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Caetano, Daniela Mercury e Wagner Moura participam de audiência em comissão da OEA sobre denúncias de censura

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Evento pedido pelo Movimento Brasileiro Integrado pela Liberdade de Expressão Artística ocorreu nesta terça-feira (14). Caetano, Daniela Mercury e Wagner Moura participam de evento da OEA sobre censura
Caetano Veloso, Daniela Mercury e Wagner Moura participaram nesta terça-feira (14) de uma audiência pública em uma comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) para discutir denúncias de censura no Brasil.
O evento, organizado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão independente da entidade, foi um pedido do Movimento Brasileiro Integrado pela Liberdade de Expressão Artística (Mobile).
Na audiência, os artistas compartilharam com a comissão suas “experiências e reflexões sobre as violações de liberdade de expressão artística em curso no Brasil”.
“Eu fui preso junto com Gilberto Gil em dezembro de 1968, poucos dias depois do Ato Institucional número 5. Hoje me dói muito que muitas pessoas vão à rua pedindo a volta do AI-5”, disse Caetano. “Vejo isso terminar se concretizando na eleição de um presidente que representa ameaça à democracia, dizendo repetidas vezes coisas que a gente não aguenta nem imaginar ouvir… E principalmente notar que isso está entrelaçado com um fenômeno mundial global, uma espécie de onda antidemocrática, para aquilo que antigamente se chamava de direita, depois de extrema-direita, depois de direita alternativa. A gente vai ter que saber lidar com isso e superar defendendo a liberdade de expressão, a variedade de criação artística e entendimento da vida. Acho que o mundo vai ter que lutar muito para superar esse fenômeno”, afirmou.
Diretor de “Marighella”, Wagner Moura declarou que o a Ancine negou pedidos de acesso a um fundo da de financiamento à produtora.
“Tenho dito publicamente que o filme que eu fiz foi vítima de censura por parte do governo federal”, disse. “É triste ter que falar em 2021 de censura, mas é importante ao mesmo tempo que esses casos sejam ouvidos.”
Daniela Mercury disse que a democracia está sob ataque de líderes populistas em todas as regiões mundo e diz que o Brasil se “autocratizou”.
“Há decréscimos nas liberdades de expressão, de imprensa, religiosa, acadêmica, na independência do Judiciário e em outros direitos de liberdade. É preciso dar um basta e reagir.”
O Mobile é formado pelas organizações Artigo 19, 342 Artes, LAUT, Rede Liberdade, Mídia Ninja, Movimento Artigo Quinto e Samambaia Filantropias.
O movimento “surgiu como uma reação ao quadro de crescente de censura e autoritarismo contra o setor cultural brasileiro e desenvolveu uma plataforma para mapear e acolher denúncias de artistas e profissionais que tiveram seus trabalhos censurados e casos de desmonte da política de cultura no avanço do autoritarismo no país”.
Segundo dados do movimento, mais de 170 casos já foram registrados na plataforma desde 2019 e cerca de 30% dos casos registrados “está vinculado a expressões de gênero e/ou raça e/ou orientação sexual ou possuem motivações religiosas e/ou morais. Além disso, cerca de 67% das ocorrências têm origem em medidas do governo federal”.

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