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Festas e Rodeios

Ciro Belluci se embrenha com êxito por trilhas requintadas da MPB no álbum ‘Recanto’

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Artista mineiro dá voz a músicas de Djavan, Guinga, João Bosco, Joyce Moreno e Toninho Horta em disco gravado sob direção artística do baixista Paulo Paulelli e programado para 10 de junho. Capa do álbum ‘Recanto’, de Ciro Belluci
Hilreli com arte de Maria Vasques
Resenha de álbum
Título: Recanto
Artista: Ciro Belluci
Edição: Selo Sensorial Centro de Cultura
Cotação: * * * *
♪ Cantor, compositor e multi-instrumentista mineiro que tem no currículo trabalhos com o grupo de teatro Ponto de Partida, Ciro Belluci desponta solo e inicia a discografia aos 22 anos com o álbum Recanto. Sob direção artística do baixista Paulo Paulelli, Belluci dá voz a repertório composto por onze temas da música brasileira – não exatamente sucessos, mas composições conhecidas no nicho que cultua a MPB – e uma canção inédita que dialoga com o irretocável repertório do disco.
Programado para chegar ao mundo em 10 de junho, em edição do Selo Sensorial Centro de Cultura, o álbum Recanto é derivado do show apresentado por Belluci com os músicos Gladston Vieira na bateria, Matheus Duque no saxofone e Pitágoras Silveira no piano. O trio integra a banda arregimentada para o disco gravado com produção musical orquestrada pelo próprio Ciro Belluci.
Aberto com o canto de Oriente (Gilberto Gil, 1973), em gravação previamente apresentada em single editado em dezembro de 2021, o álbum Recanto cresce à medida em que avança com abordagens mais criativas de músicas como Baião de quatro toques (José Miguel Wisnik e Luiz Tatit, 2003) – reouvido em registro serelepe que junta Ciro Belluci com a cantora Vanessa Moreno – e Choro pro Zé (Guinga e Aldir Blanc, 1993), um dos pontos altos do disco.
Em atmosfera minimalista, Belluci canta os versos de Aldir Blanc (1946 – 2020) em arranjo metalinguístico que harmoniza a voz do cantor com o sopro do sax de Nailor Proveta. Letrista lapidar, Aldir é também o autor dos versos de Agnus sei (1972), parceria intrincada do bardo com João Bosco gravada por Elis Regina (1945 – 1982) no mesmo álbum de 1973 em que registrou Oriente.
A escolha de Doidice (Djavan, 1987) – em gravação de ambiência jazzística que evidencia o toque largo do baixo de Paulo Paulelli – reitera a disposição do cantor para se embrenhar com êxito por rebuscadas trilhas harmônicas da MPB.
Beijo partido (Toninho Horta, 1975) sobressai no álbum Recanto por trazer o canto expressivo de Zé Ibarra, artista que soa mais sedutor fora do universo da superestimada banda carioca Bala Desejo.
Tema da trilha sonora da peça Gota d’água (1975), Flor da idade (Chico Buarque, 1975) desabrocha em Recanto na fluência do ostinato proposto pelo pianista Pitágoras Silveira, simbolizando a presença do teatro na trajetória artística de Ciro Belluci.
Na sequência, o cantor cai com desenvoltura na swingueira do samba-jazz Zoeira (Joyce Moreno e Paulo César Pinheiro, 1999). Embasado pela percussão de Serginho Silva, Canto de Xangô (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1966) reverbera a afro-brasilidade de Ciro Belluci em gravação vigorosa, épica, orquestrada sob a direção musical do flautista Mauro Rodrigues.
De arquitetura mais íntima, em que pese o canto exteriorizado de Belluci, a gravação da balada A medida da paixão (Lenine e Dudu Falcão, 1999) expõe a fina sintonia entre o canto do solista e o toque do já mencionado pianista Pitágoras Silveira, criador dos arranjos em função dividida com Belluci.
Faixa lançada em abril como segundo single do álbum Recanto (escolha longe de representar toda a personalidade mostrada pelo artista ao longo do disco), Nem luxo nem lixo (Rita Lee e Roberto de Carvalho) ganha scats e toque de latinidade sem se afastar de fato da cadência pop carnavalizante da gravação original de Rita Lee.
No fecho de Recanto, Ciro Bellucci dá voz à única música inédita do álbum, Passageira, samba de autoria de Pablo Bertola e Lido Loschi, gravado com a tal influência do jazz.
Bertola e Loschi são compositores das trilhas sonoras originais dos espetáculos do grupo de teatro Ponto de Partida, parte integrante da trajetória artística de Ciro Belluci, o que dá sentido adicional à inclusão de Passageira em Recanto, o requintado primeiro álbum desse artista mineiro – residente em Barbacena (MG) – que merece ser ouvido pelo Brasil.

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Raoni Ventapane, neto de Martinho da Vila, assina o samba-enredo da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025

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♫ NOTÍCIA
♪ É inevitável recorrer ao clichê de que “na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba” quando chega a notícia de que um dos netos do compositor fluminense integra o time campeão dos compositores que assinam o samba-enredo escolhido pela Unidos de Vila Isabel na madrugada deste sábado, 28 de setembro, para o desfile das escolas de sambas do Rio de Janeiro no Carnaval de 2025.
Integrante da Ala de Compositores da agremiação azul-e-branca que Martinho da Vila carrega no sobrenome artístico, Raoni Ventapane assina com Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva o samba criado a partir do enredo Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece.
Filho de Analimar Ventapane, Raoni é cantor, compositor e ritmista da Swingueira de Noel, nome do grupo de bateristas da Unidos de Vila Isabel.
O samba-enredo de Raoni Ventapane venceu outros dois sambas na disputa realizada na quadra da escola, que será a última a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
Raoni Ventapane (ao centro) celebra a vitória do samba-enredo ‘Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece’ na disputa encerrada na madrugada de hoje
Divulgação / Unidos de Vila Isabel
♪ Eis a letra do samba-enredo campeão da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025:
Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece
(Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva)
“Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a multidão que vem lá do boulevard…
O breu e o susto em meio a floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?…
Cara feia pra mim é fome
Vá de retro lobisomem, curupira sai pra lá.
No clarão da lua cheia
Margeando rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d’água
Da água que me assombra
A sombra da meia noite
Foi-se a noite de luar
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas credo em cruz ave maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio…
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar….
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha vila sempre foi bicho papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão
Solta o bicho minha vila dá um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece
Mais assombração que aparece”

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‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

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Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

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Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

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Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
Divulgação

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