, as camas… Eu nunca tinha entrado em um presídio, só tinha visto por imagens na pesquisa. Inacreditável a veracidade da coisa.
g1 – Vi uma entrevista do Babu Santana, seu colega de elenco, em que ele fala sobre como retratou, na série, algumas coisas que já fizeram parte do dia a dia dele na vida real, como morador do Vidigal. Você veio de uma realidade bem diferente. Como foi entrar em contato com essa realidade, não só na ficção, mas também nos relatos dos colegas?
Ravel Andrade – Eu acho que isso tem muito a ver com meu personagem. Não à toa, o [criador e produtor da série, José] Junior me convida para fazer, porque ele tem essa sagacidade de entender como o ator pode contribuir para o personagem.
Eu nasci em Porto Alegre, mas morei a maior parte da minha vida em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. É uma realidade completamente oposta porque é uma cidade muito pacata, onde as crianças caminham na rua. Não tem problema de tráfico, tem pouquíssima violência.
“Eu assistia a essas coisas pela televisão. Só quando eu fui morar no Rio de Janeiro e em São Paulo, comecei a entender um pouco dessa realidade das favelas, do tráfico, dos acordos entre a polícia e os traficantes.”
Essa novidade, que foi para mim entrar em um presídio e conhecer aquela densidade, foi muito importante para mostrar o Egídio entrando num presídio, também pela primeira vez.
A minha cabeça tinha outra visão da sociedade, não era dessa sociedade violenta. Eu sou um cara branco. Eu caminho na rua e não sou parado pela polícia, eu quase não sou parado. E, quando sou, a abordagem é completamente diferente. Então, para mim, chegar ali e ouvir todos esses relatos foi ótimo para a construção do meu personagem e da minha consciência como cidadão.
“Tem muita gente que vive numa bolha, num mundo mágico dos Ursinhos Carinhosos, e que acha que a vida é isso. Principalmente as pessoas que têm um pouco mais de dinheiro.”
Rômulo Braga e Ravel Andrade em cena de ‘O Jogo que Mudou a História’
César Diógenes/TV Globo
g1 – Por que é importante entender a gênese do crime organizado no Brasil de hoje?
Ravel Andrade – Porque o crime organizado nada mais é do que a carência do estado. As milícias, o tráfico muito violento, tudo tem a ver com isso. Onde o estado não está, as pessoas, por sobrevivência, precisam se organizar. Não quero justificar: há pessoas que são do mal mesmo, assim como há pessoas com dinheiro que fazem maldade.
Mas a gênese do crime organizado tem a ver com a busca por direitos, por dignidade dentro da cadeia. Tem um personagem que fala isso na série: os caras querem que vocês [presidiários] se matem. O estado quer mais é que essas pessoas se matem, continuem se matando. O crime surge dessa necessidade de dignidade, de organização.
g1 – Você contracenou com seu irmão, Júlio Andrade, na série “Betinho – No Fio da Navalha” e ele também faz uma participação especial em “O Jogo que Mudou a História”. Vocês conversam sobre atuação nos eventos de família?
Ravel Andrade – Sim, a gente conversa muito, desde sempre. Quando eu era pequeno, o meu irmão já estava fora de casa e, quando ele vinha para almoçar ou passar o final de semana, o assunto sempre era esse: os trabalhos dele, os filmes que ele fazia. E, mais do que isso: ele me levava para as coxias dos teatros, para os sets de filmagem. Então, desde pequeno, a gente troca sobre arte.
Quando ele foi convidado para fazer o filme do Paulo Coelho [“Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho”, de 2014], eu morava e fazia teatro em Porto Alegre. Tinha uns 19 para 20 anos. Ele me falou que estavam com dificuldade para achar o Paulo Coelho jovem, e que tinha sugerido meu nome para um teste.
“Tive esse privilégio do meu irmão abrir as portas para mim, e foi a primeira vez em que sentei com ele, pegamos um texto e contracenamos juntos.”
Hoje em dia, estamos mais amadurecidos. Já temos discussões mais profundas sobre atuação. Mas, sempre que eu pego um trabalho ou que ele está em um novo projeto, debatemos e pedimos a opinião um do outro. Eu sou muito privilegiado de ter um irmão que é também um ídolo. E um guru, porque ele também me dá visões da vida, para além da arte.

