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Festas e Rodeios

Jane Duboc reflete, em inédito show no Rio, as águas em que mergulhou desde que pôs os pés na profissão de cantar

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Jane Duboc estreia o show ‘O reflexo da água’ no teatro do Espaço BNDES, na cidade do Rio de Janeiro (RJ)
Rodrigo Goffredo
♫ OPINIÃO SOBRE SHOW
Título: O reflexo da água
Artista: Jane Duboc
Data e local: 31 de outubro de 2024 no Teatro Arino Ramos Ferreira do Espaço BNDES (Rio de Janeiro, RJ)
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Em cena desde o alvorecer da década de 1970, Jane Duboc é cantora reconhecida no meio musical pela voz límpida e pela refinada musicalidade.
Na estreia nacional do show O reflexo da água na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em apresentação gratuita que lotou o Teatro Arino Ramos Ferreira do Espaço BNDES na noite de ontem, 31 de outubro, a musicalidade da cantora e instrumentista paraense saltou aos ouvidos enquanto Jane navegava por roteiro construído com músicas sobre a água.
Embora o show O reflexo da água ponha em pauta questões ambientais, inclusive por meio de depoimentos ouvidos em telão, o conceito de água no repertório resultou bem amplo.
Jane Duboc abordou desde o líquido amniótico que envolve o feto na barriga da mãe até as correntezas que banham as comunidades ribeirinhas do norte do Brasil. Tanto que a primeira música cantada no show, Igapó (Sebastião Tapajós a partir de estudo de Heitor Villa-Lobos, 1997), já norteou e situou o roteiro seguido por essa cantora que gravou o álbum Da minha terra (2000) com o violonista conterrâneo Sebastião Tapajós (1943 – 2021).
Antes de Igapó, Jane Duboc, a cantora Clarisse Grova e os músicos da banda – o tecladista Leandro Freixo, o percussionista Paulo Savalla e o (excepcional) baixista Jefferson Lescowich – fizeram intervenção na abertura do show, descendo do palco para a frente da plateia para evocar com o público o som da chuva com palmas e vocalizes. Era Chuva no Rio Amazonas, tema de Naná Vasconcelos (1944 – 2016), percussionista que extraía sons da natureza ancestral.
No palco, Clarisse Grova se mostrou bem mais do que uma cantora de apoio quando, junto com Jane, encorpou o canto de músicas como Indauê – Tupã (Paulo André Barata e Ruy Barata, 1976) e Pauapixuna (Paulo André Barata e Ruy Barata, 1977).
Clarisse Grova (sentada, à esquerda) sobressai no show de Jane Duboc quanto canta ‘A lenda do Abaeté’ em número solo
Rodrigo Goffredo
Cantora de fartos recursos vocais, Grova foi coprotagonista do show e, quando em número solo mergulhou na lagoa escura em que emergiu A lenda do Abaeté (Dorival Caymmi, 1948), o show O reflexo da água alcançou pico de sedução e intensidade, bisadas no dueto de Grova com Jane em A mãe d’água e a menina (1985), outra música do baiano Dorival Caymmi (1914 – 2008), desbravador de mares musicais.
O repertório de Jane Duboc sempre foi povoado por canções de harmonias requintadas e melodias fora dos padrões. Água (1982) – música de Fátima Guedes lançada na voz de Jane – exemplificou no roteiro essa corrente recorrente na obra da artista.
No show O reflexo da água, Jane Duboc se mostrou coerente com as opções estéticas feitas ao longo da trajetória artística. Tanto que a canção Tenho sede (Dominguinhos e Anastácia, 1975) perdeu a habitual empatia com o público ao ser praticamente remodelada pelas cantoras e pela banda.
Houve participações no show, que se ressentiu da falta de maior fluência e organicidade no roteiro por conta do entra-e-sai dos intérpretes e dos músicos, também eventuais solistas vocais (o tecladista Leandro Freixo fez Ritual da chuva seca, música de 2011, de Jay Vaquer, filho de Jane).
Os cantores Marcio Lott e Carlos Navas foram convidados a se juntar ao grupo. Lott embarcou em Correnteza (Antonio Carlos Jobim e Luiz Bonfá, 1973). Navas entrou em Fazenda (Nelson Angelo, 1976). Ambos voltaram para o número final, Todo azul do mar (Flávio Venturini e Ronaldo Bastos, 1983), canção abordada com modulações inusuais, como alertou Jane Duboc antes do número.
Perto dos 74 anos, a serem festejados em 16 de novembro, Jane Duboc pareceu ser cantora feliz com as escolhas que fez ao longo de mais de 50 anos de carreira. O show estreado no Espaço BNDES é o reflexo das águas em que a artista quis mergulhar desde que pôs os pés no rio e na profissão de tocar um instrumento e cantar.
Jane Duboc segue roteiro conceitual no show ‘O reflexo da água’, dando voz a músicas como ‘Igapó’, ‘Pauapixuna’ e ‘Todo azul do mar’
Rodrigo Goffredo

