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Festas e Rodeios

A física por trás dos passos dos dançarinos de breaking que desafiam a gravidade

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O break dance celebra o atletismo e a criatividade, com algumas demonstrações de física bastante impressionantes. O break dance celebra o atletismo e a criatividade, com algumas demonstrações de física bastante impressionantes
GETTY IMAGES via BBC
Os melhores dançarinos de break do mundo estarão girando de cabeça para baixo, congelando poses de arregalar os olhos e exibindo movimentos de pés extravagantes na estreia do breaking como um esporte olímpico em Paris 2024.
É assim que eles executam seus movimentos nos throw downs de 60 segundos.
Throw down é como é chamado o momento em que um b-boy ou uma b-girl entra na pista e começa a dançar o break.
Na pista, dois atletas se enfrentam em uma intensa batalha de dança.
O DJ começa a tocar músicas, e os atletas começam a girar, rodopiar e aparentemente desafiar a gravidade, observando-se respeitosamente e se revezando para mostrar suas habilidades.
Os atletas conversam por meio de seus movimentos, falando por meio de uma dança que celebra o atletismo e a criatividade.
Embora os atletas provavelmente não estejam pensando conscientemente sobre a física por trás de seus movimentos, essas danças complexas e hipnotizantes demonstram uma variedade de princípios científicos diferentes.
O breaking, também conhecido como break dance, teve origem no final dos anos 1970 no bairro do Bronx, em Nova York.
A história do breaking: das ruas para as Olimpíadas de Paris
Estreando como um esporte olímpico na Olimpíada de Verão de 2024, dançarinos de breaking mostrarão seus movimentos dinâmicos em um palco global.
Desde seu início, o breaking evoluiu para uma forma de arte competitiva.
Um MC narra os movimentos, enquanto um DJ mistura músicas para criar uma atmosfera dinâmica.
Os Jogos Olímpicos apresentarão dois eventos: um para homens, chamados de b-boys, e um para mulheres, chamadas de b-girls. Nesses eventos, os atletas se enfrentarão em batalhas de dança.
Os atletas ganham pontos por criatividade, personalidade, técnica, variedade, performatividade e musicalidade.
O sucesso neste esporte requer a combinação de movimentos de dança de três categorias básicas: top rock, down rock e freeze.
(Saiba mais sobre breaking neste artigo interativo da BBC News Brasil.)
É uma forma de dança extremamente exigente fisicamente, demandando explosões rápidas poderosas e atividade cardiovascular.
O atrito desempenha um papel importante nos movimentos abruptos do top rock
GETTY IMAGES via BBC
Movimentos em pé
Os movimentos do top rock são realizados em pé, com foco em movimentos de pés e mãos sofisticados. Esses movimentos lembram a dança hip-hop.
Esses movimentos dependem de muito atrito – a força que resiste quando você desliza algo sobre uma superfície – entre os sapatos de um atleta e o chão.
Esse atrito permite que o atleta dê passos muito rápidos e pare abruptamente.
Os dançarinos devem entender intuitivamente a inércia, ou o fato de que seus corpos continuarão na direção em que estão se movendo, a menos que sejam afetados por uma força externa.
Para parar abruptamente, os atletas precisam envolver seus músculos, fazendo com que seus sapatos agarrem o chão para impedi-los de continuar para frente.
Movimentos no chão
Os movimentos do down rock são realizados no chão. Os atletas podem girar em círculos com a cabeça, costas, cotovelos ou ombros tocando o chão e com os pés no ar.
B-boys e b-girls dependem muito de um conhecimento interno de física para completar esses movimentos.
Considere a física de um backspin. Um backspin ocorre quando o atleta está de costas com os pés levantados no ar, girando em torno de uma área específica das costas.
Sentado no chão, o pé esquerdo do atleta permanece em contato com o chão enquanto ele abre bem a perna direita, ganhando momento linear enquanto ele joga a perna direita em direção ao pé esquerdo em um arco amplo.
Então, ele libera a perna esquerda do contato com o chão e rola de costas.
Agora que apenas as costas estão em contato com o chão, o momento linear da perna se transforma em momento angular, que gira o atleta em torno de um eixo que se estende para cima do ponto de contato das costas com o chão.
Esse movimento se torna mágico quando ele traz as pernas e os braços para dentro, em direção ao eixo de rotação. Esse princípio é chamado de “conservação do momento angular”.
Quando um atleta aproxima sua massa do eixo de rotação, as rotações do atleta aceleram.
