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Festas e Rodeios

Por que Jove de ‘Pantanal’ representa a geração Z com identidade fluida e autorreflexão?

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Comportamento do personagem retrata situações e modismos desta geração, dizem especialistas ouvidos pelo g1. Vídeo mostra a diferença dos Joves da 1ª versão da novela e da atual. Jove X Geração Z
Na novela “Pantanal”, Jove, interpretado por Jesuíta Barbosa, é um cara de 20 e poucos anos, criado na cidade. Ele passou por cursos de direito, administração, comunicação e estava se dedicando à fotografia.
Teve um relacionamento de idas e vindas com Nayara e um lance com Guta, antes de conhecer Juma. Ele se manteve fiel ao veganismo, mesmo com a insistência do pai, e não vê problema em assumir a busca pela identidade via terapia.
“Essa geração está naquela coisa de criar essa identidade fluida. Ela é muito direcionada em criar o próprio caminho. Pode até seguir os já formatados, mas desde que faça sentido para a pessoa”, diz Ligia Barros, da empresa WGSN, que faz consultoria de tendências. “E nessa busca pela identidade, eles se questionam o tempo inteiro, se gostam ou não, e o que é a verdade para eles.”
O g1 conversou com ela e outros especialistas para entender como Jove representa a geração Z, principalmente em quatro temas.
TRABALHO: O que faz Jove?
AMOR: Como Jove se relaciona?
IDEAIS: O que motiva Jove?
RENDA: Jove se preocupa com dinheiro?
No vídeo acima e na tabela abaixo, você pode ver as diferenças entre o Jove de agora e o personagem da versão original de “Pantanal”, em 1990.
1 – O que faz Jove?
Jove (Jesuíta Barbosa)
Reprodução/Globoplay
Assim que Jove aparece adulto na trama, ele não parece muito interessado nos estudos ou trabalho. Isso ficou evidente em um diálogo entre a avó, Marina, e a tia, Irma. Marina acusava o rapaz de ser vagabundo, por ter por mais de uma faculdade, sem terminar nenhuma.
“Essa geração está naquela coisa de criar essa identidade fluida. Ela é muito direcionada em criar o próprio caminho. Pode até seguir os já formatados, mas desde que faça sentido para ele”, diz Ligia.
Os especialistas fazem uma observação: o personagem é um rapaz com uma situação financeira confortável, o que dá mais chances a ele de explorar possibilidades. No entanto, alguns comportamentos são comuns à geração, como a busca profissional.
“Eles se questionam se fazer faculdade faz sentido, ou se pode ser feito depois. Com isso, podem ampliar as possibilidades de trabalho”, afirma Lígia. “Sair da escola e ir para uma faculdade pode restringir o leque de profissões.”
2 – Como Jove se relaciona?
Jove e Guta
Reprodução/Globoplay
De uma maneira geral, os relacionamentos da Geração Z estão mais práticos e menos românticos, segundo os especialistas. “Menos românticos no sentido de encontrar o amor da vida e colocar a expectativa do relacionamento no outro, coisa que acontecia antes”, explica Lígia.
Ela conta ainda que existe uma parcela da turma que tem interesse em casar e constituir família. “Mas mesmo quem quer isso tem uma percepção de relação mais fluida. Não é para sempre, para a vida inteira. A vida inteira é muito tempo.”
Até conhecer Juma, Jove teve relacionamentos curtos e desapegados. Para o professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Cláudio Paixão, especialista em psicologia social, com o mundo virtual, há muitas ofertas e pouco esforço para conseguir a intimidade.
“Eles lidam muito pouco com a frustração. Já no primeiro desentendimento terminam, e relacionamentos precisam de comprometimento”, diz Paixão.
Lígia também cita a grande oferta, o que pode influenciar nesses relacionamentos mais práticos. “Eles estão acostumados com o dinamismo, e é difícil superar essas barreiras e aprofundar, o que é muito estranho, porque ao mesmo tempo eles buscam conexão.”
A sexualidade não é um tabu para eles ou algo que se preocupem, como Jove, que não se importou quando levantaram a possibilidade de ele ser gay. “É natural, é a fluidez. O cara gosta dessa pessoa, sente o interesse por homem ou mulher ou não-binários. O jovem pode estar em uma relação heterossexual e depois, não. Tudo é possível e menos rígido.”
3 – O que motiva Jove?
Jove recusa carne em ‘Pantanal’
Reprodução/Globoplay
Uma coisa importante de saber é que não dá para obrigar a geração Z (e o Jove atual) a fazer aquilo que não quer. Eles vão ser os primeiros a levantar para lutar contra as injustiças.
“Existe um sentimento de que não há mais espaço para compactuar com injustiça”, diz Luli Radfahrer, professor de comunicação da Escola de Comunicação e Artes, da USP. “Isso pode ser visto em personalidades como a Greta Thunberg.”
No caso de Jove, uma de suas bandeiras é o veganismo, ainda que isso trave uma briga com seu pai, dono de fazendas de boi.
Lígia completa e explica que os valores e a ética dessa geração são mais fortes: “Eles cresceram com esse discurso. Muitos são filhos de millennials, que já eram engajados. Aprenderam desde cedo, e estão cansados de ver que ninguém faz nada.”
4 – Jove se preocupa com dinheiro?
Na primeira versão da novela, em 1990, Jove está no barco, falando sozinho. Pensa em Guta, nos questionamentos que fizeram sobre sua sexualidade. Mas fica feliz ao lembrar que está sentado na grana e não vê a hora de contar para a avó que não vão precisar se preocupar com isso.
Com o Jove de 2022, a cena vai para um caminho diferente. Em vez da Guta, da sexualidade e das questões financeiras, ele reflete sobre a sua relação com o pai. E esta é uma das características desta geração: o dinheiro faz parte da vida, mas não é tudo.
Jove na primeira versão da novela
Reprodução/YouTube
“O dinheiro é um intermediário, e não o centro da vida. É ter o suficiente para viver bem”, diz Radfahrer.
Vale lembrar que as questões financeiras podem mudar de acordo com a classe social do jovem. No entanto, em geral, não existe o sentimento de ter grana acumulada para dar status e poder.
“É uma característica diferente dos millennials: a geração Z quer ganhar e guardar dinheiro porque não quer ser igual a geração anterior que era guiada pelo propósito e agora não tem como pagar as contas”, diz Lígia.
Exemplo disso, foi a explosão de influenciadores financeiros, que ensinam como economizar e guardar a grana. De acordo com a especialista, a turma vivenciou crises, como a de 2008 e 2014, mas se questiona se precisa fazer fortuna para viver bem. “Não tem o luxo. É muito mais ‘o que o dinheiro pode me proporcionar’, e não é poder ou status.”
Olhar para dentro
Jove
Reprodução/Globoplay
Na mesma cena, enquanto Jove de 1990 aborda questões mais superficiais, como mulher e dinheiro, em 2022, o personagem reflete sobre seu comportamento em relação ao pai: reconhece ter sido orgulhoso e tenta entender por que age daquela forma agressiva.
O Jove de 2022 sente-se à vontade em falar sobre sua busca de identidade e gosta de fazer terapia.
“Nesta busca da verdade deles, da identidade, eles fazem autorreflexão, se questionam o tempo todo sobre o que podem construir, sempre olhando para dentro de si: ‘O que faz sentido para mim?'”

