Festas e Rodeios

Dona Inah (1935 – 2022), a guerreira dama do samba de São Paulo

Published

on

Morta em 8 de agosto, aos 87 anos, cantora deixa três álbuns em carreira atrapalhada pela luta pela sobrevivência e impulsionada a partir de 2004 com o lançamento do primeiro disco da artista. Dona Inah (1935 – 2022) morre seis anos após ter se retirado de cena, em 2016, com show apresentado em São Paulo
Joana Gudin / Divulgação
♪ OBITUÁRIO – Na certidão de nascimento, expedida há 87 anos na cidade paulista de Araras (SP), o nome que constava era o de batismo, Ignez Francisco da Silva (17 de maio de 1935 – 8 de agosto de 2022).
Na certidão artística, o nome era Dona Inah, cantora associada ao samba de São Paulo que começou a ser notada pelo Brasil em 2004, ano em que, ao lançar o primeiro álbum, Divino samba meu, a artista ganhou certa visibilidade além do circuito dos bares da cidade em que soltava a voz enquanto cumpria expediente em outros empregos para ganhar a vida que sempre lhe foi dura.
Dona Inah morreu no dia 8, aos 87 anos, de causas naturais. A cantora já tinha saído de cena em 2016, ano em que fez o derradeiro show em São Paulo, cidade com a qual permanece identificada na memória de quem a viu e/ouviu cantar samba.
O ponto de virada na trajetória artística – iniciada na cidade natal como integrante da Orquestra de Araras e continuada na cidade de São Paulo (SP) na década de 1950 com aparições em programas de rádio – aconteceu em 2002, quando Inah foi convidada para atuar em musical sobre a trajetória da cantora Clementina de Jesus (1901 – 1987).
Foi a partir desse trabalho que Dona Inah conseguiu ter enfim uma carreira fonográfica que poderia ter sido iniciada em 1958 se o single de 78 rotações gravado pela artista naquele ano não tivesse sido perdido pela diretoria do selo Trovador.
Dona de canto intuitivo com alta carga de ancestralidade, pautado mais pela emoção genuína do que pelos rigores técnicos, Dona Inah conseguiu reconhecimento com o álbum Divino samba meu (2004), ao qual se seguiu, quatro anos depois, Olha quem chega (2008), disco dedicado ao cancioneiro de Eduardo Gudin, compositor também identificado primordialmente com o samba de São Paulo.
Terceiro e último álbum de Dona Inah, Fonte de emoção saiu em 2013, ajudando a perpetuar a voz dessa cantora que teve que driblar as (muitas) dificuldades financeiras para poder seguir cantando o samba que, mesmo nos momentos mais difíceis, alimentou a alma dessa artista guerreira.
Capa do álbum ‘Fonte de emoção’, lançado por Dona Inah em 2013
Divulgação

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.