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Diversidade sexual: 2,9 milhões de brasileiros se declaram homossexuais ou bissexuais, aponta IBGE

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Grupo corresponde a 1,8% da população adulta no país, proporção menor que a da parcela de 3,4% de pessoas que não souberam, ou não quiseram responder à pesquisa. Dados da pesquisa são de 2019. Levantamento inédito divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 2,9 milhões de pessoas se autoidentificam como homossexuais ou bissexuais no país.
Este contingente corresponde a 1,8% da população com 18 anos ou mais, proporção menor que da parcela de pessoas que não souberam ou não quiseram responder (3,4%) à pesquisa.
O estudo evidenciou que a imensa maioria da população brasileira se autodeclara heterossexual – 98,4% dos brasileiros assim se autoidentificaram. Mas o IBGE ponderou que “o fato de uma pessoa se autoidentificar como heterossexual não impede que ela tenha atração por ou relação sexual com alguém do mesmo sexo”.
Esta é a primeira vez que o instituto divulga dados sobre orientação sexual. A decisão foi tomada após o órgão ter sido acionado na Justiça pelo Ministério Público Federal. O MPF questionou o fato de o Censo Demográfico de 2022 não ter incluído perguntas sobre a população LGBTQIA+.
De acordo com o IBGE, o questionário foi aplicado em cerca de 108 mil domicílios no Brasil, mas representa a totalidade da população. A amostra corresponde a, aproximadamente, 0,07% das pessoas com 18 anos ou mais de idade, estimada, em 2019, em 159,2 milhões.
Os dados são de 2019 e foram coletados por meio da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). O detalhamento das informações apontou que:
98,4% da população brasileira adulta se autoidentifica como heterossexual;
É maior a proporção de homens (1,4%) que de mulheres (0,9%) autodeclarados homossexuais;
Já as mulheres têm maior proporção (0,8%) que os homens (0,5%) entre os bissexuais;
A autoidentificação homossexual ou bissexual é maior entre quem tem nível superior (3,2%) e maior renda (3,5%);
Proporção das respostas “não sabe” ou “recusou-se a responder” foi maior entre aqueles com menor nível de instrução;
É ligeiramente menor a proporção de homossexuais e bissexuais entre os brancos (1,8%) que entre os pretos (1,9%) e pardos (1,9%);
O grupo de 18 e 29 anos apresenta a maior proporção de autodeclarados homossexuais ou bissexuais (4,8%)
A faixa etária mais jovem também soma a maior proporção de pessoas que não souberam ou não quiseram responder (5,3%) à questão.
Os dados são compatíveis com os de países que fizeram pesquisa com metodologia semelhante;
Na análise por gênero, o IBGE constatou que, proporcionalmente, a autoidentificação como homossexual é maior entre os homens (1,4%) que entre as mulheres (0,9%). Já a bissexualidade foi mais autodeclarada pelas mulheres (0,8%) que pelos homens (0,5%).
Ao analisar os dados considerando características socioeconômicas, observou-se maior proporção de autodeclarados homossexuais ou bissexuais entre aqueles com nível superior completo (3,2%) – entre os que não têm instrução ou têm o ensino fundamental incompleto essa proporção foi de 0,5%.
Também foi observada que quanto maior o nível de renda, maior a autoidentificação como homossexual ou bissexual. A proporção daqueles que declararam se relacionar afetivamente ou sexualmente com pessoas do mesmo sexo foi de 1,3% entre aqueles cuja renda domiciliar per capita era de até meio salário mínimo, de 1,6% na faixa de renda entre meio e um salário mínimo, de 1,3% na faixa entre um e três salários mínimos e de 3,1% na faixa entre três e cinco salários mínimos.
Paradoxo juvenil
A autoidentificação homossexual ou bissexual é maior entre os mais jovens. A indefinição da orientação sexual também é mais frequente entre eles.
A proporção dos que declararam a orientaçação homossexual ou bissexual foi de 4,8% na faixa etária entre 18 e 29 anos, de 1,9% na faixa entre 30 e 39 anos, de 1% no grupo entre 40 e 59 anos, chegando a apenas 0,2% entre aqueles com 60 anos ou mais.
O IBGE apontou que os mais jovens também respondem pela maior proporção de pessoas que não souberam (2,1%) ou não quiseram responder à pesquisa (3,2%). Para a coordenadora da pesquisa, esse resultado pode representar o processo de experimentação e de aceitação da própria orientação sexual.
“Os mais jovens são, atualmente, mais propensos a experimentações e possuem mais liberdade de expressar sua orientação sexual que no passado. Entretanto, a consolidação da orientação sexual é, em muitos casos, um processo, e leva tempo para compreender e assumir suas orientações”, avaliou Maria Lúcia Vieira.
Análise regional
A pesquisa mostrou que a autodeclaração como homossexual ou bissexual é maior nas áreas urbanas (2%) que nas rurais (0,8%). Entre as grandes regiões do país, estas orientações sexuais foram mais autodeclaradas no Sudeste, enquanto Nordeste e Centro-Oeste ficaram abaixo da média nacional.
No recorte estadual, em dez das 27 unidades da federação a proporção de pessoas autodeclaradas homossexuais ou bissexuais foi maior que a média nacional. O menor percentual de pessoas que declararam estas orientações sexuais foi observado no Tocantins, enquanto o maior, no Distrito Federal.
“A pesquisa não traz informações sobre diferenças culturais, mas diversos fatores podem interferir na verbalização da autoidentificação como homossexual ou bissexual”, ressalvou a coordenadora da pesquisa.
Entre os fatores que podem interferir na autodeclaração da orientação sexual e que podem ter interferido no resultado da análise regional, Maria Lúcia destacou:
o contexto cultural;
o contexto familiar;
habitar em cidades pequenas;
inseguro para falar sobre o tema com pessoa estranha;
desconfiança com o uso da informação;
não compreensão dos termos homossexual e bissexual;
indefinição quanto a própria orientação sexual.
Majoritariamente heterossexual, mas com ressalva
O estudo evidenciou que a imensa maioria da população brasileira se autodeclara heterossexual – 98,4% dos brasileiros assim se autoidentificaram.
“Vale ressaltar que o fato de uma pessoa se autoidentificar como heterossexual não impede que ela tenha atração por ou relação sexual com alguém do mesmo sexo”, ponderou o IBGE.
Segundo o instituto, para captar em detalhes a efetiva orientação sexual da população “seria necessária a investigação do comportamento e da atração sexual, conceitos esses diferentes da autoidentificação”, que foi o utilizado na coleta da PNS.
Esta foi a primeira vez em que o IBGE perguntou à população brasileira, em pesquisa domiciliar, informação relacionada à orientação sexual. Somente um morador de cada domicílio visitado pelo órgão foi convidado a responder à pergunta “Qual é a sua orientação sexual?”. Eram seis as opções de resposta:
Heterossexual
Bissexual
Homossexual
Outra. Especifique: ____________
Não sabe
Recusou-se a responder
De acordo com o IBGE, o manual da pesquisa, usado para consulta tanto dos entrevistadores quanto dos entrevistados, relacionava a orientação sexual a diferentes formas de atração afetiva e sexual de cada um. As opções de orientação sexual estavam conceituadas da seguinte forma:
Heterossexualidade – Refere-se à atração sexual e/ou afetiva entre indivíduos de sexo oposto;
Bissexualidade – Refere-se à atração sexual e/ou afetiva por mais de um gênero ou sexo binário. Contrapõe-se às monossexualidades (heterossexualidade e homossexualidade);
Homossexualidade – Refere-se à atração sexual e/ou afetiva por outro indivíduo do mesmo sexo ou gênero;
Outra orientação sexual (especifique) – Quando o morador declarar orientação sexual diferentes das relacionadas anteriormente. Registrar, no campo especifico, a resposta do morador.
Questionada se, considerando que apenas um morador de cada domicílio visitado respondeu exclusivamente por si, o percentual de autodeclarados homossexuais ou bissexuais no Brasil poderia estar distante da realidade, a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, afirmou que essa metodologia “só melhora a precisão estatística”.
“Esse morador foi aleatoriamente selecionado e os métodos de expansão garantem a representatividade da população total do Brasil”, afirmou a pesquisadora.
O IBGE destacou que os resultados do levantamento são compatíveis com os dados obtidos por países que realizaram pesquisa com metodologia semelhante à aplicada na coleta da PNS.
Na comparação internacional, Brasil ficou empatado com o Chile em relação à proporção de pessoas que se autoidentificam homossexuais ou bissexuais, mas abaixo de Reino Unido, Austrália, Estados Unidos e Canadá.

