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‘King Richard’ vai além de filmes esportivos motivacionais graças a Will Smith e Saniyya Sidney; g1 já viu

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Cinebiografia sobre pai e treinador das irmãs Venus e Serena Williams estreia com grandes atuações e chances de Oscar, mas jovens coadjuvantes roubam a cena. “King Richard: Criando campeãs” poderia ter sido apenas mais uma cinebiografia esportiva com mensagem motivacional. Mas, graças à história real inacreditável, um foco ligeiramente desviado e grandes atuações de um elenco carismático, se destaca dentro do gênero e ganha status de favorito a categorias importantes do Oscar.
Will Smith (“Bad Boys para sempre”) é o destaque óbvio no filme – que estreia nesta quinta-feira (2) nos cinemas brasileiros – ao interpretar o “rei” Richard do título, o pai e treinador de duas das maiores jogadoras de tênis da história, Venus e Serena Williams.
Mas o grande poder escondido da produção é mesmo o carisma gigantesco de uma jovem atriz de apenas 15 anos. Saniyya Sidney (“Um limite entre nós”), que dá vida à mais velha das irmãs atletas, quase prova que o foco deveria ser mesmo na dupla – e provoca, praticamente sozinha, o estranho desejo de ver uma continuação rara para o gênero.
Assista ao trailer de ‘King Richard: Criando campeãs’
O rei
O filme conta a história da infância das irmãs através dos olhos de seu pai, Richard Williams. Segurança noturno, ele dedica parte de sua rotina para treinar as filhas com a ajuda da mulher (Aunjanue Ellis), uma enfermeira, com o sonho de torná-las jogadoras profissionais
As estratégias incomuns do protagonista para conseguir treinadores renomados para a dupla e para suas carreiras, como o veto à participação em campeonatos juvenis, pareceriam forçação de barra de um roteiro deslumbrado caso não estivessem registrados na história das atletas.
Smith repete a já esperada habilidade na atuação, mas há algo que nunca se encaixa totalmente. Talvez por causa da fama, ou por ser conhecido por papéis de ação, os trejeitos mais lentos e cansados de Richard não parecem naturais.
Aunjanue Ellis, Mikayla Lashae Bartholomew, Will Smith, Saniyya Sidney, Demi Singleton e Daniele Lawson em cena de ‘King Richard’
Divulgação
Por sorte, ele conta com um elenco de apoio formidável, com nomes como a ótima Ellis (“Lovecraft country”) e Jon Bernthal (“Justiceiro”), que ajudam a diluir um pouco o foco na retrato exageradamente heroico do protagonista pintado pelo roteiro – e seus inevitáveis ecos de outra cinebiografia de superação estrelada por Smith, “À procura da felicidade” (2006).
As rainhas
Quanto ao diretor Reinaldo Marcus Green (“Monstros e homens”) cabe o mérito de conseguir manter a tensão em cada uma das disputas estreladas por Venus.
Por mais que o público já esteja cansado de saber do destino da atleta, ainda sofre a cada erro (raro) da jogadora na tela – algo essencial em um filme esportivo.
Ele também acerta em cheio nas escalações das jovens intérpretes das irmãs, as verdadeiras responsáveis por distanciar a produção de exemplares medianos do gênero.
Jon Bernthal, Will Smith, Demi Singleton e Saniyya Sidney em cena de ‘King Richard’
Divulgação
Demi Singleton, que dá vida a Serena, e Sidney roubam todas as suas cenas. Com o tempo, é fácil perceber que a dupla dá início a duas promissoras carreiras.
Carismáticas e leves na maior parte do tempo, a dupla exibe uma química invejável e uma grande destreza durante os treinos e partidas – um paralelo notável com as personagens reais que interpretam.
O êxito é tamanho que o tiro sai um pouco pela culatra. Com tamanho brilho, não dá para culpar o público por querer mais atenção dedicada às verdadeiras estrelas.
Continuações são raras em cinebiografias, mas esta talvez seja a primeira vez em que uma sequência seja realmente necessária – ou pelo menos ainda mais interessante.

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