O cantor foi entrevistado no g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, nesta quarta-feira (04). g1 Ouviu – MC Hariel fala de críticas sobre a relação do funk com a sexualidade
Um dos nomes mais celebrados do funk de São Paulo, MC Hariel foi o entrevistado do g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, nesta quarta-feira (04). Durante o bate-papo, o cantor falou sobre sua participação no Rock in Rio.
É lá no festival que o MC fará o primeiro grande show do projeto “Funk Superação”. O artista é uma das atrações do Espaço Favela no dia 15 de setembro. (Veja programação completa do festival).
Hariel explicou que vai levar para o palco seu show de estrada, “acrescentando algumas coisinhas, pra não chegar de mãos abanando.”
Ele também afirmou que u funk merece um festival somente para o ritmo.
MC Hariel é entrevistado no programa g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1
“Vejo uma vontade genuína do festival de mostrar pra gente, de entender o que a gente quer dizer. Mas também vejo que a gente merece e tem possibilidade de ter um Funk in Rio. Respeitando a trajetória deles, porque tem que respeitar. Mas a gente tem que pensar em nosso movimento, que é gigante”, afirmou o cantor.
“Ilusão (Cracolândia)”
Em outro trecho do bate-papo, o cantor afirmou que, um dos seus maiores hits, o “Ilusão (Cracolândia)” é a música que ele mais se orgulha de ter escrito.
Ele afirmou que já recebeu inúmeras mensagens de gente que abandonou as drogas por causa dela. “Desde traficante chegando em mim falando que parou de vender crack por causa da minha música, que parou de usar droga por causa do meu som, está tentando se reerguer por causa do som.”
Ele ainda contou que as drogas fazem parte de sua vida desde a infância. “Boa parte da minha infância, fui para os Narcóticos Anônimos com a minha mãe tentando se curar. Desde os 6 anos, acompanhei bastante reunião. Sempre acompanhei essas paradas e tenho tudo isso bem gravado na minha mente.”
“Eu devia ter 6, 7 anos quando minha mãe buscou recuperação. Meu pai continuou. Sempre foi isso na minha vida. Uma hora ou outra, isso ia sair em algum lugar”, afirmou o cantor ao explicar como surgiu a letra da música.
“Foi minha vida toda, não foi um momento, uma fase.”
“Meus tios por parte de pai morreram tudo por causa de droga. Um de overdose, outro de cirrose, meu pai usuário de droga. Foi uma realidade sempre presente na minha vida. Tinha que sair por algum lugar.”
O funk e a sexualidade
Hariel também falou sobre a relação do funk e da sexualidade e comentou as críticas que o ritmo recebe sobre o assunto.
“[A sexualidade] Mas é importante para todo mundo. Se você for assistir um filme, tem uma cena lá nada a ver [de sexo]. Em todos os lugares, sexualidade gera um hype, mas incomoda mais sempre quando é no funk. Depois dos anos 2000, virou tudo culpa do funk.”
MC Hariel posa para fotos antes de ser entrevistado no programa g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1
Mais compositor do que artista
Hariel ainda comentou que é mais compositor do que artista e explicou qual é seu processo criativo. “Sou bastante criativo, gosto de ter ideia. Minha mente fica viajando. Às vezes, tô vindo pra cá e já vai surgindo uma ideia.”
Ele afirmou ainda que, quando vai para o estúdio, gosta de voltar com pelo menos três músicas novas. E que se preocupa quando não está pensando em nada. “Já fico achando que estou com bloqueio criativo.”
Parceria com Gilberto Gil
Em seu novo álbum, Hariel contou com as participações de Iza, Péricles e Gilberto Gil.
Sobre a cantora, Hariel afirmou que “abrilhantou demais” o álbum. Ele ainda afirmou que, de início, não sentiu firmeza na faixa para apresentar para a cantora. Mas depois de um tempo, se arrependeu: “Pô, porque não apresentei isso antes?”.
Ele ainda explicou que tem pedido a parceria com Péricles há muito tempo. O MC também contou como nasceu a parceria com Gilberto Gil para o single “A Dança”.
Ele explicou que o primeiro encontro com o cantor foi por acaso na porta de um hotel no Rio de Janeiro. “Foi um dia mil grau, nunca vou esquecer.”
MC Hariel é entrevistado pelas jornalistas Juliene Moretti e Carol Prado no programa g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1