Henrique Morelenbaum (1931 – 2022), morto aos 90 anos, deixa atuações importantes no universo da música clássica
Divulgação / Academia Brasileira de Música
♪ OBITUÁRIO – Para um maestro que começou casualmente a carreira de regente, em 1959, pegando a batuta para substituir maestro impossibilitado de reger um concerto, até que Saul Herz Morelenbaum (5 de setembro de 1931 – 22 de julho de 2022) chegou longe demais.
No Brasil, onde aportou aos três anos de idade e se naturalizou brasileiro aos 16, Saul virou Henrique Morelenbaum, um dos mais produtivos e importantes maestros regentes do país. Judeu de origem polonesa, tendo nascido em Łagów, vila de condado da Polônia, Henrique saiu de cena anteontem, aos 90 anos.
Comunicada pelo filho Jaques Morelenbaum, violoncelista requisitado por grandes nomes da MPB, a morte de Henrique, vítima de causas naturais, enlutou o nicho da música clássica brasileira, gerando manifestações de pesar e homenagens de instituições como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, do qual o artista foi diretor por duas vezes e em cujo palco fez regências memoráveis de concertos e óperas como maestro da orquestra do teatro.
Tendo estudado violino, viola, regência e composição na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Henrique Morelenbaum acumulou feitos e prêmios ao longo da trajetória artística, geralmente no Rio de Janeiro (RJ).
Nesta cidade, o artista integrou o Quarteto da Rádio MEC nos anos 1950 e foi diretor Sala Cecília Meireles entre 1965 e 1966 e entre 1987 e 1991, além de ter ocupado a cadeira 16 da Academia Brasileira de Música.
Fora do Brasil, o maestro atuou em vários países da Europa, mas nunca perdeu de vista o país que o acolheu e onde teve três filhos, todos ligados à música. O acaso colaborou, mas a maestria de Henrique Morelenbaum foi fruto do dom e do talento extraordinário do maestro.
