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‘Miau miau miau’: como histórias tristes de gatinhos criadas por IA se tornaram um estado de espírito

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Vídeos com narrativa dramática e trilha ‘chiclete’ conquistam redes sociais no Brasil, nos EUA e em países asiáticos. Criador de conteúdo explica ao g1 como é ser ‘especialista’ de gatinhos. ‘Miau miau miau’: Entenda o fenômeno dos vídeos de gatinho de Inteligência Artificial
Um gatinho ruivo entra em uma escola, rodeado de gatinhos brancos. Ele é zoado por ser diferente e vai embora, chorando. Então, ele compra um pote de tinta branca e se pinta por completo. E assim, o gatinho passa a ser aceito na escola. Tudo está bem para ele até que uma chuva revela sua verdadeira cor. Os brancos voltam a zoá-lo. Sozinho, o gatinho ruivo volta a chorar.
Essa é a história de um vídeo no TikTok com mais de 48 milhões de visualizações, composto por imagens criadas com Inteligência Artificial. A trilha sonora é uma versão de “What Was I Made For”, de Billie Eilish. Mas há uma alteração na letra: os versos são apenas “Miau, miau, miau”.
Se você não ainda viu esse tipo de conteúdo, a descrição pode soar estranha. Mas os vídeos identificados apenas como “histórias de gato em IA” ou alguma variação são o novo grande viral. E “miau miau miau” se tornou mais que uma trilha sonora: virou um estado de espírito.
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Os gatinhos falsos estão em todo lugar, vivendo situações de todos os tipos no Facebook, no TikTok, no Instagram e no Twitter. E infelizmente para os bichinhos, eles não costumam ter um final feliz.
De onde vem tanto sucesso?
Pets sempre conquistaram corações na internet (e na vida), com apelo praticamente unânime. Mas essas histórias melodramáticas com gatos totalmente fictícios e por vezes surreais são um passo além.
Como era de se esperar, os vídeos têm um apelo especial entre as crianças, que ficam entretidas como se estivessem vendo uma animação da Pixar… e às vezes, choram como se a história fosse real.
Na verdade, as reações das crianças são tão passionais que se tornaram uma tendência à parte. O termo “miau miau miau”, no TikTok, mostra várias crianças chorando ao assistir os vídeos de gatinho.
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Mas apesar do conteúdo, os gatinhos de IA não ficam restritos ao público infantil.
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Então, por que todo esse apelo? Juliana Berni, psicanalista e pesquisadora de cultura digital na UFMG, explica ao g1 que qualquer tendência é uma tendência porque gera um efeito de identificação nas pessoas. E, segundo ela, com a internet, esse fenômeno aumenta à medida em que nos sentimos mais desamparados.
No caso desses virais, ela acredita que é justamente a identificação que atrai tanta gente. É isso que faz “miau miau miau” se tornar um novo meme, uma piada interna nas redes sociais.
“É como se as tendências dessem uma segurança, um amparo. Tô assistindo esse vídeo de gatinho, todo mundo tá assistindo, então me sinto parte desse grupo”.
E como gatinhos se ‘parecem’ com a gente e vivem como a gente, as histórias são familiares. “Tem uma humanização, provoca algo de muito íntimo na gente. E a gente fica interessado nisso”.
Os vídeos não costumam ter texto e, por isso, podem viralizar em qualquer país. Eles também tratam de temas comuns a praticamente qualquer sociedade: falam de amor, família, ciúme, saudade, às vezes com alguma moral. De certa forma, não são tão diferentes de livros de historinhas, fábulas ou novelinhas. Para a psicanalista, os vídeos “falam de situações cotidianas”. “Qualquer pessoa pode se identificar”.
Mas a distância entre a gente e o gatinho ruivo pintado de tinta também ajuda. Nós nos se relacionamos com a história, mas não nos enxergamos totalmente nela (afinal, ainda são bichinhos surreais). “Por ser estranho e distante, pode facilitar. É uma identificação menos descarada, como o humor”.
Gatinha consola seu filhote no shopping.
Reprodução/Instagram
A estranheza não só dá espaço para que a gente aproveite as histórias, como também provoca curiosidade. Em um mundo onde gatinhos são policiais, médicos, zumbis, casais, tudo pode acontecer. E aí, fica praticamente irresistível assistir cada vídeo até o fim.
Gatinhos ‘fake’, lucro real
Charles, de 26 anos, é um francês que trabalha na área financeira. Mas no tempo livre, a sua principal ocupação é criar esses vídeos de gatinhos.
Charles é dono do perfil @mpminds no TikTok, especializado nesse tipo de conteúdo. Ele contou ao g1 que criou a conta depois de perceber o engajamento que os vídeos dos pets estavam alcançando. E tem dado certo.
Perfil @mpminds no TikTok.
Reprodução
O primeiro conteúdo no perfil @mpminds foi publicado em janeiro deste ano, mas a página já acumula mais de 1 milhão de seguidores e mais de 23 milhões de curtidas. Foi ele quem criou o vídeo do gatinho na lata de tinta, que é um de seus maiores sucessos.
Charles diz que não há um perfil específico entre os seus espectadores. Mas ele já percebeu que os vídeos são especialmente populares entre públicos mais jovens e em países asiáticos, nos EUA e no Brasil.
Com o sucesso dos vídeos, Charles conseguiu parcerias com empresas e lucro pelo próprio TikTok. A plataforma permite que você se inscreva para ganhar por vídeo, e paga de acordo com visualizações e engajamento.
Gatinho militar faz uma ligação importante.
Reprodução/Instagram
Charles não revelou o valor que ganha com as contas, mas diz que é uma “renda complementar”. O site Influencer Marketing Hub, que calcula ganhos no TikTok, estima que somente o vídeo do gatinho na lata de tinta já gerou cerca de 2.645 dólares até agora.
E o processo de criação é bastante simples. “Eu penso em uma história engraçada ou comovente que acho que vai envolver os espectadores. Depois, é só gerar as imagens e editar o vídeo em um software de edição”. Ele também ensina todo o processo em um curso online, por 18 dólares.
Charles faz histórias de todos os tipos, mas também prefere focar nas tristes. “Histórias com finais mais tristes costumam ter mais engajamento. As pessoas ficam mais tempo [vendo o vídeo], esperando um final feliz”.
E claro, tem um efeito emocional diferente. “Reações negativas são mais fortes e duradouras”.
Isso é universal. Enquanto os gatinhos estiverem tristes, a gente fica triste também. Enquanto viverem situações atípicas, a gente fica curioso para ver no que vai dar. Com a música chiclete, então, o difícil é parar de assistir… e cantarolar.

