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Festas e Rodeios

Augusto Martins e Cláudio Jorge trazem em grande álbum coisas (muito) boas guardadas no baú de Luiz Carlos da Vila

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Artistas revelam 12 músicas inéditas do compositor carioca que se tornou um poeta do samba. Augusto Martins (à esquerda) e Cláudio Jorge lançam o álbum ‘Coisas guardadas pra te dar – Luiz Carlos da Vila inédito’
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Capa do álbum ‘Coisas guardadas pra te dar – Luiz Carlos da Vila inédito’, de Augusto Martins e Cláudio Jorge
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♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Coisas guardadas pra te dar – Luiz Carlos da Vila inédito
Artista: Augusto Martins e Cláudio Jorge
Cotação: ★ ★ ★ ★ 1/2
♪ Luiz Carlos da Vila foi um dos maiores bambas do samba cultivado nos fundos dos quintais cariocas e projetado a partir da década de 1980 após Beth Carvalho (1946 – 2019) ter revelado esse samba em álbum de 1978.
Compositor de obras-primas como o luminoso samba-enredo Por um dia de graça, apresentado em 1979 e gravado somente em 1984 na voz de Simone, Luiz Carlos Baptista (21 de julho de 1949 – 20 de outubro de 2008) tinha o dom de escrever letras embebidas em lirismo poético.
Por isso mesmo, é justo saudar a chegada de álbum com músicas inéditas deste bamba, Coisas guardadas pra te dar – Luiz Carlos da Vila inédito, no mundo a partir de amanhã, 4 de outubro, em edição da Mills Records.
Não, não há entre as 12 inéditas reveladas por Augusto Martins (voz e pandeiro) e Cláudio Jorge (voz e violão) um samba do altíssimo quilate de Por um dia de graça ou mesmo de Doce refúgio (1983) e do sublime Além da razão (1988), parceria de Luiz Carlos com os manos bambas Sombra e Sombrinha.
Contudo, a safra inédita garimpada pelos artistas ao lado de Maiana Baptista – filha de Luiz Carlos, habituada a transcrever para o computador os sambas que o pai compunha com lápis e papel – é de bom nível. De muito bom nível, aliás.
E ainda tem o bônus da voz do próprio Luiz Carlos da Vila em Outras bandas, extraída com limpidez, através de recursos de inteligência artificial, do áudio caseiro enviado pelo compositor para Augusto Martins com o samba então recém-composto pelo artista.
Parceria de Cláudio Jorge com Luiz Carlos, o samba Eterna alegoria sobressai entre as muitas joias do baú com letra da qual foi extraída o título Coisas guardadas pra te dar.
Já No meio da ponte – parceria do poeta da Vila da Penha (bairro do subúrbio carioca onde Luiz Carlos foi criado) com o paulistano Celso Viáfora, também melodista de Agnus dei – adensa o disco na forma de canção que vira samba-canção no meio da gravação.
Após as reflexões existenciais de Pipa voada (Moacyr Luz e Luiz Carlos da Vila) que ecoam filosofias do samba de Paulinho da Viola, o álbum entra no tom seresteiro de A dona (Silvério Pontes, Alessandro Cardozo e Luiz Carlos da Vila), faixa de tom vintage conduzida pela trama precisa do violão de Cláudio Jorge.
Na sequência, A regra do jogo (Miltinho, Sérgio Farias e Luiz Carlos da Vila) põe guitarra na roda em gravação que culmina com o toque de gaita de Israel Meirelles em sintonia com a letra embebida na verve dos versos do poeta.
Eu vim pra te amar, samba-valsa-canção de Cláudio Jorge com Luiz Carlos da Vila, também se impõe na safra pela afinação entre a melodia e a lírica em que o poeta cita versos da valsa Lábios que beijei (J. Cascata e Leonel Azevedo, 1937), imortalizada pelo cantor carioca Orlando Silva (1915 – 1978).
Faixa apresentada em single lançado em julho, Sem meio, sem fim é joia de poesia que reluz na mesma sintonia entre a letra e a música de Luiz Carlos Máximo, parceiro do xará neste belo samba. Certeza (Wanderley Monteiro e Luiz Carlos da Vila) reitera a coesão do disco, que, no fim, apresenta dois sambas compostos somente por Luiz Carlos da Vila, A festa da Penha e Pagode de mesa, que se juntam ao já mencionado Outras bandas, também da lavra solitária do compositor.
A festa da Penha começa com sagaz alusão ao samba-enredo Festa do Círio de Nazaré, obra-prima levada para a avenida no Carnaval de 1975 pela escola Unidos de São Carlos (então o nome da agremiação atualmente conhecida como Estácio de Sá).
Já Pagode de mesa é partido altíssimo em que o o compositor prega a comunhão entre os Homens, com o espírito de Natal, com a batida do samba batido na palma da mão e com a alta dose de poesia popular que pautou o cancioneiro deste imortal compositor que logo deixou e ser mais um na multidão dos quintais cariocas para se tornar um dos maiores bambas do Brasil.
Luiz Carlos da Vila (1949 – 2008) tem obra expandida no álbum de Augusto Martins e Cláudio Jorge
Ilustração de Mello Menezes

