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Festas e Rodeios

Nei Lopes chega aos 80 anos com obra que oferece pérolas aos povos em forma de arte negra

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Compositor revelado por Alcione há 50 anos, em single de 1972, é referência pelos discos, músicas e livros que aprofundam o olhar sobre a cultura afro-brasileira. ♪ ANÁLISE – O single duplo lançado por Alcione em 1972 com a música Figa de guiné no lado A marcou dupla e histórica estreia no mercado fonográfico brasileiro.
Além da artista maranhense, que debutava em disco após anos de vivência como cantora da noite carioca, o single – compacto simples, como era chamado no dicionário fonográfico brasileiro o disco de vinil com duas músicas – revelou Nei Braz Lopes como compositor há 50 anos.
O single surtiu pouco ou nenhum efeito com a parceria de Nei com Reginaldo Bessa. Mas tanto Alcione como Nei Lopes – como o artista se apresenta publicamente – permaneceram em cena, tendo construído sólidas carreiras, tijolo por tijolo.
Nesta segunda-feira, Nei Lopes completa 80 anos com obra referencial no samba e na cultura afro-brasileira. Nascido em 9 de maio de 1942, Nei se consolidou como compositor – também melodista, mas sobretudo letrista bamba de versos que fluem com naturalidade e suingue – e como escritor de livros que reconstituem a história da cultura afro-brasileira como pensador negro, pelo olhar do povo preto.
Como cantor, o artista lançou álbuns que aprofundaram esse olhar da diáspora africana sob o prisma da música, primordialmente através do samba, mas também por meio de ritmos ancestrais como jongo, lundu, maxixe e xiba. Gêneros musicais que prepararam o terreiro para o samba.
Negro mesmo (1983), disco editado pela gravadora Lira Paulistana com distribuição da Continental, é referência no tema. É desse álbum o Jongo do irmão café, uma das obras-primas da parceria do compositor com o conterrâneo carioca Wilson Moreira (1936 – 2018).
Antes e depois do disco Negro mesmo, aliás, Nei lançou dois álbuns com Wilson Moreira, cantor e compositor com quem firmou parceria na segunda metade dos anos 1970.
A dupla gerou músicas que reverberam ainda hoje, como Ao povo em forma de arte (1977, samba apresentado por ninguém menos do que o engajado Candeia), Coisa da antiga (partido alto gravado por Clara Nunes em 1977), Candongueiro (composição apresentada pela mesma Clara Nunes em disco de 1978), Gostoso veneno (samba lançado por Alcione no álbum homônimo de 1979) e Senhora liberdade (samba apresentado na voz de Zezé Motta em 1979).
Todos esses sucessos ganharam registros dos autores no álbum A arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes, editado em 1980. Cinco anos depois, o álbum O partido muito alto de Wilson Moreira e Nei Lopes (1985) apresentou nova safra da dupla em repertório que destacou Raio de luar, parceria de Nei com Dauro do Salgueiro que ganharia o brilho da voz de Alcione em disco de 1987.
A Marrom, aliás, permaneceu fiel ao compositor que teve a honra de lançar em 1972. A discografia de Alcione guarda pérolas da obra de Nei Lopes. Que zungu, tema do álbum Almas & corações (1983), é joia ainda a ser descoberta, até porque Nei assina música e letra da composição. Destaque do álbum Faz uma loucura por mim (2004), Primo do jazz exemplifica a habilidade de Nei para se afinar com parceiros mais jovens – no caso, Magno Souza, então no paulistano Quinteto em Branco e Preto – de ideologia afim.
Como cantor, Nei Lopes tem discografia solo que caiu majestosamente no suingue nos álbuns Sincopando o breque (1999), Partido ao cubo (2004) e Chutando o balde (2009). São discos que se harmonizam com a escrita de Nei Lopes em livros militantes, feitos com conhecimento de causa.
Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nei Lopes é o bamba a partir de hoje octogenário que há 50 anos oferece pérolas aos povos em forma de arte negra.

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‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

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Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

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Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

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Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
Divulgação

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Lana Del Rey se casa com guia turístico em cerimônia reservada

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Em seu perfil no Facebook, Jeremy Dufrene aparece ao lado de Lana desde 2019. Mesmo assim, o namoro dos dois nunca foi anunciado. Jeremy Dufrene e Lana Del Rey
Reprodução/Facebook
Lana Del Rey se casou nesta quinta-feira (26) em Luisiana, nos Estados Unidos, segundo o site americano “People”. A cantora selou os laços com Jeremy Dufrene, guia turístico com quem ela já tinha sido vista, apesar de nunca terem assumido o namoro.
Fotos e vídeos publicados pelo site “Daily Mail” mostram Lana trajada com um vestido branco e de mãos dadas com Dufrene.
O casal registrou sua certidão de casamento na segunda (23). A cerimônia foi reservada a famílias e amigos.
Dufrene é capitão de uma empresa de aerobarco, a Arthur’s Airboat Tours, que oferece passeios por pântanos repletos de jacarés e pássaros. Em seu perfil no Facebook, Dufrene aparece ao lado de Lana desde 2019.
A última vez que a cantora esteve no Brasil foi em junho de 2023, quando ela se apresentou no festival Mita.

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