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‘Morbius’ começa bem, mas perde fôlego com história sem rumo e vilão insosso; g1 já viu

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Filme com Jared Leto como vampiro da Marvel estreia nesta quinta-feira (31) nos cinemas brasileiros. “Morbius” é melhor que “Venom” (2018) e muito melhor que “Venom: Tempo de Carnificina” (2021), seus dois antecessores no universo criado pelo estúdio Sony com os personagens secundários dos quadrinhos do Homem-Aranha.
Infelizmente, nada disso quer dizer muita coisa. Afinal, por mais que ambos sejam dois grandes sucessos de bilheteria, são alguns dos piores exemplares que o gênero de super-heróis ofereceu nos últimos anos.
Com Jared Leto (“Casa Gucci”) no papel do vilão/anti-herói dos quadrinhos da Marvel, “Morbius” começa bem, com uma introdução segura e em alguns momentos até inspirada, que supera problemas clássicos de histórias de origem e de linguagem excessivamente científica.
Infelizmente, em algum ponto mais próximo ao fim, se perde completamente por causa de seu vilão sem graça e pouco inspirado, que não oferece nenhum conflito minimamente interessante – tanto para o protagonista quanto para o público.
No fim, o filme que estreia nesta quinta-feira (31) nos cinemas brasileiros parece desistir da própria história, que caminhava razoavelmente bem, e se contenta em ser apenas escada para a expansão de um novo universo cinematográfico.
Jared Leto conta que lutou para ter monstro de computação gráfica em ‘Morbius’
Nascimento do vampiro
No filme dirigido por Daniel Espinosa (“Vida”), o ator interpreta o personagem do título, um geneticista renomado com uma rara doença sanguínea que o leva, é claro, a pesquisas um tanto quanto arriscadas.
Ao misturar seu DNA com o de um morcego em busca de uma cura, ele se transforma em uma criatura superpoderosa que precisa de sangue para sobreviver.
Se há algo que funciona em “Morbius” é a decisão de mostrar a transformação o quanto antes.
Jared Leto em cena de ‘Morbius’
Divulgação
Por mais que a narrativa até então seja dominada por jargões pseudocientíficos cansados, e que a motivação do protagonista não tenha lá muita originalidade, o ritmo encaixa e a história flui sem grandes problemas.
Leto contribui ao conter alguns de seus impulsos mais afetados, como sua criticada versão do Coringa, de “Esquadrão Suicida” (2016), e aproxima um pouco o público do protagonista gênio com o equilíbrio certo de doçura e impulsividade.
Trailer de ‘Morbius’
Falta de interesse
A transformação, aliás, mostra um pouco do potencial que o filme nunca chega a atingir, com uma sequência digna de um bom filme de monstros, acompanhando pelos olhos de um time de mercenários eliminados um a um pelo novo vampiro.
Depois disso, a história perde impulso a cada minuto que passa. Com um vilão óbvio e sem graça, a trama toma todos os caminhos mais óbvios, e o conflito nunca chega perto de empolgar.
Matt Smith (“The Crown”) é um ator interessante, mas não consegue mostrar (ou desenvolver) interesse por um antagonista que os próprios roteiristas parecem não ter dado muita atenção.
Jared Leto e Adria Arjona em cena de ‘Morbius’
Divulgação
Os efeitos visuais esfumaçados criados para a movimentação das criaturas, tanto de Morbius quanto de seu inimigo, chegam a empolgar – pelo menos para quem não se lembrar do Noturno de “X-Men 2” (2003).
Mas é difícil evitar a sensação de que segurar por mais tempo a atmosfera de terror, com vampiros mais monstros do que bestas, alçaria a produção a um outro patamar além do mediano.
Após um confronto final sem inspiração ou qualquer grande emoção, o filme termina sem muito aviso – não que o público vá ligar muito.
Quer dizer, pelo menos não até as obrigatórias cenas pós-crédito, que conseguem a façanha (inédita, provavelmente) de deixar o resultado final ainda pior.

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