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DJ Topo leva MTG ao Rock in Rio em show que custou R$ 1 milhão e mostra ‘spoiler’; veja VÍDEO

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Produtor de ‘MTG Quem Não Quer Sou Eu’ toca neste domingo (22). DJ paulista de 24 anos conta ao g1 como fez funk que ficou no topo das paradas com voz de Seu Jorge. DJ Topo explica a produção de MTG Quem Não Quer Sou Eu
Ao entrar em 2024, DJ Topo tinha uma meta pessoal: emplacar uma música nas 50 mais ouvidas do Spotify Brasil. O DJ e produtor paulista de 24 anos já tinha conquistado virais e vinha em uma crescente na carreira, ainda que lenta. Mas ele sentia que precisava de uma virada.
Bastou uma música para que isso acontecesse. Produzida em maio de 2024, “MTG Quem Não Quer Sou Eu” foi top 1 por 6 semanas no Spotify Brasil. Desde então, DJ Topo conquistou um disco de diamante triplo, músicas com Pedro Sampaio e MC Livinho, e até um lugar no Rock in Rio.
LEIA TAMBÉM: O que é MTG, sigla que aparece nas músicas mais ouvidas do Brasil
A receita para o top 1 envolveu os ingredientes certos: DJ Topo misturou um sucesso de 2011 com um som que vinha conquistando o país. Cozinhou com uma divulgação inteligente e, por fim, temperou com um sample irresistível. Abaixo, veja a história de “MTG Quem Não Quer Sou Eu” e (um spoiler do set do DJ no Rock in Rio):
Topo já era um expert em emplacar sucessos nas redes sociais. É dele o remix funk de “Passarinho (Que Som É Esse)”, que bombou em 2021.
Em 2024, o DJ vinha se inspirando pelas MTGs, produções tipo “remix” de funk com sonoridade minimalista, consolidadas na cena de Belo Horizonte.
Quando lembrou de “Quem Não Quer Sou Eu”, de Seu Jorge, ele percebeu que era a música certa para isso. Segundo ele, a faixa, em tom menor, tem uma “vibe” que combina com a produção. A MTG foi produzida no mesmo dia.
Mas a princípio, ele só fez 15 segundos de produção. Com o sucesso, veio o resto da faixa – e a luta para conseguir a liberação da música.
A MTG foi liberada, mas DJ Topo só conheceu o Seu Jorge meses depois, quando a faixa ganhou o disco de diamante triplo. Topo garante que o cantor curtiu a música, e hoje até apresenta a MTG em shows.
O sonho do Rock in Rio
Além dos sonhos já conquistados em 2024, Topo está prestes a realizar mais um: tocar no Rock in Rio. O DJ se apresenta no dia 22, no palco Supernova, às 20h30 (ele insiste que precisava ser à noite, devido a uma “surpresa que preparou”).
Topo revelou que investiu R$ 1 milhão neste show, para incluir “tecnologia de ponta” e “efeitos visuais”. A apresentação terá uma seleção de músicas especiais, temáticas para o evento. O DJ também deu um “spoiler” ao g1.
DJ Topo conta como monta set para o Rock in Rio
Nasce um hit
DJ Topo é um nativo da internet e do TikTok, mas demorou um pouco a se encontrar na música eletrônica. Ele começou fazendo rave funk, modalidade com um eletrônico mais acelerado e, como o próprio nome diz, mais “pesadona”.
Aos poucos, o produtor começou a experimentar com outras formas de funk, usando suas habilidades nas redes sociais para testar a recepção. É dele a viral “Passarinho (Que Som É Esse)”, remix funk que utiliza um clássico do “Castelo Rá Tim Bum”.
“Algumas coisas que não encaixavam tanto no funk”, conta. “Essas músicas mais ‘antigas’ assim, geralmente a maioria tá tudo em tom maior. E no caso do funk, 99% tá tudo em tom menor. Então cria uma vibe muito diferente e faz com que algumas coisas não se encaixem”.
DJ Topo, autor da ‘MTG Quem Não Quer Sou Eu’
Divulgação/Augusto Wyss
Mas em 2024, ele queria um hit que dominasse as paradas do Spotify Brasil. Com o sucesso das MTGs, Topo entendeu que esse tipo de produção poderia ser um caminho.
O DJ conta que se inspirou por “MTG Quero Te Encontrar” (DJ JZ, Humberto & Ronaldo, Mc Mininin, DJ LG PROD e Silvano Salles) e “MTG Vamos Sair Um Pouco Para Dançar” (DJ Scar, DJ NT da Serra, MC Fabinho Osk), versões que usam sucessos radiofônicos das últimas décadas. Foi aí que ele sentiu que tinha que achar a “MPB perfeita” para esse tipo de remix. E não foi fácil.
“Quem Não Quer Sou Eu”, faixa de Seu Jorge de 2011, está em tom menor. Mas além disso, tem uma “vibe” que combinava para o DJ. “Eu gosto dessa coisa mais dark, mais pesada e sentia muito isso no ‘MTG Vamos Sair Um Pouco Para Dançar”. Uma coisa mais suave, mais intimista, que a música do Seu Jorge também tem”.
