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Demi Lovato volta ao rock em ‘Holy Fvck’, com letras sobre overdose e amigos mortos; g1 ouviu

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Oitavo álbum é o mais coeso da carreira com versos confessionais e arranjos que combinam com volta do emo. Cantora fala sobre dificuldade de se manter sóbria e de se encaixar em padrões. Nos últimos cinco anos, Demi Lovato cantou um reggaeton rebolante com Luis Fonsi (“Échame la Culpa”), aventurou-se pela música eletrônica colante com o DJ Marshmello (“OK Not to Be OK”) e mostrou seu lado R&B ao lado de Ariana Grande (“Met Him Last Night”). Em seu oitavo álbum, porém, Demetria só quer saber de rock.
Lançado nesta sexta-feira, “Holy Fvck” faz lembrar o bom pop rock Disney do começo carreira, ouvido no álbum de estreia “Don’t Forget”. Combina também com o retorno do pop punk, o emo que fez muito sucesso nos anos 2000 e mostra força nos últimos meses com canções de Olivia Rodrigo, Anitta e Miley Cyrus.
Quando perguntada qual a sua cantora favorita de todos os tempos, Demi costuma responder Hayley Williams, vocalista do Paramore. Essa paixão por um rock pesado, mas nem tanto, com refrão gritado e letras confessionais, é escancarada em “Holy Fvck”, o melhor e mais coeso álbum da carreira até agora.
O oitavo disco da cantora americana tem apenas duas baladas, as duas últimas músicas. “Feed” é quase uma power ballad, com refrão forte e arranjo para arrepiar fãs de Avril Lavigne. Mais lenta, “4 Ever 4 Me” dá destaque ao violão e é o momento mais romântico.
Demi Lovato em 2009 e em 2022
Divulgação
O peso de estar viva
As outras 14 músicas são bem mais pesadas, levadas por guitarra, baixo e levada galopante de bateria. Há vários versos de vogais alongadas, “ôôô’s” e “aaa’s” perfeitos para festivais como o Rock in Rio, onde ela se apresenta no dia 4 de setembro. As participações são de novos nomes do rock (o cantor de pop punk Yungblud, o hard rock do Dead Sara e os indie do Royal & the Serpent).
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Lançada como single também nesta sexta, um dia antes de a cantora completar 30 anos, “29” tem sintetizadores soturnos e arranjo trap rock. Tem ainda uma letra matadora sobre a chegada às três décadas de vida. A cantora fala sobre uma relação que teve com alguém quando ela tinha 17 e ele 29:
“Longe de ser inocente / Que porra é essa de consentimento? / Os números te disseram para não agir / Mas isso não te impediu”.
“Happy Ending” tem versos como “Estou sóbria e todos estão orgulhosos, mas eu sinto falta dos meus vícios”. Demi canta que está fazendo de tudo para ter um final feliz, após sofrer uma overdose em 2018 e ter falado abertamente (em letras de música e entrevistas) sobre dependência em álcool e drogas.
Capa do álbum ‘Holy Fvck’ de Demi Lovato
Divulgação
Ode aos amigos mortos
Segundo Demi, no entanto, a música mais impactante do álbum é “Dead Friends”, pop rock emocionado que começa mais calmo e vai crescendo. Ela lista coisas que faz em um dia normal da vida dela, e que amigos que já morreram não fazem mais.
Demi diz que dançou com o diabo e chegou ao inferno, mas diferentemente dos amigos dela que morreram, ela segue viva.
Viva e fazendo o que mais gosta: pop rock cantado por alguém que parece não se encaixar em padrões. Demi pode estar cantando sobre a idade, sobre abusos ou sobre a cidade onde mora (Los Angeles, em “City of Angels”) que a sensação é a mesma: ela está fora de lugar?
“Eu sou a única procurando substância?”, pergunta ela, em “Substance”, uma das melhores do álbum. Demi está em busca do que é o essencial para ela, do que vai dar forças para ela seguir cantando. Encontrou isso no pop punk e em letras nas quais não pensa meia vez antes de falar tudo de ruim que passou.

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