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Acadêmicos, amigos e personalidades lamentam morte de Candido Mendes

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Professor, ensaísta e integrante da Academia Brasileira de Letras morreu aos 93 anos de embolia pulmonar na tarde desta quinta-feira. O acadêmico Candido Mendes durante debate na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro, em foto de março de 2016
Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo
Acadêmicos, amigos e personalidades lamentaram a morte do professor e ensaísta Candido Mendes nesta quinta-feira (17). O integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL) morreu no Rio de Janeiro, vítima de embolia pulmonar. Veja a repercussão abaixo:
Merval Pereira, acadêmico da ABL:
“Candido Mendes era um dos maiores intelectuais brasileiros. E era um intelectual de ação. Sua voz potente transmitia suas convicções. Ele foi um dos principais intelectuais brasileiros lutando contra a ditadura militar. Criou um dos principais centros de pesquisas social e política do Brasil, o IUPERJ. E à frente da Academia da Latinidade, que reunia expoentes e intelectuais de vários lugares do mundo, como Alain Touraine, Edgar Morin, Hélio Jaguaribe, Jean Baudrillard e Renato Janine Ribeiro fazia seminários internacionais debatendo as principais questões do mundo. Era sempre um ativista no sentido de ajudar, na medida da sua possibilidades – e eram muitas, porque o Cândido Mendes era múltiplo – a melhorar a situação do país e do mundo”.
Joaquim Falcão, acadêmico da ABL:
“Cândido Mendes foi líder da democracia onde atuou. Líder cristao , além do apenas católico. Tinha a ousadia da coragem do pensar , e do fazer. Era um fazedor de compreensões sobre nós mesmo. Ele nos explicava. Espelho das liberdades necessárias.”
Felipe Santa-Cruz, advogado:
“O professor Cândido Mendes defendeu meus tios na ditadura e foi meu primeiro empregador. Culto, democrata e dono de espírito público único viveu uma vida plena e espalhou na terra os frutos da sua fé. Descansará entre os justos.”
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Cláudia Costin, professora da FGV:
“Estive com ele logo antes da pandemia. Que triste perda!”
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Candido Mendes
Guilherme Gonçalves/Arquivo ABL
O corpo de Candido Mendes será cremado nesta sexta-feira (18). Informações sobre local e horário do sepultamento ainda não foram confirmadas.
Candido Antonio Mendes de Almeida nasceu no Rio de Janeiro em 3 de junho de 1928. Foi professor, educador, advogado, sociólogo, cientista político e ensaísta brasileiro.
Deixa viúva, a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, além de filhos e netos.
O presidente da ABL, Merval Pereira, determinou o cumprimento de luto de três dias e que a bandeira da Academia fosse hasteada a meio mastro.
Trajetória
Bacharel em direito (1950) e filosofia (1951) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e doutor em Direito pela Faculdade Nacional de Direito, na Universidade do Brasil.
Foi o quinto ocupante da cadeira nº 35 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 24 de agosto de 1989, na sucessão de Celso Cunha.
Entre suas obras publicadas destacam-se: “Nacionalismo e Desenvolvimento” (1963), “O País da Paciência” (2000), “Subcultura e mudança: por que me envergonho do meu país” (2010), “A razão armada” (2012), entre outras.
Cândido Mendes atuou como professor universitário (assistente, titular, chefe de Departamento) nas universidades: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV); Faculdade de Direito Candido Mendes; Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro; Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ). Foi reitor da Universidade Candido Mendes (1997).
Possuía ainda uma extensa atuação como professor visitante em universidades do exterior, como Brown University, New York University, New Mexico University, University of California (LA), Stanford, Columbia e Harvard, entre outras.
O professor também foi membro do Conselho de Cooperação Educacional com a América Latina, do Education and World Affairs (1968), membro do Conselho Diretor do International Institute for Educational Planning (IIEP) – 1976-85 e Presidente do Comitê de Programas do International Social Science Council (ISSC), 1974 – órgão representativo das organizações não-governamentais de Ciências Sociais reconhecidas pela UNESCO e Presidente do Instituto do Pluralismo Cultural, entre outros.

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