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Black Pumas tocará no Lolla soul rock psicodélico: ‘Não sigo a estrutura que ouvimos no TikTok’

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Vocalista do duo texano, Eric Burton fala ao g1 sobre som que vai pelo hip hop, jazz, soul music, afrobeat e ‘todos os gêneros lindos do rock’. Grupo toca no domingo, dia do Foo Fighters. O Black Pumas, atração do domingo de Lollapalooza Brasil, quase não existiu. Com cinco anos de existência e shows lotados, o duo texano faz um som que transita pelo rock, soul e R&B, numa embalagem mais moderna. Há quem chame de soul-psicodélico.
Músico experiente, Adrian Quesada foi integrante da big band de funk latino Grupo Fantasma, vencedora de um Grammy em 2011. Em 2017, buscava um vocalista para um novo projeto e deixou recado no telefone de Eric Burton, cantor em começo de carreira, indicado por amigos.
Mas Burton, que tocava nas ruas de Santa Mônica, na Califórnia, nunca tinha ouvido falar em Quesada. Nem ligou de volta. Pelo menos não imediatamente. Só foi retornar a ligação depois de levar uma bronca de seus amigos, que explicaram a importância do cara.
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“Liguei e cantei para ele pelo telefone”, conta Burton ao g1. “Ele gostou da minha energia e eu gostei das músicas que ele tinha colocado os instrumentos.”
Do telefonema para o estúdio, saíram as primeiras produções, como “Black Moon Rising” e “Fire”. Elas foram incluídas no álbum de estreia, “Black Pumas”, de 2019.

No rol de inspirações, de acordo com Burton, apareciam hip hop, jazz, soul music, afrobeat e “todos os gêneros lindos do rock”.
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“Sou fã de folk music, de Bob Dylan e Neil Young, e também de Marvin Gaye, Al Green, Aretha Franklin, Otis Redding e Wilson Pickett. São todos artistas que me identifico e tento levar para o Black Pumas.”
A produção e os shows renderam a primeira indicação ao Grammy, na categoria Revelação, uma surpresa no meio de nomes mais do pop, como Lizzo, Rosalía, Lil Nas X e Billie Eilish, que levou a melhor na disputa.
Vieram outras cinco indicações nos anos seguintes e uma apresentação no evento, no ano passado.
Infância nas artes
Black Pumas se apresenta no Grammy 2021
Kevin Winter / Getty Images via AFP
Burton conta que cresceu em uma família que incentivava projetos artísticos, em que era permitido pintar paredes da casa, móveis e outros itens.
“Fui criado debaixo da autoridade de um artista que me ensinou ser completamente livre e dizer o que quero dizer.”
Segundo ele, a liberdade ajudou a compor do jeito que gostaria. “Escrevo de forma mais complexa, mas apenas porque não sigo a estrutura que ouvimos no TikTok. É menos pop.”
Ele passou alguns meses no coro da igreja frequentada pela família quando criança. Segundo ele, essa experiência o ensinou sobre comprometimento e honestidade. “Tento escrever o mais honesto possível. Tudo que vem do coração tem o poder de tocar o outro. Esse é o único truque.”
Das ruas para os palcos
A elogiada performance ao vivo foi moldada a partir da experiência como músico de rua, quando precisava fazer as pessoas interagirem com ele.
Para chamar atenção dos pedestres e passageiros dos trens, Burton cantava por pouco mais de um minuto e encerrava com imitações de atores que gostava na época.
Eric Burton e Adrian Quesada, do Black Pumas
Jody Domingue/Divulgação
“O público reconhecia o meu esforço e comprava meu CD”, lembra. “Sinto falta disso. As pessoas podem não saber, mas curto atuar.”
Entravam na lista interpretações Elmo, da “Vila Sésamo”, Dave Chapelle e Bill Cosby. “Conquistei o nível de confiança que é necessário ter nos shows e ainda me deu bagagem para manter os pés no chão e focado.”
Com Quesada, ele conta que entendeu que queria fazer algo novo. “Percebi logo no começo que o Black Pumas teria um conceito forte”, afirma.
“Não tínhamos ideia do tamanho, mas sabia que teria alguma coisa, pelo menos algo que nossos amigos pudessem curtir.”
Black Pumas se apresenta no Grammy 2021
Kevin Winter / Getty Images via AFP
A dupla já se prepara para começar a produção de um segundo disco, ainda sem a definição da sonoridade.
“Tenho usado meu novo instrumento favorito, para não começar com a guitarra. Comprei um Juno 106 [modelo de teclado sintetizador] e é possível que soe mais sintético.” E Burton não descarta se inspirar com passagem pelo Brasil para as composições inéditas.
Em 2020, a dupla estava com a viagem marcada para visitar o país, que foi cancelada depois da pandemia da Covid-19.
“Fiquei decepcionado. Realmente queria conhecer a América do Sul e o Brasil. Ouvimos tantas coisas boas do país, da cultura. E espero aprender e comer todas as comidas maravilhosas e me sentir inspirado pela música.”

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