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Tonga: como é um vulcão submarino e por que foi tão violenta a erupção que gerou tsunami no Pacífico

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Cerca de 80% das erupções vulcânicas ocorrem sob o mar. A maioria não mostra nenhum efeito, mas outras, como o vulcão perto de Tonga, colocam todo o planeta em alerta. Erupção que ocorreu no vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, em Tonga, no dia 14 de janeiro
Tonga Geological Services
Uma erupção do vulcão perto de Tonga, no dia 15 de janeiro, colocou todo o planeta em alerta.
O vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, localizado no Pacífico Sul, causou uma explosão que pôde ser ouvida até nos Estados Unidos, fazendo com que ondas de mais de um metro atingissem a costa de Tonga.
Em meio a dificuldades em avaliar os danos, o Ministério das Relações Exteriores confirmou três mortes na terça-feira (18), incluindo uma britânica, segundo a Radio New Zealand. Trata-se de Angela Glover, de 50 anos, que estava tentando salvar seus cães quando a água a levou.
As comunicações na região estão paralisadas, o que dificulta estabelecer a escala da destruição.
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Vários países, incluindo Japão e Chile, emitiram alertas de tsunami.
No Peru, a 10 mil km do vulcão, foi relatada a morte de duas mulheres devido a ondas anormalmente altas.
Como são os vulcões submarinos como o de Tonga e como eles conseguem desencadear eventos tão poderosos?
O que é um vulcão submarino?
Um vulcão submarino é um vulcão localizado totalmente ou majoritariamente abaixo do nível do mar.
Esses vulcões se formam em lugares onde o magma do interior da Terra penetra através de aberturas ou fissuras na crosta terrestre para o fundo do oceano.
Deslize o botão para observar as mudanças na parte norte da principal ilha de Tonga
As erupções vulcânicas subaquáticas são características das zonas de ruptura onde se formam as placas da crosta terrestre, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, por sua sigla em inglês).
Nessas áreas de alta atividade sísmica, o magma sobe e se acumula entre as rachaduras nas rochas do vulcão, até que não haja mais espaço e ele exploda.
Segundo a NOAA, três quartos da atividade vulcânica do planeta correspondem a erupções submarinas.
Alguns oceanógrafos estimam que há um milhão de vulcões apenas no fundo do Oceano Pacífico, de acordo com o Museu Marítimo Nacional do Reino Unido.
Como é o vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai?
O vulcão consiste na união de duas ilhas desabitadas, Hunga Tonga e Hunga Ha’apai, localizadas 65 km ao norte de Nuku’alofa, capital de Tonga.
Esta é uma área de alta atividade sísmica.
Ele se projeta 100 metros acima do nível do mar, mas abaixo se estende por 1.800 metros de comprimento e 20 km de largura, explica o vulcanólogo Shane Cronin, professor de ciências da Terra da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, em um artigo no The Conversation.
Em 2009, 2014 e 2015 o vulcão registrou erupções de magma e vapor, mas muito menores do que a ocorrida em janeiro de 2022.
Segundo Cronin, esse vulcão é capaz de produzir erupções tão poderosas quanto essa a cada mil anos.
O vulcão está dentro do que é conhecido como “caldeira”, que é uma depressão em forma de cratera que se aprofunda a cada erupção.
Quão violenta foi a erupção?
A erupção de 8 minutos foi tão poderosa que pôde ser ouvida a mais de 800 km de distância.
A coluna de fumaça e cinzas atingiu 20 km de altura e 260 km de diâmetro.
Cronin afirma que esta foi uma das erupções mais fortes na região de Tonga nos últimos 30 anos.
O vulcão Tonga é do tipo basáltico, como os do Havaí ou das Ilhas Canárias. Ou seja, suas erupções não são tão violentas em comparação aos outros tipos de vulcões.
As erupções basálticas são caracterizadas por uma efusão de magma que flui.
“A diferença ocorre por conta do contato do magma com a água do mar”, disse à BBC Mundo o geólogo Daniel Melnick, pesquisador do Instituto de Ciências da Terra da Universidade Austral do Chile.
O especialista refere-se ao fato de que, quando o magma, que pode estar a uma temperatura em torno de 1.000℃, entra em contato repentino com a água, ocorre uma reação extremamente violenta que fragmenta o magma.
