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Filmes brasileiros perderam mais de 90% de público e renda nos cinemas em 2021 comparado a 2020

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Dados de bilheteria foram levantados pela Ancine. Filmes internacionais viram faturamento e ingressos subirem em ano pandêmico A reabertura gradual dos cinemas em 2021 salvou o saldo do setor no Brasil. Em relação a 2020, a renda com bilheterias aumentou 34,8%.
Os cinemas brasileiros arrecadaram quase R$ 840 milhões, segundo dados da Ancine (Agência Nacional do Cinema).
Mas a recuperação só aconteceu para os filmes internacionais. Títulos brasileiros viram público e receita diminuírem mais de 90% no ano passado, mesmo com mais lançamentos em cartaz.
Para se ter uma ideia da queda:
Em 2020, 189 filmes tiveram 9 milhões de espectadores e R$ 142 milhões de renda
Em 2021, 209 filmes tiveram 700 mil espectadores e R$ 11 milhões de renda
Com os títulos internacionais, a conta foi inversa: menos filmes, mas muito mais dinheiro e público:
2020: 466 filmes; 29,6 milhões de espectadores; e R$ 480 milhões de renda
2021: 343 filmes; 47,7 milhões de espectadores; e R$ 828 milhões de renda
Assim, os filmes brasileiros foram responsáveis só por 1,3% de toda a bilheteria nacional no ano. Para o cineasta Paulo Sérgio Almeida, o número segue a estratégia de lançamento dos filmes brasileiros.
“O único filme lançado para o cinema foi ‘Marighella’, com bilheteria excepcional, muito melhor do que se esperava. Os outros filmes apenas cumpriram uma passagem pelo cinema para ir para o streaming. O mercado de cinema está numa fase intermediária entre os lançamentos dos cinemas e a produção e os lançamentos no streaming”, explica Almeida.
Segundo o cineasta, a campanha de marketing para que um lançamento vá bem nos cinemas precisa de, no mínimo, R$ 1,5 milhão. Por isso, torna-se caro. Segundo ele, essa não é uma estratégia apenas de filmes brasileiros. Por isso, segundo Almeida, vamos ver cada vez menos filmes com grandes campanhas.
Segundo o analista de cinema Fabiano Ristow, outros dois fatores também ajudam a explicar a queda: os números altos de 2020 incorporavam o sucesso de “Minha mãe é uma peça 3” e o público de filmes nacionais ainda apresenta resistência para voltar aos cinemas.
‘Minha mãe é uma peça 3’ se torna filme com maior arrecadação do cinema nacional
“Os quase 130 filmes brasileiros que efetivamente chegaram aos complexos em 2021 enfrentaram o mesmo problema de obras independentes ou de arte. Quem é mais velho tem mais medo de sair de casa e se contaminar. São os jovens que estão indo em peso às salas, onde a experiência de se ver blockbusters é mais bem aproveitada”, explica Ristow.
Veja, abaixo, a retrospectiva de cinema do g1, com os filmes mais marcantes de 2021:
Retrospectiva 2021: Cinema
“Homem-Aranha: Sem volta para casa” foi o maior líder de bilheterias do ano. Sozinho, ele levou quase 10 milhões de espectadores aos cinemas e arrecadou R$ 181 milhões.
Depois, estão “Velozes e furiosos 9”, “Eternos”, “Venon: tempo de carnificina”, “Shang-Chi e a lenda dos dez anéis”, “Viúva negra”, “Invocação do mal 3: A ordem do demônio”, “Esquadrão Suicida”, “Encanto” e “007: Sem tempo para morrer”.
Wagner Moura explica ‘Marighella’: “É um filme dirigido por um ator”
Já o filme com a melhor bilheteria brasileira foi “Marighella”, de Wagner Moura, com 296 mil de público e R$ 5,7 milhões de renda. Os números são 32 vezes menor que os registrados por “Homem-Aranha”.
O segundo filme brasileiro mais bem-sucedido foi “Um tio quase perfeito 2”, com público de 73 mil pessoas e renda de R$ 1,1 milhão.
Dominação de salas e sessões
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Os filmes internacionais ocuparam grandes partes das salas e sessões disponíveis. “Homem-Aranha”, por exemplo, ficou em cartaz em 2.722 salas de cinema. E “Eternos”, em 2009. Já “Marighella” só foi exibido em 336 salas.
Os estrangeiros também dominaram as sessões. Enquanto “Velozes e furiosos” teve mais de 115 mil sessões, “Marighella” teve pouco mais de 11 mil.
Ristow explica que esse número não foi tão pequeno considerando o padrão para filmes nacionais de drama.
“A Cota de Tela está suspensa desde a chegada da pandemia, e, num momento em que os cinemas ainda se recuperam da maior crise do século, é complexo pensar em aplicá-la. Mas é um mecanismo importantíssimo, criado para proteger e dar visibilidade aos filmes nacionais. Com a volta do parque exibidor a todo vapor (se a ômicron não atrapalhar), eu torço para que a cota volte a existir”, diz o analista.
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