Estender as pernas e os braços mais uma vez e afastar sua massa do eixo de rotação fará com que o competidor diminua sua velocidade de rotação.
Depois que ele desacelera, ele pode fazer a transição para outro movimento.
Parando em uma pose
O freeze (congelamento, em inglês) ocorre quando os atletas param em uma pose estranha, geralmente ocorrendo no ritmo da música e em uma posição de cabeça para baixo.
Para congelar efetivamente, o atleta deve ter controle total sobre seu centro de massa, colocando-o logo acima do ponto de seu corpo que está em contato com o chão.
O centro de massa é a posição média de todas as partes de um atleta, ponderadas de acordo com suas massas.
O “ponto de equilíbrio” onde toda a massa do atleta está concentrada é o centro de massa.
Quanto mais baixo o centro de massa de um competidor estiver em relação ao chão, mais fácil será manter o congelamento
GETTY IMAGES via BBC
Os atletas ficam mais estáveis quando seu centro de massa está o mais próximo possível do chão.
Você verá muitos competidores congelarem com os braços dobrados em um esforço para abaixar seu centro de massa.
Isso reduz a distância do chão e minimiza a tendência do corpo balançar para um lado ou outro devido ao torque.
O torque é uma força de torção, como a força usada para girar uma chave inglesa.
Ele depende de duas coisas: a quantidade de força que você aplica e a que distância do ponto pivotal você aplica a força.
Com o centro de massa de um atleta mais próximo do chão, o atleta diminui a distância entre o ponto pivotal — o chão — e onde a força da gravidade é aplicada — o centro de massa do atleta.
Os atletas precisam de muita força para interromper sua movimentação no meio de um movimento porque eles têm que aplicar uma força para resistir à inércia (mas isso também pode aumentar o risco de lesões nas articulações).
A roupa certa
Muitos esportes exigem um uniforme específico. O breaking não — um atleta pode usar o que quiser — mas a roupa certa pode maximizar sua chance de sucesso.
O acessório certo pode fazer a diferença quando se trata de fazer paradas de cabeça e giros
GETTY IMAGES via BBC
O atleta quer uma camisa que minimize o atrito entre seu corpo e o chão durante um giro.
Letras ou imagens nas costas da camisa adicionarão atrito, o que dificulta a capacidade do atleta de executar alguns movimentos de down rock.
Um atleta pode escolher usar mangas compridas se planeja deslizar sobre os cotovelos, pois a pele nua em contato com o chão também fornece mais atrito.
Os atletas também precisam pensar sobre o acessório que usam na cabeça.
Embora existam muitos estilos diferentes de chapéus feitos especificamente para breaking, o atleta pode escolher o que melhor se adapta ao seu estilo de dança.
Eles precisam ter certeza de que seu chapéu forneça algum acolchoamento para sua cabeça, minimizando o atrito entre a cabeça e o chão.
As costas, cotovelo e cabeça são eixos de rotação durante o down rock, então o atleta quer uma vestimenta que minimize o atrito em todos esses lugares.
Mas eles também precisam ter certeza de que seus sapatos tenham aderência para maximizar o atrito enquanto fazem o trabalho de pés no top rock.
Os atletas também querem ter certeza de que suas mãos não estão suadas ou escorregadias para que possam usar o atrito delas para controlar a velocidade com que estão girando durante os giros do down rock.
No mundo do breaking – onde os dançarinos parecem desafiar a gravidade – força e arte trabalham lado a lado com a física para criar os movimentos que cativarão o público durante as Olimpíadas de 2024.
*Amy Pope é professora titular de física e astronomia na Clemson University, na Carolina do Sul, Estados Unidos.
Este artigo é uma adaptação de um artigo originalmente publicado no site The Conversation e republicado sob uma licença Creative Commons.
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Chay Suede e Laura Neiva mostram primeiras fotos de Ana, a terceira filha do casal

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Os pais escolheram descobrir o sexo da criança apenas durante o parto. Laura Neiva e Chay Suede
Webert Belicio/ Agnews
A terceira filha de Chay Suede e Laura Neiva nasceu na última sexta-feira (8), e neste domingo (10) os pais aproveitaram para postar as primeiras fotos com a bebê, que se chama Ana.
Eles usaram o Instagram para anunciar a chegada da filha, veja as fotos abaixo:
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Chay e Laura são pais de outras duas crianças: Maria, de 4 anos, e José, com 2 anos. A chegada da terceira filha veio em meio a um mistério já que o casal não quis saber o sexo da criança até o dia do parto.
