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Gloria Groove emplaca ‘Vermelho’ com homenagem a MC Daleste, morto a tiros no palco em 2013

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‘Parceria póstuma’ lançada por Gloria a partir de versos de Daleste é uma das mais tocadas no Spotify e no TikTok no Brasil. ‘Ele colocou a Zona Leste de SP no mapa assim como eu’; ouça podcast. Gloria Groove e MC Daleste
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Uma parceria póstuma entre dois artistas da Zona Leste de São Paulo é uma das músicas mais tocadas no Brasil atualmente. “Vermelho” foi feita por Gloria Groove a partir de versos do MC Daleste, morto a tiros no palco em 2013.
O segundo álbum de Gloria se chama “Lady Leste”, e explora suas origens na Vila Formosa, em SP. “Vermelho” subiu direto para o topo dos rankings do Spotify e do TikTok no Brasil. A música foi feita a partir do refrão de “Mina de Vermelho”, do MC Daleste, um ídolo da Zona Leste.
Além da origem, os dois têm o mesmo nome de batismo: “Ele era o Daniel da Penha e eu sou o Daniel da Vila Formosa. O Daniel, assim como eu, foi uma pessoa que sempre colocou a Zona Leste no mapa enquanto ele estava fazendo sucesso”, explica Gloria ao podcast g1 ouviu. Escute abaixo:
A ideia era unir a estética da “mandraka (estilo de funkeira) de escola pública” e a “roqueira de porta de shopping”. “Eu falei: ‘vou ser essa boneca Bratz roqueira-funkeira'”, explica.
O grande show de estreia da nova era de Gloria Groove será no festival Lollapalooza. Clique para ver a programação completa.
O nome junta duas experiências: como “lady” e como cria da Zona Leste de São Paulo. Gloria conta como recuperou até o jeito de falar com sotaque paulistano da ZL – que tinha aprendido a “limpar” nos trabalhos que fez em dublagem de TV. Leia trechos da conversa abaixo:
g1 – SP está cheia de MCs que adotam suas origens como nomes, tipo o Menor da VG, o Neguinho do Kaxeta e o próprio MC Daleste. Para você, quando surgiu a figura “Lady Leste”?
Gloria Groove – Lady Leste é uma brincadeira que começou no início do ano passado com esse insight de pensar o que seria o meu “vulgo”. Puxa a referência de algumas “ladys” que eu sou fã, tipo a Lady Gaga, a Tatá Werneck, que é a Lady Night. E carrega o lugar de onde eu vim, a Zona Leste de São Paulo.
O “lady” também fala sobre como o feminino é uma coisa que ajuda a expressar quem eu sou, o Daniel também. Ajuda a expressar a minha alma. Então esse nome para mim é um vulgo que vai valer por muito tempo, não é só uma era musical.
Capa do álbum ‘Lady Leste’, de Gloria Groove
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g1 – E quando passou do vulgo para virar um álbum?
Gloria Groove – Quando eu pensei em Lady Leste, já sabia que era fortíssimo candidato a ser nome das pirações que eu estava escrevendo. A primeira música foi “Bonequinha”. Foi a primeira faixa onde invoquei a Lady Leste.
Ela marca minha reconexão com o pop da pista. Eu vim da fase r&b de ‘Affair’ (EP de 2020), com uma estética bem mais limpa. Eu estava tentando me reconectar com uma Gloria que eu sempre fui, de festa, antes de a pandemia começar.
Decidi que minha inspiração direta seriam as minhas primas e as meninas que sempre estudaram comigo.
E que eu ia unir essa estética completamente “mandraka” (estilo de funkeira estilosa) da escola pública, com essa coisa roqueira que eu via no rolê da porta do shopping. Sabe o rolê dos góticos?
Minha vivência na Zona Leste traçou um paralelo entre o funk e o rock. Eu via funkeiros e roqueiros todo dia, o dia inteiro, vivendo na Zona Leste. Quando eu lembrei da sacada da Lady Leste, eu falei: é isso.
A estética dela é essa: meio funk, meio rock. Daí nasceu a brincadeira com a “Bonequinha”, que é um funk pop, mas que traz aquela guitarra pesadona. Desde o começo eu falei: mano, quero que a guitarra tenha aquele timbre do Slash fazendo um solo, para chamar atenção mesmo.
“Bonequinha” tem, em uma música, tudo que o álbum leva. Tem o funk do começo, o rock do final, o trap do meio. Eu falei: ‘vou ser essa boneca Bratz roqueira-funkeira’. Então ela veio dessa vontade de ter uma música-tema para meu novo momento de autoconfiança.
g1 – Nessa parte do disco sua voz parece muito autêntica, não só no timbre de funkeira, mas também nas letras. Como foi a criação?
Gloria Groove – Elas são a apresentação da Lady Leste e dessa energia mais noturna, mais asfalto, mais suja, pronunciando todos os os Rs de paulista. Fui recapitulando o jeito que eu vi os amigos e meus primos falando a vida inteira, o jeito que eu vi a galera da escola conversando
Apesar de eu sempre ter me comunicado assim também, como o meu trabalho era ser dublador [Gloria já participou de programas como “Digimon” e “Power Rangers], eu tinha que limpar ao máximo todos esses cacoetes.
Foi importante assumir esse jeito de falar. Eu estava tentando propor quem eu seria, brincando de ser realmente a Mc Daleste.
Não é à toa a homenagem ao próprio MC Daleste (na música “Vermelho”, que tem versos tirados de “Menina de vermelho”, do funkeiro que morreu em 2013). Ele se chamava Daniel, como eu. Ele é o Daniel da Penha e eu sou o Daniel da Vila Formosa.
O Daniel, assim como eu, foi uma pessoa que sempre colocou a Zona Leste no mapa enquanto ele estava fazendo sucesso. Então fez todo sentido para mim ter “Vermelho” como a música que puxa o álbum “Lady leste”. A gente está falando do mesmo lugar, de uma vivência similar.
Então eu tenho muito orgulho dessa porção do álbum. Por mais divertida e festiva que ela pareça, tem muito coração e muita identificação pessoal e familiar ali.
Gloria Groove fala sobre todas as parcerias do novo álbum; leia.

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