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Festas e Rodeios

Verbas públicas de prefeituras a sertanejos e outros viram debate após Zé Neto criticar Lei Rouanet

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Sertanejo criticou Rouanet em show de R$ 400 mil bancado por prefeitura. Shows caros com pouco controle são comuns, enquanto lei é atacada. Gusttavo Lima é campeão de cachê; veja lista e entenda. Quanto vale o show? Veja o preço pago por algumas prefeituras no Brasil
Um comentário sobre a Lei Rouanet feito por Zé Neto, parceiro de Cristiano, em um show em Sorriso (MT) acabou virando conversa sobre outra forma de incentivo menos discutida: os shows de prefeituras pelo Brasil. No fim das contas, a verba é pública, assim como na Rouanet.
A notificação preferida de Zé Neto não deve ser a de comentários piscando nas redes dele após o show. Para começar, ele falou mal de Anitta e despertou a ira dos fãs dela. No mesmo discurso, ele se gabou de não depender da Lei Rouanet.
“Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no ‘toba’ para mostrar se a gente está bem ou mal”, disse Zé Neto no palco no dia 13 de maio.
A indireta sobre a tatuagem de Anitta foi massacrada por seguidores dela. Mas, no meio da briga de fãs, um post no Twitter do jornalista Demétrio Vecchioli puxou comentários sobre o fato: Zé Neto não usa a Rouanet, mas até o show de Sorriso (MT) foi bancado com R$ 400 mil dos cofres da cidade.
Não é só a dupla de “Notificação preferida” que vive fazendo shows com verbas de prefeituras. O g1 levantou apresentações recentes de 5 artistas sertanejos e 5 de fora do estilo e seus shows recentes mais caros com verbas municipais no interior do Brasil.
Esses shows movimentam a economia local, geram empregos e reúnem multidões. Artistas menores também fazem. Mas os critérios de escolha, de fiscalização e de contrapartidas para a cidade são bem mais frouxos do que a atacada Lei Rouanet, que surgiu há 30 anos justamente para isso.

g1
Não é só Zé Neto que se gaba de não usar a Lei Rouanet e faz grandes shows de prefeituras. Latino e Netinho, que também atacaram recentemente a lei, já fizeram shows com verbas municipais, que não chegaram aos valores dos astros acima, mas passaram ambos de R$ 120 mil.
Regras: não há regras
O levantamento não foi fácil porque, ao contrário da Lei Rouanet, não há um sistema ou regras de divulgação: cada prefeitura publica de um jeito. Enquanto a lei tem um longo processo, os shows municipais, em geral, são por escolha direta, sem licitação.
“Por um lado as pessoas falam mal dessas ferramentas de incentivo que têm controle, e não prestam atenção para o fato de que o mecanismo direto vem totalmente da vontade daquele gestor”, diz Miguel Jost, professor e pesquisador de políticas públicas para cultura.
“Quando se cobra recurso para cultura, falamos de um modelo institucionalizado, com editais ou leis de renúncia, porque aí a sociedade pode acompanhar de forma correta e transparente”, ele defende.
“Esse tipo de festa, apesar de ser importante, tem um tipo de contratação que acaba sendo um recurso de escolhas pessoais e políticas. O que a gente tem é uma relação obscura, a partir da escolha de um gestor individual por um artista x ou y. É uma forma muito menos republicana de acessar o recurso.”
“O que a gente observou nos últimos anos foi uma criminalização de todas as políticas de incentivo à cultura, que foram alvo de um projeto da extrema-direita de colocá-la como um supérfluo. A cultura traz tantos benefícios que a ideia não é de gasto, mas de investimento”, diz Miguel.
O g1 já mostrou como a Coreia do Sul investiu na música em um plano de mais de vinte anos e hoje colhe o lucro e o prestígio de ídolos como o BTS.