Em participação no gshow, Chay explicou a decisão: “Foi a Laurinha, foi uma ideia dela. Nos outros a gente não soube no parto, a gente soube antes, assim que deu para saber. E nesse ela falou: ‘Vamos saber na hora? Será que a gente aguenta?’. E a gente aguentou! Faltam dez semanas.”
Ao comentar sobre como faz para equilibrar as gravações no Rio de Janeiro com a vida familiar em São Paulo, Chay falou em ‘malabarismo’:
“É um malabarismo, né? Eu venho para cá, eles vão para lá. No período de férias a gente fica junto. Eles vão para lá quando eu estou trabalhando direto… E quando nascer o nenenzinho, licença-paterninade da dona Globo.”
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O brilho de Quincy Jones em 10 músicas

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O músico, que morreu aos 91 anos, foi um dos produtores mais importantes do jazz e do pop. Quincy Jones morreu aos 91 anos no último domingo (3/11)
Getty Images via BBC
“A música é sagrada para mim”, disse Quincy Jones, certa vez. “A melodia é a voz de Deus.”
Ele certamente tinha um toque divino.
Jones, que morreu aos 91 anos, foi o braço direito de Frank Sinatra e Michael Jackson, e ajudou a definir o som do jazz e do pop ao longo de mais de 60 anos.
Suas gravações revolucionaram a música ao misturar gêneros, promover colaborações improváveis e formular técnicas modernas de produção.
A seguir, estão 10 músicas que mostram a versatilidade e brilhantismo de Jones no estúdio, além de sua capacidade de extrair o melhor dos músicos com quem trabalhou.
1) Michael Jackson – Billie Jean
Quincy Jones e Michael Jackson na cerimônia de premiação do Grammy de 1984
Getty Images via BBC
Michael Jackson conheceu Quincy Jones no set de filmagem de O Mágico Inesquecível, de 1978, e pediu a ele para produzir seu próximo álbum. Este disco foi Off The Wall – um álbum espetacular que consagrou Jackson como um astro solo.
Eles se juntaram novamente para o álbum Thriller, de 1982, que, sem dúvida, reformulou o mercado pop. Não só produziu sete singles entre os top 10, como também rompeu barreiras raciais, atraindo igualmente o público negro e branco.
O segredo para o sucesso foi Billie Jean, uma história sombria sobre as tietes que Jackson conheceu quando estava em turnê com seus irmãos. Como produtor, Jones não gostou muito da faixa no início, discutindo com Jackson sobre a longa abertura instrumental.
“Eu disse: ‘Michael, precisamos cortar essa introdução'”, lembrou ele mais tarde.
“Ele disse: ‘Mas é isso que me faz querer dançar.’ E quando Michael Jackson diz: ‘É isso que me faz querer dançar’, então, o resto de nós apenas tem que calar a boca.”
Com essas palavras ressoando em seus ouvidos, Jones manteve o arranjo enxuto e moderno. Ele até instruiu o engenheiro de som Bruce Swedien a criar uma bateria com uma “personalidade sonora” que ninguém havia ouvido antes. O resultado é uma das introduções mais reconhecidas da história do pop.
2) Frank Sinatra – Come Fly With Me (Sinatra at the Sands)
Jones trabalhou em parceria com Frank Sinatra desde o início de sua carreira
Getty Images via BBC
“A amizade era muito forte. Não dá para descrever”, disse Jones sobre sua parceria com Frank Sinatra — que ia muito além do estúdio de gravação.
“Sete Jack Daniels duplos em uma hora… [Sinatra] inventou a festa.”
Depois de terem estabelecido um relacionamento no álbum It Might As Well Be Swing, de 1964, Jones ajudou Sinatra a preparar novos arranjos para suas músicas para uma temporada de quatro semanas no Copa Room do Hotel The Sands, em Las Vegas.
“Foi provavelmente o engajamento mais emocionante que já tive na minha vida, desde que comecei a me apresentar”, lembrou Sinatra mais tarde.
Acompanhado pela Count Basie Orchestra, o astro soa perfeitamente à vontade, cantando clássicos como I’ve Got You Under My Skin, Fly Me To The Moon e You Make Me Feel So Young.
Mas é Come Fly With Me que captura com mais perfeição a vitalidade dos novos arranjos de Jones, especialmente na interação carismática entre Sinatra e os instrumentos de sopro da orquestra.