Então, o DJ extraiu os vocais de Seu Jorge, acrescentou efeitos, graves e percussão. “Uma MTG no meu estilo”, define.
Outro detalhe – essencial para a música – foi quando Topo entendeu que a faixa pedia mais um tempero. “Quando eu peguei e toquei ela pela primeira vez, eu senti que tava tendo um vazio na música”, conta. Depois que Seu Jorge entoava o verso “quem não quer sou eu”, a música ficava 6 segundos sem vocais, e sem novidades.
Ele já imaginava a reação das pessoas ao ouvir a música. “Tá, e agora? O que o pessoal vai fazer [nessa parte]? Isso aqui tá muito vazio”.
Então, o músico revisitou a cena do funk de Belo Horizonte e fez mais um acréscimo à montagem: um trecho de “Maldita de Ex”, de MC Leozin.
“Falei ‘Pô, eu quero pegar algum artista de BH e puxar alguma acapella’. Na hora já veio a ideia, foi coisa do assim de destino mesmo. Já veio a ‘Maldita de Ex’ na minha cabeça e eu já tinha a música baixada”.
Topo também incluiu na MTG alguns sons que combinam com a letra. Há efeitos sonoros que simulam o ato de fumar cigarro (quando Seu Jorge canta “Um cigarro atrás do outro / Eu fumo sem parar”) e batidas de coração, no verso “No meu peito o coração parece buzinar”.
A corrida pela liberação
DJ Topo
Divulgação
Segundo o DJ, ele tem um processo habitual: faz 15 segundos de música, “testa” nas redes sociais, e só produz a faixa completa se o trecho fizer sucesso.
“Desde quando eu comecei, sempre fiz isso. De fazer uma parte da música, testar no TikTok, testar nas redes sociais, e aí depois eu terminava. Porque para remixes, você precisa pegar autorização, precisa bolar um lançamento… Tem um planejamento. Então para investir em uma música aqui que não vai dar muito certo, não vale tanto a pena”.
“Tem umas épocas que eu vou produzindo ali algumas coisas, tipo 10 ideias. Pego, testo no TikTok, se der certo eu planejo”, explica.
Foi o caso da “MTG Quem Não Quer Sou Eu” que, segundo ele, rapidamente se espalhou pelo TikTok. E nisso, ele percebeu que seria uma corrida contra o tempo.
“Falei ‘Ferrou’. Agora temos que terminar rápido. Aí, já fomos correndo atrás de autorização, de capa, e tudo o mais”.
“Outros DJs, na mesma semana, começaram apostar na mesma ideia, só que falando que a MTG era deles. Dois, três DJs começaram a pegar a música e postar. Falei ‘Pô, eu que tive a ideia, eu não vou receber o mérito se esses caras pegarem e soltarem antes. Aí começou a corrida”.
Topo revela que teve dificuldade para chegar até Seu Jorge. “Cheguei a contatar pessoas que moravam no mesmo condomínio dele. Tipo, você é vizinho dele, bate na porta dele, porque a gente precisa de autorização urgente. E nessa época, a música nem estava pronta ainda. Só tava bombando”.
Segundo o DJ, tudo se resolveu com uma mensagem da MusicPro, distribuidora do Rio de Janeiro. “Eles falaram: ‘Topo, estamos vendo aqui a sua música com o Seu Jorge. Ele é sócio nosso e a gente consegue autorização, desde que você lance pela gente”.
O DJ também conseguiu a liberação de MC Leozin, segundo a assessoria. “MTG Quem Não Quer Sou Eu” foi oficialmente lançada no streaming no dia 10 de maio de 2024. “E se eu não me engano, foi a música que bateu top 1 por mais tempo desse ano. Eu acho que ficou 33 dias, 34 dias. E foi um sonho realizado”.
E o seu Jorge?
Mesmo após conseguir a autorização, Topo não sabia o que Seu Jorge achava da música. Ele só conheceu o cantor em um evento para comemorar o disco de diamante triplo, certificado dado a álbuns ou faixas que vendem 900 mil cópias (ou alcançam 180 milhões de streams).
“E aí eu conheci, conversei com ele, e aí eu descobri que ele gostou, né?”, diz o DJ, rindo. “Ficamos resenhando, ele mostrou também algumas músicas dele, de um álbum que ele tá bolando”.
