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‘Instapoeta’, Rupi Kaur enfrenta censura dentro e fora das redes

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Jovem de 29 anos fala sem tabus de temas como violência sexual, saúde mental e imigração, mas grupos de estados americanos estão pressionando para proibir livros em bibliotecas e escolas. Rupi Kaur
Baljit Singh/Rupi Kaur, Inc./AFP
De um forte confronto com o Instagram por causa de uma foto de sangue menstrual a uma tentativa de barrar seus livros nas escolas americanas, a poetisa Rupi Kaur tem enfrentado possíveis censores desde que emergiu na cena literária mundial.
Kaur, nascida em Punjab (Índia), é a mais conhecida de uma nova geração de “Instapoetas”. Ela saltou para a fama com a primeira coleção autopublicada de textos em 2014.
A violência sexual, a saúde mental, a imigração… Nenhum tema é tabu para a jovem de 29 anos e sua franqueza lhe rendeu uma base de fãs on-line, com cerca de 4,5 milhões de seguidores no Instagram.
Mas sua abordagem sem rodeios não agrada a todos: grupos de pressão de vários estados americanos, como Texas e Oregon, proibiram ou estão tentando proibir seu primeiro livro, “Leite e Mel”, em escolas e bibliotecas.
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“Me parte o coração que pais e legisladores estejam tentando proibir este livro”, disse em entrevista à AFP após uma apresentação de seu último livro em Ottawa, “Home Body”, para um público majoritariamente feminino.
A escritora encara a proibição com uma recusa a encarar “a agressão sexual e a violência sofrida por uma mulher jovem”.
“Mas este é um problema maior. Estamos entrando neste território onde estamos proibindo a cultura e a expressão”, acrescentou.
De sua coleção “Leite e Mel” ao seu segundo livro, “The Sun and Her Flowers”, Kaur vendeu mais de 10 milhões de cópias, e suas obras foram traduzidas para mais de 40 idiomas.
Milhares de pessoas vão a suas palestras e também compram seus livros, bem como suas camisetas e tatuagens temporárias de recordação.
Seu pleito com o Instagram por uma foto sua na qual aparecia deitada de costas, com as calças manchadas de sangue menstrual, a fez ganhar mais admiradores, pois a imagem e sua resposta mordaz à sua eliminação na rede social viralizaram.
Rupi Kaur postou foto com calças manchadas de sangue menstrual
Prabh KAUR / Rupi Kaur, Inc. / AFP
Os poemas de Kaur “não são muito complexos, as figuras retóricas não são muito sofisticadas, mas talvez isso seja exatamente o que o público gosta”, disse Stephanie Bolster, professora de escrita criativa da Universidade Concórdia de Montreal.
Foi o caso de Christine Blair, uma enfermeira de 27 anos a quem o universo de Kaur “abriu as portas” para a poesia. Ao abordar temas como o estupro e as relações interpessoais, Kaur é “muito vulnerável e gosto disso nela”, explica.
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