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Post Malone anuncia show exclusivo no festival VillaMix, em São Paulo

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Cantor será uma das principais atrações do festival, conhecido por focar na música sertaneja. Post Malone canta no The Town 2023
Luiz Franco/g1
O festival VillaMix anunciou o cantor Post Malone como uma das atrações da edição de 2024, no dia 21 de dezembro na Neo Química Arena, em São Paulo.
O show será exclusivo no festival, conhecido por focar em música sertaneja. Segundo a organização, a primeira edição em 5 anos de evento trará country, pop e sertanejo, e o line-up completo ainda será revelado.
A venda geral já tem início no próximo dia 7, pela Eventim.
Post Malone esteve no Brasil pela última vez em 2023, quando se apresentou no The Town. Ele apostou em versões roqueiras de hits mais antigos, e fechou a programação do primeiro dia de festival. Relembre como foi.
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Chris Brown esgota 50 mil ingressos em uma hora para show em São Paulo

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Músico anunciou show extra no Allianz Parque. Ingressos serão vendidos nesta quinta-feira (3). Chris Brown esgota ingressos para show em SP
Paul R. Giunta/Invision/AP
Os ingressos para o show de Chris Brown no dia 21 de dezembro, em São Paulo, esgotaram rapidamente nesta quinta-feira (3). Segundo a Live Nation, foram 50 mil ingressos vendidos em uma hora.
Com isso, o cantor anunciou mais uma apresentação para o dia 22, também no Allianz Parque. Os valores estão entre R$ 210 (cadeira superior, meia-entrada) e R$ 790 (pista premium, inteira).
Os ingressos para a nova data também serão vendidos nesta quinta-feira, a partir das 15h, no site da Ticketmaster, ou na bilheteria oficial a partir das 15h30.
Chris Brown não se apresenta no Brasil desde 2010. Após passar pelos EUA e Canadá com a turnê “11:11”, o cantor trará um show diferente ao país, focado em seus maiores sucessos. O setlist deve incluir hits novos, como “Under the Influence”, e sucessos de Brown dos anos 2000.
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Festas e Rodeios

Voz icônica de Cid Moreira também fica eternizada em volumosa discografia calcada em orações e textos religiosos

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♫ MEMÓRIA
♪ A voz de Cid Moreira (29 de setembro de 1927 – 3 de outubro de 2024) é imediatamente reconhecida por todos os brasileiros desde 1969, ano em que o locutor começou a apresentar o Jornal Nacional, função exercida até 1996. Essa voz icônica, inconfundível, se calou hoje com a morte de Cid Moreira aos 97 anos, em Petrópolis (RJ), mas fica eternizada na extensa discografia do apresentador.
Lançando mão da oratória exemplar, Cid debutou no mercado fonográfico há 49 anos com a edição em 1975 do single Poemas pela gravadora Som Livre. Em 1977, o locutor lançou o primeiro álbum, Oração da minha vida, posto no mercado pela Edições Paulinas Discos.
Desde então, Cid Moreira construiu discografia calcada em orações e textos religiosos. Somente a série de discos Salmos gerou três volumes lançados em 1986, 1988 e 1996. Entre um e outro volume, o locutor lançou em 1994 o álbum O sermão da montanha, ao qual se seguiu o disco Quem é Jesus? em 1995.
Em 1999, Cid Moreira apresentaria o maior lançamento fonográfico da carreira, Paisagens bíblicas – As mais belas histórias da Bíblia interpretadas por Cid Moreira, monumental coleção composta por 24 discos. Foi um sucesso de vendas.
Outras coleções vieram no rastro desse êxito a partir dos anos 2000, com álbuns em que Cid Moreira interpretava textos do Velho Testamento e do Novo Testamento com a voz formal que jamais será esquecida pelo povo brasileiro.
Capa do primeiro single de Cid Moreira (1927 – 2024), “Poemas”, lançado em 1975
Reprodução / Capa de disco

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