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Sofía Jirau, a primeira modelo da Victoria’s Secret com síndrome de Down

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Sofía, que tem 24 anos, aproveitou a atenção global gerada pelo lançamento da campanha para transmitir uma mensagem de inclusão. Sofía Jirau é modelo e empresária
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“Dentro e fora, não há limites.”
Com esta frase, a modelo porto-riquenha Sofía Jirau descreve a nova conquista de sua carreira: ela se tornou a primeira modelo com síndrome de Down a participar de uma campanha para a marca Victoria’s Secret, conhecida por seus desfiles de apresentação de suas lingeries.
Com outras 17 mulheres, ela participou do lançamento de uma coleção chamada Cloud Love Collection, revelada pela empresa em 14 de fevereiro.
Seu envolvimento ocorre quando a Victoria’s Secret passa por uma tentativa de transformar sua imagem – a marca enfrenta críticas por reforçar padrões de beleza excludentes e por seus desfiles de lingerie e anúncios descritos como “patriarcais e sexistas”.
Sofía, que tem 24 anos, aproveitou a atenção global gerada pelo lançamento da campanha para transmitir uma mensagem de inclusão. Nos últimos dias, ela foi entrevistada por dezenas de meios de comunicação em todo o mundo.
“Deixe o mundo inteiro me ver! E deixe a comunidade com síndrome de Down saber que, como eu, eles podem realizar seus sonhos”, disse ela em entrevista à BBC News Mundo.
Outras modelos como Hailey Bieber e Valentina Sampaio também participaram da campanha.
Sobre a experiência de compartilhar a campanha com outras mulheres, ela disse se sentir “feliz, orgulhosa, alegre”.
Sonho de infância
A jovem sonhava em ser modelo desde a infância
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Desde criança, Sofía queria ser modelo e empresária. A porto-riquenha alcançou ambos os objetivos.
Em 2019, ela lançou sua própria linha de produtos de roupas e acessórios conhecida como “Alavett”. O nome vem de sua maneira de pronunciar “I love it” (eu amo isso, em inglês).
“Alavett é meu grito de alegria para o mundo”, diz Sofía no site de sua marca. Todos esses resultados, diz ela, mostram o quanto ela “é forte”.
Com a “Alavett” Sofía se destacou nas passarelas de Porto Rico, sua terra natal. No final de 2020, ela fez sua estreia na New York Fashion Week, para a designer Marisa Santiago.
A modelo tem sido porta-voz de campanhas a favor da comunidade com síndrome de Down. No futuro, ela diz, quer mostrar seu talento em desfiles de moda na Europa.
“Meu próximo sonho é dançar no palco e modelar na França e na Itália”, disse ela.
Recepção
Sofía Jirau é a primeira modelo com Síndrome de Down da Victoria’s Secret
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A Victoria’s Secret disse em comunicado que a nova coleção foi inspirada nas “necessidades de nossos clientes”.
A contratação de uma modelo com Síndrome de Down, segundo o diretor criativo da empresa, Raúl Martínez, também segue esse propósito. “É um momento importante na evolução da marca”, disse.
Nos últimos anos, a empresa tem tentado reconstruir sua imagem, mas nem sempre tem conseguido.
Embora Sofía tenha sido altamente elogiada e parabenizada por sua participação na campanha, muitas mulheres criticaram a marca, acusada de “hipocrisia”.
“Parabéns! Ela (Sofía) é maravilhosa e fico muito feliz por sua conquista! No entanto, ela não tem um corpo que represente a maioria das pessoas com Síndrome de Down”, disse uma mãe em um grupo de familiares de pessoas com a condição.
“(Sua contratação) é uma tentativa hipócrita (da marca) de mostrar inclusão, quando eles continuam produzindo roupas inacessíveis para a maioria das mulheres e que não cabem na maioria dos corpos”, comentou outra internauta.
A marca foi afetada pelo surgimento do movimento #MeToo, pelo qual milhares de mulheres denunciaram situações de assédio e abuso sexual em todo o mundo, e por mudanças na percepção do corpo feminino e dos padrões de beleza impostos às mulheres.
Os desfiles da Victoria’s Secret com modelos altas e super magras e suas propagandas hipersexualizadas vêm perdendo adeptos e ganhando detratores.
Diante de críticas, queda de audiência e queda de receita, em 2019 a empresa cancelou seu famoso desfile “Victoria’s Secret Angels”.
Em 2020, o The New York Times publicou uma investigação na qual descrevia “a cultura da misoginia” na empresa.
A coleção apresentada em fevereiro, segundo Martinez, é o “novo padrão” que a empresa busca atingir.

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