g1
“Quando se fala em Rouanet, já se pensa em privilégio, quando na verdade quem é privilegiado é justamente aquele que é contratado sem um processo de avaliação pública, mas por inexigibilidade”, diz Dani Ribas, especialista em gestão e políticas culturais.
Profecia autorrealizável
Um estudo do extinto Ministério da Cultura em 2018 mostrou que, a cada R$ 1 investido por patrocinadores em projetos culturais pela Lei Rouanet, R$ 1,59 retorna para a economia do país, com impacto econômico direto (valor dos patrocínios captados) e indireto (como produção de empregos).
Os ataques à Rouanet e a outras medidas, como se elas fossem apenas pagar shows de artistas sem nenhum plano, estão criando uma profecia autorrealizável: o governo federal desmonta essas políticas e sobram ações locais que são realmente apenas pagar shows de artistas sem nenhum plano.
Em 2019, antes da pandemia, os cachês dos campeões Gusttavo Lima e Wesley Safadão em eventos de prefeituras estava em torno de R$ 300 mil e R$ 400 mil. Hoje o valor pago por prefeituras dobrou.
Nada impede que as prefeituras criem critérios, como na Virada Cultural de São Paulo, que tem um grupo de especialistas chamados para avaliar e selecionar os shows. Mas essa não é a realidade da maior parte do país.
“Só 16% dos municípios têm uma secretaria de cultura. Esse país não é preparado para a sua própria cultura”, diz Daniel Neves, presidente da Associação Nacional da Indústria da Música.
Um caminho vetado
Daniel Neves pondera: há artistas do interior ou de periferias urbanas que nem sabem propor esses projetos. “Muitas vezes a complexidade da Lei Rouanet acaba afastando os pequenos agentes culturais. A prefeitura consegue, em muitos casos, ter essa sensibilidade.”
“A lei Rouanet não vai privilegiar os artistas de baixo apelo de mercado. Ela vai procurar artistas com visibilidade, porque ela é uma ferramenta para as empresas fazerem seu marketing por meio da cultura”, diz Dani Ribas.
Para democratizar este acesso, ela diz, podem haver outras soluções como mecanismos de fomento direto ou que dependem do Fundo Nacional de Cultura, ela completa.
Miguel Jost lembra de uma proposta que ajudaria neste ponto: “A Nova Lei Aldir Blanc buscava descentralizar recursos para se investir em cultura pelas prefeituras. Aí seria institucionalizado, com mecanismos de controle, de forma mais correta”, ele diz. Mas ela foi vetada por Jair Bolsonaro.
Reforço incerto
O mercado mais criativo dos últimos anos no Brasil é o do forró, com a inovação da pisadinha e ídolos antigos em alta. Os shows de prefeituras, mesmo sem critérios claros, são importantes neste circuito.
“Nem todas as cidades pequenas têm uma capacidade de fechar uma festa em clube (particular), porque a gente conta com um percentual da população, e essa conta não fecha. A gente está com custos de estrada muito altos”, diz Livia Gurgel que trabalha com Cavalo de Pau e Mastruz com Leite.
“Isso não ocorre durante o ano inteiro. Existem datas mais relevantes, como o São João, aniversários de cidades e festas de padroeiras. Não deixa de ser um grande reforço para nossa cultura”, ela explica.
O g1 procurou Zé Neto e Cristiano e o seu empresário, Wander Oliveira, da Workshow, mas não teve retorno.

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‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

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Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

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Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

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Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
Divulgação

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Lana Del Rey se casa com guia turístico em cerimônia reservada

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Em seu perfil no Facebook, Jeremy Dufrene aparece ao lado de Lana desde 2019. Mesmo assim, o namoro dos dois nunca foi anunciado. Jeremy Dufrene e Lana Del Rey
Reprodução/Facebook
Lana Del Rey se casou nesta quinta-feira (26) em Luisiana, nos Estados Unidos, segundo o site americano “People”. A cantora selou os laços com Jeremy Dufrene, guia turístico com quem ela já tinha sido vista, apesar de nunca terem assumido o namoro.
Fotos e vídeos publicados pelo site “Daily Mail” mostram Lana trajada com um vestido branco e de mãos dadas com Dufrene.
O casal registrou sua certidão de casamento na segunda (23). A cerimônia foi reservada a famílias e amigos.
Dufrene é capitão de uma empresa de aerobarco, a Arthur’s Airboat Tours, que oferece passeios por pântanos repletos de jacarés e pássaros. Em seu perfil no Facebook, Dufrene aparece ao lado de Lana desde 2019.
A última vez que a cantora esteve no Brasil foi em junho de 2023, quando ela se apresentou no festival Mita.

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