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Marcos e Belutti falam sobre importância de novas duplas: ‘A música sertaneja tem que se renovar’

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Em entrevista ao g1, dupla ainda cita ‘preguiça’ em retomada de ritmo de trabalho após pausa gerada pela pandemia. ‘A quantidade de viagens, às vezes, no mês, deixa a gente um pouquinho mais irritado.’ Marcos e Belutti falam sobre importância de novos artistas sertanejos
Marcos e Belutti levaram para São Paulo, no último final de semana, o show “Sem Hora Pra Acabar”.
Fazendo jus ao nome da apresentação, a dupla cantou ao longo de quatro horas — mais do que o dobro do tempo de repertório pré-programado, que equivalia a cerca de 1h40 de show.
No palco, os sertanejos apresentaram, além dos grandes hits da dupla (“Domingo de manhã”, “Romântico anônimo”, “Eu era”, entre outros), o lado B da carreira de quase 15 anos. Incluindo também a nova faixa de trabalho “Insubstituível”.
Eles ainda atenderam ao público, que gritava pedidos musicais (“toca cavalo preto” e “toca Raul” não faltaram. Raul foi atendido).
Antes da apresentação, a dupla conversou com o g1 e explicou o conceito do show.
“Depende muito da energia das pessoas. A nossa energia depende da energia deles. A gente entra feliz, a gente entra com tesão de cantar aqui. E se a voz aguentar, enquanto eles estiverem a fim, a gente vai cantando”, afirmou Belutti.
Marcos e Belutti se apresentando em Iguaba Grande, no RJ
Lorena Souza/PMIG
“É um show maior que o normal. Não dá pra saber exatamente o tamanho porque a gente vai colocando música na hora. Tem um repertório pronto, que é um repertório grande, mas a gente vai na hora aumentando o repertório”, explicou Marcos.
Segunda voz da dupla, o cantor também teve seu momento solo no palco e, entre outras faixas, apresentou “It’s My Life”, de Jon Bon Jovi, ao lado da filha Larissa Marchioto, de 23 anos.
Nova geração do sertanejo
Prestes a completar 15 anos de carreira, Marcos e Belutti falaram sobre a importância da chegada de novos artistas sertanejos ao mercado.
Ao longo dos dois anos de pandemia, muitas novas duplas e cantores se destacaram, seja pelas lives ou pela busca de novidades por parte do público nas plataformas de streaming, que por um período, ficou carente de lançamentos sertanejos.
O movimento chegou a alterar uma tradição na Festa do Peão de Barretos, que antes colocava na arena principal apenas quem já havia passado em palcos secundários do evento em anos anteriores.
“É muito importante a música sertaneja se renovar, isso sempre acontece. Isso é cíclico. Se não, nós também não teríamos surgido. Ia ser um nicho onde somente os mesmos estariam reinando”, afirma Belutti.
“A música sertaneja tem que estar em alta sempre. Se não surgir um sucesso através da gente ou de um artista que já é grande, que surja através do novo. Isso só fomenta o nosso segmento, só aumenta a execução das músicas nas rádios, e as pessoas ainda irem a shows sertanejos.”
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Marcos e Belutti
Dani Valverde
“Se há um interesse na música sertaneja, há contratantes querendo shows, rádios tocando, TV divulgando o nosso trabalho. A gente tem que pensar um segmento, não somente no produto artista”, diz o cantor.
“Quando o artista que veio antes, o mais veterano, se incomoda com isso, acaba se tornando um segmento morto”, completa Marcos.
“A gente tem obrigação de ter música nova, de tentar continuar fazendo sucesso, fazendo bons shows. Mas a gente já tem um certo nome. Dali pra frente os novos têm que continuar construindo a estrada. Inclusive pra gente percorrer.”
Retorno pós-pausa da pandemia
Em entrevista recente ao g1, Vinícius, dupla de João Bosco, comentou sobre a dificuldade de se adaptar novamente ao ritmo dos shows após a pausa na pandemia e afirmou que quando precisa dar uma esticada maior no show, “a voz dá uma reclamada”.
Marcos e Belutti dizem não ter sentido qualquer problema com a voz nesse retorno, mas não escondem o sentimento atual:
“A pandemia trouxe pra gente uma preguiça maior de sair de casa”, diz Belutti.
“Quando você vê a agenda cheia de compromissos, e a gente vê que a gente vai ficar mais fora de casa do que em casa na semana, principalmente pra mim, dá uma preguiça.”
“Isso é até ruim profissionalmente porque a gente tem que estar sempre em atividade para que a gente continue trabalhando e rendendo bem. Correndo atrás de repertório, produzindo coisas, e realmente a quantidade de viagens, às vezes, no mês, deixa a gente um pouquinho mais irritado.”
Por conta disso, o cantor afirmou que pediu ao escritório uma redução no número de shows.
Marcos e Belutti se apresentam na festa dos 167 anos de Arujá.
Victor Almeida/ Divulgação.
Belutti ainda revelou que precisou de ajuda psicológica para lidar com a mudança de rotina.
“A gente ficou muito tempo trancado, mas a gente ficou muito tempo na rua também pra que isso acontecesse e nos deixasse meio maluco.”
“Eu precisei de uma ajuda psicológica. Eu fiquei com depressão. Você [aponta para Marcos], uma época, também não ficou tão legal. É um mundo totalmente diferente do que a gente vivia, né? Uma hora você não para em casa, a outra hora você não pode sair de casa. E aí de repente você encontra uma vida totalmente diferente, no aspecto financeiro e no cotidiano.”
“E aí isso fez com que a gente curtisse mais a família, curtisse mais a vida, curtisse mais outras coisas, e o que a gente tenta fazer hoje é o equilíbrio.”
Marcos & Belutti
Divulgação

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