Não é de se admirar que a música tenha sido escolhida para abrir o show — conforme capturado no premiado álbum ao vivo, Sinatra At The Sands.
3) Lesley Gore – It’s My Party
It’s My Party, na voz de Lesley Gore, chegou ao topo das paradas de sucesso dos Estados Unidos
Getty Images via BBC
Lesley Gore era apenas uma adolescente quando suas demos vocais chegaram às mãos de Quincy Jones no início da década de 1960. Naquele momento, ele estava trabalhando com cantores de jazz como Sinatra e Sarah Vaughan — mas ouviu algo que lhe agradou na fita de Gore.
“Ela tinha uma voz suave, característica e cantava afinada, o que muitos cantores de rock ‘n’ roll não conseguiam fazer, então eu a contratei”, escreveu ele em sua autobiografia.
Para a primeira sessão, Jones escolheu It’s My Party entre uma pilha de 200 demos, e começou a trabalhar. Ele fez uma gravação dupla da voz de Gore, acrescentando pequenos floreios de instrumentos de sopro e mudanças inesperadas de acordes que evocam perfeitamente a angústia adolescente da música.
Ele lançou o single às pressas, após descobrir que Phil Spector tinha planos de gravar a mesma música com a banda The Crystals. A música chegou ao topo das paradas de sucesso dos Estados Unidos e alcançou o nono lugar no Reino Unido.
4) Quincy Jones – Summer In The City
Summer In The City se tornou uma das músicas mais influentes de Jones
Getty Images via BBC
Gravado pela banda The Lovin’ Spoonful, Summer In The City é um clássico do rock dos anos 1960, repleto de acordes sinistros de órgão e batidas potentes de bateria que capturam a sensação pegajosa de uma onda de calor opressiva.
A versão de Quincy Jones, gravada para seu álbum de 1973, You’ve Got It Bad Girl, é quase irreconhecível. De forma indolentemente descontraída, o órgão Hammond é tocado com leveza, assim como a bateria.
A maior parte da letra é suprimida e, quando chega aos 2’30”, é cantada com uma serenidade quase celestial por Valerie Simpson (da dupla Ashford & Simpson).
Originalmente lançada como lado B, ela se tornou uma das músicas mais influentes de Jones. De acordo com o site WhoSampled.com, ela foi sampleada em 87 outras músicas, incluindo faixas de Massive Attack, Eminem, Nightmares on Wax e The Roots.
5) Dinah Washington – Mad About The Boy
Mad About The Boy ganhou nova versão na voz de Dinah Washington
Getty Images via BBC
Este é outro exemplo de como a habilidade de Jones como arranjador pode mudar completamente uma música.
Mad About The Boy foi escrita por Noël Coward para o musical Words and Music, de 1932. Na versão original, era cantada por quatro mulheres diferentes, cada uma expressando seu amor por um astro de cinema não identificado (supostamente Douglas Fairbanks Jr.) enquanto esperavam na fila para assistir a um de seus filmes.
É engraçada, peculiar e inteligente, mas quando Dinah Washington regravou a música em 1961, Jones a desacelerou e mudou o compasso de 4/4 para 6/8, permitindo que a cantora percorresse a letra com uma carnalidade recém-descoberta.
Embora tenha passado despercebida na época, a música ganhou fôlego novo em 1992, quando foi usada como trilha sonora de um anúncio da Levis, e entrou nas paradas de sucesso do Reino Unido pela primeira vez
6) Quincy Jones – Soul Bossa Nova
Jones compôs a música Soul Bossa Nova em 20 minutos
Getty Images via BBC
Escrita em apenas 20 minutos, Soul Bossa Nova foi inspirada no gênero musical brasileiro do início dos anos 1960.
Jones está em seu elemento aqui — com flautas e trombones que capturam a alegria de viver do carnaval. Ele também faz uso proeminente da cuíca, instrumento musical semelhante a um tambor, que soa como um macaco feliz nos compassos iniciais.
Assim como a Bossa Nova foi imortalizada, a música de Jones perdurou, de forma mais memorável na sequência de dança de abertura do filme Austin Powers: Um Agente Nada Discreto.
7) Michael Jackson – Beat It
Michael Jackson no clipe de sucesso de Beat it
Getty Images via BBC
Desde o início, Jones e Jackson planejaram fazer de Thriller um álbum pop de grande sucesso.
“Passamos por 800 músicas para chegar a nove”, disse Jones. “Isso não é casual.”
