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Festas e Rodeios

Poucos assentos, fila para banheiros adaptados e espaços sensoriais: PCDs avaliam o que deu certo e o que deu errado no Rock in Rio

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O g1 perguntou a pessoas com deficiência sobre as experiências delas no festival. Quem tem mobilidade reduzida apontou falhas, enquanto pais de autistas e de pessoas com Síndrome de Down elogiaram as experiências adaptadas. 1° fim de semana do Rock in Rio: o que brilhou e o que flopou nos shows
A administração do Rock in Rio montou áreas reservadas para pessoas com deficiência em palcos, adaptou banheiros, ofereceu kits de apoio e uma sala sensorial. O g1 perguntou aos PCDs e familiares os pontos altos e baixos do primeiro fim de semana do evento para esse público.
Banheiros
Os banheiros exclusivos para este público são equipados com barras de apoio, rampas e trincos acessíveis. No entanto, usuários relataram que pessoas que não precisavam dos banheiros adaptados aproveitavam para usá-los por conta da fila menor.
A assistente de RH Maria Eduarda Azevedo, que tem a mobilidade reduzida, disse que, na sua vez de ir ao banheiro, uma moça bêbada entrou e vomitou a cabine. Ela também reclamou da falta de fiscalização.
Banheiro PCD no Rock in Rio
Arquivo pessoal
“Muitas vezes me deparei com pessoas que não eram PCDs na fila. Não tinha ninguém para fiscalizar. Eu tive que reclamar com as pessoas no local. Já é difícil, mas nesse ponto foi onde mais pecou. Tinha que ter mais banheiro PCD e com fiscalização”, destacou a jovem.
A distância entre os banheiros também foi um ponto de crítica, já que eles precisavam percorrer uma distância considerável para alcançá-los. Como sugestão, o público aponta que os banheiros adaptados poderiam ser mais espalhados e separados dos comuns.
Pouco lugar para sentar
Os restaurantes têm balcões rebaixados e na área do Gourmet Square há mesas exclusivas para PCDs.
Mas são poucos os lugares para se sentar ao longo do gramado e, por isso, mesmo com dificuldade de levantar, as pessoas com deficiência também tiveram que se acomodar na grama – o que causou incômodo.
A situação era agravada já que não houve cadeira automatizada para todos. A administração ressalta que era sujeito à disponibilidade.
Falta de fila preferencial em pontos de hidratação
Um outro ponto negativo na experiência PCD foi a falta de uma fila preferencial nos pontos de hidratação – cuja espera era longa.
Fila no ponto de hidratação no Rock in Rio
Arquivo pessoal
“No final da tarde a água pingava e eram poucos para todo público. Além disso, não tive prioridade na fila. Ou comprava água, ou entrava no caos”, conta Ana Paula, que tem uma deficiência na perna.
Salas sensoriais com profissionais capacitados
Gabriel na sala sensorial no Rock in Rio
Arquivo pessoal
Os espaços sensoriais e adaptados, como um todo, foram elogiados pelos pais.
“Na sala sensorial os equipamentos são adequados e com profissionais muito atenciosos. São pessoas preparadas e disponíveis para nos atender. Muita organização no atendimento preferencial nos brinquedos”, explica Patrícia Marques, mãe do Gabriel Marques, de 17 anos, que tem autismo.
Gabriel na sala sensorial do Rock in Rio
Arquivo pessoal
Contudo, um casal ressalta que, mesmo na área de acessibilidade, as filas eram longas.
“O espaço foi subdimensionado, com filas maiores do que o esperado, considerando que é um público que precisa de agilidade. No nosso caso, o pré-cadastro trouxe o efeito esperado, que era a obtenção da pulseira de identificação”, explicam Luís e Alaíde Martins, pais de Luísa, que tem Síndrome de Down.
Para a fila para os brinquedos, que fazem parte das atrações do Rock in Rio, a psicopedagoga Flávia Fabres, do Instituto Sorrindo RJ, sugere que sejam criados blocos de horários para PCDs se inscreverem no agendamento.
Luisa e os pais no Rock in Rio
Arquivo pessoal
Para o psicólogo especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA) e sócio-diretor da Academia do Autismo, Fábio Coelho, a iniciativa do Rock in Rio em criar espaços adaptados e se preocupar em evoluir para acolher o público PCD é um passo essencial para toda a sociedade.
“A inclusão de PCD em grandes eventos reforça a ideia de que todos têm o direito de participar de atividades sociais e culturais, independentemente de suas condições. Isso contribui para a redução do estigma e da discriminação, promovendo uma sociedade mais igualitária e a consciência das diversidades humanas”, explica o especialista.
Segundo ele, esse público pode ficar estressado ou frustrado em longas filas, por exemplo.
“Pessoas com TEA e outras deficiências podem experimentar sobrecarga sensorial em grandes eventos devido ao barulho, luzes e multidões. O kit sensorial e o espaço de acolhimento ajudam a reduzir essa sobrecarga, permitindo que as pessoas se regulem e participem de eventos de forma mais confortável”, afirma Fábio.
Além da intolerância a longos tempos de espera, as pessoas podem apresentar sobrecarga sensorial, dificuldade de comunicação e interação social, frustração pela dificuldade para acessar espaços adequados, dificuldade em conter emoções e crises e desorientação para andar em espaços muito grandes, segundo o especialista.
O que diz a organização
Sala sensorial no Rock in Rio
Arquivo pessoal
Procurada, a administração do festival disse que os banheiros contam com seguranças para garantir o acesso.
“Sobre as queixas relatadas pela reportagem, a organização do festival informa que os banheiros contam com seguranças para garantir o acesso. Já sobre as reclamações de locais para sentar, existem bancos espalhados pela Cidade do Rock, e especial no parque Rita lee, e cadeiras nas plataformas (sujeitas a lotação)”, afirmam os organizadores.
Além disso, a organização ressaltou que trabalha desde a edição de 2017 para se tornar mais acessível, com kit livre, audiodescrição e um setor exclusivo para acessibilidade, além de pisos e mapas táteis em pontos estratégicos.
Os palcos Mundo e Sunset têm plataformas elevadas, enquanto o New Dance Order tem uma área reservada para a acessibilidade. Intérpretes de Libras participam dos shows e há um espaço para surdos sentirem a vibração da música por meio da proximidade com as caixas de som.
“Para pessoas em cadeiras de rodas, a Roda Gigante conta com uma cabine acessível, a tirolesa usa uma cadeira escaladora motorizada para facilitar a subida e descida das escadas das torres, a Montanha Russa e o Mega Drop contam com um cinto extra, que também garante a segurança do passageiro com deficiência física”, diz a administração.