“Foi super legal conhecê-lo. Eu o admiro para caramba e tive ali meu primeiro momento de intimidade ali com ele. E bom, a princípio ele curtiu, até gravamos vídeo juntos”. Hoje, Seu Jorge toca “Quem Não Quer Sou Eu” em shows, com o beat de DJ Topo ao fundo, afirma o produtor.
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‘Palhaçada’, ‘processinho’, ‘absurdo’: Fãs choram e se revoltam com o cancelamento de Luan Santana no Rock in Rio

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Frustrados, fãs do sertanejo reclamam de mudança no Dia Brasil do festival, que teria Luan Santana no show do Para Sempre do Sertanejo. Fãs choram e se revoltam com o cancelamento de Luan Santana no Rock in Rio
Frustrados, fãs de Luan Santana se revoltaram com a ausência do cantor no show do Para Sempre Sertanejo, no Rock in Rio deste sábado (21). O músico cancelou sua participação após mudanças repentinas na grade horária do festival, causadas devido a uma sequência de atrasos no Dia Brasil.
Segundo a assessoria de Luan, ele só aceitou participar do Rock in Rio “sob o compromisso da organização de que não haveria atraso, visto que ele já tinha um grande show agendado para esta mesma data em São José (SC)”.
O g1 entrevistou fãs do sertanejo, que desabafaram sobre o incômodo com o cancelamento. Veja o vídeo acima.
“Palhaçada. Vai ter processinho”, disse a estudante Débora Martini. “Que show do Luan é esse que não tem Luan?”
“É a minha primeira vez no Rock in Rio. [Seria] o meu primeiro show do Luan”, afirmou Biana Bolti, estudante que estava aos prantos.
O publicitário Helio Martins também lamentou o cancelamento e descreveu o ídolo como “o maior ícone sertanejo desse país”.
Vitória Pinheiro, jornalista, contou que foi ao Rock in Rio apenas para ver o Luan Santana. “Tem gente que dormiu na fila”, disse ela. “Isso é um absurdo.”
Luan se apresentaria junto do Chitãozinho e Xororó, Orquestra Heliópolis, Ana Castela, Júnior e Simone Mendes.

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Antes do Rock in Rio, Akon lembra do dia em que fãs cantaram palavrão no ‘Domingão do Faustão’

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Cantor se apresenta neste domingo (22) no Rock in Rio. Ao g1, ele celebra o resgate do R&B anos 2000, revela música com Ludmilla e fala de parcerias com Lady Gaga e Michael Jackson. Por que o R&B dos anos 2000 está com tudo em 2024?
Sucesso mundial do R&B e do pop nos anos 2000, Akon tem percebido um resgate do seu trabalho antigo por uma geração que era ainda criança.
Muitos novos fãs sequer tinham nascido, quando ele estourou. Alguns deles estarão neste domingo (22) do Rock in Rio, que tem Shawn Mendes e Mariah Carey no line-up.
“Percebi que muitas das minhas músicas têm viralizado no TikTok e Instagram,”, diz o cantor em entrevista ao g1. “Agora essa nova geração está pegando essas músicas e as refazendo também.”
Ao g1, ele relembra parcerias com Michael Jackson e Lady Gaga. Akon também explica como foi o dia em que seus fãs cantaram palavrão no “Domingão do Faustão”.
Leia a entrevista completa de Akon a seguir.
Akon
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LEIA MAIS
Ne-Yo, Akon, Mariah… Por que o R&B dos anos 2000 está com tudo no Rock in Rio de 2024?
Horários do Rock in Rio 2024: veja a programação completa dos shows em cada dia
g1 – Você foi um grande nome no R&B no início dos anos 2000. E agora temos você, Mariah Carey, Ne-Yo, todos no Rock in Rio deste ano. A nostalgia pelos anos 2000 realmente cresceu ao longo dos anos, com a tendência Y2K e outras coisas do tipo. Você notou um ressurgimento no interesse pelo seu trabalho antigo? Pessoas redescobrindo seus hits por causa dessa nostalgia?
Akon – Sim, absolutamente. Percebi que muitas das minhas músicas têm viralizado muito no TikTok e Instagram, e foi interessante porque essas são músicas que, obviamente, foram grandes na época em que eu estava superativo, e agora essa nova geração está pegando essas músicas e as refazendo também. Este ano, me peguei liberando muitos dos meus catálogos antigos. Sim, notei muito, é incrível. Eu adoro.
Akon
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g1 – Você celebrou o 20º aniversário do álbum “Trouble”, certo? Como você se sentiu ao revisitar esse trabalho?
