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Centenário do rádio motiva reedições de discos de vozes amplificadas na plataforma inflamada dos auditórios

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Capa do álbum ‘Canta o seresteiro’ (1956), do cantor Silvio Caldas
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♪ ANÁLISE – Plataforma determinante para o sucesso de uma música ou disco ao longo do século XX, o rádio completa hoje 100 anos. Realizada em 7 de setembro de 1922, a primeira transmissão radiofônica oficial do Brasil inaugurou era que ganharia contornos dourados nos anos 1940 e 1950, décadas marcadas pela hegemonia do veículo, mas que sobreviveu até o fim do ano passado.
Já não crucial para o mercado fonográfico, mas ainda uma mídia presente nos rincões de um Brasil nem sempre conectado por falhas no processo de inclusão digital em todo o território nacional, o rádio teve poder semelhante ao do YouTube para a geração musical pré-Bossa Nova.
Antes da consolidação da TV, inaugurada em setembro de 1950 com poder que somente seria amplificado a partir de meados da década de 1960, o rádio ditou sozinho os sucessos, gerou ídolos de massa e propagou em ondas nacionais vozes grandiloquentes, eternizadas no panteão da música brasileira.
Para celebrar o centenário do nascimento do rádio no Brasil, a gravadora Sony Music – detentora dos acervos das companhias fonográficas Columbia e da RCA-Victor – anuncia edições digitais de títulos das discografias de vozes da era do rádio.
Capa do álbum ‘Ninguém me ama’ (1960), da cantora Nora Ney
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Ao todo, serão postos nas plataformas digitais cerca de 100 discos de cantores como Vicente Celestino (1894 – 1968), Silvio Caldas (1908 – 1998), Jorge Veiga (1910 – 1979), Cyro Monteiro (1913 – 1973), Carmen Costa (1920 – 2007). Nora Ney (1922 – 2003), Emilinha Borba (1923 – 2005), Ivon Curi (1928 – 1995) e Lana Bittencourt, entre outros nomes.
A seleção abarca singles de 78 rotações, álbuns – casos de Canta o seresteiro (1956) e Ninguém me ama (1960), de Silvio Caldas e Nora Ney, respectivamente – e coletâneas nem sempre representativas das obras dos artistas.
Ainda que a qualidade oscile, os discos são a forma de se ouvir a música destes cantores em pleno apogeu numa época em que não havia como perpetuar em imagens o reinado dos ídolos nos auditórios das emissoras de rádio. Nesses auditórios inflamados por plateias calorosas, as vozes da era do rádio fizeram história iniciada há 100 anos.

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