Este fenômeno é conhecido como “interação combustível-refrigerante”.
Nesse momento, começa uma reação em cadeia, na qual os novos fragmentos de magma entram em contato com a água, gerando novas explosões que lançam partículas vulcânicas e detonações com velocidades supersônicas, explica Cronin.
O vulcanólogo, porém, indica que a violenta explosão não pode ser explicada apenas pela interação do magma com a água.
Segundo ele, “esta explosão mostra que grandes quantidades de magma fresco carregado de gás foram ejetadas da caldeira”.
O especialista menciona que, através da análise de cinzas de erupções anteriores e técnicas de radiocarbono, ele conseguiu estabelecer que essas erupções em Hunga Tonga-Hunga Ha’apai ocorrem a cada 1.000 anos.
A última ocorreu em 1100, então “a erupção de 15 de janeiro parece estar dentro do prazo para ser ‘grande'”, escreve Cronin.
Melnick, por sua vez, adverte que ainda é muito cedo para saber como a dimensão desta erupção se compara com as de outras erupções recentes de outros vulcões.
O que causou o tsunami?
De acordo com Melnick, pode haver duas causas principais.
A primeira foi a própria erupção. O especialista se refere a um “bombardeamento explosivo” que empurra grandes quantidades de água.
A segunda é que a erupção causou o colapso da caldeira do vulcão. Isso produziu um colapso subaquático, que também empurrou a água.
“É por isso que depois da erupção sobrou apenas um pequeno pedaço da ilha”, explica Melnick.
O que se pode esperar nos próximos dias?
“Neste momento, a área onde ocorreu a erupção se parece com Mordor”, diz Melnick, referindo-se ao país de aparência infernal da saga O Senhor dos Anéis.
O especialista explica que a fumaça e as cinzas que se espalham densamente pelo ar interagem entre si e com a atmosfera, criando tempestades elétricas e ventos fortes na região.
Pode levar semanas até que a região volte ao normal, diz o especialista.
A erupção do vulcão vista de um satélite
NOAA
Ele também argumenta que pode haver mais atividade vulcânica, “mas não haverá uma erupção como esta, de jeito nenhum”.
“O que pode acontecer é um novo colapso porque todo o material está instável. Pode haver um colapso submarino e gerar outro tsunami, mas com mais efeitos locais em Tonga ou Fiji.” De qualquer forma, Melnick e outros especialistas concordam que ainda são necessários mais estudos para entender melhor as causas desse tsunami.
Cronin, por sua vez, acrescenta que, embora este tenha sido um evento que liberou grande pressão de magma, não se sabe se esse foi o clímax da erupção.
O especialista indica que outras erupções da caldeira do vulcão causaram várias explosões separadas.
“Podemos estar a semanas ou mesmo anos de uma nova grande agitação vulcânica do vulcão Hunga-Tonga-Hunga-Ha’apai”, diz Cronin.
“Pelo bem do povo de Tonga, espero que não”, conclui o vulcanologista.
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Centenária árvore de Florianópolis citada no hino do município não é originária do Brasil, diz pesquisa

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Figueira da Praça XV é um dos principais cartões-postais da Capital de Santa Catarina. Ela foi identificada por pesquisadores da UFSC como sendo da espécie Ficus microcarpa. Árvore da Praça XV passa por processo de sequenciamento genético para descobrir origem
Tiago Ghizoni/NSC
A centenária figueira da Praça XV de Novembro, um dos cartões-postais de Florianópolis, localizada no Centro da cidade e citada inclusive no hino do município, não é originária do Brasil.
Por meio de sequenciamento genético, pesquisadores do laboratório de genética vegetal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) descobriram que a árvore, na verdade, é natural de uma região entre Ásia tropical e Austrália. Ela foi identificada como sendo da espécie Ficus microcarpa.
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O professor de biotecnologia Valdir Stefenon, que conduziu o estudo, afirma que a descoberta resgata parte da história da cidade.
“Entendo que essa pesquisa revela uma importante face da ciência, ainda pouco conhecida, que é sua ligação com a história e a cultura”, disse.
Tema de lendas contadas há gerações pelos moradores de Florianópolis, a figueira foi plantada por volta de 1870 na área que atualmente abriga a escadaria da Catedral, também no centro da cidade. Cerca de 20 anos depois, em 1891, ela foi transplantada para a praça e desde então serviu de sombra aos viajantes, além de palco para festividades.  