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Raoni Ventapane, neto de Martinho da Vila, assina o samba-enredo da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025

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♫ NOTÍCIA
♪ É inevitável recorrer ao clichê de que “na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba” quando chega a notícia de que um dos netos do compositor fluminense integra o time campeão dos compositores que assinam o samba-enredo escolhido pela Unidos de Vila Isabel na madrugada deste sábado, 28 de setembro, para o desfile das escolas de sambas do Rio de Janeiro no Carnaval de 2025.
Integrante da Ala de Compositores da agremiação azul-e-branca que Martinho da Vila carrega no sobrenome artístico, Raoni Ventapane assina com Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva o samba criado a partir do enredo Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece.
Filho de Analimar Ventapane, Raoni é cantor, compositor e ritmista da Swingueira de Noel, nome do grupo de bateristas da Unidos de Vila Isabel.
O samba-enredo de Raoni Ventapane venceu outros dois sambas na disputa realizada na quadra da escola, que será a última a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
Raoni Ventapane (ao centro) celebra a vitória do samba-enredo ‘Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece’ na disputa encerrada na madrugada de hoje
Divulgação / Unidos de Vila Isabel
♪ Eis a letra do samba-enredo campeão da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025:
Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece
(Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva)
“Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a multidão que vem lá do boulevard…
O breu e o susto em meio a floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?…
Cara feia pra mim é fome
Vá de retro lobisomem, curupira sai pra lá.
No clarão da lua cheia
Margeando rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d’água
Da água que me assombra
A sombra da meia noite
Foi-se a noite de luar
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas credo em cruz ave maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio…
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar….
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha vila sempre foi bicho papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão
Solta o bicho minha vila dá um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece
Mais assombração que aparece”

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‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

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Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

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Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

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Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
Divulgação

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