Produzida por Marcio Arantes para abertura da novela que estreia hoje, gravação da cantora evoca tom épico do registro de 1990 do tema de Marcus Viana pelo grupo Sagrado Coração da Terra. Capa do single ‘Pantanal’, de Maria Bethânia
Reprodução
Resenha de single
Título: Pantanal
Artista: Maria Bethânia
Composição: Marcus Viana
Edição: Biscoito Fino
Cotação: * * * *
♪ Em sincronia com a estreia do remake da novela Pantanal na TV Globo, a gravadora Biscoito Fino lança nesta segunda-feira, 28 de janeiro, o novo registro fonográfico da música-título, feito por Maria Bethânia para ser o tema de abertura da trama de Benedito Ruy Barbosa atualizada por Bruno Luperi.
Composição de Marcus Viana, Pantanal teve o tom épico realçado pelo registro original do grupo mineiro Sagrado Coração da Terra na gravação feita para ser veiculada na abertura da novela de 1990. Formatada com produção musical de Marcio Arantes (baixo synth, samples, violão, guitarra, piano e programações), a gravação de Bethânia transita por outra trilha sem se desviar muito do caminho original.
Há a evocação intencional do tom épico do arranjo original de 1990, sobretudo na introdução e no arremate do fonograma de 2022, mas também na base percussiva, representada no registro de 2022 pelos tambores, caxixis, vassouras e pratos tocados por Thomas Harres. Só que o canto de Bethânia – “velho mistério guardado no fundo das matas sem fim” – flui em outra dimensão para atingir o coração do Brasil profundo.
Com as cordas da St. Petesburg Studio Orchestra, arranjadas por David Campbell, a atual gravação de Pantanal abre espaço para que se ouça a viola caipira e o charango de Almir Sater, profundo conhecedor dos sons pantaneiros.
Contudo, é o canto de Bethânia que se impõe na maior parte dos três minutos da gravação de Pantanal como um rio que corre sem pressa, no tempo habitual da artista, para o coração da pátria já (de)cantada pela intérprete em álbuns como Brasileirinho (2003). O Pantanal de Maria Bethânia tem a personalidade da dona do dom.
