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‘King’s Man: A origem’ é novo ‘Kingsman’ sem a graça, a ironia ou o charme dos anteriores; g1 já viu

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Nem Ralph Fiennes salva desnecessário novo filme da série, que retrata início da organização secreta de espionagem durante a Primeira Guerra. “King’s Man: A origem” é um filme ruim. Difícil determinar exatamente o que aconteceu para que um novo capítulo da série cinematográfica “Kingsman” desse tão errado.
Nem o retorno do diretor e corroteirista dos dois bons filmes lançados desde 2014, Matthew Vaughn, impede que a estreia desta quinta-feira (6) seja mais que uma cópia sem alma dos anteriores.
Sem a graça, a ironia ou até o charme responsável pelo sucesso surpreso da franquia baseada nos quadrinhos de Mark Millar e Dave Gibbons, “A origem” é uma produção que não sabe bem o que quer ser, que mistura diferentes gêneros sem êxito em nenhum deles, e que nem o grande Ralph Fiennes consegue salvar.
Assista ao trailer de ‘King’s Man: A origem’
Uma má ideia
Por algum motivo, estúdio e/ou diretor viram o sucesso da história sobre um jovem de periferia que leva um pouco de estilo e humor para o pomposo mundo da espionagem britânica e (provavelmente) pensaram:
“E se fizermos um outro filme sem o carisma de Taron Egerton e Colin Firth e sem a brincadeira sobre classes e contássemos como surgiram os Kingsman – mudando o nome sem explicação – um século antes?”.
Com isso, “King’s Man”, se o subtítulo não deixou claro o suficiente, retrata a origem da organização secreta de espionagem no começo do século 20, quando um nobre (Fiennes) investe seus recursos e habilidades para impedir que vilões históricos, como Rasputin (Rhys Ifans), dêem início à Primeira Guerra Mundial.
Rhys Ifans em cena de ‘King’s Man: A origem’
Divulgação
O pouco que restou
No filme, Vaughn troca sua parceira de roteiros em “Kingsman: Serviço Secreto” (2014) e “Kingsman: O Círculo Dourado” (2017), Jane Goldman (“X-Men: Dias de um futuro esquecido”), por Karl Gajdusek (“Oblivion”).
O resultado é um enredo que mistura gêneros e estilos, como ação, espionagem, guerra e um breve vislumbre de comédia, sem conseguir ser muito bom em nenhum deles.
Até a desnecessária revelação do grande vilão, prometida entre sombras e jogos de câmera desde o começo é, no fim, decepcionante.
“King’s Man” mantém pelo menos um pouco do absurdo de seus antecessores, mas mesmo isso acaba trabalhando contra a produção.
Afinal, entre tantas loucuras, uma das marcas da franquia, os momentos históricos factuais reproduzidos mais ou menos de forma precisa na trama perdem força, e parecem exageradas demais para serem reais.
Ralph Fiennes em cena de ‘King’s Man: A origem’
Divulgação
Pobre Ralph
No meio disso tudo, um elenco competente tenta manter um mínimo de dignidade, mas nem o duas vezes indicado ao Oscar Ralph Fiennes consegue se salvar totalmente ileso.
Nem mesmo o mais hábil dos atores conseguiria tal feito com um personagem tão chato quanto o protagonista dado ao britânico de 59 anos, que não se decide entre abraçar a aventura ou a promessa pacifista feita à mulher em seu leito de morte.
Sem o carisma dos agentes Harry (Firth) e Eggsy (Egerton) – e, para ser justo, quase todos os personagens dos primeiros dois filmes tinham um charme muito característico –, “King’s Man” é um filme à deriva, pulando de acontecimento aleatório para o próximo sem qualquer conexão real para o público.
Tom Hollander como um de seus monarcas em ‘King’s Man: A origem’
Divulgação
Há uma faísca de genialidade na escalação do sempre excelente Tom Hollander (“Piratas do Caribe: No Fim do Mundo”) como três dos principais monarcas envolvidos no conflito, mas ela para por aí.
No fim, é até bom. “King’s Man” é tão ruim fraco que provavelmente nem vai tentar executivos engravatados a insistirem neste braço derivado da franquia.
Quem sabe voltem suas atenções a quem realmente merece, e o público volte a acompanhar Harry, Eggsy e, por que não?, Tequila (Channing Tatum).
Harris Dickinson em cena de ‘King’s Man: A origem’
Divulgação

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