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Antonio Fischer-Band mergulha no mar revolto de climas e texturas do autoral álbum de estreia ‘Banda de pescadores’

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Antonio Fischer-Band toca vários instrumentos ao longo das 13 faixas do primeiro álbum, ‘Banda de pescadores’, no mundo em 21 de novembro
Jorge Bispo / Divulgação
Capa do álbum ‘Banda de pescadores’, de Antonio Fischer-Band
Jorge Bispo com arte de Isabella Moriconi e com pinturas e xilogravuras de Rayane Damasceno
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Banda de pescadores
Artista: Antonio Fischer-Band
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ O primeiro álbum autoral de Antonio Fischer-Band – Banda de pescadores, programado para ser arremessado no mar de lançamentos fonográficos de 21 de novembro – está em sintonia com o som experimental do Ant-Art, duo carioca formado pelos multi-instrumentistas Antonio Fischer e Arthur Martau.
O duo teve a visibilidade aumentada na cena alternativa carioca a partir do encontro com a cantora Simone Mazzer em show de 2018 e disco de 2022, Deixa ela falar, álbum potente produzido pelo Ant-Art. Filho da pianista Delia Fischer, Antonio debuta solo com álbum imerso em texturas e climas da produção musical também creditada ao Ant-Art.
Mesmo quando se aproxima timidamente do formato da canção, como na primeira abordagem de Não sou baleia (a música é reprisada na quinta faixa com colagens e teclados do DJ Ruivin), Antonio Fischer-Band se distancia do padrão pop.
Com 11 temas que versam sobre o universo marítimo, o disco Banda de pescadores às vezes soa mergulhado em mar revolto, como exemplifica a intrincada arquitetura instrumental de Vara de pesca nº 1, mas emergem delicadezas nas 13 faixas. Como o toque do piano de Antonio Fisher em Somos tartarugas, música gravada com a voz das cantoras Leila Maria e Isa Morix.
Tema que rola nos aplicativos desde 26 de setembro, como primeiro single do álbum Banda de pescadores, Bola de pilates exemplifica a ant-art de Antonio Fischer-Band.
“Eu vou tentar brincar com as sete cordas sem dar nó”, avisa Antonio Fischer-Band, com certa ironia, em versos da canção O mar que ficou a te esperar.
É difícil evitar o nó na cabeça de ouvintes que esperem sons mais convencionais quando forem escutar faixas como Cavalos-marinhos urbanos e Nosso verde-musgo.
Multi-instrumentista, Antonio Fischer-Band justifica o nome artístico e, como homem-banda, se reveza nos toques de violão, piano, baixo, teclados, glockenspiel, bumbo e guitarra ao longo das 13 faixas, além de ter pilotado programações e de ter criado a maioria dos efeitos.
Sem falar que nove das 11 composições são da lavra solitária do artista. As exceções são Meu lilás e Piranhas, parcerias de Antonio com Maria Wamser e Flow Nzinga, respectivamente.
Entre os ruídos e efeitos que banham composições como Baiacu radioativo e Algas marinhas, Antonio Fischer-Band emerge na cena indie com álbum de timbragens inusitadas, disco difícil de rotular e de ser ouvido por quem é refratário às experimentações. E ninguém – nem o artista e muito menos os ouvintes – deve ser minimizado por isso.
É que a Banda de pescadores de Antonio Fischer-Band não toca conforme a música considerada palatável.
Antonio Fischer-Band assina a produção musical do álbum ‘Banda de pescadores’ com Arthur Martau, com quem forma o duo carioca Ant-Art
Jorge Bispo / Divulgação

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CPF, raquete elétrica, dança com cachaça: relembre as aventuras de Bruno Mars no Brasil

