Connect with us

Festas e Rodeios

MC Tha defende funk e tambores da umbanda no Lollapalooza

Published

on

Conheça cantora que começou a cantar aos 15 anos em cima de caixotes em bailes funk da Cidade Tiradentes, misturou o estilo com MPB e religiosidade africana e chega ao Lollapalooza. Quem é Mc Tha e o que esperar do show no Lollapalooza
O show no Lollapalooza será um rito de fechamento para “Rito de Passá”, primeiro álbum de MC Tha. A cantora paulista encerra a turnê bem-sucedida do álbum que junta batidão do funk e tambores da umbanda, e a colocou no mapa da nova música brasileira a partir de 2019.
Veja a programação completa do Lollapalooza.
De caixotes ao autódromo
Thais Dayane da Silva começou a cantar aos 15 anos na Cidade Tiradentes – o “último bairro da Zona Leste de São Paulo”, ela frisa. “Eu tinha meu ‘bonde’, chamado Bonde Sinistro, que tinha uns 50 meninos e umas 3 meninas”, lembra.
Tha virou MC sem saber. “Um dia fiz uma música, mostrei para um amigo e ele decidiu gravar, mas antes pediu para eu mandar o áudio. Acabou que eles pegaram uma peça em mim e fizeram uma produção com a minha voz”, ela conta. “Sempre falo que fui empurrada.”
O esquema era 100% amador. “A gente gravava naqueles fones de lan-house que tinham um microfoninho”, descreve. “As pessoas foram me encontrando na porta da escola e me elogiando, e eu sem entender. Aí descobri que a música estava para download.” Ela começou a cantar em bailes.
“Era festa na rua mesmo, de não ter palco, mas um caixote e um microfone improvisado. Você subia no caixote para cantar. Era festa em quintal, muito informal”, ela lembra. “A gente não ganhava nada. Pedia para cantar, e no lugar que abrisse a porta a gente ia.”
Era 2008, e o funk ainda estava chegando da Baixada Santista, onde era forte, para a Zona Leste da capital. MC Tha dividiu esses palcos de caixote com músicos da primeira geração da cidade como MC Dede, Mc Nego Blue, Backdi e BioG3.
Quando começou a onda do funk ostentação em SP, no começo dos anos 2010, MC Tha ia atrás do seu sustento – não o luxo imaginário dos funks, mas o trabalho e o estudo. Ela foi cursar Jornalismo e trabalhar num projeto social no Centro. Tha se afastou dos bailes da Cidade Tiradentes.
Um funk diferente
MC Tha
Divulgação
“Comecei a me enxergar de fora e a entender as minhas questões e meus desconfortos. Hoje entendo que é por ser mulher, pelo meu corpo naquele ambiente. Sempre fui muito abraçada, mas tinha essa coisa de o outro falar para mim o que eu tinha que fazer. Eu sempre quis ser livre.”
Ela já era fã de MPB e tentava colocar essas músicas nos shows (“meu Deus, por que a Thais tá cantando Tim Maia com uma base de funk no meio do baile?”, ela ouvia).
“Eu não era uma gostosona que entrava no molde da MC mulher dentro do funk. O espaço em que a mulher cabia era cantando funk ‘putaria’ ou sendo dançarina, e eu não me enquadrava em nenhum deles.” Ela também não queria levar a carreira para a caixa do “funk comercial”.
Tha foi morar com o cantor paraense Jaloo. “Ele tinha acabado de chegar a São Paulo, com uma bagagem parecida, de vir do tecnobrega, mas também achar que não era só aquilo que representava ele. O Jaloo ajudou a abrir minha cabeça e entender que eu podia construir o meu espaço.”
Ela não renegava o funk, mas não se limitava. “Eu era uma coisa, mas também podia ser outra. Então me apeguei muito ao meu gosto por música brasileira. Eu era uma MC que podia trazer essa brasilidade a partir daquele momento.”
‘Rito de passá’ mais passagens
A cantora e compositora paulista MC Tha
MC Tha/Divulgação
Essa é a origem de “Rito de passá’. Só falta um elemento chave no álbum e na turnê: a umbanda. “Eu me descobri uma mulher racializada e, passando a frequentar um terreiro de umbanda, observei a semelhança com o funk. Antes eu não fazia esse link – pelo contrário, talvez tivesse preconceito com as religiões de matriz africanas, porque fomos ensinados a ser cristãos.”
“Eu entendi que era o momento de eu reunir essa bagagem”, ela resume. O show será uma celebração dessa bagagem, logo antes de a cantora anunciar seus próximos projetos. Ela também espera que seja um rito de passagem para festivais mais abertos ao funk de todos os tipos:
“Acho que as pessoas realmente não querem esse tipo de público e de cantor no seu festival, porque na verdade não existe alguma barreira para que passem a levar esses MCs. Quem está lá na periferia, nos fluxos, bota a cara, toma borrachada da polícia, movimenta o funk, não sou nem eu. É essa galera”.
Que se abram os caminhos entre a Cidade Tiradentes e o Autódromo de Interlagos, MC Tha espera.
A cantora e compositora paulista MC Tha
MC Tha/Divulgação
VEJA MAIS VÍDEOS DO LOLLAPALOOZA 2022:

