Formado pelos irmãos Lelo Nazario e Zé Eduardo Nazario com o baixista Zeca Assumção, trio paulistano é cultuado pela mistura de jazz com ritmos afro-brasileiros e música erudita contemporânea. Imagem do Grupo Um nos anos 1970, década em que o trio paulistano gravou álbuns como o então inédito ‘Starting point’ e ‘Marcha sobre a cidade’
Divulgação / Far Out Recordings
♪ Formado em 1975 pelos irmãos Lelo Nazario (piano, Fender rhodes, percussão e vocal) e Zé Eduardo Nazario (bateria e percussão) com o baixista Zé Assumpção, o Grupo Um entrou no estúdio Vice-Versa na cidade natal de São Paulo (SP) e – durante dois dias daquele ano inicial de 1975 – gravou álbum que permaneceu inédito por quase cinco décadas.
Primeira amostra da fusão de jazz com ritmos afro-brasileiros e com elementos da música erudita contemporânea, mistura que norteou o som do grupo dissolvido em 1984, o álbum Starting point chega enfim ao mundo 47 anos após a gravação feita com produção musical dos irmãos Nazario e engenharia de som de Renato Leal.
O disco Starting point sai pela gravadora inglesa Far Out Recordings em 17 de fevereiro nos formatos de LP e CD – com encarte que inclui fotos inéditas e textos escritos pelos irmãos Nazario – e também em edição digital com capa assinada por Alessandro Renaldin.
Capa do álbum ‘Starting point’, do Grupo Um
Divulgação / Arte de Alessandro Renaldin
Com seis temas autorais, sendo quatro compostos por Lelo Nazario (Cortejo dos reis negros, Onze por oito, Orgânica e Suíte Orquídea negra) e dois assinados por Zé Eduardo Nazario (Jardim Cândida e Porão da Teodoro), o álbum Starting point deu o real pontapé inicial na discografia do Grupo Um – obra fonográfica que, sob ponto de vista oficial, começou em 1979 com a edição do álbum Marcha sobre a cidade.
Para ser enfim editado, o álbum Starting point foi masterizado por Lelo Lazario no Brasil, em fevereiro deste ano de 2022, e remasterizado por Stuart Hawkes na Inglaterra em setembro.
O repertório traduz bem o espírito incomado da música do grupo. Se Cortejo dos reis negros evolui com base no ritmo pernambucano do maracatu, Porão da Teodoro alude no título ao fato de o Grupo Um ter exercitado a livre criação musical – como o trio mostra nos improvisos feitos durante a execução do tema Onze por oito – em porão situado na rua Teodoro Sampaio, na cidade de São Paulo (SP).
O álbum Starting point sucede o álbum Uma lenda ao vivo (2016), lançado há seis anos com a gravação do show do show que marcou o retorno do grupo à cena em agosto de 2015 – após três décadas de ausência dos palcos – em apresentação no festival Jazz na Fábrica, realizado em São Paulo (SP), cidade natal do Grupo Um.
Capa da edição em LP do álbum ‘Starting point’, do Grupo Um
Divulgação