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Festas e Rodeios

Ferrugem mostra uma das melhores vozes do Rock in Rio em edição mais pagodeira da história

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Cantor lotou palco Sunset depois de Joss Stone se apresentar para público mediano. Show demonstrou, na prática, força do pagode no festival. Ferrugem e Gilsons cantam ”Várias Queixas” no Rock in Rio
Não é exagero dizer que Ferrugem é um dos melhores cantores que passaram pelo Rock in Rio 2024 até esta quinta-feira (19). Sua voz é tão limpa que ouvir ao vivo é quase como escutar a gravação de estúdio.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
O carioca lotou o Palco Sunset do festival, logo depois da britânica Joss Stone se apresentar para um público mediano no Palco Mundo, que fica ao lado. Um coro grandioso da plateia em “Me Perdoa”, música gravada em 2022 com Iza, surpreendeu quem estava ali só de passagem.
A apresentação demonstrou, na prática, a força do pagode no Rock in Rio. A edição de 2024 é a mais pagodeira da história do festival. Ao todo, serão 13 artistas do pagode e do samba — além de Ferrugem, também estão na programação Belo, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Péricles, Zeca Pagodinho, Alcione, entre outros.
Ferrugem se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Não precisava, mas, talvez por medo de certa resistência do público ao ritmo, ele incluiu no setlist o clássico sertanejo “Evidências”, aposta segura (e um tanto batida) para fazer a plateia cantar. “Essa é quase o hino nacional”, brincou. Também apresentou um cover de “Você me Vira a Cabeça”, de Alcione.
No palco, Ferrugem foi acompanhado por backing vocals e uma enorme banda de samba. Em “Apaguei pra Todos”, música lançada neste ano, ele deu espaço para um solo de guitarra. Em “O Som do Tambor”, sua voz duelou com o som do cavaquinho.
No maior hit da carreira, “Pirata e Tesouro”, de 2018, Ferrugem abraçou as duas filhas e beijou a mulher, Thais Vasconcelos.
Ferrugem encontra as filhas no Rock in Rio.
Stephanie Rodrigues/g1
A banda Gilsons, anunciada como convidada da apresentação, apareceu só perto do final para tocar os hits de festa de brasilidades “Love Love” e “Várias Queixas”.
Como tem acontecido nos shows conjuntos desta edição, os visitantes tiveram presença discreta. Tudo bem. Ferrugem daria conta, mesmo sozinho.
No palco, ele lembrou que estreou no Rock in Rio em 2022 no Espaço Favela — um palco menor e afastado das vias principais do festival. Depois de ser “promovido” ao Sunset em 2024, está bem claro que seu destino natural é chegar ao Palco Mundo, o mais cobiçado do evento.
Cartela resenha crítica g1
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Festas e Rodeios

Joss Stone transborda carisma e talento em show com público modesto no Rock in Rio