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Árvore da Praça XV em Florianópolis
Tiago Ghizoni/NSC
Como foi feita a pesquisa
Para a descoberta, os pesquisadores coletaram partes pequenas da árvore quem contêm genomas de cloroplastos. A substância pode ser encontrada, por exemplo, nas folhas de plantas. A partir disso, o material foi colocado em um equipamento de alta tecnologia que identificou e mostrou o DNA da figueira da Praça XV.
Os pesquisadores, então, puderam comparar os dados da árvore da Capital com os de outras milhares espécies registradas em um banco de dados mundial.
“O DNA é sequenciado e cada uma das milhares de bases que o compõem são identificadas em fragmentos de tamanho variados. Esses fragmentos são, então, ordenados, como se estivéssemos montando um quebra-cabeças. Nesta etapa, o genoma nuclear, o genoma do cloroplasto e o genoma das mitocôndrias são separados em análises de bioinformática”, explica o professor.
Na planta, cada um desses genomas tem sua própria função:
Nuclear: principal deles. Encontrado em todas as suas células.
Cloroplasto: responsável pela cor verde e pela fotossíntese, processo pelo qual a planta produz seu próprio alimento. Está nas folhas.
Mitocôndria: estrutura da célula que transforma em energia o açúcar que a planta produz.
Sequenciamento genético da figueira
Caroline Borges/g1
Árvore será clonada
Além do trabalho de sequenciamento genético, os pesquisadores também desenvolvem uma pesquisa para clonagem da árvore. Usando filamentos mais novos da árvore, o processo vai ajudar a perpetuar as características genéticas da atual figueira.
Segundo Stefenon, os primeiros resultados são positivos:
“A clonagem de espécies arbóreas em laboratório é um processo complexo até o momento de se estabelecer os protocolos de trabalho. Por enquanto, conseguimos estabelecer dois clones no laboratório, os quais ainda estão pequenos”, revela.
Árvore da Praça 15 em Florianópolis
Tiago Ghizoni
Ações que envolvem diagnósticos fitossanitário e nutrição, por exemplo, também estão sendo realizadas para preservar a figueira. A previsão é que elas sejam concluídas no primeiro semestre deste ano.
A figueira, segundo o professor, tende a sofrer com a poluição dos carros e a menor interação com outras plantas e animais, por estar em um ambiente bastante urbanizado.
“Apesar disso, ela está bem e, com os tratamentos que foram realizados, ela tende a permanecer bela e imponente por muitos anos na Praça XV”, avalia.
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Marco temporal sobre terras indígenas: entenda o que dizia a tese derrubada pelo STF

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Julgamento começou em 2021, após recurso da Funai, e foi retomado em 21 de setembro de 2023. Dispositivo previa que indígenas poderiam reivindicar somente terras ocupadas por eles antes da Constituição de 1988, desconsiderando grupos já expulsos. Indígenas comemoram derrubada do marco temporal em Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta quarta-feira (20), por 9 votos a 2, a aplicação da tese do marco temporal na demarcação de terras indígenas. A discussão colocou em lados opostos ruralistas e povos originários, que saíram vitoriosos na disputa.
O dispositivo previa que só poderiam ser demarcadas terras que já estavam ocupadas por indígenas em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Esse entendimento deriva de uma interpretação literal do artigo 231 da Constituição, que diz:
“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”.
A análise no STF começou em 26 de agosto de 2021, a partir de um recurso apresentado Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) contra o marco temporal. Nesta quarta, a pauta voltou ao plenário da Corte. O voto do ministro Luiz Fux consolidou a corrente segundo a qual o dispositivo fere a Constituição.
A demarcação de terras indígenas é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988, que estabelece aos indígenas o chamado “direito originário” sobre as suas terras ancestrais. Isso quer dizer que eles são considerados, por lei, os primeiros e naturais donos do território, sendo obrigação da União demarcar todas as terras inicialmente ocupadas por esses povos.
