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Tony Ramos explica como escolhe novos personagens: ‘Uma história que faça a gente refletir’

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Ao g1, ator falou sobre o recém-lançado ’45 do segundo tempo’, citou semelhanças com personagem e explicou por que não tem redes sociais: ‘Não é o meu perfil, simples assim’. Tony Ramos fala sobre ’45 do segundo tempo’
São 141 personagens em quase seis décadas de carreira. E vem aí o 142º papel, que começa a ser pensado em outubro para uma próxima novela. Com tantos trabalhos no currículo, Tony Ramos já assumiu uma posição em que só tem feito aquilo que quer realmente fazer, como contou ao g1.
“Não há nenhuma pretensão no que estou falando, não há nenhuma petulância no que eu estou falando. É apenas um fato. Com a idade que eu tenho, os anos de carreira que eu tenho, fui conquistando esse espaço”, diz o ator que completa 74 anos nesta quinta-feira (25).
Mas o que precisa ter o projeto para se encaixar com aquilo que o ator quer fazer e conquistar o seu “sim”?
“O que me encanta sempre é uma história que faça a gente refletir, seja comédia, drama ou tragédia. Não me importa.”
Tony Ramos em gravação do filme “45 do segundo tempo”
Divulgação/Paris Filmes
E foi essa motivação que o fez aceitar a proposta de Luiz Villaça para o filme “45 do segundo tempo”, que estreou na semana passada.
No longa, Tony é Pedro Baresi (Tony Ramos), um palmeirense roxo, tutor da cachorrinha Calabresa e dono de uma tradicional cantina italiana. Após 40 anos, ele reencontra seus amigos de colégio Ivan (Cássio Gabus Mendes) e Mariano (Ary França) para recriar uma foto tirada na inauguração do metrô de São Paulo, em 1974.
Após o encontro e enfrentando dificuldades financeiras, Pedro passa a refletir sobre sua própria existência e a falta de esperança.
Tony aceitou o convite para fazer o filme sem ler o roteiro completo.
“Quando chegou na página 12, eu, ‘pum’, telefonei para ele [Villaça]: ‘Estou encantado, eu quero fazer esse filme!’. ‘Como assim, você já leu?’. ‘Não, estou na página 12’. Que significam mais ou menos de 8 minutos de filme, aquilo já tinha me conquistado”, relembra o ator, citando o diálogo com o diretor.
“Eu falei, meu Deus. Que beleza de personagem, que reflexões que ele está fazendo sobre a vida, quantas derrotas que esse homem teve, quantos amores e desamores na vida dele. Um grande amor sobrou: a cachorrinha dele, que já está com muita idade. Então quando isso acontece no roteiro, é um achado.”
“Por isso você cita aqui que meus olhos brilham quando eu falo do filme, é porque de fato é um dos momentos mais importantes da minha trajetória profissional de 141 personagens completados agora com a minissérie ‘Encantados'”, afirma.
Ivan (Cássio Gabus Mendes), Mariano (Ary França) e Pedro (Tony Ramos): Amigos no filme “45 do segundo tempo”
Divulgação/Paris Filmes
Nada substitui um aperto de mão
Escrito há quatro anos, o filme aborda temas que foram recorrentes na pandemia. Além de falar sobre a importância da amizade e dos reencontros, o longa mostra Pedro lidando com uma crise financeira em seu restaurante.
Segundo dados de um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo, em abril de 2021, um ano após anúncio do lockdown para conter a pandemia, 12 mil bares e restaurantes fecharam as portas só na cidade de São Paulo.
“Esse filme foi feito há quatro anos. E você vê como ele é atual, que ele está discutindo a amizade e os factuais dos dias de hoje como se ele tivesse sido escrito anteontem.”
“Isso foi escrito antes de pandemia, ninguém pensava em pandemia”, explica. “E agora depois dessa pandemia terrível, a importância da amizade… Não há nada que substitua um aperto de mão. Um abraço. Desculpe, mas não há rede social que seja mais forte do que uma amizade verdadeira em que as pessoas se olhem, se ouçam, que discutam seus sonhos.”
Pedro Baresi (Tony Ramos) reflete sobre a vida com a cachorrinha Calabresa nos braços
Divulgação/Paris Filmes
Por falar em rede social, Tony reforça que não usa nenhuma das plataformas disponíveis.
“Como eu não tenho [redes sociais], eu tenho uma vida muito discreta, muito minha. Mas não tenho nada contra rede social. É que não é o meu perfil. É simples assim. É como 2 mais 2 é igual a 4, não é meu perfil.”
“Na época da pandemia, houve várias entrevistas em redes sociais, eu dei, não tenho problema nenhum. Mas só que eu não tenho. E não vou ter.”
“É um tipo de atitude que a vida é para ser celebrada. É para ser respeitada. É pras pessoas se ouvirem. É para as pessoas admirarem o próximo… não precisa ser íntimo. Eu não tô falando ser íntimo de todo mundo. Eu jamais serei íntimo de tantas pessoas que eu conheço. Não porque eu não queira. Porque não dá. Seria mentiroso.”
Tony e Pedro
Ivan (Cássio Gabus Mendes), Mariano (Ary França) e Pedro (Tony Ramos): Amigos no filme “45 do segundo tempo”
Divulgação/Paris Filmes
Tony se divertiu ao analisar quais as semelhanças que ele tem com o personagem Pedro Baresi. “A vontade de comer bem. E o Pedro também tem isso e sempre cozinhou muito bem. Do Pedro, o amor por cachorros, por exemplo.”
“Eu me identifico com Pedro, porque eu tenho cachorro. Eu tenho cachorro desde sempre, a vida inteira. Eu estou casado há 53 anos e a gente tem cachorro há 53 anos, né? Agora acho que os questionamentos de vida do Pedro têm nada a ver comigo, em nenhum momento.”
Outra questão diferente é o time do coração. Embora ambos sejam apaixonados por futebol, Pedro é palmeirense e Tony é são-paulino.
“Tentei fazer com respeito, o melhor possível, esse palmeirense”, diz Tony, que garante não ter sentido dificuldade em vestir a camisa verde do time paulista.
“Pra um ator que que tem a vocação dessa profissão, ele jamais vai ter dificuldade de vestir a camisa do Corinthians, do Palmeiras, do Santos, de que time for. O importante para um ator é o bom texto, a boa ideia e a boa palavra.”

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