Rapper estreou no Rock in Rio com marra no rap e no pop e vontade de causar, mas produção era pobre e enrolada. Maior parte do público parecia só esperar Dua Lipa. Megan Thee Stallion se apresenta com roupa de madrinha de bateria
Megan Thee Stallion tem talento suficiente para o Palco Mundo e outros grandes espaços na música pop. Mas o show de produção pobre e enrolada neste domingo (11) no Rock in Rio 2022 ficou bem abaixo do potencial dela.
Sem banda, só com um DJ (algo comum no rap) e no máximo seis dançarinas no palco, ela até parecia ter fôlego suficiente para se virar. Mas uma convocação de fãs por mais de 15 minutos para subir ao palco, dançar e fazer fila para tirar selfies no meio do show foi o limite da picaretagem.
Tem muito artista que exagera nas alegorias e adereços além da música no Rock in Rio. Mas também não precisa fazer um show com estrutura de boate, em que o máximo de capricho foi uma roupa verde e amarela de madrinha de bateria. Não deu outra: o público ficou disperso.
A plateia do Palco Mundo estava muito mais vazia do que o comum quando ela começou a cantar. Era o efeito Ludmilla: o show da brasileira estava tão cheio no Palco Sunset que o povo ainda estava chegando para ver a americana.
Até que houve um movimento em direção ao show, que ia crescendo junto com a vontade de Megan de causar, como é seu costume: ela entrou vestida de sambista, cantando “Realer”. Parte dos adereços foram retirados e ela ficou ainda mais livre para dançar e mostrar sua marra no trap e no pop.
Megan Thee Stallion surpreende e dança com fãs no palco
Foi a estreia dela no Rock in Rio e no Brasil. A cantora de 27 anos já tem megahits como “Savage” e “WAP”. Mesmo assim, a plateia estava entre fria e morna.
A mesa de som do Rock in Rio é uma grande roleta. A surpresa de Megan Thee Stallion é que a voz começou ok, mas a base no início estava sem pressão nos graves, erro fatal para a mistura explosiva de rap com versos pop que ela faz.
Ainda bem que ao longo do show o problema do som foi bem ajustado. Quando ela começou a tremer o corpo e a garganta com a mesma desenvoltura em “Body” parecia que o show ia engatar.
Mas a chance de uma boa estreia foi enterrada com a inexplicável pausa de 15 minutos (em um show de 1h10) para os fãs subirem e dançarem no palco. Pelo menos uma galera curtiu demais: a que estava lá em cima, dançando e tirando foto com ela.
Megan Thee Stallion se apresenta no Palco Mundo no último dia de Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues/g1