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Cantora fez piadinha em português e transformou ‘Mr. Wankerman’ em ‘Mr. Vacilão’ em apresentação intimista vigorosa. Joss Stone fala ‘vacilão’ em ‘Mr. Wankerman’
Foi para uma plateia modesta que Joss Stone se apresentou na noite desta quinta-feira (19) no principal palco do Rock in Rio, o Mundo. A apresentação seguiu a tradição dos shows da artista: um vozeirão do início ao fim, uma energia good vibes e muito carisma.
Havia muitos buracos entre as pessoas do público, algo incomum para o horário e espaço nos quais a artista se apresentou. Mesmo assim, quem estava ali pareceu curtir cada segundo do show, que foi impecável.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Rainha do bom humor, Joss fez várias piadinhas e conversou com os fãs com a mesma leveza de quem bate papo com os amigos. Era como se ela estivesse cantando na sala de estar de sua casa. À vontade, ela parecia íntima de cada uma das pessoas que assistia à apresentação.
Joss Stone se apresenta no Rock in Rio 2024
Gustavo Wanderley/g1
“Espero que alguns de vocês estejam chapados”, afirmou Joss antes de “Stoned Ou Of my Mind”. Já na melódica “Spoiled”, ela contou o que a motivou a compor a faixa: um ex-namorado que não lhe merecia.
“Vocês lembram que eu falei daquele cara? Então, essa é a música fofa que eu fiz para ele. Qual é o equivalente a wankerman [idiota em português]? Hm? ‘Vacilaum’? Vaci.. vaci… vacilão? Ah, ok, senhor Vacilão”, disse ela quando voltou a citar o ex-romance antes de entoar “Mr. Wankerman”, nome que ela trocou por “Mr. Vacilão” nos versos. O momento foi recebido pelo público com gritos e muitas risadas.
Ela também fez um brinde com o copo que erguia vez ou outra. Como de costume, a cantora se apresentou descalça, com um esvoaçante vestido longo do nível de sua elegância e simpatia. O pedestal do microfone também estava vestido: era coberto por um brilhante lenço dourado.
Em entrevista ao g1 recentemente, a cantora disse que costuma adaptar cada show ao público e entende que festivais como o Rock in Rio demandam menos “piadinhas” e mais “soul”. Sua apresentação no festival acertou na medida de ambos.
Joss Stone canta ‘Right to be Wrong’
O gogó de Joss e sua banda estavam sintonizados: afiados, vigorosos e encantadores.
Além de cantar faixas de seu próprio repertório — como “Super Duper Love”, “You Had Me” e “Will with me” —, a artista também cantou medleys de hits como “Everbody Dance” e “Got to be Real”.
Pouco antes de deixar o palco, Joss apareceu vestida com um reluzente macacão preto e cantou “(For God’s Sake) Give More Power To The People” e seu hit “Right To Be Wrong”.
Com os olhos borrados, ela disse “obrigada por me amarem” em forma de canto enquanto jogava girassóis para os fãs. É muito encantador se sentir perto de um ídolo. Que dirá, então, se ele for alguém como Joss Stone, que faz qualquer um se sentir amado e tão relevante quanto ela.
Cartela resenha crítica g1
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Setlist da Gloria Groove no Rock in Rio: show no festival terá pop, funk, rap, samba e pagode

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Ela canta no Palco Sunset nesta quinta (19) e participa do Dia Brasil, no sábado (21). Gloria Groove se apresenta no The Town 2023
Renan Olivetti/Divulgação
Responsável por encerrar o Palco Sunset nesta quinta-feira (19), Gloria Groove vai misturar vários ritmos em seu show. A apresentação no Rock in Rio deve passar pelo pop, funk, rap, samba e pagode.
Além do show solo, Gloria também participa do Dia Brasil, no sábado (21). Segundo a cantora, o processo criativo do show desta noite começou em janeiro de 2024, quando surgiu a vontade de reunir, musicalmente, todos os estilos pelos quais ela já se aventurou na carreira.
Gloria preparou um repertório com sucessos de todas as eras, incluindo canções dos projetos “O Proceder” (2017), “Affair” (2020), “Lady Leste” (2022), “Futuro Fluxo” (2023), e a “Serenata da GG” (2024).
Setlist de Gloria Groove no Rock in Rio
Bloco 1
1 – intro
2 – leilão
3 – greta
4- o proceder / império / dona
5- pisando fofo
6- muleke brasileiro
7- jogo perigoso
8- catuaba / Yoyo
9- planeta ousadia
10- bonekinha
11- a meia noite
12- barulhada
13- ao som do tuim / SFM
Bloco 2:
14- interlúdio – loucuras de amor (início bloco 2)
15- interlúdio loucuras de amor com voz guia
16-nosso primeiro beijo
17- 5 minutinhos
18- a tua voz
19- encostar na tua
20- apaga a luz
21-radar + interlúdio (fim do bloco 2)
Bloco 3
22- abertura alô alô (início do bloco 3)
23- bruxaria 3000 / morto muito louco
24- da braba (fala do grammy latino)/ coisa boa
25- arrasta
26- ela balança / bumbum de ouro (gg tocando percussão)
27- vermelho
28- intro thriller / a queda / thriller final
VÍDEO: Os shows do dia 19 de setembro
Rock in Rio 2024: o melhor do dia 19

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