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Festas e Rodeios

Djavan depura obra com o jazz das Alagoas, na Suíça, em álbum ao vivo sem prazo de validade

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Assinatura imutável do compositor dá frescor à gravação feita há 25 anos em show no Festival de Montreux. Capa do álbum ‘Ao vivo no Montreux Jazz Festival 1997’
Divulgação
Resenha de álbum
Título: Ao vivo no Montreux Jazz Festival 1997
Artista: Djavan
Edição: Sony Music
Cotação: * * * *
♪ A assinatura imutável do cancioneiro de Djavan é tão indelével que jamais soa datada a edição, em 11 de março de 2022, de disco ao vivo com a gravação de show feito pelo artista em 5 de julho de 1997. As 15 músicas autorais captadas há 25 anos na apresentação do cantor no Auditorium Stravinski, em festival na Suíça, poderiam ter sido registradas na semana passada pela perenidade e frescor do som.
O que se ouve no disco Ao vivo no Montreux Jazz Festival 1997 é um cantor depurando obra já em si sofisticada, com a liberdade potencializada pelo fato de estar se apresentando em festival de jazz.
O show de Djavan no Festival de Montreux de 1997 flagra o artista na turnê do álbum Malásia (1996), a dois anos da guinada pop que seria dada com o disco posterior Bicho solto, o XIII (1998) sem macular ou diluir a obra do compositor.
Reduzido a 15 números para caber no tempo destinado ao cantor no line-up do festival, o show sintetiza os caminhos de Djavan até então – trilha da qual o artista jamais se afastou, o que impede o disco de soar antigo.
Música que abre o álbum Malásia, o blues Que foi my love? (1996) mostra Djavan djavaneando o jazz das Alagoas com leveza entre floreios do piano de Paulo Calasans até cair no suingue dos metais e dos scats do intérprete. Outra música vinda do repertório do disco Malásia, Seca (1996) rega a aridez do sertão nordestino – entranhado na obra de Djavan desde os anos 1970 – com alto grau de refinamento melódico e harmônico.
Entre uma música e outra, as sucessivas quebradas do seminal samba Fato consumado (1975) – veículo para o lançamento do compositor na plataforma do festival Abertura, promovido pela TV Globo em 1975 – indica os caminhos intencionalmente sinuosos de cancioneiro que nunca seguiu em linha reta, nem mesmo em baladas impregnadas de romantismo, caso de Oceano (1989), canção popular rebobinada neste disco valorizado pela alta qualidade técnica da gravação.
Mesmo com a voz de Djavan posta em primeiro plano na mixagem, ouve-se bem todos os instrumentos, mas não o canto do público, o que tira o brilho do momento em que Djavan pede ao público para acompanhá-lo na balada Meu bem querer (1980), ouvida com arranjo fiel ao da gravação original do álbum Alumbramento (1980).
Já Cigano (1989) tem a fluência pop atravessada no meio da música por passagem jazzística que reitera a complexidade do cancioneiro aparentemente simples de Djavan. Essa fluência pop rege o bloco final que encadeia Samurai (1982), Sina (1982) e o samba Flor de lis (1976).
Em contrapartida, Malásia (1996) transita na contramão do som convencionalmente rotulado de pop pelo alto grau de inventividade melódica e harmônica da composição-título do disco de 1996 enquanto Irmã de neon (1996) reprocessa o suingue da música cubana sem os clichês da latinidade.
Veículo para a exposição do virtuosismo do toque do baixo de Marcelo Mariano, o tortuoso samba Aquele um é a única música assinada por Djavan com parceiro – no caso, com Aldir Blanc (1946 – 2020) e, justiça seja feita, a sintaxe da lírica de Aldir parece submetida à linguagem da musicalidade sagaz de Djavan.
Enfim, diante da inexistência de registro ao vivo do show Malásia (1996 / 1997), o álbum Ao vivo no Montreux Jazz Festival 1997 chega em boa hora porque, embora o tempo não pare, a obra de Djavan nunca envelhece.