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Mariah Carey faz o maior show da história do Palco Sunset em retrospectiva da carreira para plateia emocionadíssima

Published

on

By

Cantora encerrou programação do palco neste domingo (22), último dia do Rock in Rio 2024. Leia crítica do g1. Mariah Carey canta ‘We belong together’
Mariah Carey merecia uma apresentação deste porte por aqui, após alguns perrengues em vindas anteriores ao Brasil. A popstar americana fez o mais aguardado show no Palco Sunset em todas as edições do Rock in Rio.
O festival é transmitido no Globoplay e no Multishow.
Neste domingo (22), Mariah entregou o que seus fãs queriam: looks que vão ser comentados durante toda semana e uma sequência de hits em versões às vezes mais curtas. A ideia era ter tempo de cantar mais canções do repertório que a fez vender mais de 150 milhões de discos.
Mariah Carey canta ‘Hero’
Entre tantos pontos altos, o show cresce em baladas clássicas como “Hero”, cantada no final do primeiro ato do show. A emoção nessa só é superada pelo final, com “| Want To Know What Love Is”. As canções de levada R&B também cativam os fãs, com destaque para “Touch My Body” e “We Belong Together”.
Ela tem uma banda de apoio, três vocalistas de apoio e sete dançarinos, mas obviamente o que importa é ouvir ao vivo uma das vozes mais influentes da história do pop americano. Ah, e não há chance de se insinuar que ela faça uso de playback, ok? Falar que ela dubla seria absurdo.
Mariah provou que canta bem de tudo quanto é jeito, com seus característicos agudinhos matadores. Ela ainda mantém intacto o estilo de movimentos econômicos pelo palco. A diva é famosa, por exemplo, pela predileção em soltar a voz e manter respiração e afinação até mesmo sentada, posição pouco recomendada por técnicos vocais.
Mariah Carey canta ‘Touch My Body’
Ela poderia estar no palco considerado principal, é claro, e os fãs tinham razão de reclamar. Mas isso foi mero detalhe. Pesa aqui o fato de o Palco Sunset ter pela primeira vez o tamanho do Palco Mundo e uma potência de som bem superior à de outras edições.
O único porém talvez seja o tempo de show: ela cantou só por uma hora e poderia fazer uma performance mais longa caso fosse headliner da noite. A necessidade de cortar o show tira do setlist, por exemplo, a lindíssima versão de “Without you”.
A cantora de 55 anos apresentou sua turnê “The Celebration of Mimi”, que começou como uma residência em Las Vegas. O objetivo desta tour é celebrar os 20 anos do álbum “The Emancipation of Mimi” e apresentar, de forma didática, cada uma de suas eras.
Mariah Carey se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Esta vinda de Mariah para cantar em São Paulo e no Rock in Rio também pode ser considerada o fim de uma maldição. Ela esteve no Brasil para eventos fechados e programas de TV, em 1999, 2002 e 2009.
Em 2010, finalmente fez um show aberto ao público, na Festa do Peão de Barretos. Mas Mariah subiu ao palco por volta da 1h30, sob protestos e vaias por causa do atraso de 90 minutos. A arena não lotou e ela disse que estava cantando para “os fãs de verdade”.
No Rock in Rio, eles também estavam presentes. Alguns tentavam adivinhar exatamente o que ela iria dizer entre as músicas. Outros imitavam com a boca as batidas das músicas mais dançantes, fazendo um atrapalhado e cativante coro (?) de beatbox (??).
Mariah Carey se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Alguns grupinhos também puxaram a versão em português gravada por Sandy & Junior para “I’ll be there”, mas por sorte não conseguiram maior engajamento.
Com uma plateia tão entregue e emocionada, não existe motivo para perpetuar o clichê roqueiro de que o Rock in Rio é um festival para quem não gosta de música. Talvez ele seja um festival para quem gosta de música que VOCÊ não gosta.