👉 Esta reportagem abordará os seguintes assuntos:
Quem defendia e quem era contra o marco temporal
O impacto que teria para indígenas
Por que o caso foi parar no STF
Como votaram os ministros
Marco temporal no Congresso
STF retoma julgamento sobre marco temporal das terras indígenas
Carlos Moura/SCO/STF
1. Quem era contra e quem defendia a tese
❌ Indígenas eram contra o marco temporal. Eles afirmavam que a posse histórica de uma terra não necessariamente está vinculada ao fato de um povo originário ter ocupado determinada região antes de 5 de outubro de 1988. Segundo esse argumento, muitas comunidades são nômades, e outras tantas foram retiradas de suas terras pela ditadura militar.
❌ Para a organização não governamental (ONU) Instituto Socioambiental (ISA), a tese do marco temporal vinha sendo utilizada pelo governo Bolsonaro para travar demarcações e foi incluída em propostas legislativas anti-indígenas. Defensores da causa dos povos originários temiam que demarcações de terras já feitas fossem revogadas caso o STF validasse o dispositivo.
✔️Já proprietários rurais argumentavam que havia necessidade de se garantir segurança jurídica com relação ao tema e apontavam o risco de desapropriações caso a tese fosse derrubada.
✔️ Assim como os ruralistas, o ex-presidente Jair Bolsonaro era favorável à tese do marco temporal.
2. O impacto que poderia ter para indígenas
Análise: Os impactos socioambientais do Marco Temporal
Se a tese do marco temporal fosse aceita pelo STF, indígenas poderiam ser expulsos de terras ocupadas por eles, caso não comprovassem que estavam lá na data da promulgação da Constituição de 1988 e sem que fossem considerados os povos que já foram expulsos ou forçados a sair de seus locais de origem. Processos de demarcação de terras indígenas históricos, que se arrastavam por anos, poderiam ser suspensos.
O marco temporal também facilitaria que áreas que não deveriam ter titularidade, por pertencerem aos indígenas, protegendo física e culturalmente povos originários, pudessem ser privatizadas e comercializadas. A hipótese da comercialização respondia ao interesse do setor ruralista.
3. Por que o caso foi parar no STF

Veja, abaixo, a cronologia do julgamento:
Em 2013, o TRF-4 aceitou a tese do marco temporal ao conceder ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina a reintegração de posse de uma área que é parte da Reserva Biológica do Sassafrás, onde fica a Terra Indígena Ibirama LaKlãnõ. Na região, vivem os povos xokleng, guarani e kaingang.
A decisão do TRF-4 mantinha entendimento de 2009, de outra decisão da Justiça Federal em Santa Catarina.
Em 26 de agosto de 2021, o STF iniciou o julgamento de um recurso da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que questionou a decisão do TRF-4. E o que fosse decidido pelos ministros da Corte criaria um entendimento que poderia ser aplicado em situações semelhantes em todo o Brasil.
Em 20 de setembro de 2023, o STF retomou o julgamento e derrubou a tese do marco temporal.
Após a decisão da Corte, o líder de povo Xokleng, Tucun Gakran comemorou:
“É a maior vitória dos indígenas desde quando o não indígena tomou as terras dos povos indígenas”
4. Como votaram os ministros
Votaram contra o marco temporal:
Edson Fachin (relator)
Alexandre de Moraes
Cristiano Zanin
Luís Roberto Barroso
Dias Toffoli
Luiz Fux
Cármen Lúcia
Gilmar Mendes
Rosa Weber
Dois ministros consideraram que o marco temporal deveria ser considerado no momento da demarcação de terras indígenas:
Nunes Marques
André Mendonça
5. Marco temporal no Congresso
Além do processo que corria no STF, um projeto entrou em tramitação no Congresso para tentar transformar a tese do marco temporal em lei. Trata-se do PL nº 490/2007, que determina que devem ter direito às terras consideradas ancestrais somente os povos que as estivessem ocupando no dia da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.
A proposta do legislativo altera o “Estatuto do Índio” para permitir, segundo o texto, um “contrato de cooperação entre índios e não índios”, para que estes possam realizar atividades econômicas em terras indígenas. Além disso, a proposta prevê que não indígenas tenham contato com povos isolados “para intermediar ação estatal de utilidade pública”.
Veja, abaixo, a cronologia do PL:
Em 2007, o PL foi proposto na Câmara dos Deputados.
Em 2009, o texto foi rejeitado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Em 2018, o PL acabou arquivado.
No entanto, ainda em 2018, a proposta foi ressuscitada durante a campanha eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, que prometeu acabar com “reserva indígena no Brasil”.
