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‘Que rei sou eu?’ estreia no Globoplay: relembre paródia sobre o Brasil em redemocratização

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Novela de Cassiano Gabus Mendes de 1989 tinha Edson Celulari como herói de um país europeu fictício em 1786 que refletia momento histórico brasileiro. A novela “Que rei sou eu?”, de Cassiano Gabus Mendes, estreia nesta segunda-feira (14) no Globoplay. Exibida em 1989, e dirigida por Jorge Fernando, a trama estrelada por Edson Celulari usava um país europeu fictício de 1786 para fazer uma paródia do Brasil e a redemocratização.
Para quem quer rever, ou quem sabe conferir pela primeira vez, o g1 relembra alguns dos principais momentos, além de curiosidades dos bastidores, com dados do Memória Globo.
Webdoc novela – Que Rei Sou Eu? (1989)
No reino imaginário de Avilan, o povo miserável vive às voltas com governantes corruptos, sucessivos planos econômicos, moeda desvalorizada e altos impostos.
Com a morte do rei Petrus II (Gianfrancesco Guarnieri) – cujo único herdeiro é o filho bastardo Jean Pierre (Celulari) –, os conselheiros reais, que exercem forte influência nas decisões da rainha Valentine (Tereza Rachel), resolvem entregar a coroa ao mendigo Pichot (Tato Gabus Mendes), que serviria como um fantoche.
A armação é obra de Ravengar (Antônio Abujamra), o bruxo do condado. Revoltado, Jean Pierre lidera um grupo de revolucionários para derrubar os vilões.
Que Rei Sou Eu?: Ravengar propõe seu plano à rainha
“Para fazer o Jean Piérre, eu fiz uma pesquisa incrível, de todos os filmes de capa e espada, li os romances, pesquisava figurino e postura. Isso foi muito importante. Nessa pesquisa, eu deixei o meu cabelo crescer, prendia como tinha que prender e aquilo dava um trabalho danado, eu nunca tive um cabelo tão grande”, afirmou Celulari ao Memória Globo.
“Enfim, coisas divertidas que me deram um retorno imenso, foi um trabalho de grande repercussão. E as pessoas comentam sobre esse trabalho com um carinho especial, porque é uma novela que teve uma linguagem diferente e todos pedem uma regravação da história, mas também que essa fórmula seja usada por outros.”
Humor e originalidade marcaram a novela, que tinha como um dos núcleos cômicos os conselheiros do reino – uma crítica bem-humorada ao Congresso Nacional. Nada funcionava direito em Avilan, nem mesmo a guilhotina, importada da Alemanha a peso de ouro, e que só não falhara nos testes.
Que Rei Sou Eu?: Pichot morre
Curiosidades
Segundo o diretor Daniel Filho, o autor Cassiano Gabus Mendes havia apresentado a ideia de “Que Rei Sou Eu?” em 1977, mas a direção da emissora avaliou que a trama não era adequada para a conjuntura política da época;
Em determinado momento de “Que Rei Sou Eu?”, o personagem de Celulari é obrigado a usar uma máscara de ferro, como a usada pelo rei da França em “O Homem da Máscara de Ferro”, livro de Alexandre Dumas;
Dercy Gonçalves em ‘Que Rei Sou Eu?’
Nelson Di Rago/Globo
Dercy Gonçalves fez uma participação especial em seis capítulos da novela, no papel da baronesa Eknésia, mãe da rainha;
“Que Rei Sou Eu?” foi a primeira novela em que Giulia Gam trabalhou do início ao fim da trama. Comprometida com o teatro, onde há havia trabalhado com diretores como Antunes Filho, a atriz contou que entrou em crise ao ser convidada para atuar na novela, gênero considerado muito comercial para os padrões das companhias de teatro. Quase não aceitou o papel;
Giulia Gam em ‘Que Rei Sou Eu’
Nelson Di Rago/Globo
Jorge Dória improvisou um caco em uma das cenas de seu personagem, o conselheiro Vanoli, que deixou o autor Cassiano Gabus Mendes maravilhado: fazia uma correlação entre o arrulhar dos pombos e a palavra “corrupto”;
No papel do bobo da corte Corcoran, o ator Stênio Garcia, então aos 57 anos, deu o seu primeiro salto mortal. Resultado de um trabalho corporal de acrobacia de solo que passou a fazer na Escola Nacional de Circo;
Chico Anysio chegou a gravar uma participação especial como o especulador estrangeiro Taj Nahal, que aplicaria um golpe na bolsa e no mercado de Val Estrite, do Reino de Avilan. A situação foi inspirada no caso Naji Nahas, o investidor paulista que, na época, protagonizava um escândalo financeiro no país e respondia a um inquérito por estelionato e formação artificial de preços na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Ao saber da criação de Taj Nahal, o advogado de Naji Nahas entrou com um protesto judicial contra a TV Globo, afirmando que o personagem fazia um pré-julgamento de um cidadão que ainda não havia sido sentenciado pela Justiça, e que seu cliente exigiria direito de resposta no mesmo programa, caso a novela fizesse alguma referência satírica aos últimos acontecimentos. Diante disso, a emissora decidiu não exibir a cena;
A novela foi reapresentada em versão compacta de 70 capítulos entre outubro e dezembro de 1989, na faixa de programação Sessão Aventura, às 17h, um mês após a exibição do último capítulo.

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