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Emo hoje não é mais cantado só por ‘carinha hétero do condomínio’, diz Lucas do Fresno

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Ao g1, vocalista fala da volta renovada do pop punk e do hardcore emotivo. Ele também conta como será o show no Lollapalooza e relembra quando apresentou Skrillex para Mano Brown. O Fresno no Lolla faz parte de um movimento muito maior que é o do retorno do emo. Em um mundo com Olivia Rodrigo berrando “Good 4 U” no topo das paradas, faz (ainda mais) sentido ouvir Lucas no Lolla cantando que “Cada poça dessa rua tem um pouco de minhas lágrimas”.
Se Avril lançou álbum de volta às origens e até Anitta está na onda do pop punk, é natural que festivais como o Lollapalooza se rendam mais ao emo, apelido carinhoso do hardcore emotivo.
“O revival é natural. O bagulho que faz 10, 15 anos, a galera que via na adolescência bate uma saudade e vai ouvir de novo”, explica Lucas Silveira, vocalista da Fresno, ao g1 (veja entrevista no vídeo abaixo).
Fresno no Lolla: como será o show?
“Mas o revival para mim ele faz sentido quando ele vem aliado a nomes novos e também a uma estética nova.”
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Para ele, o trabalho de artistas sempre citados como os que mantém o emo vivo são “a ponta do iceberg”. Ele reconhece a importância de Machine Gun Kelly e do produtor Travis Barker, ex-baterista do Blink 182, mas torce para que o novo emo vá além desses nomes mais comentados.
“Eu percebo que o que vem hoje é um pouco diferente, não é mas aquela coisa da bandinha dos caras com boné virado para o lado, de apartamento e de condomínio. Tem muita mina, tem muitos outros tipos de pessoa. Não é aquela coisa muito do carinha hétero do condomínio que já teve, né? Agora é uma outra coisa que tem que acontecer.”
EDM e trap têm algo do emo?
Lucas lembra que na EDM, a música eletrônica mais pop, já havia vários artistas com passado em banda emo. “Skrillex e Marshmello, que já usavam aquela composição melódica de emo, e que às vezes tinha até o mesmo sentimento.”
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O trap, subgênero do trap entre o mais ouvido dos mais novinhos, também tem seu quê de emo. “Você vai ouvir Post Malone, às vezes o jeito que ele bota umas melodias ou até uns outros caras assim tipo Swae Lee, Lil Peep, XXXTENTACION”, enumera Lucas.
“Eu não previa essa volta de músicas de fato com a galera metendo guitarra de novo, metendo bateria. Foi meio que uma surpresa. Um movimento não volta por causa de uma pessoa ou um álbum, ele tem que estar fervilhando.”
Como será o show do Fresno no Lolla?
Fresno
Camila Comelsen / Divulgação
Quando uma banda com mais de 20 anos de carreira faz shows em um festival, são dois públicos que você pode esperar:
fãs que vão chegar mais cedo para pegar um lugar na grade e ver tudo de pertinho;
e alguns desavisados que foram para ver outra banda, mas resolveram dar uma paradinha para ver o que está acontecendo no palco.
“Esse é o grande desafio de fazer um setlist para festival. É sempre essa tônica”, reconhece Lucas. A gente tem felicidade de ter fã que às vezes nem iria e vira um fator que faz um cara ir, ou que faz ir mais cedo. Às vezes o cara queria só ver headliner e fala: ‘Não, não. Vamos ter que ir cedo, porque Fresno e pá’. Obviamente tem essa galera, mas aí já é uma vitória. Então, o nosso pensamento foi muito assim de entender por que nos chamaram, né?”
O vocalista e guitarrista da Fresno diz que a banda foi chamada para o Lolla que teria acontecido em 2020, ano em que eles estavam fazendo shows do álbum “Sua alegria foi cancelada”, de 2019.
“Foi fruto de uma ressignificação da banda naquele ano. Não queriam às vezes chamar a gente para fazer um show de clássicos da Fresno, embora a gente sempre vai colocar.”
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“O que a gente fez não foi nem montar um setlist, foi montar uma banda. A gente vai ser uma banda maior no Lolla, vai tocar com uma formação maior que já testou, mas agora vai ser a primeira vez que a gente vai botar todo mundo no palco.”
“É com naipe de metais, percussão, a maior uma doideira. Então, vão ser todas as músicas até as que já são mais batidas e todo mundo conhece… vão ser executadas numa versão diferente. Isso eu acho que faz o cara que está passando lá olhar assim, prestar atenção e falar: ‘Isso aqui é Fresno, mano? que doido’.”
Dia de princesa no Lolla 2012
O show ao vivo no Lolla deve se tornar experiência mais intensa de Lucas com o festival. Até agora, quando precisou contar uma história de Lollapalooza em uma mesa de bar, ele sempre contou um caso que aconteceu em 2012.
Na época, ele estava com um projeto eletrônico e tocava muito em eventos do estilo. “Eu fui tocar lá em Itu [ SP] numa balada enorme que tem lá, com o Skrillex. Ele estava completamente estourado, com a parada do dubstep e tal.”
Lucas lembra que ele e o DJ e produtor ficaram “brother” e no dia seguinte Skrillex iria tocar no Lolla. “E ele falou ‘bora comigo’. Foi um dia de princesa, porque o cara me deu a credencial da crew dele. Eu vi tocar e depois estava meio em uma afterzinha assim com ele, nos próprios camarins ali.”
Mas a história foi além. “Eu apresentei o Mano Brown para ele, tá ligado? Seria um sonho ver o Skrilex produzindo uma música do Racionais ou do Brown, principalmente para mim, mas eu acho que vou ficar esperando, né? Nunca aconteceu”, lamenta. “Ou aconteceu e nunca foi lançado, né?”
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