Em 29 de junho de 2021, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, presidida pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), entendeu que o texto do PL era constitucional.
Em 30 de maio de 2023, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto, por 283 votos a 155, com apoio público do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Houve uma abstenção. O texto, então, foi para o Senado.
Em 20 de setembro de 2023, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou a votação do PL. O adiamento ocorreu após a leitura do parecer favorável ao projeto, apresentado pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), e atendeu a um pedido de vista (mais tempo para análise) coletivo de senadores da base aliada ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Governistas ainda tentaram postergar a análise com uma tentativa de convocar audiência pública para debater o tema, mas a base acabou derrotada por 15 votos a 8. Com isso, a votação do projeto está prevista para 27 de setembro de 2023, em data posterior à última atualização desta reportagem.

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Suíça fará doações ao Fundo Amazônia, anuncia representante do país europeu

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Conselheiro federal da Confederação Suíça, Guy Parmelin, deu a declaração durante um fórum sobre investimentos e sustentabilidade, realizado no Itamaraty. Ele não citou valores. Guy Parmelin, conselheiro da Suíça, durante declaração à imprensa, no Itamaraty
Reprodução/TV Globo
O conselheiro federal da Confederação Suíça, Guy Parmelin, afirmou nesta quarta-feira (5) que a Suíça passará a fazer doações para o Fundo Amazônia. Ele não citou valores dos aportes.
Parmelin fez o anúncio ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, na sede do Ministério das Relações Exteriores. Os dois participaram do Fórum Brasil-Suíça de Investimentos e Inovação em Infraestrutura e Sustentabilidade.
“A partir de hoje, aprimoraremos nosso engajamento. Tenho o prazer de anunciar que a Suíça vai contribuir para o Fundo Amazônia. A primeira contribuição será nas próximas semanas. Queremos lançar essa parceira com o Brasil e outros países”, afirmou o representante do país europeu.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia recebe doações majoritariamente da Noruega e também da Alemanha. Em 2019, primeiro ano da gestão Jair Bolsonaro, os países suspenderam os repasses e congelaram os valores para novos projetos, mantendo somente os pagamentos já programados.
Além de Suíça, Estados Unidos e Reino Unido já anunciaram que farão aportes ao fundo.
Em declaração à imprensa, Alckmin agradeceu pela iniciativa dos suíços. “Muito importante para a recuperação da nossa Floresta Amazônica, [gostaria de] destacar a boa parceria econômica e as oportunidades de investimentos”, afirmou o vice-presidente.
Alckmin disse também que o Brasil tem compromisso com o desenvolvimento sustentável e o combate ao desmatamento ilegal.
“As Forças Armadas, inclusive, estão presentes na Amazônia para retirar garimpeiros ilegais, invasores de áreas de preservação. Enfim, um trabalho grande na região”, declarou o vice-presidente.
Na mesma linha de Alckmin, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo brasileiro lançará ainda em julho um novo plano de desenvolvimento para o país que terá como “pilar central” a transição energética.
“O Brasil tem desafios, problemas a superar, mas, ao mesmo tempo que temos desafios, esses desafios se apresentam como enormes oportunidades de investimento e parcerias”, afirmou o ministro.
Acordo Mercosul-EFTA
Durante os pronunciamentos desta quarta-feira, Alckmin e Parmelin citaram o acordo comercial negociado entre o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), da qual a Suíça faz parte.
Negociado desde 2017, o acordo com o grupo foi concluído em 2019, após dez rodadas de negociações. Ainda há, contudo, algumas pendências relativas a questões técnicas e, por isso, ainda não foi finalizado.
“Temos todo interesse em ampliar a abertura comercial e a possibilidade de investimentos recíprocos com a União Europeia e a EFTA. Com a União Europeia, o governo já está mais adiantado e estamos confiantes que chegaremos a bom termo. Com a EFTA, poderemos ter complementariedade econômica de investimentos que vão gerar emprego e renda”, disse Alckmin no fórum.
“O acordo Mercosul-EFTA é um instrumento-chave para reforçar ainda mais o potencial de cooperação entre nossos países”, acrescentou Guy Parmelin.
De acordo com a página oficial do Mercosul, o comércio entre o bloco e os países da EFTA gira em torno de US$ 7 bilhões anuais.

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