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Morre Regina Werneck, letrista de ‘Estamos aí’ e voz do Quarteto em Cy entre 1966 e 1967

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Cantora e compositora carioca deixa músicas em parceria com Cartola, Dom Salvador, Durval Ferreira, Moacir Santos e Oscar Castro Neves. Regina Werneck na capa do álbum ‘O y no samba’, do Quarteto em Cy
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♪ OBITUÁRIO – Em 1963, o pianista e arranjador Ed Lincoln (1932 – 2012) lançou em disco um tema instrumental de Durval Ferreira (1935 – 2017) e Maurício Einhorn, Estamos aí, que iria ganhar relevo ao ser gravado em 1965 por Leny Andrade – com a letra escrita por Regina Werneck – para álbum batizado com o nome da composição.
Música desde então associada primordialmente ao canto de Leny Andrade, Estamos aí é o maior sucesso da obra autoral da cantora e compositora carioca Regina Célia Werneck Monteiro (3 de março de 1937 – 7 de fevereiro de 2022), amiga de Leny.
Vítima de mal súbito, conforme apurou a prima Iracema Werneck, Regina Werneck morreu na segunda-feira, 7, a menos de um mês de completar 85 anos. A morte da artista foi lamentada nas redes sociais por artistas como Cynara Faria (cantora do Quarteto em Cy) e Antonio Adolfo.
Regina Werneck sai de cena, mas deixa cancioneiro composto com parceiros do alto quilate de Cartola (1908 – 1980) (Espero por ti, canção letrada em parceria póstuma e lançada em 1986 por Beth Carvalho), César Camargo Mariano, Dom Salvador, Durval Ferreira (com quem também Regina assina Nostalgia da bossa, entre outras músicas), Moacir Santos (1926 – 2006) – cujos temas Coisas nº 8 e Coisas nº 9 têm versos escritos por Regina – e Tânia Maria, além do violonista e compositor Oscar Castro Neves (1940 – 2013), com quem foi casada.
Como cantora, Regina Werneck viveu período áureo ao substituir Cylene no Quarteto em Cy entre 1966 e 1967. Regina assumiu a quarta voz do Quarteto em Cy a partir do álbum feito em 1966 pelo grupo na gravadora Elenco, com produção musical de Aloysio de Oliveira (1914 – 1995) e com músicas como o samba Pedro pedreiro (Chico Buarque, 1965).
“Regina Werneck foi uma super aquisição para o Quarteto em Cy enquanto vocalista, mesmo porque foi a estreia dela como parte de um grupo vocal, unindo a musicalidade com o dom de letrista. Ela era um doce de pessoa, disciplinada para o aprendizado difícil que foi o de ser uma quarta voz”, lembra Cynara Faria.
Capa do álbum ‘!Revolución con Brasilia! – The exciting new sounds of The Girls From Bahia’
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Como integrante do Quarteto em Cy, Regina Werneck também fez em 1966, sob direção do mesmo Aloysio de Oliveira, o show O y no samba, perpetuado em disco editado em 2018 a partir de registro ao vivo feito em agosto de 1966 no Teatro Santa Rosa, na cidade o Rio de Janeiro (RJ).
Em fevereiro de 1967, Regina viajou para Los Angeles (EUA) como uma das vozes do Quarteto em Cy. Lá, a cantora participou do Andy Williams Show (NBC) e gravou o segundo disco norte-americano do grupo, então rebatizado como The Girls from Bahia.
Intitulado !Revolución con Brasilia! – The exciting new sounds of The Girls From Bahia, este álbum foi lançado em 1968 nos Estados Unidos pela gravadora Warner, mas somente ganharia edição no Brasil em 2012, através do selo carioca Discobertas, deixando no mercado nacional mais um registro do importante legado musical de Regina Werneck.

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