O trabalho era exaustivo. Em um determinado momento, eles estavam trabalhando em três estúdios simultaneamente… até que os alto-falantes pegaram fogo.
Beat It foi crucial para o projeto — porque foi concebida para que Jackson fosse tocado nas rádios de rock dos EUA, uma perspectiva inédita na indústria musical altamente segregada da década de 1980.
Jones havia dito a Jackson para escrever “uma versão negra” de My Sharona, da banda The Knack — sucesso de 1979 que vendeu mais de 10 milhões de cópias. Mas Jackson estava um passo à frente. Ele tinha uma demo que se encaixava no projeto, embora sem refrão ou letra.
Enquanto Jackson trabalhava nisso, Jones chamou Eddie Van Halen para fazer o solo de guitarra.
“Ele entrou e empilhou suas guitarras Gibson”, lembrou Jones mais tarde.
“Eu disse: ‘Não vou me sentar aqui e tentar te dizer o que tocar… Vamos tentar fazer três ou quatro tomadas. Algumas delas serão superanimadas, outras serão longas, e nós as esculpiremos.”
“E ele tocou para caramba.”
A música, com seu clipe inspirado em West Side Story, foi lançada no momento em que a MTV decolava, fazendo com que Jackson se tornasse uma presença permanente nas salas de casa dos Estados Unidos.
Mas apesar de todo o foco comercial do projeto Thriller, Jones sempre afirmou que a música vinha em primeiro lugar.
“Nunca, jamais, na minha vida, fiz música por dinheiro ou fama — porque é quando Deus sai da sala”, ele disse.
8) The Brothers Johnson – Strawberry Letter #23
Da esquerda para a direita: Louis Johnson, Quincy Jones e George Johnson
Getty Images via BBC
Jones descobriu o guitarrista George Johnson e o baixista Louis Johnson quando os ouviu tocando em uma demo da irmã de Chaka Khan, Taka Boom.
Ele os contratou para tocar na trilha sonora da célebre série de televisão Raízes, colocou-os em sua banda de turnê e dirigiu seu álbum de estreia Look Out For #1, de 1976 (que inclui uma gravação sublime de Come Together, dos Beatles).
Mas os irmãos só ficaram famosos no mainstream em 1977, com o lançamento de Strawberry Letter #23.
Originalmente gravada por Shuggie Otis, a versão de Jones torna a produção mais robusta, com uma linha de baixo marcante e backing vocals crescentes — mas George Johnson teve dificuldades para recriar o solo de guitarra original de Shuggie, que era repleto de tercinas complicadas.
Frustrado, Jones pediu ajuda ao músico Lee Ritenour.
“Quincy estava andando pelo corredor, arrancando os cabelos”, lembrou Ritenour mais tarde. “Ele disse: ‘Estou indo almoçar, Ritenour. Faça isso’.”
Lançada em meio ao boom do punk e da discoteca, a psicodelia romântica da música ainda encontrou um público, alcançando o 13º lugar nas paradas. Mais tarde, ela foi popularizada novamente por Quentin Tarantino no filme Jackie Brown.
9) Sarah Vaughan – Misty
Jones gravou um álbum inteiro com Sarah Vaughan em Paris
Getty Images via BBC
No início de sua carreira, Jones foi um dos arranjadores mais requisitados do jazz, trabalhando com artistas como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Peggy Lee.
Em 1958, ele gravou um álbum inteiro com Sarah Vaughan em Paris, acompanhado por uma orquestra de 55 integrantes. Entre os destaques, está a balada Misty —, originalmente gravada pelo pianista Erroll Garner e que ficou famosa por Johnny Mathis.
Diferentemente de suas versões melosas e sentimentais, Vaughan e Jones (junto com o produtor Jack Tracy) dão à letra um pouco de compaixão. Ela pode estar “tão desamparada quanto um gatinho em cima de uma árvore” (“as helpless as a kitten up a tree”), mas você nunca fica totalmente convencido de que ela está feliz com a situação.
Jones acrescenta toques sedutores — desde as cordas em cascata quando Vaughan canta “mil violinos começam a tocar” (“a thousand violins begin to play”), até a linha de saxofone lindamente silenciada, tocada por Zoot Sims.
Vaughan morreu de câncer de pulmão em 1990. Em 2019, no dia em que ela completaria 95 anos, Jones publicou um tributo à cantora, usando um apelido carinhoso para ela: Sassy.
“A querida e doce Sassy era toda sofisticação e mudanças de acordes e, cara, estou dizendo a vocês que ela pensava como uma trompa e cantava como uma trompa!”, escreveu ele no Facebook.