Akon – Ah, foi importante, porque com o ressurgimento de muitas das músicas, pensamos que era muito importante celebrar o 20º aniversário do álbum “Trouble”, sabe? Especialmente para reintroduzir o álbum à geração mais jovem e para colocá-lo em uma posição onde aqueles que testemunharam aquele tempo e aquela era possam revisitá-lo. Então, sim, ficamos muito animados com isso.
g1 – E como você se sente sobre seu trabalho antigo agora?
Akon – Ah, eu estou orgulhoso disso. Estou muito, muito orgulhoso. Acho que causei um grande impacto na indústria musical. Sabe, esses são discos clássicos e até hoje eu nunca me cansei deles. É incrível, incrível, incrível.
Travis Scott incendeia palco mundo no Rock in Rio
g1 – Você mencionou o público. O que você acha dele? Você está vendo novos fãs chegando, especialmente os mais jovens? Como você se sente sobre isso?
Akon – Sim, na verdade, fiquei muito surpreso ao ver que todos os shows que temos feito ultimamente têm sido cheios de adolescentes. Estou vendo muitos novos fãs jovens. Honestamente, eu esperava ver fãs mais velhos, mas são todos adolescentes.
g1 – Sobre letras explícitas, como você se sente ao escrever sabendo que jovens estão ouvindo?
Akon – Curiosamente, sinto que sou muito mais “limpo” agora, porque a música de hoje é muito mais explícita do que a minha era. Hoje em dia, eu tenho que tapar os ouvidos ao ouvir, a música é muito mais explícita hoje.
Akon: top 5 relembra carreira do cantor
g1 – Você sempre falou sobre estar interessado em ritmos africanos, certo? Recentemente, você lançou “Afro Freak” e agora o amapiano está enorme, com artistas como Tyla ganhando destaque. Você acha que a recepção à música e aos artistas africanos mudou?
Akon – Na verdade, não acho que mudou, mas acho que a energia de onde a música está indo mudou muito. As pessoas agora estão mais abertas à música de diferentes partes do mundo, especialmente com a internet, o que não era o caso na minha época. Por isso, o afrobeat ficou enorme, o reggae também. Até o funk brasileiro está ganhando espaço nos EUA.
g1 – Hoje temos plataformas de streaming e redes sociais para distribuir música nova. Como isso mudou as coisas para você?
Akon – Mudou muito para mim, porque tive que encontrar novas maneiras de me promover, me apresentar. Eu sempre fui uma pessoa muito reservada. Na minha geração, quanto mais você se mantinha distante do público, mais popular você era. Hoje, se você não está sempre postando, as pessoas esquecem de você. Então é completamente o oposto.
Akon durante apresentação
Reuters / Mario Anzuoni
g1 – E você gosta de estar nas redes sociais? Você se sente bem com isso?
Akon – No começo, eu não estava confortável de jeito nenhum. Mas agora estou me acostumando mais. É um desafio, mas estou encontrando maneiras de fazer isso e ainda manter minha vida privada.
g1 – E quando você está produzindo, você pensa nas redes sociais? Tipo, em fazer uma música que vai viralizar? Isso passa pela sua cabeça?
Akon – Eu nem ligo para isso. A última coisa que eu penso é em fazer uma música para viralizar. Acredito que, se você tem algo incrível, vai viralizar naturalmente. Eu me concentro em fazer músicas que tenham impacto positivo na vida das pessoas.
g1 – Você trabalhou com dois dos maiores nomes da indústria, Michael Jackson, quando ele já era uma lenda, e Lady Gaga, quando ela estava começando. O que você aprendeu com eles?
Akon – Michael Jackson foi provavelmente o artista mais fácil com quem já trabalhei. Ele era muito humilde, sem ego, super criativo e aberto a tudo. Com Lady Gaga, ela era a maior artista do meu selo e se tornou uma lenda. É algo pelo qual só posso agradecer a Deus, por estar em uma posição para ajudar alguém tão talentoso a ter sucesso.
g1 – Você já visitou o Brasil várias vezes. Qual é a sua conexão com o país?
Akon – Eu amo o Brasil. Sempre me senti muito próximo daqui. A energia, as cores, o futebol, a música. Recentemente, fiz uma música com Ludmilla que estamos prestes a lançar.
g1 – Durante uma de suas viagens aqui, você se apresentou em um famoso programa de TV [“Domingão do Faustão, em 2007] e cantou “I Wanna Love You”, mas a plateia cantou a versão “I Wanna Fuck You”. Esse momento se tornou lendário. Você se lembra disso?
Akon – Sim, lembro! Eu estava decidindo qual versão cantar e acabei escolhendo a versão limpa. Mas quando ouvi a plateia, não pude fazer nada, eles estavam cantando, não eu.
VÍDEOS: Os melhores momentos do primeiro fim de semana de Rock in Rio

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