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Macau cai no samba de Zé Kétti em EP que festeja os 40 anos de ‘Olhos coloridos’, hino do orgulho negro

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Intitulado ‘Carioca’, o disco tem a participação de Serjão Loroza em ‘Papo de doidão’ e produção de Sandra Sá, intérprete original do funk composto após caso de racismo e lançado em 1982. Capa do EP ‘Carioca’, de Macau
Gui Ribeiro
♪ Macau expõe no título do EP que lança na sexta-feira, 8 de julho, Carioca, a origem desse cantor, compositor e músico criado na Cruzada São Sebastião, comunidade da zona sul da cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Para quem não liga o nome ao som, Macau – Oswaldo Rui da Costa, na certidão de nascimento – é o compositor de Olhos coloridos, brado de orgulho negro que reverbera há 40 anos desde que Sandra Sá lançou o funk em 1982 no segundo álbum da cantora, batizado com o nome dessa artista também carioca que, desde o segundo semestre de 2021, voltou a assinar Sandra Sá, tirando o “de” incorporado ao nome artístico em 1988.
Olhos coloridos destila orgulho negro, nascido da revolta e do preconceito racial. Macau compôs Olhos coloridos ao violão em 1973, na praia, ao ser solto após ter sido injustamente preso e agredido por policiais na Lagoa, sem motivo algum, quando ia visitar exposição escolar nesse bairro carioca. Gravado pelo autor em fita, em 1974, o funk somente ganhou o Brasil quando foi gravado por Sandra Sá e se tornou um hino do orgulho negro.
Macau regrava o samba ‘Diz que fui por ai’, de Zé Kétti e Hortênsio Flores, no EP ‘Carioca’
Gui Ribeiro / Divulgação
Gravado sob direção musical de Sandra Sá, o EP Carioca celebra os 40 anos desse hino sem incluir Olhos coloridos entre as seis músicas do disco produzido por Sandra com os toques de músicos como Jamil Joanes – baixista referencial da black music brasileira, arregimentado para a gravação de Saudade (1995), parceria de Macau com Sandra lançada em disco em 1995 pelo grupo Fina Stampa – e o violinista Nicolas Krassik, ouvido em Ondas de amor (Macau), a canção que abre o EP Carioca, mostrando, na visão de Macau, “um pouco do meu lado blues romântico”. A faixa Ondas de amor tem a participação da cantora Valéria Custódio.
Também parcerias de Macau com Sandra Sá, Papo de doidão e Xeque-mate integram o repertório do EP Carioca. Tentando evocar o balanço de Tim Maia (1942 – 1998), o funk Papo de doidão tem a voz de Serjão Loroza. Já Marquinho OSócio e Banda Eletronaipe encorpam Xeque-mate.
Armadilhas da vida fecha o disco, apresentando parceria inédita de Macau com Cézar Reis, compositor falecido recentemente. “Ele infelizmente nos deixou antes de ver a música ecoar aí”, lamenta Macau que, no único momento em que sai do trilho autoral do EP Carioca, cai no samba do compositor conterrâneo José Santos Flores (1921 – 1999), o carioca Zé Kétti, de quem Macau dá voz e violão ao sucesso Diz que fui por aí (1964) – parceria de Zé Kétti com Hortênsio Flores – com arranjo do violonista Paulão Sete Cordas.
A edição do EP Carioca, de Macau, está sendo viabilizada através de parceria entre as empresas The Sá Musica e Moara Produções Artísticas.
Sandra Sá (agora novamente sem o ‘de’ no nome artístico) e Macau no estúdio
Divulgação

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