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Raoni Ventapane, neto de Martinho da Vila, assina o samba-enredo da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025

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♫ NOTÍCIA
♪ É inevitável recorrer ao clichê de que “na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba” quando chega a notícia de que um dos netos do compositor fluminense integra o time campeão dos compositores que assinam o samba-enredo escolhido pela Unidos de Vila Isabel na madrugada deste sábado, 28 de setembro, para o desfile das escolas de sambas do Rio de Janeiro no Carnaval de 2025.
Integrante da Ala de Compositores da agremiação azul-e-branca que Martinho da Vila carrega no sobrenome artístico, Raoni Ventapane assina com Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva o samba criado a partir do enredo Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece.
Filho de Analimar Ventapane, Raoni é cantor, compositor e ritmista da Swingueira de Noel, nome do grupo de bateristas da Unidos de Vila Isabel.
O samba-enredo de Raoni Ventapane venceu outros dois sambas na disputa realizada na quadra da escola, que será a última a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
Raoni Ventapane (ao centro) celebra a vitória do samba-enredo ‘Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece’ na disputa encerrada na madrugada de hoje
Divulgação / Unidos de Vila Isabel
♪ Eis a letra do samba-enredo campeão da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025:
Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece
(Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva)
“Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a multidão que vem lá do boulevard…
O breu e o susto em meio a floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?…
Cara feia pra mim é fome
Vá de retro lobisomem, curupira sai pra lá.
No clarão da lua cheia
Margeando rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d’água
Da água que me assombra
A sombra da meia noite
Foi-se a noite de luar
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas credo em cruz ave maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio…
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar….
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha vila sempre foi bicho papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão
Solta o bicho minha vila dá um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece
Mais assombração que aparece”

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Festas e Rodeios

‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

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Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

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Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

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Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
Divulgação

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