Mariah Carey se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1

Continue Reading

Festas e Rodeios

Paolla Oliveira perde passaporte e passa perrengue em aeroporto de Paris

Published

on

By

Atriz passou por momentos de apuros no mesmo dia em que o namorado, o cantor Diogo Nogueira, se apresentava no Rock in Rio. Ela foi liberada horas depois. Atriz compartilhou perrengue em aeroporto em suas redes sociais
Reprodução/Instagram
Em vídeo compartilhado em suas redes sociais neste domingo (22), a atriz Paolla Oliveira contou que ficou detida por algumas horas no aeroporto de Paris após perder seu passaporte.
O “perrengue chique” aconteceu no mesmo dia em que seu namorado, o sambista Diogo Nogueira, se apresentou no Rock in Rio 2024 em show que homenageou a cantora Alcione. Paolla não acompanhou a performance do amado por motivos profissionais: ela vai participar da Paris Fashion Week 2024.
“Perdi o passaporte. Estou presa no aeroporto de Paris, suando de nervoso. Tem uma polícia que não me deixa passar pra lá. E ali tem outra polícia que não me deixa voltar de onde eu vim. Será que a gente não podia usar um artifício daquele de TikTok que fazem assim: ‘Pá!’? E aí aparece lá do outro lado”, diz a atriz no vídeo.
Ela compartilhou ainda que foi ameaçada de deportação, antes de conseguir a liberação e, finalmente, entrar no país.
VEJA TAMBÉM
Alcione e Péricles cantam ‘Me vira a cabeça’

Continue Reading

Festas e Rodeios

Akon mistura R&B com funk e samba em show com gafes e propósito confuso no Rock in Rio

Published

on

By

Músico faz show nostálgico com carisma e homenagens ao Brasil, mas se perde em desejo pela festa. Público do Rock in Rio faz coro em “I Wanna Love You” de Akon
Akon se apresentou para uma multidão que se espremeu para assisti-lo no Palco Mundo, no Rock in Rio deste domingo (22). O músico reviveu clássicos do R&B e homenageou o Brasil ao incluir batidas de samba, funk, seresta e no setlist.
O festival é transmitido no Globoplay e no Multishow.
O cantor parecia estar mais interessado em oferecer uma experiência festiva do que um show voltado à sua própria carreira. Não que isso tenha sido um problema para o público, que parecia envolvido do começo ao fim.
O propósito, porém, parecia meio perdido. A segunda metade da apresentação soou como uma balada sem identidade, com hits desconexos que até envolvem, mas não têm unidade. 
Akon também cometeu uma gafe ao falar  “São Paulo”. Imediatamente, os fãs levantaram um coro dizendo: “Rio de Janeiro”. Mas isso não pareceu constrangê-lo.
Akon confunde capitais e cumprimenta público de São Paulo em show no Rock in Rio
O músico ficou mesmo com vergonha quando apareceu dentro de uma bolha inflável que estourou com apenas alguns segundos de uso. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido, após se arremessar para a plateia de dentro da bolha.
A voz dele trouxe efeitos robóticos de autotune e nítido uso de bases de pré-gravadas — que poderiam ser playback, ou não, já que a dobra vocal é um recurso cada vez mais recorrente em shows.
Antes de ele entrar no palco, os telões foram preenchidos por imagens de Akon, trechos de telerreportagens e as palavras “famoso”, “artista” e “América”.
Akon tenta se jogar no público dentro de bola inflável, mas equipamento esvazia
Com muitos berros vindos de seu microfone durante o show inteiro, o senegalês entrou no palco cantando “Beautiful Day”, da dupla francesa Trinix. Logo em seguida, deu play em seu repertório, fincado nos anos 2000, época em que viveu o auge de sua carreira.
Na romântica “Don’t Matter”, Akon inseriu batidas de samba — algumas das quais ele mesmo tocou num tambor.
O cantor também fez um remix em “Lonely”, que ganhou beats de funk, tocados pelo DJ brasileiro Hitmaker, que celebrou o fato do gênero estar no palco Mundo, o principal do festival.
Akon se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
A música brasileira também ganhou espaço em um interlúdio conduzido pelo ator e DJ Benny-Demus. Mascarado, o artista tocou os hits “Ela só pensa em beijar”, “Só Love”, “Casca de Bala” e “Só Fé”.
Outros momentos que agitaram muito o público foram durante os hits “Smack that”, “Dangerous” e “I wanna love you”.
O músico saiu do palco praticamente por expulsão. Quis puxar mais músicas, mas já tinha estourado o limite do horário em cerca de 15 minutos. Então, tentou cantar, mas teve o microfone cortado. Isso depois que uma multidão já havia deixado o espaço em direção ao Palco Sunset, que tinha o início da apresentação de Mariah Carey.

Akon conta companhia do cantor mascarado Benny-Demus no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.