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Festas e Rodeios

Matuê leva trap nacional ao Lolla com influência de Chorão e ‘experiências psicodélicas’

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Rapper cearense chega ao festival em alta, como o representante brasileiro mais popular do trap, vertente ‘chapada’ do rap do sul dos EUA, em hits como ‘Kenny G’ e ‘Máquina do tempo’. Quem é Matuê e o que esperar do show no Lollapalooza
Matheus Brasileiro Aguiar, 28 anos, chega ao Lollapalooza em alta. Ele não é só o representante nacional mais forte do trap, vertente “chapada” do rap surgida no sul dos EUA, mas também furou a bolha do estilo e é hoje um dos cantores mais populares do Brasil. VEJA PERFIL NO VÍDEO ACIMA.
Matuê é ídolo ainda virou condutor de novos sucessos – sua produtora 30Praum gerencia os prodígios do trap Teto e WIU.
A parada de streaming no Brasil nunca teve tantas faixas de rap nacional nos primeiros lugares como no final de 2020, quando saiu “Máquina do tempo”. “Elas ficam bem soltas, bem aleatórias ali, né? Têm dois ‘funkão’, aí Matuê, aí depois dois sertanejos, e Matuê”, ele disse na época ao podcast g1 ouviu.
O rapper cearense teve a melhor semana de estreia de um disco na história do Spotify no país. “Máquina do tempo” saiu em 10 de setembro e emplacou todas as sete faixas entre as 15 mais tocadas no Spotify no Brasil no dia, um feito inédito.
As faixas cheias de psicodelia, sexo e efeitos de voz furaram a bolha dos fãs de trap. O subgênero do rap, de batidas arrastadas e graves, é popular há vários anos nos EUA e cresce no Brasil.
Quem é Matuê?
“Máquina do tempo” é o primeiro álbum dele. Mas sua carreira já ganha força há seis anos em faixas avulsas. Com sucessos como “Anos luz” e “Kenny G”, acumulou fãs e detratores.
O trap feito de forma mais acessível e melódica gerou reação de gente que posa como entendida do estilo nas redes sociais. A frase “Matuê não é trap” virou quase um bordão, repetida nas redes por gente que torce o nariz para ele.
Saiba mais: do trap ao rap acústico, qual é a do novo hip hop brasileiro?
Capa do álbum ‘Máquina do tempo’, de Matuê
Divulgação
O próprio Matuê já brincou com essa “acusação” de que não faz trap de verdade. Em “A morte do Autotune” (2018), ele citou de forma dramática o efeito de voz comum no trap. No hit “Kenny G” (2019), imitou com desprezo os fãs de rap que falam “eu não gosto de Matuê, não”.
EUA e Ceará
Um fato em sua biografia virou lenda entre fãs e “haters”. Matuê morou nos EUA entre a infância e a adolescência. Mas ao contrário do que se diz nas redes, não houve glamour. Ele resume a experiência na gringa, dos 8 aos 11 anos, como “interessante”:
“Meus pais botaram tudo a jogo para ir para lá e de início a gente tinha só o básico. A gente estava até em uma situação de dormir no chão inicialmente. E com o passar do tempo, quando você começa a conquistar o básico, começa a ter uma vida digna”.
Lá, ele acompanhou os movimentos de rap e trap mais de perto. Mas a família teve que voltar para o Ceará para ficar perto da avó, que estava com câncer. Professora de artes, ela foi responsável por memórias de música do Nordeste na infância.
“Apesar de não ter sido uma coisa de educação, foi mais ‘vamos brincar ali’, ela tocando acordeon, tocando teclado e muito forró, bem tradicional da nossa cultura. Isso ficou com certeza, ficou muito”, diz.
“Infelizmente ela faleceu um ano depois e, para mim, isso foi uma situação muito difícil, porque eu não tinha muita conexão com as outras pessoas da minha família. Ela, para mim, era a guia, era a pessoa que me criava”, ele lembra.
Matuê no Planeta Atlântida 2020.
André feltes/ Agência Preview
Trap sem armadilha
O adolescente com referências norte-americanas acabou mergulhando no gênero que mais representa os jovens dos EUA hoje. Mas ele não quer se prender ao trap.
“Sou fã do hip hop, do trap, acompanho pra caramba, mas, para ser sincero, o que me move em relação à música está fora do trap”, diz Matuê.
André 3000 é referência no rap. Fora, há Bob Marley, Jimi Hendrix, Charlie Brown Jr. E estilos preferidos? “A maioria da minha playlist tem rock alternativo, indie”. Entre os mais tocados está Tame Impala, o projeto psicodélico do australiano Kevin Parker.