“Tivemos uma grande jornada juntos e nunca esquecerei cada momento que passamos, porque cada momento foi especial.”
10) USA For Africa – We Are The World
Dionne Warwick, Stevie Wonder, Quincy Jones, Michael Jackson e Lionel Richie comemorando depois que We Are The World ganhou quatro Grammys em 1986
Getty Images via BBC
“Deixem seus egos na porta”, dizia a placa escrita à mão que Quincy Jones fixou na porta de seu estúdio de gravação em 1985.
A ocasião foi a gravação de We Are The World — um single beneficente repleto de estrelas que tinha como objetivo arrecadar dinheiro para o combate à fome na Etiópia.
Escrita por Lionel Richie e Michael Jackson, a música contou com vocais de Stevie Wonder, Paul Simon, Cyndi Lauper, Bruce Springsteen, Dionne Warwick e Bob Dylan, todos gravados em uma única noite.
Reunir os cantores foi uma enorme dor de cabeça, como revelou o recente documentário da Netflix, A Noite que Mudou o Pop.
Em determinado momento, Stevie Wonder insistiu que algumas das letras deveriam ser reescritas em suaíli, apesar do fato de que a população da Etiópia, que seria a principal beneficiária da campanha de arrecadação de fundos para o combate à fome, fala em grande parte outros idiomas.
Jones supervisionou toda a sessão com a paciência e a sabedoria de um produtor que já havia visto de tudo.
O resultado não é particularmente bom — a música pode ser considerada longa demais —, mas o fato de ser coerente é uma prova de sua habilidade como produtor, arranjador, mentor e árbitro.
No final, a música arrecadou mais de US$ 63 milhões (US$ 227 milhões hoje, valor reajustado pela inflação); e Jones considerou esta uma de suas realizações de maior orgulho.
“Nunca antes ou depois vivenciei a alegria que senti naquela noite trabalhando com este rico e complexo mosaico humano de amor, talento e graça”, escreveu ele em sua autobiografia de 2002.
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Quarteto da flautista Andrea Ernest Dias irmana Claudio Santoro, Letieres Leite, Ivone Lara e Moacir Santos em álbum

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Andrea Ernest Dias Quarteto lança álbum em 21 de novembro
Divulgação
Capa do álbum ‘Andrea Ernest Dias Quarteto’
Andrea Ernest Dias com arte de Caco Chagas
♫ NOTÍCIA
♪ Uma das obras-primas do cancioneiro de Dona Ivone Lara (1918 – 2022), compositora que abriu alas femininas no terreirão do samba, Nasci para sonhar e cantar surgiu na voz de Ivone em álbum lançado pela artista carioca em 1982.
Decorridos 42 anos, a música reaparece – transitando entre o choro-canção e o samba-canção, sem a letra de Delcio Carvalho (1939 – 2013) – em gravação de quase seis minutos e meio que sobressai entre as sete faixas do álbum Andrea Ernest Dias Quarteto.
Andrea Ernest Dias é a exímia flautista que se junta ao filho baixista Miguel Dias, ao pianista Pedro Carneiro Silva e ao baterista Felipe Larrosa Moura nesse quarteto carioca de músicas instrumental cujas origens remontam ao ano de 2018.
No mundo a partir de 21 de novembro, com capa criada por Caco Chagas a partir de foto do Mar de Marselha tirada por Andrea durante passeio de barco pela cidade francesa, o disco do quarteto abre com Coisa nº 5 – Nanã (Moacir Santos e Mário Telles, 1963) e Mãe Iracema (Moacir Santos, 2001), ouros negros da obra do compositor, saxofonista, arranjador e maestro pernambucano Moacir Santos (1926 – 2006).
De outro gênio da música afro-brasileira, Letieres Leite (1959 – 2021), o quarteto joga luz sobre Professor luminoso (2017), tema lançado pelo maestro baiano em álbum com a Orkestra Rumpilezz.
Completam o álbum Acalanto da rosa (1958), Amor que partiu (1957) e Em algum lugar (1957 / 1958), três temas do compositor Claudio Santoro (1919 – 1989), originalmente prelúdios para piano que ganharam letras posteriores de Vinicius de Moraes (1913 – 1980) e se transformaram em canções de amor.
O repertório do álbum foi selecionado por Andrea Ernest Dias com Miguel Dias. Ambos também assinam a direção musical do quarteto.

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