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Rock in Rio 2024: Veja fotos do 6º dia

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Sábado (21) é dedicado ao Dia Brasil e terá shows de Chitãozinho e Xororó, Baianasystem, Duda Beat e muitas outras estrelas nacionais. Sexto dia de Rock in Rio
Thaís Espírito Santo/g1
Sexto dia de Rock in Rio
Thaís Espírito Santo/g1
Público recebe pulseira de led para sexto dia de Rock in Rio
Thaís Espírito Santo/g1
Público aguarda entrada para o sexto dia de Rock in Rio
Thaís Espírito Santo/g1
Público chega para o sexto dia de Rock in Rio
Thaís Espírito Santo/g1
Público chega para o sexto dia de Rock in Rio
Thaís Espírito Santo/g1
Sexto dia de Rock in Rio
Rafael Nascimento/g1

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A caminho do Rock in Rio, MC Livinho invade reportagem ao vivo sobre tragédia na Dutra, faz dancinha e recebe críticas na web

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Funkeiro foi escalado para o Espaço Favela neste sábado (21). Depois, pediu desculpas. MC Livinho invade reportagem ao vivo sobre tragédia em rodovia para dancinha e recebe críticas na web
MC Livinho foi alvo de críticas neste sábado (21) depois que invadiu uma reportagem ao vivo sobre o acidente de ônibus na Dutra para fazer dancinhas. Pelo menos 3 pessoas morreram na tragédia. Depois, o cantor pediu desculpas.
A repórter Isabela Campos falava para o RJ1 sobre o atendimento aos feridos quando o funkeiro apareceu no vídeo, se aproximou da câmera, hesitou por alguns segundos e começou a dançar. A imagem foi tirada do ar, e, no lugar, entraram cenas do veículo acidentado, enquanto Isabela terminava de dar as informações.
Ônibus de turismo tomba na descida da Serra das Araras, em Piraí
Reprodução
A tragédia
O coletivo tombou na descida da Serra das Araras, em Piraí, no Sul Fluminense, por volta das 10h, com atletas do time de futebol americano Coritiba Crocodiles. A equipe vinha de Curitiba ao Rio de Janeiro para jogar contra o Flamengo Imperadores pelo Brasileirão de Futebol Americano. A partida foi cancelada.
De acordo com a CCR RioSP, concessionária que administra a rodovia, o ônibus transportava 43 passageiros e 2 motoristas.
As vítimas que morreram são:
Daniel Santos, 44 anos
Lucas de Castro Rodrigues Barros, 19 anos
Lucas Padilha, 42 anos
Veja mais sobre os jogadores que perderam a vida.
Sete pessoas foram socorridas, 1 delas com ferimentos graves, e encaminhadas aos hospitais Geral de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e São João Batista, em Volta Redonda.
De acordo com a concessionária, 35 pessoas não se feriram. Um ônibus foi enviado ao local para buscá-las.
As críticas
Antes mesmo de o funkeiro se pronunciar, internautas foram a postagens antigas dele para criticar a invasão.
“Atitude de moleque. Fazendo palhaçada durante transmissão de notícia de acidente”, disse um.
“3 mortos, e você dançando durante a notícia do acidente”, escreveu outro.
“Tem pessoas medíocres que pagam pra ir no show desse cara? Como pode fazer dancinha em uma tragédia? Atitude de homem, rapaz!”, postou mais um.
“Não precisa ser muito inteligente pra saber que se tem uma equipe de reportagem e congestionamento na estrada, e provavelmente ambulância e viaturas passando pelo caminho, é porque algo sério aconteceu. Completamente sem noção”, falou outro.
“Parabéns, fazendo dancinha enquanto pessoas sofriam o luto. Quer aparecer a todo custo, né? Tudo pela fama, tudo pela mídia! Sem noção”, disse uma.
“Ah, coitado, ele não percebeu um acidente com veículo batido na rua, ambulância e polícia. Coitado, só quis biscoitar e aparecer”, ironizou outra.
“Você se considera um ser humano?”, indagou um.
As desculpas
MC Livinho pede desculpas após invadir reportagem ao vivo sobre tragédia na Dutra