“Eu não quero que [a base no hip hop] me limite, por isso dentro do disco tem músicas como “Vem Chapar”, que são um pouquinho mais fora da curva do que se diz o trap tradicional”. Essa faixa lembra o rap mais pop de Post Malone.
‘Experiência psicodélicas’
“Tem um lugar que geral fica bem / E você pode ir pra lá também / Vem ser feliz na Cogulândia” são versos da faixa que abre o disco, “Cogulândia”. O formato é de trap, mas a substância muda – não é o lean, xarope à base de codeína citado por 10 entre 10 ídolos do estilo.
Matuê explica que, na quarentena, passou por um período de busca e de “evolução pessoal e espiritual”:
“Eu tive algumas experiências psicodélicas que foram importantes, fundamentais, para dar esse pulo em termos de mudança de perspectiva e entender o momento do que está se passando e como eu posso auxiliar, como eu posso ser melhor dentro do meu trabalho”, diz.
“Acredito nessa capacidade de certas experiências, não só relacionadas a enteógenos psicotrópicos, mas espirituais. Experiências transformadoras, de melhorar a vida. Trazer mais clareza e segurança sobre o que se está fazendo, qual é a sua função. Por isso acredito que tenha isso tão forte no disco”, ele explica.
Matuê
Felipe Vieira/Divulgação
Viagem espacial e Fortaleza real
As letras sobre viagens espaço-temporais com arranjos climáticos já gera teorias sobre significados secretos nas redes sociais. Matuê prepara uma HQ baseada no álbum. Aquela figura de cabelos e olhos roxos dos vídeos é um personagem?
“É e não é, sabe? Ao mesmo tempo em que é [personagem], sou eu, porque tudo que escrevo, falo, são coisas que são conectadas com minha vida. Tem músicas que falam sobre a minha cidade, meu lugar de origem, as expressões que a gente utiliza aqui”.
Ele faz um retrato distante dos clichês tropicais de Fortaleza em “É sal”. “Fortal City é uma mistura / Morando na praia / E mesmo assim a vida é dura / Tá geral suave, do nada o clima muda / Vai passar na frente, a máquina te costura”
Chorão reconstruído
A faixa-título e maior hit, “Máquina do tempo”, usa a base de “Como tudo pode ser”, do Charlie Brown Jr. Ela começou a ser feita em 2018.
Sem saber se conseguiria a liberação do uso do sample na faixa, concebida pelo produtor de trap Celo, Matuê e o parceiro WIU regravaram a base de forma semelhante à original, como alternativa aos entraves burocráticos.
“Fui atrás do mesmo baixo do Champignon, da guitarra do Marcão, dos efeitos, do que ele estava usando ali no pedal board dele”, explica.
Mas a autorização veio e foi comemorada pela equipe: “Se a gente não tivesse conseguido, ia ficar com receio muito grande, ia torcer para música não dar certo, para ficar mocada lá e o pessoal poder ouvir”, ele brinca.
Matuê ocupa no trap um espaço semelhante ao que o líder do Charlie Brown Jr. ocupava no rock brasileiro – uma espécie de ídolo renegado, aprovado por multidões e desprezado por supostos entendedores.
“Não querendo me comparar com ele de nenhuma forma, porque eu tenho ele como lenda. Mas eu acredito que ele foi um cara que veio com uma missão muito clara aqui para Terra”, diz o fã Matuê sobre Chorão.
“Do que ele queria fazer, do que ele queria transmitir, independente do que isso causou, ele concluiu o objetivo dele. Se você for ver, nem Jesus agradou todo mundo, né? Então a gente não tem como…”.
A comparação a Jesus na primeira pessoa do plural vem mais fácil do que a relutância em se comparar a Chorão – para dar uma ideia do quanto Matuê reverencia o líder do Charlie Brown Jr.
Do laptop quebrado ao luxo
Matuê
Felipe Ribeiro / Divulgação
Ao contrário da insolência das letras, ao conversar sobre carreira Matuê sabe que ainda tem muito a conquistar, e mostra alegria genuína com o fenômeno do álbum. Ele sempre acompanhou de perto o lado dos negócios com a produtora 30Praum, que hoje também tem os novos ídolos Teto e WIU.
“A gente começou de forma improvisada, gravando as minhas músicas num laptop quebrado do jeito que dava mesmo. Mas sempre entendendo que aquilo era um passo a se dar”, ele diz. “E que eu não podia nunca ter medo do próximo passo, de melhorar, me profissionalizar”, completa.
“Isso foi em 2016, então o tempo foi bem curto. Acho que a gente conseguiu chegar nesse objetivo rápido. Mas foi muito trabalho, muita dedicação, muito suor, muita frustração, muita decepção, sempre passando por cima dessas barreiras para poder elevar o nível do som.”