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Paolla Oliveira participa da Semana de Moda de Paris, após recuperar o passaporte

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Atriz chegou a ficar ‘presa’ no Aeroporto Charles de Gaulle durante algumas horas até conseguir encontrar o documento. Paolla Oliveira perde passaporte e passa perrengue em aeroporto de Paris
Paolla Oliveira conseguiu chegar ao seu destino final na França: a Semana de Moda de Paris. No domingo (22), a atriz relatou que ficou algumas horas “presa no aeroporto de Paris” depois de ter perdido o passaporte.
“Perdi o passaporte. Estou presa no aeroporto de Paris, suando de nervoso”, disse. “Tem uma polícia que não me deixa passar para lá. E ali tem outra polícia que não me deixa voltar de onde eu vim”, relatou. Em uma publicação na rede social, Paolla explicou que encontrou o documento no chão do avião.
Além da atriz, a apresentadora Maya Massafera também esteve presente em um evento da marca Jean Paul Gaultier.
Maya Massafera e Paolla Oliveira na Semana de Moda de Paris
Agnews
Paolla Olveira e Maya Massafera na Semana de Moda de Paris
Agnews
Paolla encontrou o passaporte no chão do avião
Reprodução/Instagram

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Lady Gaga anuncia ‘Harlequin’, álbum que acompanha ‘Coringa: Delírio a dois’

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Filme estreia no Brasil no dia 3 de outubro. Além de ‘Harlequin’, Gaga lançará seu sétimo álbum de estúdio em fevereiro de 2025. Lady Gaga anuncia ‘Harlequin’, disco que acompanha ‘Coringa: Delírio a Dois’.
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Após muita especulação, Lady Gaga anunciou “Harlequin”, álbum “que acompanha” o filme “Coringa: Delírio a Dois”. O disco será lançado no próximo dia 27.
“Coringa: Delírio a Dois” conta com o retorno do diretor Todd Phillips e do ator Joaquin Phoenix, como o vilão dos quadrinhos da DC, e tem estreia prevista no Brasil em 3 de outubro. A dupla já tinha trabalhado junta no grande sucesso de 2019, que bateu recordes ao arrecadar cerca de US$ 1,08 bilhão nas bilheterias mundiais. Agora, Gaga se junta ao elenco no papel de Arlequina (Lee), par romântico do Coringa.
LEIA TAMBÉM: ‘Coringa: Delírio a dois’ recebe críticas negativas no Festival de Veneza
Assista ao trailer de “Coringa: Delírio a Dois”
Além de “Harlequin”, Gaga afirmou à revista “Vogue” que lançará seu sétimo álbum de estúdio em fevereiro de 2025, e o primeiro single será divulgado em outubro.

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Ivete Sangalo fez melhor show do Rock in Rio 2024, para leitores do g1; Evanescence, Cyndi Lauper, Avenged e Mariah ficam no top 5

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Veja quais foram os artistas preferidos dos fãs, segundo enquete do g1. Ivete Sangalo voa sob plateia do Palco Mundo no Rock in Rio
Ivete Sangalo foi eleita dona do melhor show do Rock in Rio, segundo os leitores e leitoras do g1. A cantora ficou com 35,69% dos votos, seguida por Evanescence e Cyndi Lauper.
RANKING DO G1: Os melhores e os piores shows…
Veja o top 10 de melhores shows do Rock in Rio na enquete do g1
Ivete Sangalo: 35,69%
Evanescence: 28,00%
Cyndi Lauper: 8,60%
Avenged Sevenfold: 6,34%
Mariah Carey: 5,26%
Imagine Dragons: 3,98%
Katy Perry: 3,38%
Deep Purple: 1,47%
Travis Scott: 1,02%
Shawn Mendes: 0,90%

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