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‘Marte Um’, indicado nacional a tentar vaga no Oscar, faz defesa real da família brasileira; g1 já viu

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Filme mostra que ‘defender a família brasileira’ não precisa ser papo moralista e faz mergulho nas relações de pais e filhos. É o melhor trabalho de nova geração talentosa de cineastas mineiros. Filme ‘Marte Um’ é indicado pelo Brasil para disputar vaga no Oscar 2023
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“Defender a família brasileira” é um velho argumento em papos de moralismo, preconceito e violência. “Marte Um”, ao contrário, mergulha com a cabeça aberta nas relações de uma casa na periferia de Contagem (MG) – uma profunda e sensível defesa da família brasileira.
O filme do diretor e roteirista mineiro Gabriel Martins foi o indicado pela Academia Brasileira de Cinema para disputar uma vaga no Oscar 2023 na categoria de Melhor Filme Internacional.
Ele acompanha sonhos e frustrações de uma família de pessoas negras de classe média baixa: os pais Tércia e Wellington (Rejane Farias e Carlos Francisco) e dos irmãos Deivinho e Eunice (Cícero Lucas e Camila Damião).
Filme ‘Marte Um’ é indicado pelo Brasil para disputar vaga no Oscar 2023
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O zelador Wellington quer que o filho seja jogador de futebol. O menino sonha em ser astronauta e ir para Marte. A estudante de direito Eunice quer ir morar com a namorada. A dona de casa e diarista Tércia tem um colapso nervoso no meio desse terremoto familiar.
O filme se passa em 2018, com referências à eleição de Jair Bolsonaro. Os conflitos de geração, raça, classe social e gênero do Brasil estão todos refletidos na família. Mas não há respostas fáceis, assim como em qualquer relação entre pais e irmãos – lembra “Benzinho”, do carioca Gustavo Pizzi.
Gol de Gabriel com Sorín
O sonho ousado de Deivinho entrar em uma viagem espacial para Marte é o eixo do filme. Mas Gabriel Martins consegue equilibrar os dilemas dos quatro familiares, todos em boas atuações, de forma que nenhum vire só um vilão ou uma caricatura.
A mistura com não-atores (incluindo uma ótima participação do jogador de futebol argentino Sorín, ídolo do Cruzeiro) e os diálogos mineiros dão um toque natural de humor. O músico e ator Russo APR se destaca como Flávio, colega de portaria de Wellington, se destaca.
Russo APR, Sorín e Carlos Francisco em ‘Marte Um’
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Contagem elevada
“Marte um” amarra as frustrações crescentes dos quatro familiares e consegue chegar a um resultado otimista. Ele só é possível com o trabalho delicado de Gabriel Martins, com sua defesa da família real e do seu potencial, sem esconder embates e contradições.
É o trabalho mais bem amarrado, até agora, de uma talentosa geração de cineastas de Contagem, que começaram na produtora de cinema mineiro Filmes de Plástico, criada em 2009.
Entre os outros filmes premiados desta geração estão os ótimos “No coração do mundo”, de Gabriel Gabriel com Maurílio Martins, e “Arábia”, de Affonso Uchoa.
“Marte Um” leva Gabriel e seus companheiros ainda mais longe. Tomara que os votantes da Academia consigam ver com tempo e atenção.

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