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Paolla Oliveira participa da Semana de Moda de Paris, após recuperar o passaporte

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Atriz chegou a ficar ‘presa’ no Aeroporto Charles de Gaulle durante algumas horas até conseguir encontrar o documento. Paolla Oliveira perde passaporte e passa perrengue em aeroporto de Paris
Paolla Oliveira conseguiu chegar ao seu destino final na França: a Semana de Moda de Paris. No domingo (22), a atriz relatou que ficou algumas horas “presa no aeroporto de Paris” depois de ter perdido o passaporte.
“Perdi o passaporte. Estou presa no aeroporto de Paris, suando de nervoso”, disse. “Tem uma polícia que não me deixa passar para lá. E ali tem outra polícia que não me deixa voltar de onde eu vim”, relatou. Em uma publicação na rede social, Paolla explicou que encontrou o documento no chão do avião.
Além da atriz, a apresentadora Maya Massafera também esteve presente em um evento da marca Jean Paul Gaultier.
Maya Massafera e Paolla Oliveira na Semana de Moda de Paris
Agnews
Paolla Olveira e Maya Massafera na Semana de Moda de Paris
Agnews
Paolla encontrou o passaporte no chão do avião
Reprodução/Instagram

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Lady Gaga anuncia ‘Harlequin’, álbum que acompanha ‘Coringa: Delírio a dois’

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Filme estreia no Brasil no dia 3 de outubro. Além de ‘Harlequin’, Gaga lançará seu sétimo álbum de estúdio em fevereiro de 2025. Lady Gaga anuncia ‘Harlequin’, disco que acompanha ‘Coringa: Delírio a Dois’.
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Após muita especulação, Lady Gaga anunciou “Harlequin”, álbum “que acompanha” o filme “Coringa: Delírio a Dois”. O disco será lançado no próximo dia 27.
“Coringa: Delírio a Dois” conta com o retorno do diretor Todd Phillips e do ator Joaquin Phoenix, como o vilão dos quadrinhos da DC, e tem estreia prevista no Brasil em 3 de outubro. A dupla já tinha trabalhado junta no grande sucesso de 2019, que bateu recordes ao arrecadar cerca de US$ 1,08 bilhão nas bilheterias mundiais. Agora, Gaga se junta ao elenco no papel de Arlequina (Lee), par romântico do Coringa.
LEIA TAMBÉM: ‘Coringa: Delírio a dois’ recebe críticas negativas no Festival de Veneza
Assista ao trailer de “Coringa: Delírio a Dois”
Além de “Harlequin”, Gaga afirmou à revista “Vogue” que lançará seu sétimo álbum de estúdio em fevereiro de 2025, e o primeiro single será divulgado em outubro.

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Ivete Sangalo fez melhor show do Rock in Rio 2024, para leitores do g1; Evanescence, Cyndi Lauper, Avenged e Mariah ficam no top 5

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Veja quais foram os artistas preferidos dos fãs, segundo enquete do g1. Ivete Sangalo voa sob plateia do Palco Mundo no Rock in Rio
Ivete Sangalo foi eleita dona do melhor show do Rock in Rio, segundo os leitores e leitoras do g1. A cantora ficou com 35,69% dos votos, seguida por Evanescence e Cyndi Lauper.
RANKING DO G1: Os melhores e os piores shows…
Veja o top 10 de melhores shows do Rock in Rio na enquete do g1
Ivete Sangalo: 35,69%
Evanescence: 28,00%
Cyndi Lauper: 8,60%
Avenged Sevenfold: 6,34%
Mariah Carey: 5,26%
Imagine Dragons: 3,98%
Katy Perry: 3,38%
Deep Purple: 1,47%
Travis Scott: 1,02%
Shawn Mendes: 0,90%

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