Artista apresenta em abril a primeira amostra do disco com músicas nascidas da poesia de Angélica Freitas. Capa do single ‘Rilke shake’, de Vitor Ramil
Marcelo Soares
Resenha de single
Título: Rilke shake
Artista: Vitor Ramil
Edição: Satolep Music
Cotação: * * * *
♪ Ao fim dos mais de seis minutos da gravação de Rilke shake, com a qual Vitor Ramil começa a apresentar em 7 de abril o álbum Avenida Angélica, ouve-se o badalar dos sinos da Catedral Metropolitana de Pelotas.
Captado pelo celular de Ramil, o som dos sinos se harmoniza com a canção assim como a melodia do compositor gaúcho se afina com os versos da poeta conterrânea Angélica Freitas na refinada estética pop dessa gravação pavimentada a partir da interação da voz e do violão do artista.
Ouvindo o single Rilke shake, parece que música e letra vieram juntos ao mundo. Mas Rilke shake é o poema que batiza livro editado em 2007. Um dos dois livros de Angélica Freitas – o outro é Um útero é do tamanho de um punho (2013) – dos quais Ramil extraiu os poemas musicados para dar forma ao álbum Avenida Angélica.
Arquitetado desde 2019, Avenida Angélica é o 12º título da discografia desse cantor, compositor e músico nascido em Pelotas (RS), na família mais musical da cidade gaúcha.
Avenida Angélica começou a sair do plano das ideias e a ganhar forma com o registro audiovisual que gerou o álbum em gravação feita em 7 e 8 de agosto de 2021, no Theatro Sete de Abril, na cidade natal que o artista rebatizou como Satolep para demarcar um território particular do qual Ramil vê o mundo e interpreta o universo pop de forma personalíssima.
Dessa gravação ao vivo, virá um álbum que, além de Rilke shake, apresentará outras 16 canções. A mulher de rollers, Família vende tudo, Ringues polifônicos (poema que inclui o verso-título Avenida Angélica) e Vida aérea são músicas deste disco cujo repertório expande o leque rítmico, indo do samba ao blues.
A julgar pelo single Rilke shake, Vitor Ramil caminha com inspiração musical na trilha poética de Avenida Angélica.
