Connect with us

Festas e Rodeios

Grupo Boca Livre ressoa afinado e engajado no cancioneiro de Rubén Blades no inédito álbum ‘Pasieros’

Published

on

Dissolvido há um ano, o quarteto carioca tem lançado o disco em espanhol gravado em 2011 com onze músicas que dão amostra da obra politizada do compositor panamenho que renovou a salsa. Capa do álbum ‘Pasieros’, de Rubén Blades com Boca Livre
Divulgação
Resenha de álbum
Título: Pasieros
Artista: Rubén Blades com Boca Livre
Edição: Rubén Blades Productions
Cotação: * * * *
♪ “En vez de vivir con miedo / Mejor es morir / Sonriendo, con el recuerdo vivo”, decreta o Boca Livre ao dar vozes aos versos de Adán García (1992), composição de Rubén Blades gravada pelo autor com o grupo carioca em 2011 para álbum, Pasieros, que chega ao mundo onze anos após a realização deste disco até então inédito no mercado do Brasil e do exterior.
Ao narrar na letra o cotidiano da personagem-título Adán García, na música que lançou originalmente há 30 anos no álbum Amor y control (1992), o militante Blades deu mais um toque político entre tantos que permeiam a obra engajada do artista.
Como atestam as gravações de músicas como Paula C (1979), o engajamento é o mote da seleção do repertório de Pasieros, álbum lançado na sexta-feira, 20 de maio, um ano e quatro meses após a dissolução do conjunto Boca Livre por divergências políticas entre Zé Renato (voz e violão), Lourenço Baeta (voz, vioção e flauta), David Tygel (voz e viola caipira), Maurício Maestro (voz, baixo, violão e arranjos).
Ainda que soe como título póstumo da discografia do quarteto, o álbum soa relevante, além de belo, por oferecer consistente amostra da obra de Rubén Blades.
Para ouvintes brasileiros que desconhecem a produção musical da América Latina, Rubén Blades é cantor, compositor e músico panamenho – nascido na cidade do Panamá em julho de 1948 – que sobressaiu no mercado de língua hispânica a partir dos anos 1970 ao dar voz a um cancioneiro autoral comprometido com as lutas pela liberdade e pela democracia no continente latino-americano.
Até por isso o álbum Pasieros – também editado em versão em português, intitulada Parceiros, com oito das onze faixas do disco original em espanhol – sai no momento certo, neste tenso ano de 2022, estando disponível no Brasil através dos aplicativos de música.
Capa do álbum ‘Parceiros’, edição em português do disco ‘Pasieros’
Divulgação
Pasieros é álbum gravado com músicos brasileiros como o pianista João Carlos Coutinho, o baixista Jorge Helder, o acordeonista Chiquinho Chagas, o trompetista Jessé Sadoc, o violoncelista Iura Ranevsky, o cavaquinhista Wanderson do Cavaco, os bateristas Pantico Rocha e Robertinho Silva e os percussionistas Marcelo Costa, Marcos Suzano e Marçalzinho.
Contudo, esse time de virtuoses soa reverente ao universo da música de Bládes sem embutir em Pasieros os clichês tropicais que ouvidos estrangeiros geralmente esperam encontrar em discos com toques brasileiros.
Creditado como “convidado muito especial” no encarte da edição em CD do álbum Pasieros, João Donato põe o toque caribenho do piano do músico acreano em Buscando Guayaba (1978), apimentando o tempero dessa salsa lançada por Blades em álbum gravado com o trombonista norte-americano Willie Colón em álbum, Siembra (1978), que renovou o gênero musical cubano ao engajar a salsa na militância do artista panamenho.
Desse disco histórico, Blades também revive com o Boca Livre as músicas Dime (1978) e Pedro Navaja (1978), tema que fecha o disco em gravação de seis minutos que mixa o balanço da salsa com a cadência do samba.
Embora celebrado pela revolução feita na salsa com Willie Colón, Rubén Blades também tem obra marcada por canções mais melódicas pautadas pelo lirismo. Sin tu cariño (1979) e Juana Mayo (1988) – tema em que esse lirismo adquire tom dolente – exemplificam em Pasieros essa vertente da obra do compositor enquanto Caminando (1991) – faixa-título de álbum da discografia solo do artista – repisa o trilho latino do artista panamenho, irmanado com o Boca Livre nas 11 faixas do disco.
O grupo jamais soa como coadjuvante em Pasieros, como se fizesse coro para Blades. O álbum promove de fato a parceria alardeada no título. O que dá frescor a músicas como Vida (1999), Día a día (1999) – tema em que a nostalgia de tempos idos é o motor que impulsiona o desejo de mudar o que está fora da ordem atual – e Aguacero (1999), músicas de álbum, Tiempo (1999), lançado por Blades em tempo de maturidade.
Aguacero cai no disco com o toque do acordeom de Chiquinho Chagas, reiterando o recado político – “Los años nos hacen libres o prisioneros” – que Rubén Blades manda com o Boca Livre em vocais sempre harmoniosos neste disco que, embora feito há 11 anos, se afina com o tempo presente do Brasil.

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Raoni Ventapane, neto de Martinho da Vila, assina o samba-enredo da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025

Published

on

By

♫ NOTÍCIA
♪ É inevitável recorrer ao clichê de que “na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba” quando chega a notícia de que um dos netos do compositor fluminense integra o time campeão dos compositores que assinam o samba-enredo escolhido pela Unidos de Vila Isabel na madrugada deste sábado, 28 de setembro, para o desfile das escolas de sambas do Rio de Janeiro no Carnaval de 2025.
Integrante da Ala de Compositores da agremiação azul-e-branca que Martinho da Vila carrega no sobrenome artístico, Raoni Ventapane assina com Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva o samba criado a partir do enredo Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece.
Filho de Analimar Ventapane, Raoni é cantor, compositor e ritmista da Swingueira de Noel, nome do grupo de bateristas da Unidos de Vila Isabel.
O samba-enredo de Raoni Ventapane venceu outros dois sambas na disputa realizada na quadra da escola, que será a última a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
Raoni Ventapane (ao centro) celebra a vitória do samba-enredo ‘Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece’ na disputa encerrada na madrugada de hoje
Divulgação / Unidos de Vila Isabel
♪ Eis a letra do samba-enredo campeão da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025:
Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece
(Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva)
“Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a multidão que vem lá do boulevard…
O breu e o susto em meio a floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?…
Cara feia pra mim é fome
Vá de retro lobisomem, curupira sai pra lá.
No clarão da lua cheia
Margeando rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d’água
Da água que me assombra
A sombra da meia noite
Foi-se a noite de luar
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas credo em cruz ave maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio…
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar….
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha vila sempre foi bicho papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão
Solta o bicho minha vila dá um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece
Mais assombração que aparece”

Continue Reading

Festas e Rodeios

‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

Published

on

By

Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

Continue Reading

Festas e Rodeios

Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

Published

on

By

Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
Divulgação

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.