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Emicida equilibra rebeldia e sutileza, elogia Doja Cat e mostra que rap venceu no Lollapalooza

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Cantor abriu mão de caminho mais fácil e fez passeio equilibrado por repertório contestador. No palco, desabafou com o público e fez homenagem a baterista do Foo Fighters. Emicida canta para Multidão no Lollapalooza
Emicida começou seu show no Lollapalooza neste sábado (26) narrando a realidade de racismo, sangue e resistência da letra de “Boa esperança”, música do álbum “Sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa..”, responsável por cravar de vez o nome do cantor no topo do rap nacional em 2015.
Assista aos show do palco principal
Assista aos palcos Adidas e Perry’s
Veja fotos dos shows do 2º dia
É um contexto desconhecido pela maior parte do público do festival, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Mas o rapper paulistano sabe bem como ensinar que o mundo vai além do alto astral da grama de um festival.
Para isso não precisa gritar. Suas sutilezas no palco estão entre os momentos que mais balançam a plateia, como num discurso sobre os tempos sofridos dos últimos anos.
Emicida durante show no Lollapalooza 2022
Marcelo Brandt/g1
“Nós, artistas, vivemos isso junto com vocês. Muitas das vezes em que me senti desolado, foi quando lembrei do brilho do olho de cada um aqui e encontrei motivo para seguir”, disse. Do alto do palco principal de um dos maiores festivais de música do Brasil, ele adotou um tom confessional, e pareceu ter uma conversa íntima com os fãs.
Emicida não chegou lá sozinho. Nos últimos anos, o rap, por muito tempo marginalizado, foi ganhando cada vez mais espaço até vencer no Lolla. Assim como em 2019 (quando Kendrick Lamar fez um dos shows mais celebrados), a edição de 2022 traz um representante do gênero entre as atrações principais: o americano A$AP Rocky.
O brasileiro também cantou em horário nobre, logo antes da grande estrela da noite, a popstar Miley Cyrus, e convidou amigos para a festa: Rael, Drik Barbosa e Majur. Esta última coprotagonizou o ponto alto da apresentação: a performance de “Amarelo”, música-título do álbum mais recente do rapper, lançado em 2019 e reverenciado pela crítica.
Emicida durante show no segundo dia do Lollapalooza 2022
Marcelo Brandt/g1
Emicida poderia ter escolhido o caminho mais fácil para o show no Lolla: uma sucessão de hits esperançosos deste último disco. Mas ele teve presença discreta. Além de “Amarelo”, apareceu “Principia” (com a já célebre frase “tudo que nós têm é nós” repetida em coro pela plateia num bonito encerramento).
Em vez disso, o cantor fez um passeio equilibrado pela parte mais contestadora de seu repertório, desde o primeiro disco, “O glorioso retorno de quem nunca esteve aqui”, com músicas potentes como “Hoje cedo” e “Levanta e anda” (com participação de Rael).
Entre uma canção e outra, protestou contra o presidente Jair Bolsonaro e pediu que os adolescentes presentes no festival votem nas eleições de 2022.
Emicida durante show no segundo dia do Lollapalooza 2022
Marcelo Brandt/g1
O tom confessional voltou quando ele falou sobre de Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, encontrado morto na Colômbia nesta sexta (25).  “Todos nós, de alguma forma, admiramos o Foo Fighters, seja pela história, pela capacidade técnica ou pelos concertos”.
Neste domingo (27), o cantor vai participar de um show de homenagem, que acontecerá no lugar da performance da banda, cancelada pelo festival.
No palco, Emicida também elogiou outra atração da edição. “Estava assistindo pela TV ao show da Doja Cat. Não conhecia, achei f***. Se ela tivesse nascido no Brasil, certamente estaria com a gente na Batalha do Santa Cruz [em São Paulo], 15 anos atrás.”
Emicida durante show no Lollapalooza 2022
Marcelo Brandt/g1

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