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Banda Lagum lança álbum ‘mais denso’ em que resgata gravações de baterista morto em 2020

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Tio Wilson tem gravações incluídas no disco ‘Memórias (de onde nunca fui)’. ‘É um álbum que se tornou mais complexo e cheio de significados’, diz vocalista ao g1. A perda repentina de Tio Wilson, baterista que morreu após um show em Belo Horizonte, mudou o rumo do terceiro álbum da banda mineira Lagum lançado nesta sexta (10).
O tom do trabalho era mais descontraído e brincalhão quando eles começaram a pensar no novo trabalho antes da pandemia, mas virou uma ode às “Memórias (de onde nunca fui)”, como diz o nome do disco.
“Trata de um sentimento que a gente viveu nesse momento pandêmico de só imaginar as memórias que a gente construiria depois que a gente saísse, se libertasse das nossas casas”, explica o vocalista Pedro Calais ao g1.
“Como foi também um momento de várias perdas por conta do coronavírus e até perto da gente com o Tio Wilson, a gente passou a dar valor para as memórias que a gente está disposto a construir.”
Apesar do conceito ser esse das memórias, a maior parte das dez músicas versa principalmente sobre o amor, tema recorrente na discografia da banda em hits como “Oi” e “Deixa”, com Ana Gabriela.
“Falar de amor é fácil, pelo nosso contato com a música brasileira, são inspirações mesmo que não premeditadas. A gente tem isso no nosso DNA criativo”, afirma Calais.
“É natural falar de amor, de desilusões e situações engraçadas, mas não gosto de compor músicas tão melosas de amor.”
Viver o hoje
Lagum faz homenagem póstuma ao baterista Tio Wilson no clipe de ‘Ninguém me Ensinou’
Reprodução/YouTube/Lagum
Tio Wilson tocou pela última vez com Pedro Calais, Jorge, Francisco Jardim e Zani em um drive-in em Nova Lima (MG) no dia 13 de setembro de 2020. Era o primeiro show da banda depois de muitos meses de pandemia.
Ele teve uma parada cardiorrespiratória após o primeiro show da noite e morreu aos 34 anos. Depois disso, tudo mudou para banda.
“Acho que faz parte da questão da morte questionar: E se eu partisse amanhã? Dinheiro na conta, felicidade, planejamento, isso vai tudo pro ar”, diz o guitarrista Jorge.
Todas as faixas têm a bateria gravada por Tio Wilson. “Descobridor”, “Veja Baby” e “PlayGround” não estariam no álbum inicialmente, mas tinham guias gravadas pelo músico. Guias são as primeiras gravações de uma música, que servem como uma referência para uma gravação mais aperfeiçoada.
“É um álbum que se tornou mais complexo, denso e cheio de significados com tudo que aconteceu”, afirma Calais.
O Lagum ganhou como Banda do Ano no Prêmio Multishow nesta quarta (8) e dedicou a conquista ao baterista.
Planos para 2022
Banda Lagum lança álbum ‘MEMÓRIAS [de onde eu nunca fui]’
Divulgação/Lett Sousa
Sem fazer muitos planos ou criar expectativas, a banda mineira tem como primeiro desejo da lista se reconectar com o público ao vivo.
“Fazer muito show, valorizar nossos fãs e viver o agora. Nossa meta é viver bem o dia de hoje, fazer o nosso melhor todos os dias, trabalhar bem, entregar para nossos fãs um bom trabalho”, resume o baixista Chico Jardim.
A banda estreia a nova turnê em São Paulo em janeiro, nos dias 15 e 16, na Audio Club. O mesmo show também está confirmado no Lollapalooza 2022, no dia de Foo Fighters e Martin Garrix.
Depois de quase dois anos mexendo nessas músicas, Calais diz que a sensação de lançar o álbum é de “alívio”.
“Não vou mentir que é enjoativo estar com o mesmo material dois anos na mão. A gente já está com vontade de sair correndo para outro álbum, mas ‘Memórias’ é um álbum que a gente tem muito orgulho de ter feito e carrega uma bagagem muito forte e verdadeira para nós.”

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