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Fã de Luan Santana acampa na fila do Rock in Rio para ver 49º show do cantor: ‘Maior loucura que já fiz por ele’

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Professora é fã do Luan Santana há 17 anos e divide tempo com rotina de shows, fã clube e paixão pela pedagogia após enfrentar depressão. Thayane Basseto dormiu na fila para garantir lugar na apresentação de Luan Santana no Rock in Rio.
Acervo pessoal
O 6° dia de Rock in Rio, neste sábado (21), tem somente atrações brasileiras e a estreia do sertanejo no festival. O evento começou com uma fila pequena em comparação com os outros dias, mas Thayane Basseto, de 28 anos, fez questão de garantir o primeiro lugar.
A professora é de Campinas, São Paulo, e não mede esforços para assistir a shows do Luan Santana. Segundo ela, a maior loucura que já fez pelo cantor foi vir ao Rock in Rio.
Ela chegou na cidade por volta de 18h desta sexta (20) e, em seguida, veio direto para os portões da Cidade do Rock. Às 20h, ela estava preparada com seu colchão para dormir enquanto aguardava o dia clarear para assistir seu 49º show do artista. A jovem já rodou em diversos estados acompanhando a agenda do cantor, e o último foi há duas semanas.
“Estar aqui é a maior loucura que já fiz por ele. Fui em outros estados, mas isso aqui é o maior, ainda mais acampar sozinha. Fiz tudo sozinha. Peguei moto Uber cheia de sacola, BRT sem saber andar aqui. Na hora que o Luan curtiu minha foto, comecei a pular e chorar que nem maluca aqui. Nosso sonho só se torna realidade porque a gente é real e faz acontecer”, conta.
Para enfrentar a madrugada, ela conta que teve ajuda dos policiais que estavam patrulhando a região, que trouxeram até lanche e suco para ela. A produção do cantor também providenciou um lanche para a jovem, que disse não ter sentido medo.
Apaixonada pelo Luan, ela fundou o fã clube “Coisas de Luanete” e se dedica à página enquanto divide seu tempo com a pedagogia.
A professora Thayane Basseto é fã de Luan Santana e foi a primeira a chegar na fila do Rock in Rio neste sábado (21).
Acervo pessoal
No entanto, entre posts apaixonados e dedicações para acompanhar o ídolo, a professora afirma receber hate pelas loucuras que faz pelo cantor.
“Tem gente que reclama até do calor que a gente paga em ingresso, manda mensagem para nossos familiares, invade nossas vidas”, relata.
Segundo Thayane, ela encontra forças nas letras do cantor para enfrentar as adversidades da vida.
“Eu costumo dizer que eu tenho 2 anos de vida, porque há dois anos eu tentei suicídio. Foi muito difícil passar pela depressão e eu cheguei em um momento que eu não queria mais estar viva. Luto muito para não voltar para esse lugar, porque doeu perder um filho, doeu saber que eu fui fruto de um abuso sexual, muita coisa doeu e foi nele que encontrei essa força para sair da depressão”.
“Meu psicólogo disse: ‘você precisa encontrar algo que te faça mais forte do que sua depressão’, e é isso que eu faço. A gente precisa se agarrar ao que nos faz feliz”, declara a jovem.
A professora Thayane Basseto é fã de Luan Santana e foi a primeira a chegar na fila do Rock in Rio neste sábado (21).
Thaís Espírito Santo/g1 Rio

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