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Cantor fez 14 apresentações em cinco cidades durante mais de um mês no país. Bruno Mars
Reprodução/Instagram
Bruno Mars ficou um pouco mais de um mês no Brasil com passagens pelas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília. O cantor foi pura simpatia durante todas as 14 apresentações, se esforçando para falar em português e, de quebra, ganhando até um “CPF”. Vamos relembrar tudo o que Bruninho Márcio (como foi apelidado pelos fãs brasileiros) aprontou por aqui:
No dia 30 de setembro, ele desembarcou em São Paulo, e, é claro, que o primeiro registro do moço foi uma selfie com uma fã no aeroporto.
Bruno Mars chega ao Brasil
Reprodução/Instagram
Ele poderia ter falado apenas “Eu te amo, Brasil”, mas Bruno quis ir além da frase dita por vários cantores estrangeiros quando vêm ao país. Ele falou “Cadê as popozudas?” e se esforçou ainda mais com “Estou facinho hoje”. O público foi ao delírio.
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Rolê aleatório ✅
Nas horas vagas, o que ele fez? Sim, foi curtir uns bares. Em São Paulo, ele visitou o bar De Primeira, na Vila Madalena, e comeu coxinha, pastel, torresminho, bolinho de carne, ostra e bolinho de mandioca. O cantor ainda foi presentado com uma garrafa de cachaça. “Na hora de ir embora, foi dançando com a cachaça, agradeceu todo mundo, foi supersimpático”, contou Gabriel Coelho, chef e proprietário do bar.
E repetiu a dose em Belo Horizonte. Ele causou euforia entre os fãs em um bar da Região Centro-Sul da capital mineira. E a aventura não parou só no bar. Bruno deu uma volta na garupa de uma moto e passeou em um carro com o teto solar aberto.
Horas antes de show, Bruno Mars dá ‘rolê aleatório’ em BH
Ele só tinha uma guitarra e uma raquete elétrica
Em Brasília, ele precisou usar um item inusitado no show: uma raquete elétrica. Depois de “engolir” um mosquito enquanto cantava, na apresentação seguinte ele foi preparado. “Vou manter por perto. Hoje, não, Brasília. Hoje, não”, disse Bruno, segurando o item, enquanto tocava guitarra.
Bruno Mars leva raquete elétrica para show após ‘engolir’ mosquito
E Bruno Mars sabe como emocionar os fãs brasileiros. Em um de seus shows, ele homenageou a cantora Marília Mendonça. “Infiel” foi puxada pelo tecladista da banda do artista e acompanhada pelo público, enquanto imagens da sertaneja eram exibidas no telão.
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Parabéns para o Bruninho 🎂
Ele não parou um minuto e até comemorou o aniversário por aqui. No dia 8 de outubro, ele completou 39 anos e postou uma foto com o típico bolo brasileiro.
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Depois de tanto tempo no Brasil, os fãs começaram a pedir um CPF para o cantor. Ele recebeu uma Carteira de Identidade Fictícia direto do Ministério da Gestão e da Inovação e declarou todo seu amor aos fãs brasileiros:
“O mundo pode ter o Bruno Mars, mas o Bruninho pertence ao Brasil!”

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Billie Eilish diz que Trump ‘odeia mulheres profundamente’ e se emociona em show

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Cantora, que era a favor da candidata Kamala Harris, falou sobre vitória do republicano durante show em Nashville. Billie Eilish fala em show sobre vitória de Trump
Billie Eilish se emocionou em seu show em Nashville, nos EUA, nesta quarta (6) após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais. A cantora havia se manifestado a favor da candidata democrata, Kamala Harris, e deixou claro o seu descontentamento após o resultado.
“É uma guerra às mulheres”, publicou a cantora no Instagram.
Famosos reagem à eleição de Trump
Beyoncé, Kanye West, Lady Gaga, Elon Musk: veja quem os famosos apoiavam
Durante o show, Billie mencionou que já viveu experiências de abuso e “teve seus limites atravessados, para dizer educadamente”. “Na verdade, nunca conheci uma mulher sequer que não tenha uma história de abuso”, acrescentou.
Em seguida, descreveu Trump como alguém que “odeia mulheres profundamente”.
“Um predador condenado, alguém que odeia mulheres profundamente está prestes a ser presidente dos EUA. Então, essa música é para todas as mulheres por aí. Eu amo vocês”, disse a cantora, emocionada.
Segundo Billie, ela chegou a cogitar cancelar o show na data. “Não conseguia imaginar realizar o show hoje. Mas conforme o dia passou, vi como é um privilégio estar com vocês. Amo muito vocês e quero que saibam que vocês estão seguros comigo e protegidos aqui”.
Billie Eilish
Jordan Strauss/Invision/AP

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